domingo, setembro 30, 2012

No dia 29 de Setembro de 2012, o dia em que o guru do Governo de Passos Coelho, o avençado António Borges, disse que achava a famigerada medida da TSU 'extraordinariamente inteligente' e chamou 'completamente ignorantes' a todos os empresários portugueses, e a poucos dias de se conhecer o novo balde de austeridade que aí vem com o Orçamento para 2013, Portugal saíu à rua e compareceu na Concentração no Terreiro de Paço. São nossos todos os caminhos. (Texto acrescido com a minha opinião sobre as diferenças entre a manifestação de 15 de Setembro e esta)


O Povo é quem mais ordena - cantemos também


[Grândola Vila Morena, cantada por manifestantes neste quente mês de Setembro]


Este ano está a ser, para mim, o ano de todas as iniciações. A primeira anestesia, a primeira cirurgia, etc, etc, a primeira manifestação, e, hoje, a primeira manifestação da CGTP. 

Muitas vezes, ao longo da minha vida, fui muito contrária às posições da CGTP. Parece-me, quase sempre, um sindicalismo retrógrado, totalmente alinhado com o PCP. Mas, tal como no dia 15 de Setembro não fui para gritar contra a troika (porque, de momento, ainda não podemos viver sem apoio externo, o que temos é que fazer, e já!, é negociar, bater o pé) mas sim para dizer não a estas políticas e a estes políticos, fui especialmente para mostrar que estou contra os incompetentes e ignorantes que nos governam, também neste 29 de Setembro fui para a rua porque é na rua, todos juntos, mostrando o vigor e a energia de um povo unido, que podemos conseguir mudar o rumo dos acontecimentos.

Lá fui portanto.

Enquanto nos aproximávamos todas as ruas iam dar ao Terreiro do Paço. Casais com filhos, idosos, grandes grupos oriundos de vários pontos do País, gente com bandeiras, cartazes feitos em casa, muitos jovens.



Uma vez mais o povo saíu à rua


Ao chegar junto ao Cais das Colunas algo me chamou a atenção: algo avançava nas águas. Fiz zoom e captei a imagem.



Cão nadando a grande velocidade no Tejo, com uma gaivota seguindo os seus movimentos


Um grande cão. Maravilhosa imagem: o Tejo azul, o céu azul, o Terreiro do Paço transbordante de gente, e, enquanto isso, aquele cão ali andava a banhos. Que engraçado.

Mas impressionante foi, de novo, o imenso mar de gente. E depois as pessoas, milhares, muitos, muitos milhares de pessoas cantaram o Grândola Vila Morena. É muito emocionante ouvir em uníssono uma canção como esta. Há momentos especiais que todas as pessoas devem poder viver.

Poderia aqui mostrar-vos muitas das fotografias que fiz nas quais se vê a multidão. Mas já sabem que eu prefiro mostrar os pequenos apontamentos, os cartazes interessantes, as pessoas. Penso que, para quem não esteve lá, mostrando estes aspectos particulares, conseguirei transmitir melhor o ambiente.

Uma vez mais digo que, se algum dos retratados não permitir que a sua imagem aqui apareça, bastará que mo diga que logo a retirarei.

O que mais desperta a minha atenção e emoção são as pessoas de idade e as crianças. Estar nestes grandes ajuntamentos, em que é preciso andar bastante, pode não ser fácil para quem tem mais idade e, em especial, para quem venha de longe.



Um futuro difícil mas, enquanto existirem flores, haverá esperança


O calor apertava e nem a proximidade da água refrescava, em particular aqueles que percorreram longos caminhos para cá chegar.



Desencanto, preocupação mas, apesar das dificuldades, sentido de cidadania


Um dos aspectos mais gritantes quer nesta manifestação quer na de 15 de Setembro é o desprezo que todos os muitos milhares de portugueses mostram por Passos Coelho e pelos ministros do seu Governo.

É impossível a alguém governar um país que lhe perdeu o respeito, que goza com ele, que o trata por burro, por incompetente, por gatuno. É isto que está a acontecer a Passos Coelho. É humilhante para ele.



Coelho vai p'ra toca


A imaginação e o sentido de humor sai àrua nestes dias. As pessoas dão-se ao trabalho de escrever, desenhar, de montar, de transportar, de exibir os mais diversos gritos de revolta,


Contra o bullying política

E, no dia em que o vendilhão de Portugal, o avençado António Borges, chamou completamente ignorantes a todos os empresários portugueses, dizendo que não passariam no primeiro ano do seu curso (isto depois de na antevéspera Passos Coelho lhes ter chamado cobardolas e queixinhas), cá temos um cartaz em que o dito vendilhão é uma das figuras de proa.



