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quinta-feira, novembro 02, 2023

Sobre guarda-redes, sobre cozido à portuguesa e, para terminar, sobre miragens e milagres

 

Tenho a dizer que foi dia de almoço de família. Cozido à portuguesa. Contudo, como agora a família virou família de guarda-redes -- e eles são 3 (três!, três guarda-redes!) -- e já estão os três na competição, conseguirmos encontrar-nos durante a 'época' é coisa quase impossível. Hoje um teve jogo e dois tiveram treinos. Cada um à sua hora.

Claro que, também, cada um em seu sítio já que um não pertence ao mesmo clube que os outros dois e os outros dois, por serem de idades distintas, estão em equipas distintas.

Há ainda o quarto futebolista. Mas por só ter 6 anos, ainda está na formação (ie, não na competição). Portanto, coisa mais soft. Também não sei se virá a seguir as pegadas do mano e dos primos no que à guarda das redes se refere. Segundo o irmão, o Mister diz que ele tem um pontapé muito forte e que deve ficar noutra posição. O que quer que isto signifique.

Conclusão. Vieram uns, não conseguiram vir todos. Mas, para os que não vieram, preparei a devida marmita pois cozidinho à portuguesa feito em casa tem que ser partilhado com todos.

Tirando isso, pouco mais. Ou melhor, muito mais. Mas não me apetece agora falar disso.

Há ainda o tema da guerra Israel/Hamas em que tenho uma opinião que, à medida que mais vou sabendo e mais vou pensando, se vai tornando cada vez menos canónica. De tal forma que não me arrisco a dizê-la em voz alta.

É da matemática: as coisas bem formuladas são elegantes, simples e tem uma solução óbvia, de caras. Quando não são nada disto é porque (geralmente) estão mal formuladas.

E mais não digo -- até porque são duas e meia da manhã e já me dói a cabeça. Pode ser que me organize mentalmente para conseguir expor o meu pensamento sem deixar toda a gente que me lê de cabelos em pé.

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Para tentar compensar a pobreza franciscana do post e não podendo partilhar o cozido, junto este vídeo 

Adrien M & Claire B - Mirages & miracles


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Desejo-vos uma boa quinta-feira

Saúde. Boa disposição. Paz.

segunda-feira, novembro 17, 2014

Miguel Macedo demitiu-se? Era previsível. Por isso não me vou alongar e, se me permitem, continuo na onda do humor: Anúncio de emprego para loja de roupa (pretende-se alguém com força e paciência) ao som de uma brilhante interpretação de Mozart a cargo de Sara X Mills


A minha filha ontem dizia: o que eu acho é que deviam parar rapidamente as investigações senão não sobra um.

Achei graça e é, também, a sensação que sinto. Mas não só eu. A minha mãe, à noite, dizia mais ou menos a mesma coisa: uma cambada, andam a convencer-nos que temos que ganhar menos, para eles, os gulosos, andarem a meter dinheiro ao bolso.

Um tio meu, que sempre foi mais de direita, também já fala com asco de toda esta classe política que agora aparece aos nossos olhos desta forma sinistra: incompetência primária, insensatez, insolência e, pior ainda, corrupção.

Liga-se a televisão e lá estão eles e os seus defensores, uma praga:
  • Marques Mendes, usando o seu tempo de comentador, para passar certidões de bom comportamento aos amigos ou para se limpar a ele próprio, 
  • Luís Montenegro que, como diz o meu marido, anda sempre com um sorrisinho fdp de quem parece que está a fingir que não tem vontade de rir e de onde nunca sai nada de construtivo, só parlapié balofo, politiquice barata, 
  • Duarte Pacheco que parece que tenta ser um homem sério que se viu metido no meio de um gang e que parece sofrer horrores para defender o indefensável, 
  • Teresa Caeiro que esbraceja com a boca, quase parecendo grasnar, e nada dizendo de válido ou útil, 
  • e isto já para não falar em todos os outros desta maioria que apoia um governo que devia ser banido rapidamente das vidas dos portugueses, 

Tudo uma gente que não se aguenta. Ferem a nossa inteligência, atentam contra a nossa dignidade.


Este domingo, depois de ter chegado a casa vinda da casa nova-velha do meu filho - cujas reparações estão quase a entrar na recta final dos arranjos - deitei-me no sofá com a Filha do Papa enquanto esperava pela declaração de Miguel Macedo que seria daí a nada.

Mas, apesar dos dotes de Lucrécia e do Fo e da expectável relevância das palavras do agora ex-Macedo, não tardei a adormecer.

Quando vim a mim já estava o Ricardo Costa a dizer que o que era importante não era o que os outros comentadores tinham dito mas sim o que ele ia dizer. Espantei-me (não com as palavras do Ricardo, que sabe sempre mais do que os outros, mas com aquela gente ali toda já a opinar). Mas o Miguel Macedo já tinha falado? O meu marido esclareceu que sim e que não tinha dito nada de mais, apenas que já tinha dado para este peditório e obrigadinho que tinha mais que fazer.

Pronto. Menos um. Depois ainda ouvi o Sócrates e um bocado do Marcelo. 

Mas esta conversa já me cansa porque um País não anda para a frente nem dá alegrias ao seu povo com gente como o Láparo Agarra-Ministros, o irrevogável vice-Portas ou o C-Rato, o Pintas de Lima, a Loura da Cruz, a Desaparecida Cristas, a mulher do Toni Alburcas e outros que tais - e tudo o que uma pessoa diga a mais do que isso é chover no molhado.

Quando agora me sentei aqui, maçada com esta actualidade que mais parece um alguidar de água infecta e choca, fui espreitar o correio e um mail salvou a minha disposição. Depois, lembrei-me de outro que tinha recebido há dias, um belo apontamento musical e que me pareceu fazer um bom pendant com este de hoje. E é isso que aqui vou divulgar.


Sara X Mills esclarece que não tem cordas nos generosos seios, apenas silicone, e que o que se adiante se verá não é truque, é coreografia genuína. A música é Eine kleine Nachtmusik numa interpretação de 1936 da Orquestra Filarmónica de Viena






Ora bem. Ao som de Mozart, passemos então ao Anúncio para Emprego

Oferta de trabalho 

PRONTO-A-VESTIR, SECÇÃO DE PROVAS.

EXIGE-SE: 9º ANO, EXPERIÊNCIA, FORÇA E PACIÊNCIA. 





