segunda-feira, agosto 27, 2012

Este é o amor das palavras demoradas. O amor em cujo amor me eternizei. Dia de afectos, dia de festa, dia de sorrisos - e, claro, de muita desarrumação (mas não faz mal até porque ainda é Natal). E uma artista dá os seus primeiros passos.


Um bocado de paz


Peace piece - Bill Evans

*

E então, depois, há a terra, a que me recebe nos seus recantos de sombra, a que, bravia e arisca, se deixa amar.



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Nos dias de calor, longe do mar e do rio, aqui in heaven, procuro as dobras de frescura, os lugares em que o cheiro das árvores, a caruma dourada, os langores de verão, se deitam na mesma cama, aqui onde uma outra mulher, uma mulher azul, se reclina, olhos fechados, apaziguada. Ou lê, silenciosa como eu, para que os pássaros não parem de cantar.

Percorro, depois, os caminhos de terra e pedra enquanto as cigarras cantam, ignorando quem passa. Vou sempre em silêncio, muitas vezes descalça. Se é ao fim da tarde, quase ao lusco-fusco, quase me assusto pois, de dentro dos arbustos ouço ruídos, parece alguém que se esconde, passos que correm. Mas olho e apenas vejo os ramos a agitarem-se. Penso que são coelhos. Outras vezes os ramos agitam-se com força, parece alguém a querer desembaraçar-se e fico em suspenso mas, depois, vejo que são os pássaros a soltar-se, erguendo-se num rompante em direcção ao céu.

Sigo então. A grande figueira está carregada. Os figos este ano estão miúdos, parece que o calor forte de há dias atrás os amadureceu precocemente. Mesmo os que agora vejo ainda rijinhos, pequenos, para a semana estarão já muito maduros, senão até caídos.


Uma constante este ano. Mas na natureza nada se perde, tudo se transforma, e as formigas têm tanto direito a eles como nós


Mas a figueira não dá só suculentos figos. Dá sombra e tem um cheiro delicioso. Não há melhor do que ler um livro debaixo de uma figueira sentindo o delicioso cheiro do leite e do mel que escorre dos figos.



Este é o amor das palavras demoradas/ moradas habitadas/ Nelas mora/ em memória e demora/ o nosso breve encontro com a vida



Este é um lugar habitado por poetas. Quem aqui costuma vir já os conhece. Muitos dos poetas que amo estão aqui presentes. É ao lado deles que me sento e são as suas palavras que me acompanham. A poesia não é só para ler nos livros ou nos computadores. É também para mexer e tanto que eu gosto de passar as minhas mãos por estes poemas, e é para cheirar pois não há poema que soe melhor do que os que cheiram a figos, a pinheiros, ou a erva molhada. Dentro de mim os poemas têm voz, sabor, cheiro, conheço-lhes a pele, sei como sol incide neles, conheço-lhes as consoantes em que a sombra se resguarda.

O alfazema também já está maduro e hoje apanhei alguns ramos para casa e para oferecer.

O perfume do alfazema maduro é doce, limpo, macio. 

Tenho um bule muito antigo, que era de uma avó do meu marido. É de esmalte lilás e tem amores-perfeitos pintados. Todos os anos apanho alfazema e ponho-o lá. Perfuma a sala e a cor das espigas condiz com a sua cor suave.


.
Está na parte mais alta de uma estante, quase junto ao tecto.
É a única maneira do ganguezinho da desarrumação não esfarelar as espigas pois,
 vá lá saber porquê, adoram tirar-lhes as sementes.


E, por falar em ganguezinho, hoje voltou a haver festa e, como de costume, não fica pedra sobre pedra. Brincam, descobrem, desafiam-se, ajudam-se, protestam, riem, riem, riem, brincam. 