Vieram peritos em habilidades...
(o António Borges, o Gaspar-não-acerta-uma, o etíope do FMI e o Senhor.Professor.Doutor.vai.estudar.ó.Relvas)


Mas o Gaspar aparece em vários cartazes. O maior nabo, o aprendiz não sei de quê, o que espantilha todas as contas públicas, o fulano que até hoje ainda não conseguiu acertar uma e que, mais grave ainda, ainda nunca percebeu nada do que se está a passar, é um dos mais gozados. Foi outro que virou cartoon, anedota.



Não se vê aqui o cartaz inteiro mas eu conto-vos: Estou... a... foder... vos... deva... garinho


Mas há um que é a gargalhada geral. O grande estadista Miguel Relvas, aquele que anda escondido, aquele que é amigo de espiões, que ameaça jornalistas, que quer despachar a RTP para os amigos e que tem uma carreira académica de mão cheia, e que, por mais inacreditável que possa ser, ainda é ministro, virou cartaz cómico.



Miguel Relvas: Doutor Horroris Caca


E depois, claro, sempre, nas mais variadas formas, temos o ex-doce, o maior responsável pelo desgraçado estado da nação, o Passos de Massamá, o marido da D. Laura, o Pedro do facebook.



Um polvo chamado Nini - duração de vida: e meses


E o sentido de humor, sempre o sentido de humor. O Coelho a violentar (digamos assim) um cidadão deu-me vontade de rir apenas pela ideia e pelo grafismo. Mas se nos lembrarmos que é isso que ele anda a fazer a milhões de portugueses, a coisa perde a graça.



Já chega! PORRA - diz o Zé povinho ao Primeiro-Ministro


À hora a que vos escrevo estou a ver na televisão a violência da polícia carregando sobre os manifestantes em Madrid. Em Portugal não há nada disso. As pessoas manifestam-se a sorrir, a cantar e os polícias manifestam-se juntamente com o resto da população.

Ouviu-se um grande aplauso quando chegou a coluna da PSP e GNR. As bandeiras ondulavam, hasteando os valores da fraternidade.



A PSP e a GNR ao lado do povo, contra este Governo e contra as suas políticas


E depois há o sentimento geral de que os políticos que agora estão no poder são mercenários, gatunos. São palavras que se multiplicavam pelos cartazes. Nas mãos de um belo sorriso juvenil, estes cartazes têm ainda mais impacto.



Mercenários (Cavaco à frente do grupo composto pelo Governo)
e Falas de barriga cheia - devolve as regalias e vai mas é trabalhar malandro!


E, claro, há a revolta, os lamentos, o sentimento de injustiça. 


Os reformados não são lixo! Não ao confisco dos subsídios.
É imoral!
É ilegal!



Muito engraçada também a declaração desta jovem ex-simpatizante do PSD. O cabelo ocultava a parte de cima, mas o que se via era elucidativo.



Sou leal à Social Democracia mas não ao 1º Ministro
Pedro Passos Coelho traíu e trais os princípios e valores do PSD


E depois houve de novo a força imensa da juventude, da beleza, da irreverência. Quando os jovens acorrem em força, da forma como eu tenho visto, temos que ter esperança. Talvez esta seja a hora em que os jovens vão perceber que têm que se interessar pela política, que têm que lutar pelo seu futuro.



Sorrisos, flores, cor, alegria, graça  -  e a vida pela frente


E os chapéus? Fantásticos. Adorei este aqui abaixo. Adorei.



Um guerreiro no Terreiro do Paço


E, no fim, já quase no rescaldo, o calor...? E a sede...? E o convívio...? E a joie de vivre...?



A beleza da juventude... e que haja cervejas para todos


Claro que esta manifestação foi diferente da de 15 de Setembro. A de 15 de Setembro em Lisboa congregou essencialmente pessoas de um meio mais urbano, e era notória a predominância das classes média e média alta. A deste sábado era uma manifestação convocado pelos sindicatos de todo o país e, portanto, via-se gente vinda da província, de meios rurais, talvez ainda do que sobra de meios fabris. E achei tocante ver toda aquela gente, muitos com aspecto muito humilde, outros com ar de quem vinha a Lisboa, todos mobilizados e festivos. Havia bandeiras da CGTP, havia palavras de ordem, havia organização e isso é um aspecto relevante e que merece ser saudado. É importante que os trabalhadores estejam organizados e que tudo se processe de forma tão ordeira. Mas, depois, havia também todas as outras pessoas de Lisboa e arredores que se lhes juntaram, gente, tal como eu, que não se identifica com muita da praxis sindicalista nem com os mandamentos dos partidos ditos comunistas e que estava ali apenas para se insurgir contra a destruição que está a ser levada a cabo no país. E via-se de novo muita gente 'muito bem' (desculpem-me a expressão), ou seja, via-se, de novo, gente muito heterogénea. E esta mescla é dos aspectos mais marcantes numa concentração desta dimensão.

