segunda-feira, novembro 22, 2010

MACE, um museu que se recomenda em Elvas, cidade que também se recomenda



(Entrada e escadaria do Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE) com as enormes flores azuis de Andy Warhol em fundo)

Neste momento encontram-se em exposição no MACE algumas peças da colecção Berardo que eu já conhecia - Picasso, Miró, Albers, Pollock, Bacon, Yves Klein, etc). No entanto, não dei por perdida a visita. Não apenas as peças, pelo seu valor intrínseco, merecem sempre uma visita como, em minha opinião, ganham pela combinação entre elas, pela cumplicidade entre géneros tão díspares, pela dimensão e pela beleza do edifício.
MACE abriu em Julho de 2007 num edifício anteriormente hospital da Misericórdia de Elvas, em estilo barroco tardio de meados do século XVIII. A adaptação do edifício para museu teve o contributo do arquitecto Pedro Reis e dos designers Filipe Alarcão e Henrique Cayatte. A colecção tem cerca de 300 obras que se expõem segundo temáticas diferentes.
A colecção (que, como referi, agora não está exposta e que é propriedade de António Cachola) é composta por arte contemporânea portuguesa criada da década de 1980 em diante. Dela fazem parte artistas de plano internacional, de que se contam, entre outros, Rui Sanches, Xana, Joana Vasconcelos, Jorge Molder, Rui Chafes, José Pedro Croft, Fernanda Fragateiro, Pedro Cabrita Reis, Ângela Ferreira, Pedro Calapez, João Pedro Vale, Manuel Botelho, Edgar Martins, Francisco Vidal, Sofia Areal, Ana Vidigal. O director de programação é João Pinharanda.
Licenciado em economia e com uma pós-graduação em finanças públicas, 57 anos, António Cachola tem como grande hóbi de António Cachola a arte, e fá-lo na qualidade de um quase profissional.

No catálogo de apresentação do museu e da colecção, escreve o próprio: "O objectivo não passa apenas pela descentralização da arte ou da cultura mas pela sua naturalização, por transformar a arte em algo natural e acessível a todos" 

António Cachola, que trabalha na Delta Cafés em Campo Maior, iniciou a sua colecção "mais a sério" no início dos anos 90 e revela que "sempre quis adquirir uma colecção com o objectivo de partilhar com os outros, por isso a escolha da selecção das peças teve que ser ajustada, não só ao meu gosto, mas também ao desejo e vontade do grande público".

Sobre a aquisição de tão valioso espólio, explica:" Tenho os meus rendimentos e, em função desses mesmos rendimentos e de uma forma forma criteriosa e selectiva, fiz a selecção para esta colecção. A disponibilidade dos galeristas e artistas no sentido de perceberem o meu projecto, ao saberem que os recursos eram escassos e ao sentirem que cada venda que faziam ia contribuir para este grande projecto (MACE), aderiram à ideia e também quiseram ser cúmplices desta grande obra que nasceu em Elvas".
(Informação obtida num artigo do DN e aqui)
 
 
  (Uma das salas grandes do MACE)

 
(Mulher de vestido verde, Balthus - magnífico nesta parede de cor vibrante) 


Na minha galeria do Olhares coloquei hoje uma fotografia também feita no MACE em que se vêem dois homens de Juan Muñoz

E já agora falo também da cidade. Fiquei muitas vezes em Elvas mas quase nunca de propósito para a visitar. Era sempre um sítio de passagem. Fui visitá-la este fim-de-semana e fiquei agradavelmente impressionada. Tem aquele casario branco das cidades do sul de que tanto gosto e encontra-se rodeada por campos desafogados (com as fortificações habituais nas zonas fronteiriças).

(Elvas, uma cidade branca)


(Rua de Elvas, uma cidade também de labirintos, de ruas estreitas, íngremes, muito bonitas)

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