Remuneração em função dos resultados obtidos.


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domingo, agosto 24, 2014

O homem dos muitos banhos de gelo... e sempre com aquela graça. Benedict Cumberbatch tem mesmo muita pinta.


Gosto imenso do Benedict Cumberbatch. Não é bonito mas tem um não sei quê, talvez qualquer coisa de felino, e, em cima disso, tem aquela voz.


Anna Wintour, a Mme Vogue a catrapiscar o Benedict Cumberbatch no desfile Hugo Boss NYFW 



O seu vídeo dos baldes de gelo é qualquer coisa... O maravilhoso sentido de humor britânico delicia-me.

Só espero é que com tudo o que é gente a fazer doações, apareçam verbas mais do que suficientes para investigar, para encontrar a cura, para atenuar os efeitos da maldita doença, para ajudar nas despesas das famílias que se vêm confrontadas com um drama destes nas suas casas.



...

sexta-feira, junho 13, 2014

Leva-me nos teus braços, leva-me, e deixa-me levar-te comigo. Uma pequena gota de veneno que a minha virtude é fácil. Hora de Tango no Um Jeito Manso.


Capítulo 3. Hoje o dia no Um Jeito Manso é dia anti-'futebol-a-toda-a-hora'. Começou, no Capítulo 1 com perfume, moda e um ou outro salpiquinho de malícia, coisinha só para dar um cheirinho, prosseguiu no Capítulo 2 com a horinha gay (no masculino e no feminino) e, agora, aqui chegados ao Capítulo 3, é hora das mulheres irem para os braços dos homens para que possam fazer deles o que quiserem. Tango, portanto.

É sensação que não conheço tal como a imagino. Já aqui me lastimei muitas vezes: só dou com pés de chumbo. Mas ainda não desisti, nem que um dia ainda tenha que contratar um bailarino profissional. Não sei é se, nesse caso, não deveria ir ter umas aulinhas antes, não fosse o homem querer fazer-me rodopiar, vergar-me, levantar-me no ar e sei lá que mais e eu pregada ao chão, incapaz de perceber o que ele pretende, cheia de medo não vá ele deixar-me cair. Tenho que pensar bem no assunto.

Entretanto - e enquanto vejo na televisão as reportagens dos protestos no Brasil, gás lacrimogéneo ou lá o que é mesmo em cheio na cara de um manifestante,  e mais a conferência de imprensa do João Moutinho em Campinas e, ainda, o delírio popular perante São Ronaldo, as mulheres arrepelando-se e querendo tocar o corpo de tão sublime criatura, e agora um sujeito alemão com um penteadinho que me faz duvidar se não pertencerá ao sindicato do Adão ali de baixo, é capaz de ser o treinador da Alemanha - vou aprendendo os passos do tango. Parece fácil. O segredo está em escolher um par a preceito, já percebi. 


Ora, então, vamos lá ver como é ou, para quem tenha aí por perto alguém com leveza nos pés e asas nos braços, vamos lá praticar.


Primeira Aula - coisa menos exigente
(Mas não se deixem enganar pela ligeireza das minhas palavras...
Reparem bem na beleza das imagens - e na canção em si!)

Tom Waits destila uma Little drop of poison, um sensual requebro de paixão.



*

Segunda Aula - Uns passos já mais arrojados

(Atenção ao vídeo, fantástico, e atenção à expressão facial dos participantes, sobretudo à de Colin Firth]

Virtude fácil

[Easy Virtue - Colin Firth e Jessica Biel; música: Asi se baila el tango]



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Amanhã (que para mim é dia feriado) vou ver se arranjo tempo para traduzir um artigo muito interessante que li sobre a vigilância que é feita sobre o que se passa na internet (mails, acessos, etc) e qual o tipo de pessoas que é contratado para trabalhar nisto. Posso dizer-vos que me surpreendeu e, por isso, quero partilhar convosco. Não o coloco já aqui pois admito que alguns dos meus Leitores não sejam fluentes em língua inglesa.

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[Isto nos blogues, vai-se de cima para baixo.
Por isso, para continuarem numa de qualquer coisa desde que não seja futebol, desçam, por favor.
A seguir a este Capítulo 3 vem o Capítulo 2 e depois o 1].

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Hoje é mais cedo, ainda nem é 1 da manhã mas eu estou perdida de sono. O calor amolece-me. Vou ver se leio um bocado mas temo bem que nem isso.

Tenham, meus Caros Leitores, um bom dia de Sto António!

*

Em noite de Mundial de futebol e com os 'gajos' todos agarrados à televisão, hoje o Um Jeito Manso desforra-se e avança com um post que é mesmo coisa de gaja. Perfumes e Costuras.


Em noite de bola (e não se pode dizer que o Mundial tenha começado bem - não sou superstiosoa mas começar com um auto-golo e logo do Brasil, o país anfitrião, bahhh... e haver mais um golo mas de penálti forjado... não sei não) e temendo que isto agora seja todos os dias, futebol e mais futebol, começo já a fazer o contraponto. 


Já estive aqui a pensar. Receitas de cozinha? Pensamentozinhos cheios de perlimpimpim e pózinhos de fada? Queixinhas sobre o mal de vivre? Ou, mal por mal, dizer mal dos homens? Falar de sapatos, não (ah, sapatos, que converseta mais déjà-vu). Carteiras? Clutches? Colarzinhos? Promoções? Dietas? Livrinhos de pensamentos positivos ou do Valtinho? Não sei. What?


Bem, enquanto penso e não penso, avanço já com perfumes e costura. Mas, claro está, não é coisa à toa, ah pois não. Coisa linda de dar gosto. Não sou Dior, sou Chanel mas, isenta como sou, reconheço que os vídeos Dior são cá uma coisa...

[Já agora, por isenção: viram o Papa a dizer, com ar de gozação, que os brasileiros lhe pediram para ser isento...? E ria-se. Ah, este Bergoglio é mesmo cá dos meus, um bacano do caraças)


Mas, enfim, convido-vos a verem os vídeos. Uma beleza. Com o calor que está ainda me vou é pôr a fazer aquilo. 

(Refiro-me a deitar-me na pedra da lareira, à fresca, claro, porque fazer vestidos de alta costura é coisa que terá que ficar para quando me reformar)


Dior Addict Fragrance - Director's Cut



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Le Petit Théâtre Dior - Making of "Mexique" dress (1951) em miniatura



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Até já!

sábado, março 08, 2014

No Dia da Mulher, os parabéns a Rita Ferro - uma mulher livre, uma mulher que também gosta de ser mulher - pelo seu último livro. Veneza pode esperar. Diário I. Uma agradável surpresa, digo-vos eu.