O ex-bebé apareceu ao pé de mim com uma coisa que eu nem percebia o que era. Ele levou-nos ao local: tinha retirado uma peça de uma bicicleta de ginástica que está lá num canto. E, muito compenetrado, concentrado, ali esteve a tentar colocá-la de volta. Temos engenheiro. (Oxalá a tenha deixado no sítio).




A bonequinha mais linda não pára. Espreita em todo o lado, tira do sítio, quer perceber o que é, vai mostrar, volta a arrumar mas onde ela acha mais conveniente, sempre decidida, sempre atarefada. Os primos adoram-na. O mais crescido mostra-lhe o funcionamento das coisas, explica tudo e ela ouve com a atenção que se dedica aos crescidos. Afinal ele tem quase mais dois anos que ela...!

O ex-bebé, então, acha-lhe uma graça especial e só quer mexer-lhe, fazer-lhe festas; ela quer brincar, não percebe aquela 'melguice' e sacode-o incomodada, sem paciência para bebés. Afinal tem mais sete meses que ele...!




O menino grande da família (sim, grande, já fez 4 anos, já vai para a sala dos grandes) tem o papel de explicar as coisas aos pequeninos. 

Aqui, enquanto o irmão, o ex-bebé, não pára um minuto, a prima está intrigada por já ser Natal. Ele talvez lhe esteja a explicar que não é 'já', que é 'ainda'. 

De facto, duas pequenas árvores de Natal estão ainda aqui, lado a lado. Eles acham-lhes tanta graça que não tenho coragem de as desmanchar ou retirar (ou é por isso, ou é por preguiça, não sei bem). A mais estilizada já muito depauperada pois é local habitual de recolha de estrelinhas e bolinhas. Anda sempre algum deles com um desses maravilhosos objectos coloridos e brilhantes na mão e eu descubro estrelinhas destas em todo o lado.

E depois há o bebé, o que nasceu há três semanas e que, por enquanto, ainda não desarruma nada. Mas já por aqui anda, participando na festa embora, para já, durma a maior parte do tempo. A maior barulheira, a maior confusão, luzes acesas, toda a gente a falar e a rir à volta dele, e ele, sossegado, na maior das tranquilidades.




Há sempre uma mão que lhe faz uma festa; uma ou mais, que o carinho é muito. Há sempre um sorriso ao olhar para o mais novinho da família, há sempre um gesto de ternura. 

A maninha espreita-o, protectora, e os primos espreitam-no curiosos. O ex-bebé, então, pelas expressões de admiração que faz, dá ideia de não saber o que pensar de uma coisa tão pequenina. Olha para ele com ar intrigado e depois olha para nós como se esperasse uma explicação para aquele fenómeno. Como não obtém explicações satisfatórias como que encolhe os ombros, desiste e parte para outra. 

E depois há o fascínio da bonequinha mais linda pela fotografia. Quem sai aos seus... Pega na minha máquina, que é grande e pesada mas que ela manipula com uma facilidade espantosa, tira a tampa da objectiva, liga-a, aponta maravilhada para cada pequena coisa e dispara. Muitas vezes chama-nos, encantada com os pormenores que vê - e pode ser um livro, a lareira, uma cadeira- : 'Olha!', diz-nos ela, aponta e dispara. Agora aprendeu também a fazer zoom e faz grandes planos. Outras vezes aponta na nossa direcção, diz 'Cu-cu...!' e, quando nós olhamos, dispara. Outras vezes não sabemos para onde apontou mas o resultado são peças abstractas com uma cor e um movimento que nos encantam.



Uma das muitas surpreendentes imagens da mais jovem fotógrafa que conheço.
Com dois anos acabados de fazer, máquina ao pescoço, lá anda ela vai captando o mundo tal e qual o vê, com cor, luz, movimento. E ri, orgulhosa, feliz.

*

Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei,
não pelo meu rumor que só perdi,
não pelos incertos actos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
e em cujo amor de amor me eternizei.



*

Em itálico, no fim, o excerto de um poema de Sohia, senhora de muitas sábias palavras. As 'palavras demoradas' que se ouvem sob a figueira são também dela.

