A arquitectura é daquelas profissões que mescla arte e técnica, matemática e física, geologia e biologia, sociologia e antropologia, prosa e poesia.
Contudo, naturalmente, há as políticas públicas, os planos urbanísticos, há as restrições orçamentais, há a visão de quem encomenda a obra... tudo baias que condicionam a liberdade criativa e o rigor técnico dos arquitectos.
Como em todas as profissões, há os bons profissionais e os maus profissionais. Os maus são para esquecer e dos bons há que destacar os muito bons.
Sou devota da boa arquitectura. A forma como alguém sabe moldar os espaços, sabe coreografar a luz e a sombra, sabe criar vida, sabe reescrever a forma de viver, sabe reinterpretar hábitos e motivações e como, no fim, tudo se conjuga em harmonia... parece-me extraordinário e, até, comovente.
E tanto mais comovente quanto, na conclusão do trabalho, se abre mão dele e se entrega a outrem para que dele se faça uma nova vida.
Seja um novo espaço de lazer à beira rio, seja uma casa, seja uma pavilhão de exposições, seja uma esplanada, seja o que for, quando um bom arquitecto estuda o ambiente, imagina a utilização futura e deita mão ao projecto, há magia a acontecer.
A casa que abaixo se vê é uma maravilha. Não me refiro à decoração da sala (demasiado colorida para o meu gosto) nem à do resto da casa: refiro-me à distribuição dos espaços, à ligação aos elementos da natureza, à vontade que quem lá vive tem de lá estar.
Casa-atelier projetada pelo arquiteto Chicô Gouvêa com inspiração oriental e vista para a Pedra da Gávea no Rio de Janeiro
Com vista deslumbrante para a Pedra da Gávea, no RJ, o terreno tem duas casas (uma para o ateliê e outra para os quartos) conectadas por um pergolado. A inspiração no estilo oriental, principalmente o japonês, está marcada na fachada e no lago artificial cheio de carpas. Já o interior é moderno, com sua escada em concreto e as amplas janelas em vidro. A decoração do ateliê tem um toque especial dos respingos de tinta deixados pelo dia a dia do trabalho.
A ilha-bairro fica em plena Baía de Guanabara e só pode ser acessada por barcos e pelas famosas barcas que partem da Praça XV. O lugar é um verdadeiro refúgio na cidade grande, dominado por charretes e bicicletas, já que carros não são permitidos. A casa do Júlio fica na Praia da Moreninha, a mais famosa da Ilha, e tem uma decoração rústica e aconchegante. Já a família Pinheiro mora na "casa-peixe", com fachada colonial, uma sala de ioga paredes pintadas para parecer um aquário. O último lar é de Pedro, Conceição e seus filhos, todos apaixonados pela tranquilidade da ilha.
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