segunda-feira, setembro 12, 2016

Veneza pode esperar
- para já, fico-me por aqui, no meio do nada, envolta em paz e neblina


Ao princípio o sol estava brando como é costume em Setembro. De dentro, enquanto ia lendo, eu ia olhando os verdes e os azuis, os montes ao longe, a paz absoluta, o silêncio


Mas o Outono parece já ter chegado a este lugar. Ao fim da tarde, desceu sobre os montes uma lenta neblina. Fui vendo as cores a esbaterem, os verdes e azuis foram ficando platinados. Depois os montes esfumaram-se em quase branco, envoltos em tule. E eu encantada, aconchegada na minha tranquilidade


Mais tarde, já noite, do mar subia uma maresia forte e uma névoa com perfume de limos chegava cá acima.

Pensei que não conseguia fotografar, tão escuro estava. Só a espuma das águas embatendo nas rochas deixava ver alguma luz. Quase às cegas, tão escuro estava cá em cima, disparei. 

Agora, ao ver as fotografias, admirei-me: lá está o mar vestido de noite, como se a névoa tivesse desaparecido. 


Aqui, neste lugar, tão longe de tudo -- quando há pouco tempo pensava que, por estes dias, estaria a mais de dois mil quilómetros -- digo, para mim, que Veneza pode esperar.

E se, a esta hora, lá estivesse, talvez não estivesse a vê-la tão linda como aqui abaixo pode ser vista. Veneza, a Sereníssima, aparece aqui mágica. O filme é do veneziano René Caovilla, com realização do romano Oliver Astrologo e do seu irmão Nils, feito com recurso a um drone, e foi apresentado na 73ª Mostra de Veneza. 




Espero que o vosso dia esteja a ser também tranquila e feliz.

E desejo-vos, meus Caros Leitores, uma semana muito feliz, a começar já por esta segunda-feira.

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