Pessoalmente, reconheci-me mais na de 15 de Setembro, muito espontânea, muito mais alegre e emotiva. E de 29 de Setembro teve, em meu entender - e estou à vontade para falar porque sou estreante nestas lides - algumas características que tendem mais a desmobilizar do que a congregar: os discursos intercalados por palavras de ordem, o discurso longuíssimo de Arménio Carlos, já não são forma de cativar e motivar as pessoas.

Já na de 15 de Setembro me pareceu que faltou qualquer coisa que 'prendesse' um pouco as pessoas quando chegaram à Praça de Espanha. Chegaram ali e acabou.

Ou seja, parece-me que seria uma forma bastante interessante de prender e mobilizar as pessoas se o palco e as instalações sonoras fossem aproveitadas para que se ouvisse poesia declamada, canções projectadas nos ares, e, talvez, pelo meio, pequenas intervenções de opinião e mobilização.

O que aconteceu com o discurso de Arménio Carlos e o que aconteceu também na ausência de qualquer coisa na Praça de Espanha foi o mesmo: um imenso mar de gente com disponibilidade para se manter por mais tempo unido e atento e empolgado e que acaba por dispersar sem que tenha havido, digamos assim, um momento de clímax.

Seja como for, foi bom, e só o facto de vermos a população a sair à rua, a percorrer as ruas com vontade de dizer BASTA e de o dizer de peito feito e cara destapada, já é uma vitória.

E, portanto, depois foi tempo de regresso. As camionetas que vieram de longe, abrigavam geleiras, cestas, cabazes e, na hora de voltar à terra, fizeram-se pic-nics mesmo ali e as caixas com entrecosto frito, com pastéis de bacalhau, passavam de mão em mão, e toda a gente comia e bebia, feliz, animada.



Estas são as formigas trabalhadoras que ao longo dos tempos alimentam as inúteis cigarras como António Borges, Passos Coelho, Miguel Macedo, Vítor Gaspar, Miguel Relvas, Paulo Portas e outros 


Este é o povo que começa a levantar-se e a cantar Acordai!, este é o povo que percorre os difíceis caminhos da democracia e da liberdade. Este é o povo que recomeça a sentir que são nossos todos os caminhos.

**

Uma vez mais, saíu-me longo este post. Cheguei a casa muito tarde. Depois estive a passar as fotos para o computador, a escolher algumas de entre as muitas que fiz. E só agora, e já passa um bocado das 2 da manhã, estou a acabar isto. Por isso, peço desculpa aos meus queridos Leitores que comentaram o post anterior (quer do Um Jeito Manso quer do Ginjal e Lisboa) por hoje não responder mas estou mesmo cansada. Amanhã também vou ter um dia cheiinho que nem um ovo mas arranjarei tempo para responder, está bem?

Também não consigo manter os olhos abertos por mais tempo pelo que não vou nem espreitar o que acabei de escrever. Por isso, se descobrirem letras trocadas, vírgulas a mais, a menos ou fora do sítio ou gralhas de qualquer tipo, relevem, sim?

**

Desejo-vos um belo domingo. Despedimo-nos de Setembro, o mês da doçura, que foi tão quente. Esperemos que Outubro não seja ainda mais quente mas, se for, que o seja por uma boa causa. 

13 comentários:

Anónimo disse...

Excelente reportagem!
Se fosse dona dum jornal, comprava.
Um abraço,
TBM

Maria disse...

Amiga:
A manifestação de dia 15 mexeu mais comigo. Esta foi mais orquestrada. A CGTP é eximia em orquestrações. Camionetes, gente vinda de todos os lados para Lisboa, palavras de ordem.
A outra teve mais espontaneidade. Cada um na sua terra, gritos e músicas próprias. Portugal não é só Lisboa. Claro que o inimigo está aqui, salvo alguns que teriam ido para o estrangeiro, em serviço, claro.
Mesmo assim foi bom. Gostei das fotos. O humor sarcástico dos portugueses, mais uma vez se superou. É este o nosso povo. Nada de violência, nada de pancada. Até quando? Será que a falta de vergonha dos desgovernantes é tão grande, que vão continuar a desgovernar? Não conseguem ver, que ninguém os quer, nem confia neles?
Coelhos, Relvas, Gaspares, Boges, Cavacos, para a rua já!
Já não suporto as caras e as vozes deles.
Estamos fartos.
Alguém faça um Manifesto Anti-Eles, do tipo do Anti-Dantas.
Fora o governo. Pim!
Abraço
Maria

Um Jeito Manso disse...

