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segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Sempre quero ver o que vão dizer dos testes anais os que achavam a app StayAway Covid muito intrusiva...
E o Santana Lopes que já por aí anda outra vez a fazer-se ao piso...? Não tem vergonha nenhuma naquela cara.
[E, para compor o pot-pourri, um relato do meu dia, desinteressante como sempre]

 


Fiz bacalhau à Gomes de Sá para o almoço. Acompanhámos com alface. Sobrou e pensei que seria uma boa solução para o almoço desta segunda-feira. Era para ter feito para mim um jantar ligeiro, iogurte, fruta, mas o meu marido resolveu reincidir no bacalhau e, quando me deu o cheiro, deu-me também a fome. 

O dia foi o do costume.

Andei a fazer medições e conjecturas no jardim. Gosto de imaginar coisas para fazer. E fiz fotografias. Depois fiz um mail a descrever e juntei-lhe fotografias. Tratei de coisas pendentes. Houve uma que não consegui concluir. Com isto da pandemia, é tudo online. Mas é online com as burocracias de quando se tinha que ir penar para o guichet. Só que, atrás do guichet, podíamos ter a sorte de apanhar alguém que nos ajudasse. Aqui, online, não conseguimos passar para o passo seguinte. Bem tentei desencantar tudo o que pediam mas foi inglório. Desgastada, acabei por desistir. Também fiz uma caminhada. Demos uma volta maior, por fora, parecia que estávamos mesmo no campo. Apanhei urze. No regresso passámos por uma série de casas onde os cães já ladram apenas de brincadeirinha, para nos chamarem, correndo de um lado para o outro, ao longo da vedação que os separa de nós, a darem ao rabo. Não há dúvida que já nos conhecem. Por vezes, tenho vontade de lhes fazer uma festa mas, ao mesmo tempo, tenho receio que me arranquem a mão. É que uma coisa é verem-nos passar fora do seu território e outra é uma mão invadir-lhes o espaço. Nessas alturas, bate aquela saudade de voltar a ter um cão como meu amigo. Falei nisso no mail que enviei. A meio e ao fim do dia falei ao telefone. Li. Desta vez consegui ler com vagar e sem adormecer. Há bocado transcrevi um excerto de um texto que achei muito interessante: Cioran fala de Maria Zambrano. Também apanhei laranjas e tangerinas. Estão tão doces, tão sumarentas. E apanhei camélias caídas e distribuí-as por outros vasos. E tenho estado a tentar interpretar os resultados de uma app de que o meu filho me falou. No entanto, creio que apenas com um modelo 3D poderei obter resposta às minhas dúvidas.

E creio que pouco mais. Não sei como é que nisto passou um dia. Antes, isto tudo caberia numa insignificante parte do meu dia. Agora, qualquer pequena coisa expande-se até ocupar todo o dia. Chego a esta hora com a sensação de que estou a desaprender de aproveitar ao máximo cada dia. Penso que ainda devia fazer isto ou aquilo e só encontro obstáculos que me tolhem os movimentos. 

É uma abulia, um tédio, um cansaço. Estou habituada a ter muito que fazer, não pouco. Estou habituada a não ter tempo, não muito. E depois está frio, húmido, tudo molhado lá fora. Por volta das quatro da tarde, se não antes, já estava escuro dentro de casa, já a luz tinha que estar acesa. Muito desagradável este tempo e este confinamento. Lembro-me do belo passeio à Aguieira há cerca de um ano. Na primeira noite ficámos num bungalow de madeira, com uma varanda sobre o rio. Fotografei um bicho grande, misterioso, que nadava sob as águas escuras do rio. Nas outras noites ficámos no hotel. Todos estes lugares tão lindos. Tenho saudades de passear. E dos meninos, dos pequenos e dos grandes, nem se fala. Que saudades. Quando voltar a estar com eles, estarão bem maiores (os mais pequenos que os outros já cresceram o que tinham a crescer). A minha filha diz que, quando isso acontecer, o menino mais velho estará mais alto que eu. Penso que exagera mas sei lá. Os dias arrastam-se mas as semanas sucedem-se. Às tantas perco um pouco as referências temporais. Não percebo nada disto. E tenho mails e comentários a que queria responder mas, estranhamente, falta-me energia. Muito estranho. Espero que me perdoem apesar de não dar para perceber. Cansada e sem energia porquê... se pouco fiz...? Não dá para entender.

Esqueci-me de dizer que estive a tentar pôr-me em dia com as notícias. Mas, de tudo o que li, só me apetece fazer referência a mais uma do Santana Lopes. Voltou a maçar-se com mais um partido que formou. Descurtiu. Os amores dele são sempre na base do coelho, vai ser tão bom, não foi? Ter trabalho e aguentar contrariedades não é com o pontapeado menino da incubadora. Portanto, como é bom de ver, desaderiu. Está outra vez por aí. Mas, qual velha gaiteira, já por aí anda a bater perna e, para se fazer caro, a apregoar que anda a receber convites. E os jornalistas, quais cães a quem atiram ossos, já por aí andam a correr em volta dele e ele, sempre com aquele ar de putativo velho senador, já anda a dar palpites. Não sei se alguém lhe dá ouvidos mas os jornalistas gostam é disto, de quem gosta de mandar bocas. Santa paciência.

Também achei graça a outra coisa e essa eu acho que deveria ser elevada à categoria de ovo de Colombo para certos casos. Li que, na China, estão agora a aplicar testes à Covid por via anal. Li a descrição de alguém que se viu com as calças tiradas, dobrado sobre a cama e com uma cotonete enfiada no rabo. Por duas vezes. Dizem que é mais eficaz que no nariz ou na garganta. E o que eu tenho a dizer é que toda a malta apanhada sem máscara, com a máscara pelo queixo ou com o nariz de fora, em especial os machões, os que acham que usar máscara é coisa para meninas, deveriam ser postos em círculo, virados uns para os outros, tudo de rabo de fora e tudo a levar com uma big cotonete pelo rabo acima (sim, big, que as cotonetes para apanharem o corona não são coisa para meninos...), todos a verem a reacção uns dos outros. A ver se não aprendiam. 

