A semana passada vi na televisão uma reportagem sobre o galáctico José Mourinho. Todos os que falaram sobre ele elogiaram a capacidade de trabalho, a organização, o método, a determinação e, sobretudo, a liderança. Mas também a capacidade de querer e de crer. Querer uma coisa e crer que se vai alcançar. Lutar por ela. Sem vacilar. Sem dar tréguas.
Dele referem os jogadores todos (portugueses, espanhóis, italianos): 'ele pede-nos que marquemos golos para ele'; 'antes dos jogos ele diz 'vamos ganhar 2 a 0' e, no final, é esse o resultado'.
Mas nada disto é magia ou adivinhação: isto é a arte de bem liderar. Os jogadores, mesmo que racionalmente nem se apercebam, não o querem desiludir e, até ao último minuto, dão tudo para que o mister se sinta feliz, recompensado por ter acreditado neles.
E dizem que, mesmo em jogos de grande tensão, ele entra tranquilo, com a certeza de que vai ganhar.
'Graças a Deus não sou modesto', diz ele. Mas não é imodéstia: é a certeza do dever cumprido até ao limite, o treino, a preparação, o estudo minucioso do adversário, o trabalho cuidado de acompanhamento psicológico dos rapazes, é o saber incentivar, estimular, é a crença partilhada, é o afecto. É tudo aquilo de que se faz um grande líder.
É um vencedor e contagia os que com ele convivem. Puxa para cima. A big winner.
Como reverso - e há tantos que podem ser usados como o reverso do Mourinho (já aqui referi, no futebol, o Jorge Jesus, o absoluto anti-Mourinho)... - refira-se o agora omnipresente João Duque.
Parece aqueles putos marrões, irritantes, com grandes óculos, com ar de quem estudou mais que os outros meninos. Sempre que o ouço a falar, aparece com aquele sorrisinho tolo de quem condescende em ensinar uma coisa a meninos preguiçosos e, ao mesmo tempo, vaidoso por achar que vai impressionar os professores.Tem um arzinho irritante mas, pior que isso, só diz lugares comuns, cavalga a onda mas sempre pelo lado negativo.
Ele já previu sempre tudo o que de mau acontece mas só o ouvimos falar daquilo que já toda a gente sabe. Nunca lhe ouvimos nada de novo, apenas o ouvimos a antecipar que se calhar o pior vai acontecer.
Agora o mantra é que se calhar 'o FMI vem aí', se calhar 'o FMI vem aí', se calhar 'o FMI vem aí', se calhar 'o FMI vem aí'...
Uma pessoa com a responsabilidade que tem, deveria ter a obrigação de apontar alternativas, ter um discurso estimulante, puxar - pelo exemplo - os estudantes do ISEG para novos voos, para serem empreendedores, para virem a ser profissionais cultos, humanistas, responsáveis, com consciência social, ambiciosos mas honestos, visionários mas com capacidade de realização.
Deveria apontar ao povo e aos governantes (já que lhe dão tempo de antena na televisão e páginas nos principais jornais) caminhos para se sair desta, para ultrapassar este sufoco sem termos que nos subordinar aos ditames do FMI; deveria, pelas responsabilidades profissionais que tem e pela audiência que lhe concedem, apontar um caminho e ensinar a caminhar por esse caminho. Mas não.
Parece só se sentir bem a comentar o fracasso, parece só ser capaz de falar com os pés enfiados no pântano. Com aquele arzinho petulante, só sabe falar de derrota. É um sujeitinho que só puxa para baixo, é um perdedor. A big looser.
Para não nos deixarmos deprimir ainda mais, por favor: quando o menino-duque-joãozinho-dos-óculos-grandes aparecer, tiremos o som à televisão, mudemos de canal e, nunca por nunca, percamos tempo a ler o que escreve no Expresso.
2 comentários:
sim, falta-nos "vencedores" na política, de "gatunos", "profetas da desgraça" e "vendedores de banha da cobra", está ela cheia, G...
descobri um ano depois este "texto" e diga-se de passagem, o senhor é um ignorante com uma grande dor de cotovelo e o que quer que faça na vida espero que faça melhor que o senhor duque.. opinioes destas baseadas em que?
ridiculo.. zé povinho, e agora faça lá por nao aceitar o meu comentário va
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