A questão é que onde estou não há televisão por cabo. E pouco vemos o que há. Por exemplo, temos estado a ver a maravilhosa Symphony of sorrows / Cantata no Festival ao Largo. Hoje ainda não vimos notícias. Só ligámos a televisão para ver isto.
Por isso, pode o Marcelo andar por aí a beber Moscatel quente ou fortimel frio ou a fazer o pino de olhos fechados no meio dos Arctic Monkeys ou pode o Prigozhin estar acampado no jardim do Kremlin ou a animar a festa de anos da prima do Putin ou a de despedida de solteiro do Agostinho Costa que eu não sei de nada. A milhas de tudo.
Cingimo-nos ao que importa.
Por exemplo, hoje conhecemos um novo habitante. Um esquilo fofo com a barriguinha e a parte de baixo da pomposa cauda em branquinho felpudo. Trepou a azinheira e ficou a olhar para mim, com um olhar consciente. A observar-me. Depois subiu ainda mais e espreitou-me. A seguir saltou para o cipreste. E deixei de vê-lo.
Coloquei amêndoas num murinho lá ao pé. Passado um bocado, quando fui espreitar, já lá não estavam. Esperto, ele.
De resto, limpezas por dentro e por fora da casa, cozinhados, telefonemas, conversas com o mais animado grupo à superfície da terra, caminhadas e etc.
Tenho aqui ao meu lado O Anjo Pornográfico à minha espera mas, por mais estranho que a mim própria me possa parecer, ainda não consegui. De cada vez que pego nele, folheio-o e sinto-lhe tamanha suculência que penso que tenho que me reservar toda para a sua leitura, não pode ser coisa que me empreste apenas de quando em vez. Ocorreu-me escrever a biografia de uma amiga e era bom que aprendesse a técnica. Depois de me sentir confortável com o ritmo a imprimir à coisa, tinha que lhe pedir, a ela, que me contasse a sua vida toda, incluindo aquilo que ela não quer que se saiba. Ideias malucas que me ocorrem.
Mas, ocupações à parte, hoje ainda consegui estar lá fora (e cá dentro também) durante uns bocados, a descansar, a curtir o dolce far niente. E adorei.
Tenho que aprender a não fazer nada sem sentir que estou a ser preguiçosa ou a baldar-me às minhas obrigações. Pode parecer coisa com que se nasce ensinado, não sei, não digo que não, mas desaprendi a vida toda e agora está a custar-me a voltar a isso.
Tirando isso, tenho aqui um vídeo daqueles bem tranquilões de alguém que diz uma coisa na qual me revejo. Não é preciso andar na redundância, a dizer que amo e adoro, basta cozinhar, dar de comer, sentir o prazer de ver os outros à nossa mesa, a comerem o que a gente preparou. Diz ela e eu concordo. Também tem amor de coração pelos bichos, neste caso por gatos, e sofre quando se vão. E gosta de estar entretida com coisas simples, no caso com a pequena olaria. E sorri. Está de bem com a vida. E, portanto, deve ser uma boa companhia.
E, assim sendo, aqui está. O vídeo tem legendas em português.
Peace, Love and Good Food
Quando falamos de gestos de amor, os mais comuns em que pensamos são abraços, beijos ou simplesmente as palavras “amo-te”. Mas nem todos expressam o amor da mesma maneira. E, muitas vezes, preparar uma boa refeição para alguém é um importante gesto de amor.
Cozinhamos com o coração tanto quanto com as mãos, porque quando cozinhamos para outras pessoas, é para deixá-las felizes e satisfeitas. E possivelmente o maior pagamento que você pode receber por seus esforços é ver as pessoas à mesa, saboreando o que você preparou para elas.
Então, da próxima vez que se sentar à mesa, agradeça não apenas por tudo o que foi preparado para si com tempo e cuidado, mas também por aquela pessoa que te ama, que pensou em você a cada mexida da colher, a cada pitada. de sal, com cada colher de chá de óleo. Devemos dedicar um momento para apreciar tudo o que eles fizeram por nós. Eles merecem isso. E gratidão é uma forma de amor também!
Filmado em Singapura.
Apresentando Ruqxana Vasanwala
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