Sobre a minha menopausa já aqui falei várias vezes. Não sei ao certo que idade teria. Cinquenta e picos, por aí. O período foi ficando incerto. Às tantas já nem me lembrava bem. Creio que calhou quando andava a fazer uma pós graduação num período em que também andava cheia de trabalho, quando veio o diagnóstico do meu sogro com o que se lhe seguiu, muito stress à mistura. Mas também pode não ter tido nada a ver com isso, pode ter tido apenas a ver com o relógio biológico. Foi-se. Naturalmente.
Um descanso.
Depois dos partos, a menstruação desaparece por algum tempo.
Ainda me lembro de quando nasceu a minha filha, era ela bebé de colo, eu a amamentar, e, um dia, vi sangue. Fiquei assustada. Contei ao meu marido a minha preocupação. Pensei que estava doente, gravemente doente, com alguma hemorragia. O meu marido é que se lembrou: 'Não será a menstruação?'. Já nem me lembrava de tal coisa. Depois dos nove meses da gravidez, creio que já ia em seis ou sete meses depois do parto, e nada. Tinha-se-me varrido. Claro que era! Que burra, credo.
Às tantas também poderia ter engravidado nessa altura. Imagine-se, então, isso numa altura em que a pessoa pensa que já está na menopausa...
Mas teve outro efeito: aumentei de volume. Antes vestia o 38, depois passei para o 40, depois para o 42, agora, frequentemente, já o 44. Olho para o que vestia antes e espanto-me: tão fininha, tão estreitinha. Como é que eu cabia ali? Agora há ondulação a la Rubens a bombordo, a estibordo, you name it.
Mas parece que os danos não se ficam pelo volume. Parece que no cérebro a coisa pode fiar mais fino. O que a neurocientista Lisa Mosconi explica ajuda-nos a perceber muitas coisas e a evitar outras. Menos mal: parece que, uma vez mais, a dieta mediterrânica opera milagres. Isso e uma vida activa, tranquila... e, claro, dormir bem (e, neste particular, pela parte que me toca, reconheço: tenho que me esforçar por ir para a cama mais cedo)
Convido-vos a ver o vídeo abaixo pois é muito interessante. Não interessa apenas a mulheres na menopausa mas a quem um dia lá há-de chegar bem como a todos os homens que lidam com mulheres. E, desta vez, milagre, milagre... está legendado.
[E aqui abro um parêntesis para elucidar os Leitores que às vezes se queixam que escolho versões não legendadas. Muitas vezes não é isso, muitas vezes tem que ser o próprio a ir às definições (a rodinha dentada que aparece em baixo, à direita, no vídeo) e escolher a opção das legendas e a língua]
How menopause affects the brain | Lisa Mosconi
Muitos dos sintomas da menopausa - ondas de calor, suores noturnos, insónia, lapsos de memória, depressão e ansiedade - começam no cérebro. Como exatamente a menopausa afeta a saúde cognitiva? Compartilhando descobertas inovadoras da sua pesquisa, a neurocientista Lisa Mosconi revela como a diminuição dos níveis hormonais afeta o envelhecimento do cérebro - e compartilha mudanças simples no estilo de vida que você pode fazer para apoiar a saúde do cérebro ao longo da vida.
2 comentários:
Há conta da menopausa da minha mulher, apanhei n resfriamentos. Adormecia tapado, acordava destapado com o rosnar habitual da minha parte, e lá vinha o murmúrio de sempre:- é pá!, oxalá te aconteça o mesmo.
Curiosamente, com a minha andropausa, também chegaram alguns calores que me irritavam solenemente deixando-me de mau humor, aí, mordi a língua quando por vezes dizia que era paranoia dela, mas não, não é não senhor.
Olá ccastanho,
Pode ser que um dia apareça para aí um elixir que nos leve até ao fim com corpinho de adolescentes... Não sei bem como é que seria a vida com gente sempre nova apesar de ser velha mas isso já seria a segunda derivada da questão.
Um bom feriado. E, com este frio, os calores até são bem vindos...
Enviar um comentário