Nos dois posts abaixo louvo as mulheres e louvo-me a mim por ser mulher. Uso os vídeos da Dolce and Gabanna porque recriam sempre um ambiente que acho agradável, feminino, alegre, sensual.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.

*

No outro dia, quando fui às compras, trouxe o novo livro de Rita Ferro. No fim de semana seguinte a minha filha levou-o para o ler. Como a minha mãe está quase a fazer anos, comprei outro para lhe oferecer. Entretanto a minha filha já devolveu o meu, dizendo-me que era muito agradável de ler e bem escrito. Gosto de diários. Então, aos bochechos, lá fui conseguindo lê-lo e, de tal forma se lê de facto muito bem, que já o acabei.


Rita Ferro escreve um diário, apenas isso. Vai evocando lembranças familiares, vai desfiando amarguras, alegrias, exuberâncias, caprichos. A escrita flui com qualidade. Fala dos filhos, dos netos, dos pais, dos maridos (teve três), dos amigos. Fala da casa que idealizou e construiu ao longo de anos ali enterrando o que ia ganhando. Fala de como, não a podendo já manter, depois do divórcio, acabou por entregá-la ao banco. Fala de como se mudou recentemente para uma casa mais pequena para poder fazer face a despesas. 

Fala com muito carinho desse terceiro marido a quem dedica o livro (Para o Bernardo, onde tenho a alma), para além de o dedicar também ao enteado a quem trata como o filho mais velho. 

Diz coisas surpreendentes e fala o nome de amigos, alguns dos quais pessoas conhecidas (uma, por exemplo, amiga da minha filha).

Em tudo o que escreve, mostra-se sem pudores. 

Uma das frases a que achei piada é a que passo a transcrever e onde fala da amiga Patrícia, durante décadas editora de uma revista.


Ficámos de escrever um argumento juntas e de tomar de assalto o Grémio Literário, para organizar palestras e tertúlias. Emprestou-me A Casa Fechada, do Nemésio. Vou assentar num caderninho para não me esquecer de devolver. Há uma ética nestes empréstimos que procuro respeitar. Quando as roupas que me dá não me assentam, devolvo-as. Também me emprestou o marido uma vez e fiz o mesmo.


Nem mais. A neta do Ferro a quem muita gente queria (e quer?) comer, a mãe do Salvador e da Marta Gautier, a avozona, a amigona, a mana reguila, a mulher deprimida e, logo a seguir, feliz da vida, está a escrever cada vez melhor.


A esta hora deve ela estar a escrever o Diário 2 e estou certa que os cuscos que gostaram do Diário 1 vão estar à espera desse novo livro.

E, assim sendo, para a Rita Ferro que mostra ser uma Mulher que gosta de ser mulher, aqui vai desta outra não apenas mais um vídeo Dolce and Gabanna  (e que me desculpem pela escolha, dado que é muito pouco canónica mas, enfim, se eu me visse rodeada de jovens belos e castos como estes, acho que não descansava enquanto não os levasse a pecar) como as fotografias animadas que acima intercalei com o texto.

O filme, feito para promover a moda Dolce and Gabanne, destina-se ao inverno 2014.






Transcrevo: The magic and majesty of the Dolce & Gabbana Fall Winter 2013 - 2014 collection is embodied in the images of the new advertising campaign. The photographs by Domenico Dolce capture the beauty of Monica Bellucci, Bianca Balti, Kate King and Andreea Diaconu surrounded by a gang of young priests in admiration.


O bonitão que ali no meio do texto está a desafiar a Rita Ferro (e a mim e a todas as minhas Leitoras e Leitores que apreciem um belo pedaço de homem) é Adam Senn para a Dolce & Gabbana.


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E, por agora, por aqui me fico. A noite passada quase não dormi. Tosse, tosse e mais tosse. Já me doía a cabeça de tanto tossir. Quando tocou o despertador, ainda de noite, estava eu acordada.

Depois centenas de quilómetros para cima, uma reunião acalorada ou, melhor, tempestuosa, almoço já tarde, depois reunião informal, e mais centenas de quilómetros para baixo. No carro tosse, tosse e mais tosse. Quando cheguei, atirei-me para o sofá e caí a dormir. Passados uns cinco minutos estava a tossir. Por isso, tenho sono, tanto, tanto sono, estou cansada, a precisar de descansar e de me pôr boa. A próxima semana, pelo que já tenho agendado, anuncia-se também frenética, maçadora, stressante e só de pensar nisso já me apetece passar o fim de semana inteiro a dormir. Enfim. Aliás, a dormir já eu estou agora.

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Relembro: abaixo há mais dois posts e, se lá forem, encontrarão um bom ambiente.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo sábado.

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PS: 
Tinha um vídeo maravilhoso do Cine Povero para vos mostrar. 
Mas, por ser Dia da Mulher, optei por escrever este post e os dois seguintes e deixar o vídeo para amanhã.

quinta-feira, março 06, 2014

Cá para mim, os polícias que se manifestaram em frente da Assembleia da República deveriam ter coreografado alguns gestos com o apoio dos modelos italianos da Dolce & Gabanna (é que não há quem faça manguitos como eles). Mamma mia... que convincentes eles são, nos manguitos e no resto. Que bom teria sido se aqueles milhares de agentes, à uma, fizessem um valente manguito aos deputados cobardes que não representam o povo que os elegeu mas os partidos onde se acoitam.


No post abaixo já vos mostrei um vídeo de Marinho Pinto (no programa da Cristina Ferreira e do Goucha, imagine-se) a revelar excepções fiscais para os partidos que quase parecem insultuosas e verbas que quase são chocantes. 

Temos que dar um certo desconto e admitir que pode ser que haja razões válidas para aquilo. Mas, ainda assim, é bom sabermos que o nosso voto vale 3,1€ pelo que muitos milhares de votos resultam num belo pé de meia para eles se orientarem bem. 

Por isso, vemos aquela tropa toda em grandes carros com motoristas, armados em sultões, convencidos que são gente importante e não como se deveriam sentir, alguém eleito para nos representar e defender os nossos interesses (os nossos! não os deles próprios). Mas é preciso não escorregarmos para o populismo pelo que aconselho que ouçam aquele desfiar de informação felpuda - mas que ouçam com algum sentido crítico.