*

A todos vós, Caros leitores, desejo que o vosso encontro com a vida seja feliz, demorado. E que esta segunda feira seja um dia muito bom.

16 comentários:

Bartolomeu disse...

«A poesia não é só para ler nos livros ou nos computadores. É também para mexer e tanto que eu gosto de passar as minhas mãos por estes poemas, e é para cheirar pois não há poema que soe melhor do que os que cheiram a figos, a pinheiros, ou a erva molhada. Dentro de mim os poemas têm voz, sabor, cheiro...»
Sábia constatação, UJM.
Prcebo que abandonaste a nostalgia do mar e te retiraste para apreciar o bucolismo campestre; sábia decisão.
;)
Poesia, família, crianças adoráveis e natureza em teu redor, será que é aí o paraíso?!
E árvores de Natal, assinalando a omnipresença daquele rapaz que nasceu em Belem ha 2011 anos, e que fará 2012 no dia 25 de Dezembro.
;)
Estou a recordar-me de Maria Bethânia, declamando/cantando Pessoa, o tema? Já vais ver...
http://www.youtube.com/watch?v=gWI1gs0dJYk
Continuação de bom paraíso!!!

margarida disse...

ai querida UJM, que maravilha..., que coisas lindas e boas e sãs!
ai, que quase tenho uma invejazinha de nada, ai!
LOL!
:)))

Anónimo disse...

Obrigada jeitinho pela preocupação e carinho. O fim de Agosto é complicado para mim é que faz anos, mais precisamente 3 anos que me morreu uma tia-mãe que eu adoro e que ainda era nova e tinha muito para dar ao mundo. Com cancro que a levou em 9 meses. É uma altura triste para mim embora acredite que ela está em paz e que está num lugar luminoso e melhor.
Beijinho Ana

jrd disse...

Carissíma Amiga,
Que bom ser Avó/avô
Tantas mãos, tantos dedinhos, tantas traquinices. Tanta ternura.
E eu condensei e sublimei todos esses momentos de fascínio nos minutos do “vai e vem” de som e imagem, que o Skype me permite diariamente.
Abraço

Um Jeito Manso disse...

Olá Bartolomeu,

Enquanto escrevo estou de novo a ouvir Bethania a dizer Fernando Pessoa e, de facto, nada poderia ser mais apropriado aos meus meninos endiabrados que brincam com as árvores de Natal, como se na minha casa fosse sempre dia de Menino Jesus.

Muito obrigada.

Eu balanço entre a água e a terra. Ainda ontem estava no campo mais campo e hoje já estive a ver o sol a pôr-se, de novo, sobre o mar.

E tanto gosto de estar rodeada de confusão e risadas, sem um segundo para mim, como gosto de andar a passear sozinha enquanto fotografo na beira da praia. Sou cheia de contradições, se calhar como toda a gente.

Seja como for, quer no meio das árvores, das pedras e dos poemas, quer no meio das gaivotas a respirar o ar molhado das ondas, estou sempre no paraíso pelo que os votos de continuação de bom paraíso vêm sempre a calhar.

E obrigada por tudo!

Um Jeito Manso disse...

Olá Margarida,

É o meu mundo, Margarida, um mundo de coisas e sentimentos muito simples (mas muito genuínos).

Frequento, por vários motivos, meios em que toda a gente se abraça muito, ri muito, dizem coisas 'fantásticas' e tudo é muito exuberante. Eu não sou nada disso, nada de grandes festarolas mas tudo muito autêntico, pão pão, queijo queijo. E como por estas bandas, no inner circle, é tudo gente com muito sentido de humor, é sempre uma risota mas uma risota de nos desmancharmos mesmo a rir, nada forçado. Mas quando dá para partir a louça, também se parte. E depois passa logo e fica tudo na boa. Por isso acho que essa das coisas 'sãs' a que achei graça quando li, se aplica muito bem.

