Devo ter andado distraída... Timor tem excesso de liquidez? Procura diversificar as suas aplicações de capital?
Mas ainda bem. Dispõe-se a vir ajudar aqui os portugas pobrezinhos que andam de mão estendida a pedir esmola aos chineses, aos timorenses, aos venezuelanos, a qualquer um que passe com uns trocos no bolso...
Ainda bem, mercados por mercados, que venha de lá o dinheirinho de Timor Lorosae. Provavelmente iremos desbaratar com os carros e com os motoristas dos chefes de gabinete dos vereadores das autarquias e com outras coisas inacreditáveis que vamos sabendo... Parece que vivemos no reino do nonsense.
Mas, aflitos como andamos, agora queremos é que nos comprem a dívida. Balõezitos de oxigénio para irmos pagando os nossos luxos asiáticos (e, claro, não me esqueço: obviamente que se tem que pagar os subsídios aos desempregados, as reformas aos pensionistas e outras necessidades sérias; não confundo deveres de estado com mordomias ridículas). Ficaremos em dívida, claro, mas ok, paciência.
E os timorenses do Monte Ramelau virem cá ajudar-nos é coisa que não apenas agradeço, como a que até acho graça.
Coisas do além.
Ramos Horta, em nome de Timor Leste, confirma que pode comprar títulos da dívida pública portuguesa
Outra coisa que tem graça, é o Paulo Portas, aqui em mais uma feira, a apelar - com aquele ar circunspecto e dramático que tão bem se lhe conhece - a que o PS e o PSD se unam.
Pois, populismo é isto mesmo. Dizer o óbvio. Dizer aquilo com que toda a gente concorda. Seja ou não exequível (que interessa isso?).
Era óptimo que a nossa classe política tivesse sentido de estado, que se unisse para reformar o estado a que isto tudo chegou, que não estivessemos aqui no canto da europa, como quem está na esquina da rua, de mão estendida, era bom que as filas para a sopa dos pobres não aumentassem todos os dias. Mas, Sr. Portas, as coisas são o que são. A República está em crise. Haveremos de sair desta mas ainda não se vê bem como.
Paulo Portas chama ao palco José Sócrates e Pedro Passos Coelho: segundo leio em rodapé, "Espectáculo estava marcado..."
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