Mas isso é no post abaixo. Aqui, agora, a conversa é outra.

*

Cheguei a casa, como vem sendo hábito, tarde e más horas e, quando me sentei a jantar, estavam as televisões a transmitir um mar de agentes das forças de segurança em frente à Assembleia da República, uma tensão cujas vibração chegava até nossas casas. Uns, fardados, escudo, capacete, em cordão, defendendo a escadaria e, em baixo, um mar de gente em agitação orgânica, num nervosismo que a todo o momento podia fazer entornar o caldo.


A temperatura do país está a subir, o aperto está a tornar-se feroz, as infâmias e as injustiças estão em crescendo, este governo aparece com uma nova medida atentatória dia sim, dia sim. Uma vergonha, uma provocação. Têm tido sorte porque este é um povo de boa gente.

Mas toda a gente aguenta, aguenta, até ao ponto em que acha que não tem nada a perder.

Quando vejo estas manifestações acho que falta na organização algum sentido de performance. Parece que nunca se sabe como acabar aquilo, como dar algum seguimento. O homem do sindicato foi recebido pela Inconseguida Estebes e ela disse que tá bem, eu entrego o dossier aos dos partidos. E pronto, acabou-se. O que é que os polícias conseguiram? Bola. Zero. Mas, pronto, que mais poderiam eles querer ali?

Por isso, para a coisa, numa próxima ocasião, passar a ter algum conteúdo, aqui deixo as minhas sugestões teóricas com as devidas aulas práticas.



Kevin e Jonathan Sampaio a lição nº 9: F**   OFF

  • Sugiro que se manifestem à porta do Ministério e exijam ser recebidos pelo ministro. 
  • Que, uma vez lá dentro, o dispam e atirem a sua roupa para a rua para ele saber o que é ter que andar fardado e não ter dinheiro para comprar a farda, 
  • que o obriguem a aparecer à varanda todo nu e que o forcem a ficar a vê-los a fazerem uma coreografia onde mostrem a sua raça, cantando canções de gozo e desafio. Nu, ao frio. Para ver se aprende a ter respeito por quem tem menos que ele.
  • E que o obriguem a ir a pé para casa, para saber o que é não ter dinheiro para meter gasolina no carro.

Noah Mills, giro todos os dias, e a lição nº 9:  F**   OFF

E, para que possam ensaiar com quem sabe, aqui deixo um vídeo de encher o olho (especialmente ao sector feminino e gay). São os maravilhosos modelos masculinos da Dolce & Gabanna mostrando como se fala com as mãos. E que bela pronúncia eles têm, Dio mio.






***

Para ouvirem as explicações de Marinho Pinto sobre as contas inerentes à vidinha dos partidos, desçam, por favor, até ao post já a seguir.

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segunda-feira, março 03, 2014

Para afastar coisas más ou tristes, nada como um belo sopro de ar. E, para valorizar um sopro de ar, nada como um cabelo tão solto que até nas fotografias ele se mexa. Isso e uma boa risada: mostro-vos um pouco do Carnaval na minha casa.


Acho que isto é orgânico: se falo, escrevo, ouço ou leio coisas que não me agradam, logo toda eu reajo em sentido contrário. Sempre assim foi. Desabafo, reajo, expludo, choro, grito, solto os cachorros mas, acto contínuo, preciso de espairecer e só me ocorre ir à procura de alguma coisa que me distraia ou faça rir.

No post a seguir a este protesto contra esta deificação do futebol a que se assiste, dando a palavra a uma jovem que mostra como sob a fina capa de uma história de sucesso que leva à explosão do investimento inerente ao Campeonato de Futebol no Brasil, há, escondido, sob o tapete, todo um mundo de subdesenvolvimento.

No post a seguir a esse falo de dois excelentes artigos, um de Paulo Baldaia e outro do Pedro Marques Lopes que descrevem como o neo-liberalismo acéfalo do gang Passos Coelho & Paulo Portas & Miguel Relvas & Pinókia leva a toda a espécie de medidas erradas e que, todas elas, revelam um profundo desprezo pelo ser humano (pelo ser humano que não pertença ao grupo de bajuladores do dito gang, leia-se).

*

E, uma vez tendo falado sobre coisas que me desagradam, viro-me para a ligeireza. Talvez eu tenha um ladozinho frívolo ou fútil - ou de loura burra. Eu acho que não mas, se calhar, sou muito condescendente para comigo mesma, sei lá. A questão é que, seja por que razão for, não consigo ficar muito tempo a chafurdar em porcaria. Não consigo.

A pata que os pôs! - digamos assim, que eu, mesmo na hora de insultar, me custa dizer palavrões, especialmente a insultar as mães deles. (Assim, chamar patas não é grave, faz de conta que penso que as mães dos membros do gang têm pés chatos, coisa assim).

Parto para outra.

(Mas, ainda antes de partir para a tal outra, seja ela qual for: é que ainda por cima está a dar na RTP aquele filme fabuloso, o Amor, do Haneke, com o Jean-Louis Trintignant, a Emmanuelle Riva e a Isabelle Huppert. Estou a escrever e a ver ao mesmo tempo. Mas o que ver isto me custa, senhores. Faz-me mal. Este é o filme, ao contrário, do que se passa com os meus pais; no filme é a mulher que está dependente, enquanto no meu caso, é o meu pai que está diminuído tal como aqui já vos contei. Acho que não vou conseguir ver o filme até ao final pois não suporto, aliás acho que vou mudar de canal. Só quem não tem ou teve na família chegada um drama destes é que não sabe dar o valor ao que é o suplício de quem fica dependente e o de quem, por ser o tratador, fica igualmente dependente. Uma caminhada inexorável, duríssima. E a impotência dos filhos que assistem, pouco mais podendo fazer do que apoiar, estar por perto, ouvir, compreender.

Pode acontecer a qualquer um. Mesmo aos que têm vida saudável, mesmos aos novos. Há pouco tempo morreu um amigo do meu pai, mais novo que ele. Teve um AVC ainda relativamente novo, aliás andava eu ainda na faculdade. Quando soubemos, na altura, pareceu-nos uma coisa do além. Creio que ainda nem tinha 40 anos, todo desportista, todo jovial, todo modernaço - e era bem giro. Perdeu o andar, a fala, o reconhecimento. Depois lá foi recuperando, anos de reabilitação, esteve em Alcoitão. Mas nunca mais foi o mesmo. Separou-se da mulher. Ela era professora no liceu, uma mulher muito bonita, elegante. O convívio com o novo quadro de limitações não foi suportável para ela. Ou para ambos, sabemos lá nós.