Vou partilhando de vez em quando, para que, quem lê, também possa sentir que faz parte.

Um beijinho, Margarida!

PS: Estive há pouco a ver o pôr do sol na praia e vi dois cães a saltarem à beira de água, a correrem e a brincarem na maior alegria e lembrei-me de si. É uma imagem de liberdade e de bem estar tão grande (e lembrei-me da minha amiguinha que tanto gostava de correr na praia).

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana,

Que tristezas lhe pesam nos ombros por estes dias. Perder uma pessoa querida é uma dor grande. Ver uma pessoa querida a sofrer é uma dor muito grande.

Mas o tempo vai atenuando. E ela vive ainda dentro de si. Pense que ela se mudou do mundo em que vivia para o coração daqueles que não a esquecem. Há tempos escrevi um texto no Ginjal sobre as pessoas que amámos e que já partiram, imaginando que voltam de vez em quando, sem que ninguém as veja, para olharem por nós. Uma Leitora, a Olinda Neto (do blogue Xaile de Seda), escreveu depois um comentário dizendo que são os Manes, os seres queridos que foram antes de nós.

Deixo-lhe o link:

http://ginjalelisboa.blogspot.pt/2012/07/se-conseguires-entrar-em-casa-e-alguem.html

Um beijinho, Ana, e pense na sua tia-irmã com alegria, sim?

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Tenho a sorte, uma sorte sem tamanho (e que a cada momento peço encarecidamente que a continue a ter) de ter a minha família mais chegada toda perto de mim. Posso estar com eles, em especial com filhos e netos, vê-los, falar, deliciar-me, fotografá-los, brincar.

Claro que a gente se habitua a tudo, que remédio, e às tantas a distância supera-se com os meios à disposição e já nem custará tanto. O skype é o grande amigo das famílias que estão afastadas.

Mas, tem razão, é muito bom ter netinhos. São tão queridos, olhamo-los com tanta ternura, e é tão bom ver os nossos filhos tão contentes e tão cuidadosos com os filhos deles.

Um abraço e desejo-lhe uma boa terça feira!

Isabel disse...

Gostei muito do seu post.
Dos seus cantinhos lá no Heaven.
Do bulezinho (mais uma coisa de que também gosto. Tenho vários espalhados pela casa) com alfazema - aceitava um raminho se estivesse perto!

As suas crianças parecem todas uns amores.
As crianças enchem a casa. Tive cá uma sobrinha de dois anos e pouco, uns dias. É uma idade giríssima.

Os seus todos juntos e com essas idades, deve ser um desassossego! Mas um desassossego bom.

Um beijinho

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Pois é, se eu pudesse dava-lhe um raminho cheiroso de alfazema, é um cheirinho tão bom. Gosto imenso de perfumar a minha casa com o perfume natural das espigas de alfazema. E o bule não é mesmo bonito? E o que ele tem resistido?

Já quando era pequena, a minha filha queria sempre brincar com ele e, volta e meia, caía. Aliás tem uma mancha preta sem esmalte, das quedas que já sofreu. Agora os pequeninos, acho que pelas espigas, também era uma tentação. Por isso, agora está quase junto ao tecto.

E o que eles enchem mesmo a casa, é verdade...! Três pimentinhas irrequietos! Qualquer dia já o mais pequenino, o quarto, andará a fazer-lhes companhia. E isto se o actual bebé não se tornar também em breve ex-bebé que eu, a este ritmo, já não digo nada. Aliás os meus amigos, quando me vêem, já me perguntam logo em quantos netos vou, tal o ritmo a que têm nascido.

Um desassossego, diz bem. Quando ontem saíu toda a gente, arrumei assim as coisas maiores e deitei-me no sofá. Estava a dar o Prof Marcelo. Pois acho que nem uma única palavra ouvi. Foi tiro e queda, adormeci instantaneamente. Quando acordei já o meu marido estava a ver outra coisa qualquer mas nem estava admirado com a 'pancada' que me tinha dado porque com ele também costuma acontecer a mesma coisa, depois da casa ficar sossegada a seguir a uma grande confusão.

