terça-feira, junho 27, 2023

Coisas bizarras e inexplicáveis numa história que escrevi.

[Para aligeirar o tema: a oposição ao PS luta arduamente para ver se consegue atingir os seus objectivos. O pior é que, coitados...]

 

Quando cheguei a casa de uma caminhada de cerca de uma hora que me custou mais que eu sei lá, vinha exausta. Enquanto andava, não sei se era do calor, se era da nuvem de poeiras carregadas de cinzas e de monóxido de carbono, estava cada vez mais cansada.

Na noite anterior, querendo levantar-me muito cedo e andando já em carência de sono, forcei-me a ir para a cama um pouco mais cedo. É sempre a pior asneira que posso fazer. O meu biorritmo é o de uma noctívaga, e noctívaga que é noctívaga só vai para a cama quando a noite começa a aproximar-se da madrugada. Ou seja, fui para a cama sem sono. E, quando isso acontece, é ver as horas a passar... Só adormeci, e mal, quando estava na hora de me levantar.

Por isso, tudo junto, ao chegar da caminhada, arrastei-me até ao sofá e caí redondamente num sono profundo. O que me valeu é que o jantar estava feito.

Quando o meu marido me chamou para jantar, arrastei-me. E, mal acabei, voltei para aqui e foi, de novo, tiro e queda.

Se isto é do calor, de é das poeiras, se é de algum cansaço justificável ou se é ainda do pós-covid não sei.

O que sei é que é isto.

Entretanto, descobri que uma colega de liceu foi, afinal, minha vizinha quando éramos bem pequenas e, ao comentar isso com a minha mãe, descobri que duas tias dela se casaram com primos, um do meu pai e um da minha mãe. E só o descubro agora, dois séculos depois de andarmos juntas no liceu.

E ainda não contei uma coisa e agora vou apenas aflorar pois é coisa que me deixa um bocado sem saber que chão piso. É isto. Numa história que escrevi e na qual contei três eventos estranhos e reais passados comigo e com o meu marido, no início de andarmos juntos, introduzi um personagem também bem real que, uma vez, a propósito desses três eventos estranhos, produziu um comentário também assaz estranho em que parecia mostrar que estava ao corrente. 

Na história relato isso e a seguir prossigo numa trama ficcionada em que esse meu amigo se transforma em personagem. E, às tantas, na história, a personagem feminina da história sabe que ele morreu. Fica chocadíssima pois custa-lhe acreditar que o seu amigo de longa data morreu.

Pois bem, depois de o ter escrito, poucos dias depois, inusitadamente, sei que o meu amigo, de facto, morreu. Podem imaginar o meu choque. Duplamente choque: por um lado por saber que ele morreu e, por eu, insolitamente o ter dado como morto na minha história. Quando contei ao meu marido que o nosso amigo tinha morrido, ficou também surpreendido e chocado. Mas não fui capaz de lhe contar que ele estava na minha história e que na minha história ele tinha morrido.

Como sempre, no fim, pedi ao meu marido para ler a história. 

Nesse dia, quando me levantei, encontrei-o calado, incomodado.

Ao ler, reconheceu os eventos reais, reconheceu o nosso amigo e ficou muito admirado por ele estar morto na história. Estava admirado. Quis saber se eu, quando escrevi, já sabia que ele tinha morrido (pois achava que não, pois eu só tinha sabido isso para aí uns dois ou três dias antes e, nessa altura, a história já estava praticamente toda escrita). Confirmei que não. Ficou ainda mais incomodado.

Por vezes, ele fica impressionado por achar que eu adivinho ou antecipo as coisas. 

Eu própria, ao rever a história para corrigir gralhas ou para ajustar algumas coisas, fi-lo com desconforto, quase com receio de que mais coisas que ficcionei se materializem.

E é isto. 

Bizarro, não é? 

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Mas, mudando de assunto: depois da quase obsessiva perseguição do Marcelo ao Governo, no que mais parecia um pré coup, e depois de a fraquíssima oposição e a mais do que medíocre comunicação social cavalgarem a ondulação causada pelas sucessivas bocas presidenciais, eis que agora o tema é se o Costa vai ou fica. 

Não há cão nem gato que agora não ande nessa. Gente mais parva e mais fútil não há. Como se fizesse algum sentido lançar a confusão com um tema destes numa altura destas. 

E eu, vendo a Mortágua de má catadura, o da IL de que não me lembro o nome nem sei qual a dele, o Montenegro eternamente aos papéis apesar de não perder o sorrisinho deslocado, e o Ventura que vende a banha da cobra que quer que a malta da comunicação social papa-a toda, só penso que são como os meus amigos Monty na cena da escalada. Parece ele que se esfalfam, que dão o duro para lá chegar. Só que não atinam. Só fazem porcaria. Vêem os filmes todos ao contrário. São irrelevantes, inúteis, malucos. E a comunicação social atrás, a fazer a reportagem, a entrevistá-los como se alguma coisa daquela fizesse sentido. 

É que das duas uma: se é para a gente se rir, então que se apresente como uma rábula cómica. Se não é, então é a miséria intelectual mais absoluta e é como tal que a devemos encarar.

Monty Python - A escalarem as ruas como se não houvesse amanhã


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Um dia bom
Saúde. Bom humor. Paz.


3 comentários:

ccastanho disse...

Cara, UJM.

Cá para mim, António Costa, (a "puta politica" do burgo), apoiado no instinto "assassino comunicacional" do estratega - JLP - deram o que se chama na tauromaquia: um passe ao natural, na malicia de Marcelo.

António Costa, roubou o argumento a PR, na tomada de posse deste governo, na questão europeia, para, agora, ser ele próprio a submeter o PR, há sua irrelevância politica notória para todos no que se chama de "só fumaça".

A criação inteligente, da ida ou não para fora, reverteu comunicacionalmente, a favor do primeiro-ministro na "bolha" mediática. Alguém se lembra já dos casos e casinhos?!

Grande jogada de Mestre, gostei.
Cumprimentos.
https://www.youtube.com/watch?v=0o77X6SI-PY&list=RDCnhxWRGOesI&index=6

Segismundo disse...

Senhora UJM, asseguro-lhe que a oposição não terá qualquer hipótese de derrubar o governo nos decénios próximos, não só por o Montenegro ser aquilo que só os cegos não vêem: um desdenhoso cínico sem um pingo de ideias e riso escarninho a cheirar a mofo (aflige-me só de imaginar ter um catatua daqueles a desgovernar-nos), e o Ventura ser um facho tinhoso, embora vá conseguindo iludir uns milhares largos de portugueses lorpas que o julgam um iluminado pela sabedoria da carmelita Irmã Lúcia, mas, sobretudo, porque o nosso país não está, de jeito nenhum, em crise. Senão vejamos: João Cravinho disse que Portugal vai doar à Ucrânia, até 2027, 170 milhões de euros, a somar aos 250 milhões em 2022 e aos já 270milhoes acordados para este ano. Além de que a UE também vai dando uma preciosa ajudinha, pois acaba de atribuir mais três mil e quinhentos milhões de euros para queimar em armamento na Ucrânia. Então, onde é que está a crise, Senhora UJM? Deixe-os falar! Até já, vou ver a Telenovela Prigozhin.

ccastanho disse...

corrigir: Luís Paixão Martins (LPM). E não (JLP),