Sozinho ele definhou. Morreu recentemente, acho que teve outro AVC, nem sei bem. Quando a minha mãe me dá estas notícias, mentalmente chuto para canto.

Enfim. Coisas tristes.

Adiante.)

Já mudei de canal. Agora estou a ver a chegada das estrelas aos Oscares, todas anunciando quem as veste.

*

Tive um dia tão divertido, rimo-nos tanto, uma risota, os miúdos mascarados, nós de certa forma também.

Ela de fada madrinha, o bebé de coelho (ou melhor: de coelhinho, não vão vocês pensar que os pais tiveram um vipe e o mascararam de passos coelho), o ex-bebé de bombeiro (mas o único fato de bombeiro que a mãe arranjou foi de bombeiro americano, americano ou alemão, não sei, porque o comprou no LIDL), o mais crescido de pirata, um que dá pelo nome mas de que agora não me lembro (Jake, será?).

Depois, para além da ternura dos miúdos nos seus fatinhos, acho que o adereço mais conseguido foram uns óculos mirabolantes que o meu marido usou e que fizeram rir toda a gente - e que toda a gente experimentou fazendo rir os restantes.

O ex-bebé, apenas tirou o chapéu de bombeiro nesta ocasião,
para experimentar os óculos do avô
.



O bebé, numa fotografia tirada perto de mais
e que o meu marido queria que eu apagasse,
tão disparatada a fotografia ficou.
Mas o que nos rimos com ele, todo feito à foto, o ganda maluco,
este bebé é mesmo um bacano danado para a folia.

*

E agora já começou a cerimónia dos Oscares. Ellen DeGeneres está em grande forma, simples e bem disposta, fazendo rir toda a gente.


Se esta segunda feira não tivesse que ir trabalhar, ficava a ver. Mas, assim, não dá. Amanhã é um dia de trabalho igual aos outros.

*

Enquanto isso, ando à procura de coisas que não tenham a ver com nada.

*
Encontrei.

No metro de Estocolmo foi colocado um expositor equipado com sensores que detectam a aproximação da composição fazendo com que o anúncio exposto ganhe vida. É uma forma inovadora de chamar a atenção. Só visto.

Apolosophy by Apotek: Make you hair come alive!





Fantástica a tecnologia ao serviço da criatividade, não é?

*

Relembro: É seguir por aí abaixo que há material que merece ser visto.

*

Muito gostaria ainda que me visitassem no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, onde hoje tenho Eugénio de Andrade e que bem ele é dito. Parece eu que adivinhava que a conversa vinha dar aqui: nas palavras que escrevi por lá a propósito do poema 'Poema à mãe' confessei que não quero nunca vir a sentir-me velha. 

*

E, por hoje, aqui me fico. 
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana, a começar já por esta segunda feira.


quarta-feira, fevereiro 12, 2014

"Ser gay é uma desgraça", escreveu alguém no google e veio parar ao Um Jeito Manso. E eu digo: desgraça coisa nenhuma. Porque haveria de ser? E relembro a história do gago que me tirou do sério. Nada a ver, claro. Mas é que ser gay ou gago não tem mal. Já eu ser maluca é capaz de ser um problema (pelo menos às vezes é).


A frase que referi no post anterior foi a frase que escrevi em epígrafe. Quando a li nas estatísticas de acesso, fiquei um pouco triste por pensar que alguém deveria estar a sentir-se infeliz e tentou encontrar algum amparo na internet, alguém que lhe dissesse que não tinha por que se sentir desgraçado(a).

Talvez a pessoa que escreveu isso queira esconder a sua orientação sexual e conviva mal com o disfarce ou talvez o tenha assumido e sinta alguma recriminação social. O que eu posso dizer é apenas a minha opinião mas o que diria se estivesse a falar com essa pessoa seria que assumisse e vivesse a sua vida sem vergonha ou constrangimentos. Com dignidade. Com segurança para que ninguém se sinta no direito de troçar.

É verdade que toda a gente sente uma vontadezinha infantil de dizer piada ou fazer sorrisinho perante algumas situações que fogem ao padrão: é com o vesgo (conforme o divertido vídeo do post abaixo deste), é com o gago, é com o baixote, baixote mesmo, é com o gay abichanado. Mas isso, de facto, é coisa sem importância. Pode magoar os visados, e acredito que magoe, mas o que eles têm que perceber é que quem ri o faz sem más intenções, por pura parvoíce.

Vou contar-vos. Aqui há uns anos eu estava a ter uma reunião com um grupo no qual se incluíam vários espanhóis. Às tantas, já no fim da reunião, antes de irmos almoçar e já todos cheios de fome, ficámos todos em círculo, de pé, conversando, num registo informal. E, às tantas, um dos espanhóis que tinha estado calado até então, um que tinha ar de mexicano, começou a falar. E, senhores... era gago, gago mas gago. Uma coisa desesperante. Para começar a falar dava balanço e ficava ali quase a gripar, aquilo não pegava de maneira nenhuma. Eu já aflita porque o homem de cada vez que abria a boca ficava ali g...ga....g....ga....ga....ga.... e nada. Todos em suspenso e nada. Por fim, com a língua a esbracejar-lhe dentro da boca, quase como que a pedalar, a coisa lá saía mas, logo a seguir, porque uma frase se faz de várias palavras, vinha mais outro suplício, p...p....pa....p...pa. E todos em círculo, cheios de fome e o mexicano a querer contar qualquer coisa que não saía nem por mais uma. 

E então aconteceu aquilo de que tenho pavor. Começou a dar-me vontade de rir. Temo esses momentos. Começo a tentar conter-me e a vontade de rir vai aumentando quase descontroladamente. 

Não dava para me rir, todos em volta do gago, convidados de cerimónia, uma situação sem escapatória. Podia sair dali a correr como se me tivesse dado uma vontade súbita de fazer chichi mas isso seria ridículo e, além do mais, o terror que acompanha esses momentos tolhe-me o raciocínio. O gago continuava a ganhar balanço para mais uma sílaba e eu vejo toda a gente de olhos postos nele a ver no que aquilo ia dar e ao olhar para os outros ainda mais aterrorizada eu ficava pois sabia, de certeza certezinha, que bastaria detectar algum sorriso contido para eu me desatar a rir descontroladamente.