Mas... e os que achavam que a app StayAway Covid era um abuso, uma intromissão e mais não sei o quê? O que dirão se a moda pegar por cá e se se virem na contingência de terem que fazer um testezinho à maneira...? Que é um atentado à liberdade? Que é preciso ver se não viola os sãos princípios do RGPD...? Ou, pelo contrário, até vão louvar a eficácia, vão exigir que seja obrigatório um teste por dia, que nada a ver com liberdade, qual intrusão, qual carapuça, que é pena é que a cotonete seja tão pouco encorpada...? 


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Não sei se o Blackbird (na voz do Jon Batiste) tem alguma coisa a ver com o texto mas, com boa vontade, talvez tenha a ver com as minhas florzinhas.

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Desejo-vos uma bela semana e um belo mês a começar já por esta segunda-feira, dia 1

Saúde. Ânimo. Boa disposição. 
E força aí, ok?

quarta-feira, agosto 14, 2019

Santana Lopes está a disputar o lugar a Pedro Pardal Henriques?
Cinco motoristas no piquete e os dois candidatos a estrelas populistas a tentarem brilhar para as câmaras...
Se o ridículo desse asas talvez ainda pudessem servir para drones. Assim servem para quê?
Ah, é verdade: o Pardal e o Ouriço serão gémeos separados à nascença?
Pergunto.


Acabei de ver na televisão o recibo de um motorista. Mil setecentos e não sei quantos euros por mês. Desses, mil cento e não sei quantos são sujeitos a descontos para impostos e segurança social. Acresce ao que recebem, mais seiscentos e tal 'limpos' que se referem a ajudas de custo para fazerem face a despesas com deslocações e estadias o que, a referir-se mesmo a este tipo de despesas, obviamente não é sujeito a descontos. Do que percebo, a luta resulta de quererem que os descontos e contribuições incidam também sobre estes seiscentos e tal limpos pois, segundo o Pardal, não tem a ver com ajudas de custo mas com outras verbas pagas 'debaixo da mesa'. Como sempre, o Pardal nunca mostra provas. Tudo na base das bocas. Mas, portanto, para receberem mais dinheiro no final do mês apesar de descontarem mais, os sindicalistas reivindicam aumentos completamente acima das percentagens normais (cerca de 1% ao ano são os aumentos que se costumam agora praticar -- e é quando é). E querem aumentos valentes sobre o salário base já que os subsídios decorrentes aumentariam também. E as reivindicações não são à leão só a esse nível: são reivindicações a la longue, para os próximos anos. Coisa nunca vista. Uma greve para reivindicar aumentos para os próximos anos? Nunca vi tal coisa.

E repare-se: não questiono que o que é tributável deve ser tributado. A lei é para cumprir por todos. Nem questiono o valor do ordenado em si. Não sei se o ordenado global mensal deve passar dos (1.100 + 600)/mês para os 2.200 ou, até, para ordenados à juiz, acima do ordenado do primeiro-ministro. Não questiono porque não tenho informação que me permita proferir uma opinião. Há que pensar bem no que se diz, ter uma noção da equidade, pensar no equilíbrio geral das partes envolvidas num sistema económico. Quem me diz que um trabalhador de recolha do lixo não é igualmente crítico e não deveria ganhar tanto como um destes motoristas ou que um trabalhador que faz a manutenção das condutas de água de abastecimento público não deveria ganhar tanto quanto um deputado? Eu gostaria de ganhar três vezes o que ganho e acho que toda a gente gostaria de uma coisa assim. E quem diz três vezes, diz quatro ou cinco ou dez. Só que ou os preços de venda das coisas teriam que ser incrementados à grande ou grande parte das empresas iria à falência. E, se os preços fossem incrementados à grande, ou toda a gente era aumentada na mesma proporção ou quem o não fosse ficaria na maior penúria, sem acesso a grande parte dos bens.

Por isso, esta matéria não é para conversa de café: é para ser estudada a sério, para elaborar estudos comparativos, estudos económicos. E tem que haver um grande sentido de justiça e de humildade. Se toda a gente desata a achar-se a maior e a querer aumentos principescos sem querer saber dos outros, está bem, está.

Alinhar em conversas de coitadinhos, em que todos se acham injustiçados sem querer saber dos que estão ao lado é assassino para uma sociedade. Leva a extremos como o da sanguinária greve selvagem às cirurgias em que a bastonária dizia, com naturalidade, que sim, que a greve iria aumentar o número de mortes. E é como aquele argumento bacoco de que se devem dar todos os aumentos que qualquer um se lembre de reivindicar em vez de se acudirem a um banco com problemas. E falam como se os bancos fossem antros de corrupção e quem lá trabalha todos uns malandros e corruptos. Então deveria fazer-se o quê? Deixar o banco ir à falência? As milhares de pessoas que lá trabalham tudo para o desemprego? Os depositantes ficarem a arder, perdendo tudo o que são poupanças acima da linha de garantia? Poupanças de uma vida? 
Claro que, se sempre que se suspeite de gestão deliberadamente danosa e/ou criminosa, deverá haver investigação e, se for caso disso, julgamento e, se tal assim determinado, condenação. Mas isso é investigar actos individuais. Outra é falar em geral e quase clamar que se deve deixar os bancos ir à falência, deixando, assim, cavar um fosso no sistema económico e financeiro do país. Só gente mal informada ou mal formada pode clamar assim. E, ainda por cima, misturar isso com reivindicações de motoristas... Só pode ser verdadeiros demagogos os que assim falam.
E como os patrões não cederam às exigências dos motoristas, vai daí uma greve por tempo indeterminado e o país que se lixe. E é isso que questiono: o formato egoísta desta luta e desta greve por tempo indeterminado e a desproporcionalidade das suas consequências. O sindicalismo deve ser um movimento solidário entre trabalhadores e não uma agremiação de corporações auto-centradas, auto-exclusivas, egoístas e brutais.

Um sindicalismo como este é assassino para os trabalhadores.

E isto tudo com os motoristas a toque de caixa do Pardal que, nitidamente, está nas sete quintas. Com as televisões sempre em cima, todo ele rejubila. Tem todo o palco para espalhar a confusão à vontade. 