Olá TBM,

Até me fez rir com esse elogio. Obrigada.

Um abraço, TBM. e um bom domingo!

Um Jeito Manso disse...

Olá Mary,

Depois de ter lido este seu comentário até voltei ao meu texto e acrescentei-lhe, lá a meio, um bocado.

É verdade que esta foi organizada e teve gente vinda da Vidigueira, do Cacém, de Coimbra, etc, é certo que teve palavras de ordem.

Mas essa capacidade de organização da CGTP é digna de realce e enquanto os trabalhadores estiverem assim, organizados, manter-se-ão ordeiros. O pior é se lhes salta de tal maneira 'a tampa' que desatem a ir para a rua, fazer o que andam a fazer em Espanha ou na Grécia. E ver que tanta gente de todo o país se mobiliza para vir, unida, gritar em conjunto, também é uma coisa que, vista de perto, impressiona (e até comove).

Também preferi estar na manif de 15 de Setembro mas esta também foi um belo murro no estômago do Governo, assim eles percebam o que se está a passar.

Mas acho que não percebem. A inteligência deles não chega para tanto. Não viu o António Borges ainda a ter o desplante de chamar completamente ignorantes aos empresários deste país? Gente sem sensibilidade social, sem compreensão pelos problemas dos outros, gentinha que vive fechada no seu mundo.

Mas essa sua ideia do manifesto anti-eles é uma boa e eu, como já escrevi agora no meu texto, acho que estas grandes concentrações de gente seriam mais mobilizadoras se alguém subisse ao palco e declamasse um manifesto anti-eles. Imagine uma voz como a do Ary ou a do Mário Viegas a declamar para centenas de milhare sde pessoas um manifesto anti-eles...! O tremendo impacto que isso não teria.

E fora o governo!

Um abraço, Mary, e um belo domingo!



Anónimo disse...

Belo Post, com excelentes fotos, a testemunhar o que ali se passou.
Como tenho de partir para uns dias de ausência, não me vou alongar um pouco mais.
Mas nem é preciso. Está tudo aqui dito. E bem. Oportuna a observação sobre como deveriam terminar este tipo de manifestações, aproveitando a onda de revolta e haver algo mais que absorvesse este enorme mal estar e o canalizasse de melhor forma. Mas correram bem ambas as manifestações. E pacificamente. E com Políciasà mistura! Ainda que com a revolta no coração de quem ali apareceu.
O Governo deveria pensar nestes enormes “mal-estares”, deveria repensar as injustiças sociais que pratica e corrigi-las. Mas de um governo de extrema direita (como o classificou MST) não se pode esperar tal.
Quanto ao Borges, o homem é uma abjecta figura! Política e socialmente insensensivel. Um arrogante, um lacaio do pior que existe a soldo do capital mais desumano. Porque há muita gente excelente à frente de muitas empresas deste país.
E depois...em vez de gozar a vida, que é um bem tão precioso e tão curto, predispõe-se a isto. A estas provocações, a vender o “ouro” do País a pataco, com a anuência do “Doce-Passos de Massamá”.
Gostei do que aqui li e gostei também do seu sentido de humor.
Um bom Domingo e até breve!
P.Rufino

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Em primeiro lugar tenho que lhe agradecer as suas palavras, sempre tão directas. Não sei se já viu que um seu comentário aqui foi reproduzido no site Causa Vossa. Eu fiquei muito contente por isso e espero que também fique. Aqui lhe deixo o link:

http://causavossa.blogspot.pt/2012/09/passos-e-cia-politicamente-abjectos.html

Quanto ao resto, acho que está a haver uma mobilização nacional tão grande, e uma mobilização tão cívica, tão transversal, tão apartidária que penso que seria interessante que as formas de manifestação deveriam traduzir este espírito.

Seria bom que os artistas deste país se unissem e organizassem um grande acontecimento de mobilização e de afirmação da força do civismo.

