terça-feira, janeiro 07, 2020

A vez aos gigantes tatuados que nasceram para voar


Ando há séculos com vontade de aprender a ser minimalista. Contudo, experimento nisso as maiores dificuldades. Ao vivo, sou contida, gosto de ouvir, gosto de observar. Mas, aqui, não sei explicar, desato a escrever como se não houvesse amanhã. E, não contente com textos longos demais, intercalo imagens, junto-lhe música -- faço a festa e atiro os foguetes. Quando chego ao fim, olho para o tamanho do post e, em vez de reler, publico-o logo, sem paciência para arranjos ou remate de pontas. Olho outros blogues, duas ou três linhas, e acho-os de uma delicadeza e concisão invejáveis. Era assim que eu gostava de ser capaz de fazer. Mas isso não me é fácil, caio facilmente no excesso, e uma escrita decantada parece-me um objectivo demasiado exigente e distante.

Mas hoje vou tentar. Vou apenas pedir-vos que, mesmo que não apreciem a dança ou que não sejam dados a pianadas, vejam e ouçam. Uma coisa extraordinária o que aqui tenho para mostrar. Acreditem: uma coisa extraordinária.

Maksim Mrvica impressiona só de olhar. O croata de quarenta e quatro anos e dois metros e sete de altura não apenas é estranhamento belo como fez dos seus braços possantes uma tela que empresta ainda mais beleza aos seus dedos alados.

Sergei Polunin é o que se sabe. É ucraniano, belo, tem trinta anos, um metro e oitenta e um corpo tatuado que é habitado por uma estranha ausência de gravidade e por uma musicalidade que o leva a voar como um pássaro viril. 

O vídeo que partilho convosco foi divulgado por Sergei há poucas horas e mostra-os em Shanghai em 30 de Novembro. E eu gostava muito de lá ter estado.

Maksim Mrvica & Sergei Polunin



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