Mas há quem lhe dê ouvidos
(Foto daqui)
Desta vez não apareceu no Maserati. Não senhor, gozão, provocador, desta vez o Pardal apareceu de trotineta. Do que se percebe e do que se vê nas televisões, a sua ocupação a tempo inteiro é esta, andar a cavalgar e a incentivar as reivindicações dos motoristas, armando toda a baderna possível. Não vou aqui especular de onde lhe vêm os rendimentos que não tenho nada a ver com isso e, de resto, para essas investigações há gente competente que, certamente, andará a tentar perceber o que, visto de fora, não se percebe.

Dois artistas: Pardal e Flopes
(Creio que a foto é do Observador)
Agora o que é extraordinário é ver o Bloco de Esquerda a apoiar este Pardal e, ao mesmo tempo, o Santana Lopes a aparecer no piquete a apoiar aquela meia dúzia que por ali ainda tenta salvar a cara. Dando uma no cravo e outra na ferradura, sem se perceber bem qual a dele a não ser querer aparecer, Santana fez mais um dos seus papelinhos ridículos. A oferecer-se para mediador? Estará mesmo a pensar que consegue roubar o mediatismo ao Pardal? Ná. Menino do coro ao pé do Pardal. Teria que fazer flic flacs à retaguarda em cima da trotineta, teria que perder a pouca vergonha que lhe resta, teria que perder aquele ar blasé de velha rata do laranjismo, teria que andar por todos os caminhos onde o Pardal se meteu e que, ao que se lê por aí, lhe valeram processos de burla e mais não sei o quê. Portanto, Caro Santana, caia na real. Escolha causas que sejam mais a sua praia. Por exemplo, ajude a formar um sindicato independente de cabeleireiras e manicuras, apresente um caderno reivindicativo e vá para a rua rodeado de profissionais das extensões e das nails. Isso, sim, seria mesmo a sua cara.

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Tirando isso, uma questão de fundo: o Ouriço e o Pardal serão gémeos separados à nascença?

[Se não estão bem a ver, ponham uns óculos ao ouriço que logo vêem se não é a cara chapada do mano pardal]







segunda-feira, fevereiro 11, 2019

Do congresso do partido Aliança de Pedro Santana Lopes só retive três coisas.
Melhor: quatro.



  • Primeira: a cor do partido é o azulinho bebé, justamente também conhecido por azul-cueca
  • Segunda: tem uma vice-presidente de quem o que há a referir é que é advogada da Madonna
  • Terceira: uma das representantes, lourinha, falando com sotaque ucraniano ou afim, disse que tinha aderido ao Aliança por causa da 'justiça'; e quando lhe perguntaram há quanto tempo estava em Portugal esclareceu: há 4 meses.


Tirando isso, não me lembro de mais nada. 

Ah, só se for que o homem forte às europeias vai ser o Paulo Sande que conheço das suas andanças pela comunicação e imagem. Claro que tem feito mais, incluindo assessorar o Prof. Marcelo, mas disso e do resto não posso falar. Mas posso de o ter ouvido falar em como bem embrulhar o produto, em como bem comunicar em período de crise, etc. E lembro-me de, vendo-o sempre com aquele seu sorriso blasé a dizer banalidades como se fossem coisas importantes -- que ele, justamente por ser blasé, não valorizasse convenientemente -- ter pensado: se o dinheiro fosse meu, não gastava um chavo com este. Apesar de o reconhecer como bem apessoado, bem vestido e bem falante, sempre o achei um saquinho saco cheio de  vento.

Temos, pois, a trabalhar ao lado do grande especialista em fake news, um boateiro avant la lette,  um expert na mui oportuna arte de saber vender o peixe, seja ele peixe fresco, peixe usado ou nem sequer bom para o gato vadio.

sexta-feira, setembro 21, 2018

Aliança


Aliança? O que é?

Ambrose Bierce responde:
Em política internacional, consiste na união de dois ladrões com as mãos tão afundadas nos bolsos um do outro que já não conseguem roubar um terceiro separadamente
Obs: Nada a ver com o Pedro Santana Lopes, portanto. O Ambrósio sabia lá do Flopes...

terça-feira, setembro 04, 2018

Dá uma trinquinha..!
- Não dou...
Dá lá...
- Não dou...

[E, no meio desta doce temática, perceberão que o Rui Rio, o Fernando Negrão e o Flopes das Caves Aliança não passem de um insignificante Post Scriptum]





Não é que não goste de docinhos. 
Eu gosto. 
  Não é que me furte a uma trinquinha. 
  Eu não furto. 
   Não é que não curta coisa bonita. 
    Eu curto. 
     Não é que eu não seja de dar uma mordidinha em coisa bonita. 
      Eu sou. Juro que sou.
Mas é que é tão lindo, tão lindo... Coisa assim nem parece feita para ser mordiscada.

            Nem mesmo para saborear devagar.

                 Coisa de tanta beleza parece feita só para ser olhada.

                          Nem para mexer. Só olhar. Olhar. Quanto muito, vá lá, comer com os olhos.

E, depois, então, talvez... talvez... uma trinquinha.
                                                                                Uma little, little, little trinquinha. 
Com sentimento de culpa.
                                          Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa.
Mil perdões por pecar, mil perdões. Não devia, sei que não devia, mil perdões. Mas teve que ser. Sou uma pecadora. Mil perdões. E prometo voltar a pecar, prometo. A sério. Prometo. Pecar uma e outra e outra vez. Pecar cada vez mais, pecar cada vez melhor. Pecar agora e na hora da minha morte. Ámen.
















Comer um Mondrian, um Delacroix, um Van Gogh, um Bosch (?), um Hokusai, um Magritte, uma Frida Kahlo, um Kandinksy não sei se é um pecado, se é uma bênção. Sei, sim, que são obras de arte. Comestíveis. Tortik Annushka, Moscovo -- e é tudo para comer e, ao que dizem, delicioso.

Nem todos os bolos se referem a pinturas: há bolos de toda a espécie e feitio, desde os mimosos até aos abstractos, todos simplesmente maravilhosos.



E aqui fica a dica aos Leitores e Leitoras mais prendados e/ou ousados: tentem.

E bom apetite.
[Sem sentimentos de culpa, claro.]

