Li um artigo com dicas para uma pessoa se sentir um pouco mais feliz. Shift your vibe! 60 quick ways to make yourself slightly happier. Li e concordei com quase todas.
Recomendo a sua leitura pois tem conselhos muito abrangentes e, acredito, eficazes. Contudo, aviso desde já: não recomendo a leitura deste post a filósofos, cépticos, pessimistas ou infelizes por vocação.
Pensei em trazer para aqui os conselhos do Guardian mas, se me pusesse a traduzir, nunca mais acabava pois 60 conselhos são muitos conselhos. Claro que poderia ir ao tradutor automático e já estava. Só que não é bem assim pois o tradutor volta e meia pontapeia a minha sensibilidade e, portanto, tinha que estar a rever e corrigir. Não me apetece. Estive a ver a Eurovisão (comecei a ver e achei que aquela gente parecia estar numa boa onda, a produção era espectacular e, não menos relevante, estava cheia de preguiça para fazer outra coisa). E agora é tarde.
Portanto, vou repescar algumas daquelas dicas ou acrescentar outras ou escrevê-las à minha maneira.
Caminhe todos os dias
Não é preciso ser muito mas, se for, melhor ainda. Pode ser ir até a um parque e dar lá umas quantas voltas, pode ser dar umas quantas voltas ao burgo, pelo passeio, pode ser ir até à beira rio ou à beira mar, pode ser andar na montanha. Andar ao ar livre. Li no outro dia que, pelo menos durante 10 minutos por dia, a intensidade da caminhada deve ser razoável. Ou seja, pelo menos durante 10 minutos não andar a pisar ovos, em deambulação lenta e romântica. Chova ou faça sol, de chapéu de sol ou de chapéu de chuva, nada deve fazer-nos arranjar desculpa. Andar. Cumprimente as pessoas com quem se cruzar, de preferência sorrindo.
Eu tento andar pelo menos durante meia hora. De facto, ando quase sempre mais do que isso. À tarde, se puder, ando quase uma hora. E agora com o meu amigo felpudo tenho motivo para andar também a meio do dia. Contudo, se for só eu e ele, este é sempre um passeio pequeno. Mal faz as necessidades, quer vir para casa. E eu, como tenho que almoçar e geralmente não tenho muito tempo, também não me importo.
Leia ao ar livre
Leia no jardim, seja ele privado ou público, na varanda, no parque, numa esplanada -- onde for. E se não há jardim ou varanda, coloque uma cadeira ao pé da janela e abri-la. Por vezes ler ao sol é difícil. Pelo menos para mim é. O excesso de luz, incomoda. Então agora descobri o antídoto perfeito. Uso um boné daqueles que têm uma pala comprida. Dá um jeitão.
Coma bastantes saladas e frutas
Frutas e saladas são uma fonte de bem estar. Em todas as minhas refeições como salada (alface ou canónigos ou tomate, temperada com azeite e orégãos). A fruta é o meu ponto fraco. Como mais fruta do que devia e isso não é bom, tem açúcar a mais. Começo o dia com uma banana, uma laranja, meio abacate. Depois a meio do dia como uma maçã. Depois ao jantar como um kiwi ou uvas ou morangos ou nêsperas ou o que for de época. E, se há tangerinas e me dá a fome depois de alguma reunião, lá vai uma. Não deveria. Deveria cingir-me a três peças de fruta. Mas gosto imenso pelo que abuso.
Veja arte, de preferência em galerias ou museus
É daquelas coisas que faz bem à alma. Andar por lá, olhar, ficar parado a observar. Se houver bancos, ficar sentado a olhar. Por causa da covid e agora por causa do dog, isso são hábitos de que tenho andado arredada. Mas tenho que arranjar maneira de retomar. Museu de Arte Antiga, por exemplo. Depois vir para o jardim, olhar o rio, ficar sentada a sentir o fresco. Ou Gulbenkian. Ou outro qualquer. Não podendo, navegue por museus virtuais.