Então pus-me de olhos no chão e já estava a ver o caso mal parado. Percebia que era absurdo o homem estar a falar e eu de olhos no chão. Às tantas, um colega meu, o que estava ao meu lado, percebendo que alguma coisa se passava comigo (e sem discorrer que tinha a ver com o patinanço do gago), pergunta-me 'Passa-se alguma coisa?'. Claro. O mal nestas coisas é alguém me dar o pretexto. Eu queria ser capaz de lhe dizer em surdina 'passa-se que o gago nunca mais vai chegar ao fim da frase' mas desatei a rir, a rir, mas de lágrimas mesmo. Virei-me de costas e o meu colega virou-se também para me encobrir e para fingir que estávamos a conversar. Eu chorava a rir e até já estava era mesmo cheia de vontade de fazer chichi, e ria, ria, sem me conseguir controlar. E o meu colega, os homens conseguem ser mesmo parvos, não percebia o que se passava 'mas o que foi...?' mas só de me ver rir assim já ele se ria também à gargalhada.




Juro que não sei como foi que a coisa acabou porque estive lavada em lágrimas a rir feita maluca, eu e o meu colega, de costas, um pouco afastados, nem sei quanto tempo.

Por fim, lá vimos o grupo deslocar-se para a saída e lá nos dirigimos para o almoço. Quando respirei ar puro até me parecia mentira, refresquei, passou-me aquela pancada. Ao meu colega também. E lá me voltou a perguntar 'mas o que foi?'. A custo lá consegui articular 'o gago...' e desatei-me outra vez a rir. E ele, ainda sem perceber: 'o que é que tinha o gago?'. Desisti de explicar. Aliás não tinha explicação.

E agora que estou aqui a escrever e a relembrar-me estou outra vez na mesma, a chorar a rir.

Mas digam-me lá: que vontade de rir é que isto dá? Nenhuma, não é? Maluquices, que se há-de fazer?


E até me sinto ainda mais maluca por parecer que estou a comparar a gaguez com a homossexualidade. Sei que não tem nada a ver. Mas a questão é que não há que ter vergonha, esconder, reprimir, etc. Há é que estar psicologicamente preparado para reacções parvas dos outros. E rir com essas reacções, encarar com bom humor, reverter a situação a seu favor.

Mostro-vos um exemplo: uma entrevista de Jô Soares com Cláudio Gaspar Dottori, Claudinho, um político gago com um fabuloso sentido de humor.





E, como já aqui o disse tantas vezes, quanto a políticos gays: sejam eles políticos, deputados, ministros, o que forem, o que interessa é que sejam inteligentes, decentes, competentes e honrados.

Drama é serem parvos, manipuladores, incompetentes.

Ainda se fossem umas bichas descaradas como o Sebastian... ao menos far-nos-iam rir. Agora estes que por cá temos dão-nos é vontade de chorar.

Ora vejam o bom do Sebastian nos EUA com um presidente giro e negro (does it ring a bell?) e um presidente francês, fraca figura (a bon entendeur, salut !)

É Little Britain, uma série that I love, love, love.




*

Se descerem um pouco mais, poderão ver mais uma prova do que são preconceitos inaceitáveis, desta vez contra os vesgos. É na Porta dos Fundos, o sítio onde se passam coisas impróprias para consumo.

NB: Hoje não consigo responder a comentários nem a mails (ando uma gazeteira imperdoável, eu sei, mas não tenho mesmo conseguido) porque ainda tenho que ir trabalhar. A sério. Dá para acreditar? Aliás, entre o post que se segue e este também estive a trabucar.

[Dantes, quando havia trabalho para todos, costumava dizer-se: quem não trabuca não manduca. Velhos tempos.]

*

E, assim sendo, despeço-me apressadamente, desejando-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta feira. 

Nem sei se vai estar de chuva ou não. 
Mas como desde que saio de casa de manhãzinha até que regresso à noite não ponho um pé ao ar livre, na prática nem me faz diferença. 
Isto é que é uma vida... Deve ser por isso que fico com os fusíveis meio curto-circuitados. 

domingo, janeiro 12, 2014

E eis que os abutres - que por aqui têm andado a sobrevoar, a escolher as vítimas, a preparar o terreno - se começam agora a instalar para melhor se servirem. [José Luís Arnaut vai para alto cargo da Goldman Sachs. António Esteves confirma: 'Há oportunidades muito interessantes em Portugal']



Transcrevo parte da crónica semana de Pedro Santos Guerreiro no Expresso:

O Governo PSD está a implementar um intenso programa de privatizações. (...) 


O advogado mais influente nestas privatizações foi, sem dúvida, José Luís Arnaut: esteve em todas. Ora trabalhando para o Estado, ora para as empresas vendidas, ora para as empresas compradoras, Arnaut foi decisivo nas privatizações da EDP, REN, ANA, TAP (que falhou) e agora nos CTT, de que a Goldman Sachs comprou 5%, tornando-se o maior accionista.


Arnaut foi o assessor da Goldman Sachs, que, antes, fora um dos bancos que venderam swaps tóxicos a empresas públicas. (...) Esta semana, o Governo contratou a Goldman sachs como um dos bancos que assessoraram a emissão de dívida pública. 


E a Goldman contratou Arnaut para um comité de topo, onde estão figuras de relevo, pensamento e lobbying.

Isto não é uma conspiração, é um modo de estar - ou de ser - entre um sistema financeiro internacional voraz e um país dependente de quem lhe empresta dinheiro para além da sustentabilidade.


Os amigos e protegidos (ou os chefes?) de Passos Coelho

Catroga trabalha para os chineses na EDP,
Vítor Gaspar deve ir para o FMI
Arnaut para a Goldman Sachs


(imagem oriunda do blogue We Have Kaos in the Garden)
Transcrevo agora do Jornal de Negócios:


O Goldman Sachs anunciou esta sexta-feira, 10 de Janeiro, que José Luís Arnaut é o novo membro do conselho consultivo internacional do banco.

As funções do português passam por “fornecer conselhos estratégicos sobre uma série de negócios, regiões, políticas públicas e questões económicas, em particular sobre Portugal e os países africanos de língua portuguesa”, revela o comunicado emitido.