Um beijinho, Isabel!

Maria Eduardo disse...

Obrigada por ter partilhado este belo post. Achei-o uma maravilha, convidativo, entrei no seu ambiente familiar e até brinquei um bocadinho com os seus netinhos, pois foi tudo tão natural que até me senti presente, completamente envolvida nessa alegria de viver e convívio com as crianças.
Gostei também muito do bule antigo... e dá para imaginar a quantidade e qualidade de chás que serviu, as reuniões em família que presenciou e as conversas que ouviu...São peças com história, a nossa história. Também tenho um fascínio por antiguidades, pois lá diz o velho ditado que "quem sai aos seus, não degenera"...pois tive um tio antiquário.
Disse-me há dias que, quando se reformar, "poderá dedicar-se à escrita...", pois não é preciso esperar por essa situação, porque já é uma grande escritora!... se me permite este elogio, é só compilar os escritos e publicar, eu sou desde já uma leitora sua. Os meus sinceros Parabéns! E obrigada por este espaço maravilhoso.
Um beijinho

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Eduardo,

Muito obrigada pelas suas palavras tão simpáticas, um verdadeiro incentivo à escrita.

Isto para mim é quase uma necessidade.

Por estes dias tenho cá o mais crescidinho (4 anos, feitos há cerca de 1 mês) a passar uns dias comigo e, portanto, sujeita aos horários dele mais os programas de festas que envolvem juntarmo-nos todos para isto, aquilo e o outro, quase fico sem tempo para estar aqui. é 1 e tal da manhã e ainda estou a responder a comentários e ainda gostava de ir fazer qualquer coisa mais. Mas estou francamente perdida de sono e sei que daqui a nada está ele a acordar e a ter que tomar o pequeno almoço e que, depois, o dia vai ser outra sucessão de actividades. Mas gosto de escrever e gosto de conversar com os meus leitores.

Eu também gosto muito de coisas antigas e reprocesso muitas coisas. Gosto mais de coisas com história do que de coisas banais. Aquele bule, por exemplo: o que eu gosto dele e os cuidados que tenho para que não se danifique. E tem razão, tantas gerações, tantos chás. Essa avó do meu marido morava num andar da Av. Almirante Reis, enorme, com uma vista fantástica sobre Lisboa. Tinha coisas muito bonitas. Uma tia do meu marido era solteira e vivia lá. Era ela que, sabendo deste meu gosto, de vez em quando me dava peças de que achava que eu ia gostar. E quando essa tia morreu e tivemos que 'desmanchar' a casa (uma das coisas mais horríveis em que participei), coisas pequenas que ninguém queria, eu fiquei com elas. Tive pena de deitar fora ou dar. O meu marido não queria, fazia-lhe impressão. Mas eu gosto de ter coisas que são memórias.

Quanto aos meus 4 menininhos são uma alegria, uma festa. Hoje estive com os 3 mais crescidos na praia ao fim do dia (o bebé ficou em casa, claro, ainda nem 1 mês tem) e é uma festa: cada um corre para seu lado, e depois, quando se juntam é para fazer maluquices. Era tarde e estava já frescote. Estava maré vazia e ficam aquelas piscinas na areia. Pois um atirou-se, vestido, para a água e logo os outros dois, na maior galhofa, rindo às gargalhadas, fizeram o mesmo. E tirá-los de lá...!

Depois aqui foram os banhos, e enquanto está um, está o irmão e fazer parvoíces, especialmente o ex-bebé (vai fazer 17 meses). O meu marido avisou-me 'olha, já está com aquela moca na mão!'. Moca? Não tenho nenhuma moca. Era uma peça de madeira, uma esculturinha, uma árvore, em que a copa é redonda. Tem um gosto por aquilo... Eu escondo porque já me separou o tronco da copa mas ele descobre sempre.