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E queiram fazer o favor de descer até ao post seguinte onde se ensina a cura (caseira) para dez maleitas

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PS

E não estranhem as temáticas: vale tudo para não ter que falar do Rui Rio e do Fernando Negrão. É que eu é mais bolos. E, demais, sou caridosa. Fazer o quê? Tenho um coração cheio de doçura. Deixá-los lá, coitados, naquelas macacadas deles. Não vão a lado nenhum. Para quê perder o tempo com aquelas indigências, coisa tão patética que até enternece...? Para dar cabo deles já chega o Marques Mendes e os outros laranjas que já andam pelos cabelos com aquela dupla mais cómica que o Sr. Feliz e Sr. Contente.

Ah, é verdade, recebi agora um mail de académico na área da Big Data a avisar para andarmos de olho no Menino-Guerreiro das Caves Aliança -- o tal que, em seu devido tempo não se ensaiou nada para lançar campanhas difamatórias contra Sócrates -- por ser de temer que, para se projectar junto da opinião pública e manipular vontades para as próximas eleições, resolva preparar uma à moda do Trump-Bannon. Aqui fica o aviso.

domingo, agosto 05, 2018

Carta de Santana Lopes às Santanetes.
Na íntegra.
E o anúncio do novo partido:
PSL, Partido do Sexo e do Love


Este é um texto difícil.

Muito difícil. Mal contenho as lágrimas. Um nó na garganta, um aperto no coração. Tantos anos da minha vida. Não é fácil. 40 anos. 40 anos de ternura.

Era eu ainda um menino e já me entregava de corpo e alma. Às meninas e ao partido. As meninas gostavam e o partido também. Mas algumas eram ingratas e o partido, às vezes, também.

Poderia relembrar cada uma de vós. Os olhares, os beijinhos, os gestos de amor. E a minha dedicação, os filhos que fui fazendo, os discursos emotivos que fui escrevendo, as vitórias, as derrotas, as alegrias. Relembro, um por um, cada momento.

Quando passei por momentos difíceis, esperando amparo, carinhos, recebi rejeições, pontapés no berço, a fralda por trocar durante horas. Por mais que uma insistente lágrima rolasse no meu rosto sofredor, os mais velhos viravam-me costas, as cinhas queriam era festa. 

Lutei. Sou um guerreiro. Algumas das meninas que perceberam o tanto amor que eu tinha (e tenho!) para dar, amparavam-me a cabeça, rodeavam o meu ombro com um aconchegante abraço de amor e sussurravam-me ao ouvido: 'és um menino guerreiro'. Mas isso não me chegava. Queria mais. É com muita pena que o confesso: custou-me. Muito.

Diziam que me levantava tarde e que, depois de almoço, ia dormir a sesta. Que mal tem? Se ficava a trabalhar até de madrugada, que mal tem recuperar das noitadas? Falavam de whisky despejado noite adentro. Mentira. Chá. Chá amarelinho com uma pedrinha de gelo.

Os feitos extraordinários também foram muitos. Poderia aqui elencar, ano a ano, os casos, os affaires, as seduções, os combates, as ménages. Mas tantos são que a sua enumeração cansaria a vossa beleza, minhas meninas bonitas. Poupo-vos. 

Tudo suportei. As más línguas, as invejas, as bocas por andar de bandana na cabeça, as acusações de trapalhadas, o mau feitio do ranzinzas do Sampaio.

Mas chega. Enough é enough. Estou de saco cheio.

Minhas lindas, chegou a hora. 

Se me querem, têm que querer mesmo, querer a sério, mostrar que me querem. 

Vou sair daquele saco de gatos que é o PPD/PSD. 

Quando lá estava o meu guru, o meu homónimo Pedro, Láparo dos Passos de seu nome, eu ainda me revia. Competente, com trabalho feito na Tecnoforma, com razias feitas nos rendimentos dos Portugueses, com empresas despachadas ao deus dará ao estrangeiro, aí sim, aí eu achava que fazia sentido continuar no partido. Já para não esquecer o quão misericordioso ele sempre foi para comigo. Amigo do seu amigo. Tal como eu. Amor com amor se paga. Nunca lhe gabarei suficientemente as danosas virtudes.

Agora com este mangas de alpaca, este candidato a vice, minhas fofas mais lindas, vou ali e já venho. Dá para acreditar neste bimbo com a mania que sabe fazer contas, um antiguinho que nem de mulheres bonitas se sabe rodear? É com cada camafeu à volta dele... Foge... Não, não dá para acreditar. Para este peditório já dei.

É, pois, com muito entusiasmo que tenho o prazer de vos anunciar: quero fazer a diferença, quero acções com efeito surpresa, clima de festa, amor a sério e do bom, afectos e beijinhos, abraços e marcelinhos, e muita peace and love, muita coisa moderna, relações abertas, um bom ambiente, sempre alto astral. É isso que eu tenho para vos oferecer. Acreditem, minhas queridas, acreditem. Tenho muito amor para dar.

Não se riam. Estou a falar a sério. Desta vez é que é. Venham a mim, minhas santanetes mais fofas. Venham consolar-me, venham brincar comigo. Vamos, juntos, mostrar como é bom o amor em Portugal.

Votem em mim. PSL. Partido do Sexo e do Love.

 E uma palavrinha final, difícil, muito difícil, para os meus amigos das bases do PPD/PSD.



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sábado, agosto 04, 2018

O Pedro Duarte quer que o Rio vá dar banho ao cão e diz que toma ele conta das tropas laranjas.
O outro Pedro, o déjà-vu Santana Flopes, diz adeus e diz que vai outra vez fazer outro partido.
E eu, a isto, digo que fazem bem. E digo também: "Roam-se, ó invejosas!"


Até pode ser. Mas a mim não me convencem. Há qualquer coisa nos Pedros. Não sei. Parece que não atinam. Não se focam. Deitam tudo a perder simplesmente porque têm uma forma imatura de ser. Acho que não conheço um Pedro que não seja assim. What's in a name? Eu acho que tudo. 

Mas mesmo pondo de parte a questão do nome, isto do jota Pedrinho Dudu ou do sénior Pedrocas Flopes, tudo me parece coisa que, antes de o ser, já o é. Um aborto. Aquela senhora do movimento pró-vida bem pode aparecer a dizer que também têm direito a ver a luz do dia que a coisa não se aguentará de pé. Temos pena.

Têm os laranjotas e tangerinocas que ter paciência, deixar que o sarro do outro, do saudoso Láparo, saia das paredes, dos canos, do ar. Mais um pouco de travessia. E têm que assimilar esta ideia muito simples: para atravessar o deserto, qualquer camelo serve. Lamento a pouca subtileza da metáfora mas o calor e o sono derretem-me a finesse.

Portanto, nada mais a dizer. Podem os Pedros, Pedrinhos, Pedrões e Pedregulhos do PSD pôr-se em filinha do pirilau a caminho da São Caetano à Lapa que vai ser tropeção que até ferve. 

Há-de ser uma mulher a quebrar o enguiço. Até lá, deixem-se andar nisso que o Costa agradece.

E eu, da maneira que ando, só me ocorre dizer uma coisa que não tem nada a ver com o que acima expendi: que se roam as invejosas. E, para o provar, para além das fotografias também do The Guardian, um video que ainda tem menos a ver. (Têm que perceber: o calor troca-me as voltas)

Mad Manoush e o Night Tango

quarta-feira, março 21, 2018

Eu, sobre os melífluos comentários do putativo senador blasé Pedro Santana Lopes, só tenho a dizer é que canta bem mas não me alegra


Ouvi-o na SIC, todo gentilmente derramado sobre o balcão televisivo, destilando a sua vingançazinha de perdedor vaidoso, ar superior, sorrisinho cagonês, todo ele pose, gel no cabelinho, tripudiando em cima dos deslizes do outro.
O Rio tropeça a cada passo, atrapalha-se com a própria sombra, rasteira-se a ele mesmo, cai ao comprido e fica estendido no chão sem perceber o que lhe aconteceu. E, para o acompanhar na jornada alaranjada, vai trazendo à cena coxos, manetas, pernetas, surdos, mudos, ceguetas e sei lá que mais (e os ditos que me perdoem, já que são gente como todos os demais, mas, para ir à guerra não vejo como uma tropa destas pode ganhar batalha que se veja).
E, sobre o desfile de atrapalhados, derrama Santana Lopes o mel acidulado da sua baba de eterno derrotado. E sorri, folgado, mal disfarçado folgazão, fingindo-se compreensivo, didáctico, como se se enternecesse perante a nabice descontrolada do outro.

Não deita a língua de fora, não, faz de conta que não é de fazer negaças. Mas a gente ouve-o e percebe a gozação que lhe vai na alma. Sente-se vingado. Afinal há um ainda mais trapalhão do que ele. Sorri, percebemos bem que, mentalmente, está de língua bem de fora, e goza, instiga, faz com que o Rio se veja coberto do mesmo ridículo com que, ao tempo de Sampaio, ele se viu coberto.


Mas, a cada palavra que pronuncia, ele morde o seu ex-rival. Cada sorrisinho malandro é uma dentada bem afinfada, um golpe certeiro, uma tesourada com dentes bem afiados. Como se quisesse esconder o que pensa -- 'Coitado. Que falta de jeito...' -- ele finge que está a fingir e sorri, e, senadoramente comenta os sucedidos, parece que aconselha compreensão; mas nós, que não somos parvos, percebemos como, na realidade, ele está a saltar a pés juntos em cima do outro pobre desajeitado. Não há ali um resquício de caridade. Pudesse ele e deitaria sal sobre as feridas de Rio. Sal de verdade, não metafórico que, com metáforas, pode o Rio bem.


E enquanto isso, os Amorins, os Hugalexes, as louras do ex- governo pafiano, as almas penadas que pelo parlamento se arrastam, as cassandras, as víboras, as ratazanas e as hienas que pela cave e pelos corredores da São Caetano se afobam, vão deixando que a língua do Rio se ensarilhe, se empastele, se encaracole.


E, neste entretanto, os caciques locais e demais ex-quadros do partido seguram a cabeça entre as mãos. Estão perplexos com tanta falta de jeito por parte do líder recém eleito e fazem contas aos longos anos de travessia de deserto que os esperam. 


A fogosa Cristas, então, retorce-se na sua ambição, vendo os cada vez mais longínquos 116 por um canudo. 

O próprio Presidente Marcelo está, certamente, cada vez mais passado. Depois da nódoa lapariana, sai-lhe agora um artolas com ar de manga de alpaca, cabelinho não à f...-se mas à contabilista do século XIX e que não consegue atingir os mínimos.

Diz o sonso Flopes: há qualquer coisa de Cavaco na maneira de ser de Rui Rio. E sorri com a destreza mental revelada pela comparação. Concordo: foi um ferro curto a encerrar a faena.

E os portugueses assistem, com benevolência, ao penoso arrastar do homem das corridas do norte. E pensam: 'Assim não vais longe, ó meu...'


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As imagens mostram obras da autoria do escultor digital Oliver Marinkoski 

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domingo, fevereiro 18, 2018

Recebi um mail da Autoridade Tributária a lembrar que o mato é para ser cortado mas, como aqui posso provar, já estamos a dar cabo dele.
Isto em dia de Congresso do PSD com as traições, bajulações e encenações típicas do mais do que ultrapassado mundo laranja.
E isto também em dia de confirmação do inqualificável Bruno de Carvalho à frente do Sporting.
[Este é mesmo um mundo cheio de coisas desencontradas, umas boas, outras burras e outras completamente malucas].


Senti que o meu marido se levantou ainda de noite. Voltei a adormecer. Passado um bocado veio dizer-me: 'O homem já lá anda'. Arranjei-me, tomei um rápido pequeno almoço e, armada com a máquina fotográfica, dirigi-me apressadamente para lá. 


Pelo caminho reparei no orvalho, fina rede de névoa sobre as folhas secas, entre ramos. Em Serralves, na véspera, tinha visto vários trabalhos de Marisa Merz cobertos por fina rede em tom acobreado. Pensei: mais bonito o acaso ou a ordem natural das coisas que depositou tão delicado e efémero tule sobre as folhinhas in heaven.

Quando cheguei lá ao fundo, ao pé do portão que dá para a serventia, tirei uma fotografia ao terreno do lado de lá, sabendo que provavelmente não voltaria a ver aquela barreira de vegetação. 


Fui ter com o homem. Ainda relativamente novo, alto e encorpado, e, percebi-o depois, cem por cento asssertivo. Disse-lhe: tente poupar as árvores. Resposta dele, com ar afirmativo: Vou tentar poupar as azinheiras maiores, algum carrasco que esteja mais enformado. Mas preciso de espaço para a máquina circular e para ir pondo o mato cortado. Andar a escolher árvore a árvore, só à mão e, para isso, vocês iam precisar de um ano. Ainda insisti: Mas tente não cortar o que puder ficar. Resposta dele: Vou fazer o melhor mas a lei diz 'árvores espaçadas de quatro em quatro metros' -- e lá foi ele à sua vida.

Fui ter com o meu marido, preocupada: acho que se prepara para deitar tudo abaixo. O meu marido tranquilizou-me: deixa-o trabalhar, esta malta sabe o que faz, e é bom que fique limpo para ser fácil de manter.

Ele estava a cortar, em pedaços para a lareira, os troncos grandes que tinha cerrado ao cedro e, depois, a arrumá-los no abrigo que fica a meio caminho; e eu fui podar árvores.

Passado um bocado, foi ver como estava a correr a limpeza e, na volta, foi ter comigo para me dizer: o gajo diz que o melhor é ir-se já queimando mato, diz que com a máquina vai controlando. Fui espreitar. O mato cortado era já uma montanha imensa. Receei. E se aquilo se propaga? O meu marido, que já tinha dito que sim ao homem, voltou a tranquilizar-me: o gajo sabe o que faz.


E logo se ergueu uma enorme labareda que crepitava intensamente. E, ao longo de todo o dia (e foram mais de dez horas de trabalho, apenas interrompidas à hora de almoço), ele foi pondo mato na fogueira.

Aos poucos, o terreno foi ficando desarborizado. O vizinho lá de baixo, que tem um terrreno muito grande e muito bem cuidado e que confina em parte com o nosso, também tirou a semana de férias e andou todo o santo dia de roçadora ao peito, limpando o terreno dele e pondo o mato na nossa fogueira. O vizinho lá do fundo da rua veio ver algumas vezes. Andava entusiasmado. Nunca tinha visto aquele terreno tão limpo, nem sabia que era assim. E apareceram dois homens (separadamente) que tinham sabido que estava ali uma máquina a limpar o mato e que queriam contratar o destemido condutor para ir limpar o terreno deles.

E digo destemido porque é mesmo destemido: meteu-se com a máquina numa zona de acentuado declive e fez para ali umas manobras que eu reecei que a máquina desse uma cambalhota lá para baixo. E, no fim, fez cavalinho com a máquina para sacudir a terra das lagartas.


Já anoitecia quando se foi embora. Enviei uma fotografia aos meus filhos. O meu filho respondeu: parece um deserto. Mas a verdade é que não desgosto. Os meninos vão gostar de brincar neste bocado de terra que parece que cresceu in heaven

Tal como O Jumento, tembém eu recebi um mail com uma comunicação do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural sobre a necessidade de limpar os terrenos. Como somos donos de parcelas rurais, parece-me muito bem que seja emitido este alerta. Limpar os matos parece-me um dever cívico. Sempre o foi, não é de agora. Mas a verdade é que a falta de divulgação ou a falta de insistência pública ou a nossa pouca conscencialização colectiva, não sei ... parece que tudo convergia para que não nos apercebessemos do muito que temos a fazer. Tomara que toda a gente faça a limpeza dos seus pedaços. O pior é que, pelo que sei, metade dos terrenos não está cadastrada e, portanto, está ao deus dará. E é aqui que reside o problema. Ao contrário do que alguns débeis mentais pareciam pensar, as desgraças que aconteceram não foram da responsabilidade da Ministra Constança (que Marcelo forçou à demissão): os brutais incêndios do verão tiveram mão criminosa, foram fogo posto, e avançaram como lava sobre a vegetação ressequida num verão quente e seco como poucos, em terrenos de que, em parte, não se sabe a quem pertencem. Mas, enfim, a verdade por vezes é menos interessante do que novelas de tipo mexicano.


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Tirando isso, o Congresso do PSD. Caras gastas, ressequidas por muitos anos de caciquismo laranja. Do pouco que vi, várias figuras do pior que o cavaquismo e passismo tiveram continuam a ter todo o protagonismo. Até aquele insuportável Fernando Costa lá estava a botar faladura. Não se aguenta.


E os comentadores do costume a especularem sobre nulidades sem ponta em que se pegue. Tudo tão déjà-vu.

Montenegro a quem nunca se conheceu ideia que se aproveitasse resolveu fazer de conta que é um puro e, como se estivesse a bater a porta, avisou que vai ganhar a vida para outro lado. E logo ali se levantou um coro de espanto e, sobretudo, de tema para debate e comentário. 


Depois, oh suprema afronta, Rui Rio, essa fera, resolveu desafiar as hostes passistas e pescou a Elina Fraga para sua vice-presidenta, e isto depois de ela, quando bastonária, ter movido um processo ao Governo do Láparo e de ter feito a cabeça em água a essa ministra extraordinária que foi a exemplar Paula Teixeira da Cruz. Traição!, já gritou esta. E o inteligente Hugo Soares, apanhado de surpresa à saída da sala, mostrou que ainda nem está nele, até perdeu a pose de putativo estadista e, enquanto dava a entrevista, pôs-se a coçar a cabeça --  e a única coisa que lhe ocorreu foi dizer que a dita Paula foi do melhor que há. Então não, ó menino huguinho, inho, inho,

E isto tudo depois de Passos Coelho, ressabiado e mostrando que ainda não percebeu nada de coisa nenhuma, ter discursado sobre as vacuidades do costume e, de caminho, ter avisado que é difícil dizer mal da so called Geingonça. E depois de Santana ter elogiado Rui Rio, ao qual agora já detecta bastas virtudes e depois do dito Rui Rio ter elogiado o Láparo, que nunca houve tão grande e tão bom líder, que tudo o que fez fez bem feito,  e ter sossegado as virgens e as puras do seu partido, jurando a pés juntos que centrão nem pensar, que isso é coisa de anjos a pensarem em sexo. Talvez no encerramento da coisa até faça a vontade ao Hugo Alexandre Soares (a quem mimosamente gosto de tratar por Hugalex), e anuncie já que, ah leão!, vai votar contra o OE 2019. 


E, por falar em leão, parece que o inqualificável Bruno de Carvalho -- que envergonha todos os sportinguistas que conheço -- voltou a ganhar (não sei o quê) e que vai continuar a infectar o ambiente leonino. Não percebo nada nem de futebol nem do mundo do futebol. Diria eu, que conheço montes de sportinguistas e todos gente decente, que jamais uma criatura como este Bruno de Carvalho poderia ser presidente. E, no entanto, é.


Lá está: é bom a gente, de vez em quando, olhar para estas realidades para perceber que nesta vida tudo é relativo -- até as verdades. E que chatos, gente datada, burros, oportunistas, chicos-espertos e malucos é o que há mais.

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E pronto é isto. Permitam que vos recomende agora uma ida até à Flâneur, a nova livraria do Porto.

domingo, janeiro 14, 2018

Rui Rio, claro.
Os eleitores do PSD podem não ter uma visão extraordinária mas, vá lá, parvos de todo parece que, se calhar, também não serão.



Não me parece que Rui Rio seja alternativa válida face a António Costa. É menos arrojado e menos corajoso que Costa, é menos 'moderno' e aberto à mudança que o Costa, é menos cosmopolita e menos consensualizador do que Costa, é menos sensível a questões sociais e culturais do que Costa. Portanto, não vejo que os portugueses, entre Costa e Rui Rio, tenham dúvidas em optar por Costa.

Contudo, Rio é uma pessoa credível, não é estarola, não é populista, não é troca-tintas, não é ignorante para além da conta, não é gabarola, nem, em geral, incompetente. Portanto, poderá fazer uma oposição saudável à actual maioria e não envergonhará os eleitores laranjas. Penso, aliás, que poderá reorganizar o partido e dar-lhe alguma sustentabilidade, nomeadamente a nível ideológico, área em que aquele partido anda tão falho. Não será nunca brilhante pois não é um visonário e falta-lhe aquela bagagem ou apetência cultural que faz a diferença. Mas, diga-se em abono da verdade, que Rui Rio vira a página da mediocridade absoluta que se viveu durante a lamentável égide lapariana.

Quanto a Santana Lopes é o que se sabe. Gosta de andar nestes bailaricos armados, gosta de se fazer ora de menino-guerreiro ora de bebé-prematuro, ora de ensaiar a pose de senador. Em suma: não se enxerga. E lá irá continuar o seu percurso mudando de mulher, de ocupação profissional, de ideias, de ambições.

E se alguns acharão que isto foi uma derrota para Marcelo -- que apadrinhou a candidatura do que hoje saíu derrotado -- tenho para mim que talvez tenha sido, sim, uma derrota mas que foi, sobretudo, um alívio. Depois de ver o Flopes nos debates e de ter constatado que a idade apenas o tinha piorado, Marcelo devia estar a rogar a todos os santinhos para que os eleitores laranjas não cometessem o disparate de o pôr à frente do partido. Rui Rio é atilado e centrado demais para se derreter com os excessos de Marcelo e para ser a voz do dono mas, enfim, do mal o menos. Um maluco a dizer parvoíces ou a aventurar-se à maluca por terrenos que não domina, dizendo disparates a toda a hora, é tudo o que Marcelo dispensaria.

Portanto, chegou a hora de Rui Rio. E não duvido de que terá com ele o partido -- que depois de anos de desafecto, andará, certamente, carente de uma liderança racional -- e o discreto beneplácito de Marcelo.

Contudo, também para ser sincera, tenho que confessar: tenho uma certa pena pois Rui Rio não deve inspirar-me grandes galhofas enquanto que com o derrotado bebé-incubado o gozo estava garantido.

Assim, olha, vou esperar para ver.



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quinta-feira, janeiro 11, 2018

Debate Santana Lopes e Rui Rio na TVI com a Judite Sousa


Confesso: comecei a ver agora a ver e está a iniciar-se a segunda parte do debate. Não faço ideia como terá corrida a primeira parte. Agora, no dealbar do 2º round, a a Judite já atirou o osso da Sta Mana Joana para cima da mesa. Ambos dizem que é não assunto mas, quais marias-tagarelas, não se calam. Apesar de tudo, e apesar de não estar a prestar muita atenção, parece-me que o Rui Rio é mais atilado que o outro estarola que, so far, só disse estarolices. 

Seja como for, a única coisa que tenho a dizer é que a orelha do Santana Lopes está muito encarnada. Só lhe vejo uma pelo que não sei se a outra também está escarlate como esta deste lado, a esquerda. Mas está a fazer-me impressão. Dizia-se que alguém estava a falar mal de alguém se esse alguém ficasse com a orelha a estalar de vermelhidão. Portanto, não sabendo se é ou não verdade, uma coisa deve ser certa: há ali coisa com 'alguém'. What eu não sei. Às tantas, é o Professor Marcelo (que fez bem em dar um chega para lá nas vizinhas cuscas que aí andavam a saracotear-se a propósito do que a inocente ministra tinha dito) que está a ver o debate e, arrependido, a morder as mãos, vendo bem a leviandade e a maluqueira que vai na cabeça daquele pintas  a quem, impensadamente, recebeu no palácio para lhe dar a benção. Deve estar mortificado, entre dentes rogando pragas ao 'seu' candidato: cabeludo da treta, desbocado, cabeça de vento, nunca mais ganha tino, para que é que fui recebê-lo na véspera?, que insensatez a minha....

Mas pronto, isto sou eu a imaginar que aquela orelha rubra resulta do arrependimento do Rei dos Afectos, o nosso ubíquo São Marcelo, e dos desabafos que se lhe soltam mesmo sem querer. Tirando isso, parece que não há mais nada a dizer. Só que alguém devia levar um saquinho de gelo para arrefecer a orelha do estarola.

Pronto. Agora vou jantar. E duvido que o meu compagnon de route queira ver este triste espectáculo. Caraças.


quinta-feira, dezembro 28, 2017

Qual a cor de cabelo mais indicada para si?
[Com um implante capilar no texto: recomendações relativas aos cabelos dos dois candidatos marretas e uma proposta ganhadora para um certo putativo candidato surpresa]


Entretenho-me com qualquer parvoíce. Mas tem que ser parvoíce a sério. Coisa de gente que se acha e que escreve convencida que está a escrever coisa importante não me interessa. Tem que ser mesmo parvoíce despretensiosa, tontice desempoeirada. De preferência, deve ser coisa que não lembre ao diabo.

Hoje, por exemplo.

Não sabendo de nada do que se passou durante o dia senão aquilo do financiamento partidário, tema que, já de si, me dá um bocado de brotoeja, e tentando saber a quantas andou o mundo, logo me desinteressei das coisas importantes, nomeadamente das reacções da Madame da Coxa Grossa e Alma de Santinha ou a reacção dos dois marretas Rio & Flopes.

Pelo contrário, deixei que a minha atenção se prendesse com mais um daqueles testes que amo de coração. Pode ser a maior maluqueira que, mal a vejo, já eu estou aí. Hoje o teste era para descobrir qual a cor de cabelo indicada para o meu tom de pele e maneira de ser. Achei o máximo. Pertinente. Indispensável.

Sempre vivi bem com a minha cor de cabelo. Até já inspirou alguns poemas, coisa que, parecendo que não, acrescenta uns pontos ao cv.

Mas quem sabe se a minha cor certa não seria  antes uma coisa outra, quiçá na base da asa de corvo? Nunca se sabe. E eu, que sou open minded, se soubesse de uma tal coisa, logo me dirigiria a um cabeleireiro para me pôr mais parecida com a verdadeira eu. É que, pensando bem, o cabelo deve espelhar a nossa alma.

Portanto, obedientemente, fui respondendo a todas as perguntas. E se as perguntas eram curiosas... Íntimas, até. Por exemplo:
  • como gosto de me vestir para sair à noite, 
  • qual a minha preocupação quando tenho amigos cá em casa para jantar, 
  • como é que sou no trabalho, 
  • qual o tipo de roupa que atrai o meu olhar quando entro uma loja, 
  • como reajo quando sei que uma amiga se divorciou, 
  • etc, etc,e tc. 
E eu, respondendo sinceramente e a pensar: deixa lá ver o que sai daqui. Querem ver que vou ter uma surpresa...? Olha se isto me diz que bem, bem, ficava era de cabelinho branco, toda avózinha. O tanas é que ia levar o teste a sério...

Pois bem. Eis o resultado de forma resumida: 
Sonhadora, criativa e enigmática você tem, secretamente, um temperamento fogoso. O ruivo claro ou o louro veneziano, essa cor hipnótica, é a cor feita para si.
Pronto. Ficamos, então, assim.


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Para quem não saiba bem a raça de que estamos a falar, assim são as ruivas de tipo louro veneziano:

1 - A intuição que dispensa a aprendizagem



2 - As brincadeiras a que não se consegue resistir



3 - A audácia

(A confissão de Veronica Franco)


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Já agora, para acabar com um momento musical:
Loreena McKennitt, a ruiva, canta a canção de Penelope



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Implante capilar no texto

A despropósito, permitam que acrescente que, no que respeita a cabelos, o do Rui Rio está bem em cinzento mas o que já não está com nada é aquele corte. Careca que é careca e que tem pinta, rapa o cabelo. Pode ficar com um milímetro e não mais que isso. Assim, com aquele cabelão nas laterais, Rui Rio parece que saíu do século XIX -- e, para o cenário de contabilista d'antanho ficar ainda mais a preceito, só lhe faltam mesmo as mangas de alpaca. Ó homenzinho mais maçador e poeirento... Eu, se fosse a ele, para ver se conseguia produzir algum impacto visual junto dos potenciais eleitores, rapava completamente era a cabeça e deixava crescer a barba. Não há que ter medo, não vai parecer um terrorista, não parecerá terrorista nem que apareça de cinto de explosivos à cintura e granada na mão. Com aquele ar de guarda-livros, por mais que faça, por mais que tente radicalizar-se ou, vá, modernizar-se, o mais que vai parecer é que talvez já viva no século XX.

Já o outro artista, o galã Santana Lopes, deve manter a trunfa que tão bem o caracteriza: melena nem curta nem comprida, nem cizenta nem amarela, nem bem lavada nem bem ungida, nem moderna nem antiga, nem feia nem bonita, nem útil nem inútil -- apenas adequada para inspirar bocas. Um dia que a corte, a pinte ou a deixe sem brilhantina perderá toda a graça. A ele apenas recomendaria que diversifique: uns dias com um rabinho de cavalo, outros com bandolete, outros com um puxinho em cima. E sempre acompanhado daquela boca em biquinho e a pose de candidato a senador para a gente não estranhar. Um Marcelo em ponto piqueno e blasé, com a grande diferença de precisar de muitas horas de sono.
[Que duo mais marreta, senhores, este do Flopes & Rio. Previsíveis, mais do mesmo, comida mastigada. O PPD/PSD (é que nem conseguem optar por um nome para o pobre partido) está a caminhar a passos largos para a irrelevância e não é nenhum destes dois que vai conseguir travar a trajectória descendente]. 
Será que o nosso fofo Hugalex não quererá dar o salto e aparecer à última hora a ver se abocanha o lugar até agora ocupado pelo seu dono e guru, o já quase saudoso Láparo dos Passos ? Eu a ele tinha umas recomendações capilares (e não só) completamente ganhadoras, coisa mesmo na base do win-win: cortes de cabelo à Cristiano Ronaldo -- rapado dos lados, com o risco aos zigue-zagues, cristinha arrebitada ao centro -- treino musculatório para reforçar os peitorais, uma namorada talentosa como a Merche, a Irina ou a Georgina, filhos feitos alhures -- coisas nessa base que dão popularidade e geram bué de likes no Face ou no Insta. A falta de inteligência até passava despercebida. Aposto que deixava os outros dois xé-xés a um canto. Força, Hugalex, a malta está contigo!


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 E agora vou pregar para outra freguesia.

Inté.

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