Sei que o UJM é lido diariamente por algumas centenas de pessoas mas, claro, não sei quem são os leitores. Seria bom que, de entre os que me lêem, alguém tivesse a capacidade de pegar na ideia e pôr de pé uma forte e inequívoca demonstração da capacidade de concretização e de inovação do povo português. O povo deveria demonstrar a estes ignorantes o que é a força do povo.

Bom, não o demoro mais. Desejo-lhe boa viagem e boa estadia.

E um bom domingo, P. Rufino!

jrd disse...

Está tudo aqui; as emoções, as vivências, as imagens, a revolta e, acima de tudo, "a Manifestação"!
Obrigado
Um abraço (de quem não pôde estar presente)

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Infelizmente não está tudo aqui. Falta o sol, o brilho do rio, as expressões populares das pessoas enquanto faziam pic-nic junto das camionetas, o som do riso das crianças, falta a imagem do Mário de Carvalho que passou por mim e ia a sorrir, falta a dificuldade de uma senhora de idade que caminhava com dores nas pernas e na anca, falta o arrepio na pele pela emoção de tanta gente a cantar o Grândola. Mas, enfim, tentei transmitir um pouco o que senti. E uma coisa se deve realçar. Aquele lugar é único para uma coisa assim. As imagens aéreas mostram-no e, estando lá, também se sente que é um lugar único. É a história e a beleza natural da cidade e do rio. E quando todo o espaço é habitado por pessoas e gaivotas fica mesmo uma coisa deslumbrante.

Um abraço, jrd, e um bom domingo!

Isabel disse...

Reclamamos, mas ninguém quer ouvir...
É desanimador!

Um beijinho e bom começo de semana

Um Jeito Manso disse...

Isabel,

Não é como diz. Se muito reclamarmos e se enchermos as ruas e se o governo se sentir cercado, acabará por cair. Está por um fio. As coisas vão mudar. Vão, vão. Todos temos que mostrar que queremos um país mais justo, mais respeitador dos nosso direitos. E, se o exigirmos de forma muito audível, haveremos de conseguir. Eu sou uma optimista (e uma lutadora); por isso, acredito mesmo nisto.

Um abraço, Isabel!

Anónimo disse...

Olá jeitinho, não consegui ir a esta manifestação, por complicações de saúde, mas não é que ao ver as fotos vi o meu pai de costas e quase não se vê, mas claro que o reconheci. Achei de novo engraçado, como quando estivemos pertinho uma da outra na Gulbenkian. Ainda nos vamos conheçer pessoalmente um dia destes.
Boa semana.
Beijinhos Ana

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana,

Não me diga... Que engraçado. Já estive a rever as fotografias a ver se descobria qual poderia ser. Que engraçado que isto é. Um dia destes ainda vamos mesmo conhecer-nos, também acho.

Mas agora quero é dizer-lhe que espero que já esteja de boa saúde, que tudo já esteja ultrapassado.

Um beijinho, Ana, e uma boa segunda feira!

Maria Eduardo disse...

Olá,
Cheguei muito tarde de uma ida ao coração de Portugal, mas não consegui adormecer sem vir espreitar as suas opiniões sobre a manifestação do dia 29, pois sabia que aqui ia encontrar as respostas às muitas das minhas dúvidas.
A sua reportagem foi excelente! Não estive presente fisicamente mas estive de alma e coração através do seu olhar e das suas palavras.
Concordo com a opinião de uma das suas leitoras, quando refere que este tipo de manifestações são um pouco orquestradas, mas por outro lado também concordo consigo, pois quando as manifestações são constituídas por todo o tipo de classes sociais, se não há organização e orientação das massas, os ânimos podem-se exaltar, e perdem o controle, o líder ou orientador é imprescindível para que ordeiramente manifestem a sua indignidade, sem no entanto perderem a razão!
A manifestação de dia 15 foi mais espôntanea e muito personalizada, sem orientadores nem seguidores, no entanto também concordo que lhe faltou atingir o "climax", como refere, pois faltaram as vozes dos poetas, dos "speakers" para acordarem e revirarem as mentalidades dos desgovernantes e também para dar a conhecer "Modelos" e alternativas possíveis para as grandes viragens. Faltou a grande mensagem "Anti-Eles" e também para alguns manifestantes faltou-lhes trazerem na bagagem uma mensagem de confiança e de missão cumprida.
Mas, quem sou eu para apontar o dedo, pois não estive lá, se bem que o meu coração estivesse sempre a bater acelerado!...
As fotos são também excelentes.
Parabéns por esta reportagem digna de uma folha de um semanário e da Web.
Um grande beijinho e mais uma vez muito obrigada por este trabalho.