Bom, fico por aqui, para ver se ainda faço qualquer coisa antes de ir dormir.

Um bom dia para si, Maria Eduardo!

Maria Eduardo disse...

Hoje, a minha passagem por aqui, é só para lhe agradecer a sua disponibilidade, generosidade e simpatia que tem para responder aos comentários dos desconhecidos visitantes do seu blog. Só revela e confirma a sua grande sensibilidade a tudo o que a rodeia, visível em todos os seus textos e na postura perante os outros.
Quando tenho tempo gosto de visitar blogs, ao acaso, e sempre que encontro um blog sem comentários,deixo um rastozinho da minha visita com o fim de incentivar os bloggers a continuarem a escrever e a postarem as suas coisinhas... Para algumas pessoas que vivem em solidão, deve representar um estímulo ao abrirem o blog depararem com um comentário de alguém que lhes diz,... o seu blog está muito bonito mas as flores estão a murchar, precisam que as regue com as suas palavrinhas!... Enfim, coisas...
Mas também, devo confessar, que há situações diversas, por vezes deixo vários comentários, no mesmo blog, até agradáveis mas as pessoas não agradecem... Temos que aceitar que o "ser" e o "sentir" não é igual para todas as pessoas... Resta-me o sentimento do dever cumprido, quase.
Vou continuar a visitar o seu blog e resolvi conhecê-lo desde o princípio, pois estou fascinada, melhor, enfeitiçada por ele. Vou visitando e deixando um ou outro comentário, mas não levo a mal se não responder aos meus comentários, pois eu que tenho um humilde blog, como sabe, não me consigo desdobrar para lhe dar a atenção que gostaria. Foi criado por uma amiga minha, do coração, para me distrair, mas confesso que não tenho muito tempo...Quanto mais tempo disponível tenho, menos tempo tenho... a reforma não me ajudou a resolver nada, só veio complicar, pois o dia devia ter 24 horas para me completar e satisfazer.
Um beijinho e até sempre.

Maria Eduardo disse...

Queria dizer 48 horas, 24 para dia e 24 para a noite...era bom, mas se calhar, mesmo assim, ainda não chegava...

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Eduardo,

A mim também me falta sempre o tempo pois, quando estou a trabalhar e chego a casa tarde, só começo a pegar no computador lá para as 10 e tal e entre respostas a comentários e o que escrevo no blogue, propriamente dito, acabo por me deitar lá para 1 e tal ou 2. Agora que estou em casa na sequência de uma operação (mas só estou até final da semana), como parece que só estou habituada a fazer tudo à pressa, durante o dia parece que o tempo passa e«sem eu fazer nada de jeito e só consigo, na mesma, voltar para o computador tardíssimo.

Mas esta semana, como tenho cá em casa um dos meninos e os restantes (especialmente os grandes mas que trazem os pequenos) acabam sempre por arranjar programas de grupo, estou verdadeiramente estafada. estou agora aqui, depois das histórias da noite e ia adormecendo várias vezes.

Mas gosto verdadeiramente de interagir com as pessoas que me visitam. É uma questão de respeito mas também de gosto.

Eu percebo que, por vezes, as pessoas não respondam aos comentários pois acho que é uma questão de feitio. Há pessoas que vivem, mesmo, muito para si próprias ou, então, será também uma questão de tempo.

Espero que consiga aproveitar muito bem a sua reforma, arranjando sempre actividades que a motivem e preencham. Deve ser um período muito bom da vida, com disponibilidade, satisfação.

Muito obrigada pelas suas palavras, tão simpáticas.

Um beijinho e uma bela sexta feira!

Um Jeito Manso disse...

Maria Eduardo,

Percebi...

A mim também. Uma parte para dormir pois acho que ando sempre com falta de pôr o sono em dia; e o restante para poder fazer mil coisas sem ter que entrar pela noite dentro...