Eu votei no PS e, digo já, não foi para isto que votei.
Respondendo ao repto de Mestre Ferreira Fernandes no DN -- que, por estar farto de andar a ouvir tudo o que é bicho careta a dizer porque é que as pessoas votaram no PS, e que não foi para isto que votaram, etc, etc, resolveu esclarecer a razão do seu voto e desafiou os outros votantes a fazerem-no também -- aqui estou para dizer porque é que eu votei no PS. E faço-o no mesmo registo que ele o fez.

Votei no PS porque acho que ele tem um gosto muito bizarro para se vestir -- tenho-lhe visto com cada modelito que é de bradar aos céus -- e tenho esperança que, como primeiro-ministro, alguém o mantenha na linha (tal como, vá lá!, agora tem andado).
Votei no PS porque acho que António Costa tem um sentido de humor estimulante e espero vê-lo na Assembleia da República a dar baile aos Láparos e Portas desta vida, devidamente arrumados na oposição.

Votei no PS porque tenho esperança que ele, ao formar governo, forme uma equipa de que a gente desta vez não se envergonhe porque de pafianas vergonhas já todos tivemos a nossa valente dose (e estou a falar muito a sério: espero que o PS arranje gente primeira água, gente letrada, bem formada, honesta -- e que não se esqueça de convidar a Catarina Martins e/ou a Mariana Mortágua porque qualquer delas seria uma mais-valia na equipa).
Votei no PS porque tenho esperança que, com António Costa em primeiro-ministro, o Ricardo Costa, para evitar situações embaraçosas, saia da direcção do Expresso e que um outro que o substitua faça uma limpeza geral naqueles moços e moças de fretes que por lá andam.
E votei no PS para ver se arranjam uns rapazes jeitosos e ajuizados para apagar a má impressão que os Maçães desta vida causaram lá fora. E um ou uma ministra das Finanças que não vá pôr-se de gatas aos pés do Schäuble. E alguém que não tenha o tino de um Miró de óculos para um Ministério da Cultura. E um para a Educação e para o Conhecimento que não odeie o tema. E alguém no pleno poder das suas capacidades para a Justiça, para a Administração Interna ou para os Negócios Estrangeiros. Idem, claro está, para os restantes ministérios.
E votei no PS para ver se arranjam uns rapazes jeitosos e ajuizados para apagar a má impressão que os Maçães desta vida causaram lá fora. E um ou uma ministra das Finanças que não vá pôr-se de gatas aos pés do Schäuble. E alguém que não tenha o tino de um Miró de óculos para um Ministério da Cultura. E um para a Educação e para o Conhecimento que não odeie o tema. E alguém no pleno poder das suas capacidades para a Justiça, para a Administração Interna ou para os Negócios Estrangeiros. Idem, claro está, para os restantes ministérios.
E votei ainda por mais uma ou outra razão mas são cá coisas minhas - e não passei procuração a ninguém para as divulgar ou falar em meu nome.
Portanto, Senhores PàFs e pró-PàFs, se fazem favor, deixem de andar a inventar que votei no PS para que Passos Coelho possa desgovernar o meu País em paz. Não foi!
E, tal como Ferreira Fernandes, também eu digo: não é a mim que me cabe formar governo mas, se fosse, nem imaginam vocês a gracinha que também ia ser. Capaz até de contratar o Lombinha dos Briefings para quando tivesse que contribuir com alguma figurinha cómica para participar, em nome do governo, no Natal dos Hospitais.
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E agora, para quem não tenha ido ou não queira ir ao DN ler as razões do excelentíssimo Ferreira Fernandes ao votar PS, aqui estão elas, transcritas na íntegra (um prazer a leitura das crónicas do grande FF).
Não foi para isto que votei no PS!

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Para terminar com dança, deixo-vos com o vídeo onde se pode ver o patético fim do triste cisne que parece não saber perceber que o seu fim está chegado
[Dedicado aos que, perplexos e ressabiados, protagonizam, neste momento, o fim de uma era largando penas e peninhas por onde passam]
Para terminar com dança, deixo-vos com o vídeo onde se pode ver o patético fim do triste cisne que parece não saber perceber que o seu fim está chegado
[Dedicado aos que, perplexos e ressabiados, protagonizam, neste momento, o fim de uma era largando penas e peninhas por onde passam]
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E hoje fico-me por aqui que estes meus dias são longos, de cedo amanhecer e tarde pernoitar.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quinta-feira muito feliz.
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2 comentários:
Olá UmJeitinho :)
hoje li este texto
é mesmo assim
e fiquei a saber que por trás do "observador" está a gentinha do "compromisso portugal" que angariou, a maior parte a fundo perdido entre 2 a 3 milhões (aqui as fontes divergem)
Cá esta o texto
AOS TECLADOS, CIDADÃOS!
De uma coisa podemos estar certos. Seja agora, seja daqui a poucos meses, quando o governo da maioria de esquerda tomar posse, a formidável barragem manipuladora que já está a ser imposta pelos meios de comunicação controlados pelos grupos privados, pelos pivôs dos telejornais, pelos comentadores de meia-tigela ou de tigela inteira, irá agravar-se mil vezes, procurando lançar a mentira, o ódio e a lama sobre tudo e sobre todos. A esquerda terá de aplicar todo o seu engenho e arte a bater-se no mesmo terreno: o da informação, da opinião, da criação e da propaganda.
Rui Bebiano
GG
Reconheço, sou um simplório. Não me importo. Votei no PS em primeiríssimo lugar para correr com os tipos do PSD-CDS.
Muito bom o post, muita boa a crónica do FF. Ambos, UMJ e FF, sabem utilizar a ironia. Uma qualidade apreciável.
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Já agora, onde já não vão os 2 ou 3 milhões do fundo perdido. Sabendo-se das dificuldades por que passam muitas das empresas dos maios entusiásticos "doadores" nada me admira se o Observador dia menos dia estoirar. Isto está mau e o Observador tem, como diria um doador qualquer curto de dinheiros, uma estrutura de custos com pessoal muito pesada. Uma chatice, tanta gente escrevinhando nele é certo por militância, mas também pelo agradável prazer de receber uns cobres para completar reformas e salários.
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