Faça arrumações
Despeje gavetas e arrume depois, tudo bem arrumadinho. Arrumar livros. É bom arrumar. Ver que fica tudo organizado e mais espaçoso. É uma boa sensação. Se for preciso, lave a roupa que estava guardada ou ponha-a ao sol, arrume depois, tudo mais direitinho, mais limpinho e organizadinho.
Experimente ir a sítios diferentes
Vá ao lançamento de um livro, ouça o escritor e o que os outros dizem dele. Se calhar é uma chachada mas não faz mal, ouvir gente que se acha é uma fonte de diversão. E, com sorte, pode ser interessante. Vá a uma conferência ao fim da tarde. Vá a um workshop de jardinagem, culinária ou maquilhagem. Vá a uma aula experimental de qualquer coisa. Inscreva-se num clube de leitura. Inscreva-se em aulas de dança. Ou seja, experimente, diversifique. Ouse.
Ouça reggae ou afins
No artigo to Guardian refere Country Music. Um estudo provou que quem ouve este tipo de música melhora a circulação e o seu estado físico. Contudo, para mim, se há coisa que me deixa automaticamente bem disposta e com vontade de dançar é aquela música toda ela boa onda que logo me faz lembrar Bob Marley. Podendo, é pô-la bem alto, abrir a janela e deixar que o corpo faça a festa. Dance, sorria, cante a plenos pulmões.
Invente um cocktail
Uma boa bebida, fresquinha, a olhar a paisagem e a ouvir música é do melhor que há. Se não é de bebidas alcoólicas não tem problema. Tenha uma água tónica fresquinha (ou uma água das pedras), tenha um sumo, misture outro, misture uma casquinha de limão ou de laranja, uma pedrinha de gelo. Ou uma folha de hortelã. Ou, gostando de um cheirinho, junte-lhe rum. Ou vodka. Ou gin. Um copo grande, uma bebida colorida, o olhar descansado a olhar coisa nenhuma. Relax. Feel good.
Faça umas tostas variadas e boas
Torre um pãozinho cortado fininho ou tenha tostas já compradas feitas. Ponha na mesa manteiga, queijinhos, compotas, orégãos, azeite, tomate, mel Misture. Saboreie. Coma com calma. Acompanhe com uma bebida boa. Tenha uma musiquinha boa a tocar. De preferência esteja na varanda ou, pelo menos, de janela aberta. Se tiver amigos que possa convidar para lhe fazerem companhia, melhor. Senão, fica para a próxima.
Esqueça as redes sociais
Viva o prazer de estar e ser sem ter que estar a partilhar o que está a fazer nem sinta curiosidade em ver o que os outros andam a fazer. Descubra o prazer das coisas em si. Desligue-se da opinião dos outros. Procure encontrar a felicidade por si, nas pequenas coisas.
Brinque e faça mimos a um cão (ou a um gato)
Se tiver um na sua família, melhor. Se não tiver, descubra algum amigo que o tenha e combine encontrar-se com ele. Se não, veja se descobre algum grupo de voluntários para passear cães. Ou veja se isso pode ser um extra ou um hobby na sua vida. Ter um cão, brincar com um cão, passear com um cão é do melhor que há. Se calhar o mesmo se passa com um gato ou com uma tartaruga mas isso não sei.
Aprenda a fazer arranjos em casa
Pinte móveis antigos, pinte vasos, dê vida nova a objectos velhos, aprenda a pendurar coisas, pendure um espelho junto às flores, transforme um copo numa jarrinha, arranje florzinhas (de verdade ou artificiais, mas bonitas), conceba recantos confortáveis na sua casa.
Abrace a vida
Queira ser feliz. Queira estar de bem com a vida. Afaste-se de pessoas complicadas e procure a companhia de pessoas que transportam a vida com leveza. Sinta-se agradecido/a por viver em paz. Aprecie os milagres da perfeição espontânea. Sinta-se com sorte e com a vida pela frente. Sorria. Abrace alguém. Deixe-se abraçar pela alegria de viver.
Etc.
Não vou continuar pois, com isto, já passa das duas da manhã. E os conselhos, vendo bem, poderiam ser infinitos.
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