quinta-feira, novembro 25, 2021

Fxxx adiada é fxxx perdida...?
E o bom humor é mais importante do que o amor...?

 


Pode parecer exagero mas acreditem que não é. Nunca tive tanto trabalho como agora. Tento e tento e tento entrar num regime de lento phasing out. Mas parece que o trabalho me cai em cima vindo de todos os lados. Parece que atraio. Não sei como, juro que não, mas não apenas o trabalho vem ter comigo como não sei como sacudi-lo ou, pelo menos, passar de fininho entre os pepinos que me chovem no colo a toda a hora.

Por uma bizarra coincidência, o meu marido está na mesma. Supostamente iria iniciar uma nova fase da sua vida profissional, esperando ele que mais calma do que a anterior. Afinal, sem se perceber como, agora acumula as anteriores com as novas funções. Não sabe para onde se virar. Portanto, os dois assim, sem um minuto livre, e com um cachorro desembolado cá em casa... De loucos.

Mas como não há duas sem três -- e isto é um axioma, não carece de demonstração pois é de óbvia constatação --, os pequenos arranjos no jardim pelos quais desesperávamos por arranjar quem os fizesse, agora também caíram do céu. Mas caíram do nada e com uma particularidade: para ser já. Já= Agora. Ainda sem haver os materiais. Portanto, agora tenho dois ou três homens no jardim e temos que arranjar, à pressão, materiais para eles trabalharem. 

Acontece ainda outra: para os homens conseguirem trabalhar, a pequena fera tem que estar confinada. Mas a pequena fera odeia estar confinada. Não apenas volta e meia ladra, gane, geme, implora por libertação, nomeadamente para vir para o pé de mim, como chega ao fim do dia capaz de correr quilómetros em segundos, capaz de nos saltar para cima e para cima dos sofás, roer-nos as pernas e os pés e as pernas das cadeiras e das mesas, desancar almofadas, arrancar-nos as meias dos pés. Tudo a um ritmo alucinado.

E o telefone sempre, sempre, sempre a tocar. Ou é do trabalho, ou do trabalho, ou da casa dos materiais, ou do trabalho, ou o empreiteiro, ou do trabalho, ou do operador de comunicações, ou do trabalho. E assim sucessivamente. Ter reuniões neste clima é de dar comigo em maluca. 

Pelo meio foi preciso ir com o big baby bear às vacinas e outras questões médicas não do animal de quatro patas mas dos de duas. De loucos.

Com tudo isto, ando a levantar-me cedíssimo e a deitar-me tardíssimo. E sei que não pode ser. Mas a vida está repleta de coisas que não podem ser. É o que é.

Com isto, notícias só de raspão. Comentários nem pensar, dizem que comida processada não faz bem à saúde. Da CNN da Cristina Ferreira ainda apenas vi o visual da Judite e um breve relance sobre o déjà vu que aquilo me pareceu. É a TVI disfarçada de sucursal da reboleira da CNN, como apresentadores vintage. Não dou para peditórios desses. Temos pena.

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Posto isto, chego aqui e procuro distração. E não há como testemunhar a alegria e a irreverência das três amigas que, com as suas provectas idades, revelam mais lucidez e abertura de espírito do que muita menina emproada que por aí anda.

No primeiro vídeo respondem à questão: deve ou não a mulher ceder aos chamamentos do corpo logo no primeiro encontro? Se for sim, não se espantará o cavalheiro, fugindo a sete pés? Mas, se for não, não se entediará o cavalheiro julgando que dali só há a esperar a monotonia da prosa, jamais os encantos da poesia?

Cada uma das avós disserta mas, resumindo, a resposta é que para a frente é que é caminho. Apetece? Então, força. O cavalheiro acha demais? Paciência. Não quer mais, não queira. Mas, pelo menos, já se experimentou.

E é também o que eu penso. Quando se é muito jovenzinha e com a vida inteira pela frente, ainda se pode desbaratar oportunidades. Agora quando já se está quase a meio ou a meio ou bem depois do meio da vida, se são ambos maiores e vacinados, se são gente de bem, civilizados, limpinhos e bem educados e se estão mesmo afim, se a coisa pinta, então, caraças, que role. 

Mas uma coisa é fundamental. Incontornável. Insubstituível. A outra pessoa tem que tem um verdadeiro sentido de humor.

Homem (ou mulher) sem sentido de humor não está com nada. Falo por mim. Jamais me poderia relacionar por alguém que não me fizesse rir. Amor é fundamental, ter uma 'boa pegada' também. Mas ter sentido de humor é daquelas cuja falta faz todas as outras caírem por terra. Até pode acontecer que, ao princípio, uma pessoa, encantada com a situação, nem repare logo que o sujeito é um sapato torto, uma mala pesada, um atraso de vida. Só que, ao fim de algum tempo, quando desaparecer a ilusão que dourava e embelezava o coisa-pouca, vai saltar à vista que dali não nasce gargalhada, não nasce sequer um sorriso. Sujeitinho que não traga gargalhada à nossa vida não está com nada. Já era. Byezinho.

E é também isto que as meninas, no segundo vídeo, também dizem. É claro. Não tem que enganar.

E que entrem, então, as Avós da Razão.

Dar ou não dar - eis a questão

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O bom humor é mais importante que o amor


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As fotografias mostram cenas de Sunday in the Park With George de Stephen Sondheim e James Lapine, 
maridoinspirado por Georges Seurat

Sem mais nem menos, Juleny Favela interpreta Nunca es suficiente

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Desejo-vos um dia feliz, tranquilo.

1 comentário:

Anónimo disse...

E diziam alguns que juras de fxxxx não são para crer. Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando