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sábado, outubro 03, 2015

Uma rosa muito minha, a blooming rose, uma rosa comestível e uma rosa perfeita
- La vie en rose


Todos os dias 10 de cada mês até ao dia em que nos casámos, ele trazia-me uma rosa, uma simples rosa, uma rosa perfeita que me enchia o coração de doçura. Aparecia com os seus cabelos em desalinho, barba negra de guerrilheiro, jeans coçados, ténis, andar de atleta e, na mão, uma simples rosa.

Quando me casei não quis bouquet, quis que ele me levasse uma rosa, uma simples rosa, a rosa que me adoçava o coração. E, aos vinte e tal de Abril, ele chegou e nas mãos trazia a rosa que segurei nas mãos, enquanto feliz da vida, me unia ainda mais a ele.

Uma rosa é uma rosa é uma rosa.



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Uma rosa é uma rosa é uma rosa


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Uma rosa é uma rosa é uma rosa


A rosa que aqui abaixo vos mostro é doce, comestível, deve desfazer-se em gulodice na boca, de boa que deve ser - e depois fica a circular na corrente sanguínea, certamente até se alojar, prazenteira, no nosso coração.


A forma como se chega a esta perfeição pode ser vista no Bored Panda onde a Manuela ensina a fazê-las. Devem ser bem, bem gostosas (adoro doces de maçã com um toque de canela) e são lindas, lindas, lindas.

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Uma rosa é uma rosa é uma rosa


"One Perfect Rose" de Dorothy Parker (lido por Tom O'Bedlam)


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Descendo, poderão ver o meu post pré-reflexão, um post muito, muito ajuizado.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores Leitores, um sábado muito feliz.

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quarta-feira, abril 29, 2015

Da sabedoria das flores [-- primeiro de três posts sobre a sabedoria]


E há as flores: efémeras, perfeitas, generosas, belas. Não sei como saem assim da natureza, em puro estado de espanto, magníficas. Há uma tal exuberância no seu desenho elegante, nas suas cores. E, no entanto, elas sabem que durarão pouco - talvez por isso, não escondam a sua natureza; ou, então, talvez secretamente suspeitem de que logo renascerão, de novo intocáveis, de novo maravilhosas.

Qual de nós - humanos, cheios de limitações, de auto-restrições, de vergonhas, de medos, de ressentimentos - se sente tão absolutamente livre para ser tão autêntico como as flores, despudoradas, inconscientes?




É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.  




Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.  



(...)
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia.




Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.
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Os poemas são de Eugénio de Andrade: É urgente o amor, Foi para ti que criei as rosas, parte de O lugar da casa, Madrigal.



E a ironia das flores

"One Perfect Rose" by Dorothy Parker (read by Tom O'Bedlam)


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