terça-feira, fevereiro 11, 2020

Vulnerabilidade e sensualidade. Fragilidade e intensidade.




Já toda a gente que por aqui me acompanha deve estar careca de saber: para perfumes não encontro nada que se compare aos Chanel. Não que não use outros. Uso. Não gosto de fundamentalismos e, se antes era fidelíssima, agora sou uma mente aberta e, se me agrada, pulo a cerca por dá cá uma. Por exemplo, um Marc Jacobs com cheirinho a violeta ou um Lowe rico em bergamota são dois que me agradam e que me levam na calminha. Mas não os coloco no mesmo altar que aos Chanel. E, se posso usar o Chance, o Cristalle ou o 19, de longe a minha preferência vai para o Nº 5.

Ao contrário do que algumas pessoas referem -- que é intenso, quente, pesado -- em mim sinto-o suave, íntimo, subtil. E vai variando ao longo do dia. E eu vou gostando ainda mais dele à medida que as horas passam. Pode parecer que é parvoíce minha mas não é.


A nossa pele tem características (temperatura, hidratação, oleosidade, etc) que faz com que as diferentes fragâncias interajam de maneiras diferentes de pessoa para pessoa. Quiçá terá a ver com as hormonas. A minha pele tem tendência a tornar adocicados alguns perfumes e disso eu não gosto. Para doce basto eu, não preciso de me caramelizar por fora. Têm os perfumes que ser leves, florais, cítricos. Claro que o Nº 5 tem aquela tal substância de que nem é bom falar não vá ainda alguém se lembrar de proibir.

Transcrevo a descrição da fragância:
Notas de Cabeça: Aldeídos, bergamota, limão, neroli e ylang-ylang.
Notas de Coração: Jasmim, rosa, lírio do vale e íris.
Notas de Fundo: Vetiver, sândalo, baunilha, musgo de carvalho, âmbar e patchouli. 
Transcrevo o que li algures: dizem que a inspiração para a criação desta fragrância veio de uma visita ao Círculo Polar Ártico e do cheiro da água à meia-noite. Este aroma único, vindo dos lagos e rios congelados, fascinava tanto que foi decidido replicá-lo.


E vem isto a propósito do último post de Bois de Jasmim:
“I know what we need. We need a bed, and we need white silk sheets – they must be silk. Frank Sinatra records, and Dom Pérignon champagne.” 
When the young photographer Douglas Kirkland arrived to photograph Marilyn Monroe for Look Magazine, he had no idea what to expect when meeting a mega star. Least of all did he expect silk sheets and champagne. In his book, With Marilyn: An Evening/1961, he described the photo shoot and shares the images he took. I can’t think of another photographer who captured better Monroe’s vulnerability and sensuality. It’s almost paradoxical. Even in the moments when she looks surrendered, she’s in control.
Monroe was known to say that she wore to bed nothing but a few drops of Chanel No 5. Although I’ve known this for a long time, I always found it hard to associate No 5 and Monroe. No 5, though elegant and beautiful, struck me as uptight and austere. Monroe, with her voluptuous beauty, fragility and intensity, somehow seemed to belong to another universe. (...)
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PS: Por acaso nunca dormi em lençóis de seda, não faço ideia da sensação. Mas não a desejo. Imagino-os frios, escorregadios, com vida própria. Prefiro-os de algodão encorpado, macio, segunda pele. Mas, enfim, isso não vem ao caso.

O que vem ao caso é isto:

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As fotografias que incluí fazem parte da sessão fotográfica acima referida.

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