José Luís Arnaut vai integrar um grupo de 18 membros, que é presidido por Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial.

José Luís Arnaut “traz elevados conhecimentos e experiência” sobre Portugal, bem como a Europa, Médio Oriente e África. 

“É excelente” para o conselho consultivo internacional do Goldman Sachs a integração do português, refere Zoellick, citado em comunicado.


(...) nas negociações dos swaps com o Estado, a firma de Arnaut, CMS Rui Pena & Arnaut (RPA), representou os interesses de bancos como o Goldman Sachs e o JPMorgan.




Volto ao Expresso. 


Aí leio que António Esteves, CEO da Goldman Sachs para os países do sul e responsável dos clientes da Europa, diz que Portugal está a fazer o que lhe foi pedido. 


Fez um esforço económico e social muitíssimo forte. 

Acrescenta ainda que em Portugal se fizeram ajustes muito grandes ao nível das reformas laborais, a nível estrutural, o que permitiu mais competitividade e diferenciação em relação ao resto das economias europeias. 

E diz que a Goldman Sachs quer ter em Portugal uma presença maior. Temos uma percepção de Portugal muito positiva, não só pelo que vemos, mas pelo que perspectivamos. 

E diz que vai reforçar a presença e investir em equipas para fortalecer a presença da Goldman Sachs em Portugal. 

Quando lhe perguntam Em fusões e aquisiçãos? Responde: Em tudo.




*

Tudo isto parece sinistro? Parece e, infelizmente, acho que é.


E nós somos a carniça sobre a qual os abutres estão a pousar.

*

NB: Depois de ter escolhido esta imagem, dei-me conta que procurei 'tubarão' e 'capitalismo' quando estava a falar em abutres, urubus. Mas, de facto, o que acontece é que primeiro as vítimas são abocanhadas, destruídas e depois, então, é que chegam os necrófagos. Revejo-nos, a nós, indefesos portugueses, na impotência do pequeno peixinho encarnado de frente para a bocarra gulosa da besta insaciável que se prepara para o devorar.

*


PS: Depois de ter escrito o texto acima, volto aqui para referir um facto que me foi sugerido pela leitura de um comentário aqui abaixo.

Grande parte dos quadros das mais ferozes instituições financeiras e consultoras, aquelas que estão por trás de todas as jogadas na base das quais estão as crises que têm derrubado as economias mais frágeis, provêm de Escolas de Gestão ligadas à Igreja Católica. Universidade Católica, AESE, e isto já para não falar de colégios (da infantil ao secundário) também ligados à Igreja. Não por acaso, se poderá ver qual o percurso de António Esteves: Colégio Valsassina, Universidade Católica.


É um tema interessante este, tendo em consideração a denúncia que o Papa Francisco tem feito das práticas assassinas por parte destes grandes grupos financeiros. Sobre este assunto, sugiro a leitura do texto e sequente troca de opiniões aqui.

****

Gostaria ainda de vos convidar a ouvirem e lerem um poema fantástico da actriz e poetisa Elisa Lucinda no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa.

*

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um bom domingo!


sexta-feira, agosto 02, 2013

Joaquim Pais Jorge, o Mister SWAPs e Mister PPPs, futuro ex-Secretário de Estado do Tesouro, mestre em vender swaps e propor o disfarce das contas públicas. Lindo. Estamos bem entregues. Ouçam o que vos digo: Passos Coelho é perigoso. [E, pergunto eu: o que diz a isto Paulo Portas, o Senhor 3%, o ainda líder do CDS?]


Em dia de anedotas e outros xaropes que nos são servidos pelos amigos de Passos Coelho - refiro-me aos dois posts a seguir a este e nos quais falo da anedota do Relvas como Comissário para a Língua Portuguesa e a novos desmentidos relativos às pantominices da Pinókia Albukerka - soube-se agora de mais outra.

Passos Coelho quer o seu governo bem recheadinho de peritos em SWAPs. Já não nos bastava a ex-Secretária de Estado, actual ministra (palpita-me que por pouco tempo) - agora sabe-se que Joaquim Pais Jorge, recém empossado Secretário de Estado do Tesouro, também tem a escola toda nesta matéria, o rabo verdadeiramente pelado.


Este agora é verdadeiramente a raposa dentro de um galinheiro. Aliás, é mais um. Aliás, aquilo lá infestado verdadeiramente por tanta raposa. Aliás, nem sei se todas as indefesas galinhas não foram já quase todas dizimadas. Vejo tantas penas no ar.



Medo. Tenho medo. Esta gente é perigosa. Muito perigosa.


(...) depois de a revista “Visão” ter noticiado que o actual governante propôs ao Governo de José Sócrates, enquanto funcionário do Citigroup, um produto financeiro que permitia “maquilhar” as contas públicas de Portugal.


Joaquim Pais Jorge, em Julho de 2005, à data director do Citibank Coverage Portugal, terá proposto ao gabinete de José Sócrates a venda de três contratos de “swap” ao Citigroup, com base em derivados financeiros.

“Os Estados geralmente não providenciam [ao Eurostat] informação sobre o uso de derivados”, dizia o documento entregue no gabinete do então primeiro-ministro – e também ao Ministério das Finanças e ao IGCP, organismo que gere a dívida pública. “Os ‘swaps’ serão, efectivamente, mantidos, fora do balanço”, acrescentava o documento. O Eurostat é o gabinete de estatísticas europeu que calcula o défice orçamental e a dívida pública dos Estados-membros.

A sugestão foi então rejeitada pelo Executivo de José Sócrates e, numa altura em que a polémica dos “swaps” continua viva devido às audições contraditórias de Maria Luís Albuquerque e do antecessor na secretaria de Estado Carlos Costa Pina, é noticiado mais um contorno neste escândalo.

&


Joaquim pais jorge é a raposa no galinheiro

Joaquim Pais Jorge e os swaps tóxicos
- o Governo Passos Coelho começa a deixar bem claro ao que anda


Mas os media acrescentam mais alguns pormenores. e, todos eles, pormenores picantes. Transcrevo:



A nova ministra das Finanças escolheu um homem swap/PPP para a ajudar na difícil tarefa da condução dos destinos financeiros de Portugal. Joaquim Pais Jorge, o novo secretário de Estado do Tesouro, era director do Citibank quando esta instituição financeira, agora sob suspeita da Comissão Europeia por cartelização no mercado das swap, assinou dois destes contratos com empresas públicas nacionais.



