segunda-feira, outubro 06, 2014

Então mas não há para aí nenhuma clutch para o Passos Coelho levar quando subir à Assembleia para se explicar sobre os dinheiros recebidos quando andava a fazer contactos úteis à Tecnoforma, prestando serviços para uma ONG, isto enquanto era deputado em regime de exclusividade...? Então não há...? Claro que há. Assim de repente já lhe arranjei aqui duas. Ora escolha lá, ó senhor Pedro.


Com um fim de semana como o que tive, apenas entre sonos consegui espreitar o Expresso e, claro, televisão muito menos; assim de repente, que me lembre, apenas o Eixo do Mal no sábado à noite. Até o Sócrates e o Marcelo me escaparam, adormeci pelo meio. O meu marido está na mesma, aguentou-se acordado enquanto os ouvia mas, depois de termos jantado, capitulou. Deitou-se no sofá e está aqui a dormir a sono solto.

Mas consegui ler umas coisas giras, podres de giras, sobre a Tecnoforma, sobre as offshores onde caía o dinheiro dos petróleos de Cabinda e de onde saía dinheiro para o saco azul de onde saíam pagamentos em contado, sobre a ONG para onde a Tecnoforma transferia o dinheiro, sobre o dinheiro contra factura para Passos Coelho, sobre documentação triturada anos depois, e mais umas quantas minudências.

Especula-se se tudo isto que está a vir à tona é coisa de gente desavinda na Tecnoforma, se é vingança servida fria por Espíritos enraivecidos, se quê. 

Nada disso me interessa. O que acho interessante é perceber-se, em pormenor, como funcionam estas empresas que vivem entre esquemas à margem da lei, servidas por gente dita influente; mas, mais interessante ainda, é ter-se, no olho do furacão, o sujeito que tem estado a pôr o país a ferro e fogo, armado em moralista, como se tivesse sido mandatado para aplicar ao povo português uma punição por anos de malandragem, como se ele fosse um exemplo de virtude. 

O povo português talvez um dia destes lhe retribua tudo o que ele tem feito e a história se encarregará de o anular. Criatura mais nefasta, esta.

Bem.

Não se lhe conhecem gostos refinados mas, para o caso de querer desviar as atenções quando se apresentar na Assembleia para responder às muuuiiiiiiitas dúvidas que esta parte do seu passado suscita, aqui lhe deixo uma sugestão: aperalte-se, travista-se, calce salto alto, e avance sem medo, clutch a rodar na mãozinha. Pode ser que fiquem todos tão espantados que resolvam é questioná-lo sobre as marcas, sobre as tendências para esta saison, ou fiquem a especular se, para além de ser o que já se sabe, é outras coisas que acrescentem picante à sua imagem tão negra.

Na categoria das clutches, tenho aqui duas pequenas peças que se adaptam muito bem a ele e à ocasião. São pretas e discretas para o caso de pretender não se prestar a outras suspeições.

Ora escolha, Pedro, se quiser.


Esta chama-se FRINGE BENEFITS, é uma criação de Michael Kors e custa $895


Esta não é bem uma ONG pois tem um M em vez de N mas o Pedrortas nem deve dar por isso.
Chama-se WordPlay esta OMG  e é mais uma bolsa ou pochette do que uma clutch;
é criação de Phillip Lum e custa $285, uma pechincha




Pode encomendar pela internet. Quem é amiga, quem é?


...

Claro que também pode ir disfarçado de Mona Lisa para ver se passa despercebido, qual Mr. Bean. Se ainda lá tivesse a trabalhar consigo a Marta, actual Mme Relvas, que antes lhe escolhia as gravatas e lhe dava bons conselhos, com certeza que ela aprovaria a sugestão.


Rowan Atkinson, mais conhecido por Mr. Bean,
disfarçado de Mona Lisa, numa obra do caricaturista Rodney Pike


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Bom.
Vou pensar num pano B para o caso de não aprovar estas minhas boas ideias.


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