O primeiro foi firmado em Novembro de 2007 entre o banco e a Administração do Porto de Lisboa. com vencimento a 22 de Outubro de 2027, e regista actualmente perdas potenciais de 9,3 milhões de euros, enquanto o segundo, assinado em Fevereiro de 2007, com maturidade a 22 de Julho de 2014, tem hoje perdas potenciais de 28,7 milhões de euros. O Citibank, já depois da sua saída, assinou ainda um outro contrato swap com o Metro de Lisboa, com perdas potencias de 28,7 milhões de euros.

O currículo de Joaquim Pais Jorge tem outra peculiaridade. Entre 2009 e 2012 foi director da Estradas de Portugal encarregado do departamento económico e financeiro da Direcção de Concessões. Nessa qualidade, é um dos nomes referidos na investigação da comissão parlamentar às PPP, cujas conclusões vão seguir para a Procuradoria-Geral da República. O novo secretário de Estado de Maria Luís de Albuquerque integrou a gestão de Almerindo Marques, que chefiou a Estradas de Portugal entre 2007 e 2011, e é um dos alvos do relatório da comissão de inquérito.


"A EP foi conivente com a opção política vigente, alheando-se do seu papel técnico de assessoria a uma decisão política bem fundamentada e consciente e massificou o recurso às Parcerias Público Privadas no sector rodoviário", lê-se no relatório redigido pelo deputado social-democrata Sérgio Azevedo, considerado pelo CDS com um retrato fiel dos acontecimentos, e que já está no Ministério Público por se considerar poder existir matéria de foro criminal.

**

É pois este menino que Passos Coelho e a sua professora especialista em SWAPs escolheram para gerir o Tesouro. Bonito serviço que está aqui armado, não acham?



A Miss Swap
aqui com o seu chefe de faz de conta, o irrevogável Paulinho das feiras,
o senhor que levou o CDS até aos ridículos 3% das intenções de voto,

O dedinho no nariz, a brincar aos palhaços, diz muito do que é a forma de Paulo Portas estar na política



**

Cheguei aqui com vontade de armar uma farrinha e, afinal, fui assediada de tal forma por estas cagarradas passianas que me vi forçada a desviar-me do meu caminho e a ter que ficar a tratar deste nauseabundo expediente. A ver se amanhã faço, então, a festa.

E, entretanto, desejo-vos uma bela sexta feira. 

Se não é mentirosa, então é amante de jogos florentinos. ...Ná...: quais jogos florentinos...?! E parece que gosta de fazer os outros de parvos. E deve ser intelectualmente muito lenta. Então levou dois anos a resolver (e de que maneira...) um assunto em que é perita, que estava mais do que farta de conhecer e para o qual foi sucessivamente alertada....? E é isto ministra das finanças....? Ná: não acredito! Num país desenvolvido? Da União Europiea...? Ná. Só se fosse na república das cagarras! [Falo, é claro, daquela a quem chamam a Pinóquia de Passos Coelho, a Miss SWAPs]


Depois de abaixo ter falado de mais uma anedota desta silly season tão recheada de cagarradas - desta vez, imagine-se!, foi o Relvas a anunciar que vai ser Alto Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa - agora falo da ainda Ministra das Finanças, aquela de quem ouço frequentemente dizer que até já mete nojo.



Quer uma pessoa gozar férias em paz e é sistematicamente assediada:
ora é o Relvas, esse grande intelectual, esse brilhante filólogo,
ora é a pinókia albuquerka que não pára de, compulsivamente, bolsar inverdades, imprecisões, manipulações.
Ora abóbora que nem consigo sentir o ventinho a arejar-me o penteado...


Sucedem-se as notícias, os testemunhos, os comprovativos da incompetência, da lassidão (digo lassidão porque não conheço ainda o espécime o suficiente para dizer que é 'má fé'), das infantis trocas de tintas e das suas ridículas tentativas de atirar poeira para os olhos da malta. Falo, é claro, de Maria Luís Albuquerque, vulgo a Pinóquia Miss Swaps. Começa a ser patético.



Maria Luís Albuquerque
Arrogantezinha, armada em espertinha,
a professora de Passos Coelho ainda não percebeu que não tem envergadura
(nem política, nem moral, nem ética, nem de coisa nenhuma) para ser ministra.


Por algum motivo que um dia haveremos de conhecer (porque, para já, o que sabemos* é que, por ter andado na calinice durante dois anos, quem ganhou com isto foram os bancos e quem perdeu foram, como sempre, os contribuintes), Maria Luís Albuquerque levou dois anos a dar a volta a parte do assunto SWAPs, pagando aos bancos quando os pareceres aconselhavam a via judicial, e pagando à cabeça aquilo que não era certo que viesse a ter que ser pago. O que sabemos, também, é que, aparentemente para disfarçar tão grave atitude (que terá custado uns milhares de milhões de euros ao erário público) resolveu sacudir a m... para cima dos outros. Começou por correr com os seus próprios Secretários de Estado e, como se não bastasse, tenta agora sujar gente séria do anterior governo.

Não se pode dizer que não soubesse do assunto quando o próprio ministro de quem dependia na altura, o Gaspar de má memória, já o confirmou à saciedade - sabia, então não sabia?, sabia e mais que sabia do que se passava... pois se ela própria tinha subscrito swaps quando estava na Refer... e se era até uma verdadeira perita no assunto - nem se pode dizer que, de 2011 para cá, não tivesse sido sistematicamente avisada para o que se estava a passar.

Mas a pinóquia continua na dela. Mete nervos. No entanto, a cada palavra que diz, aparecem logo os desmentidos. Já faz impressão a falta de vergonha e o vexame a que sujeita. Já parece uma coisa compulsiva, parece que não consegue parar de inventar.


missa swap

Como é que uma criatura deste calibre chega a ministra é o que me pergunto.
Sucedem-se as provas das mentiras de Maria Luís Albuquerque.
E mentir em sede de Comissão Parlamentar não é o mesmo que cometer perjúrio...?



Transcrevo: Costa Pina, ex-secretário de Estado do Tesouro, acusa Maria Luís Albuquerque de deturpar as suas palavras e de omitir a informação que Vítor Gaspar lhe passou, mantendo tudo o que disse na comissão de inquérito aos swaps.  

(...) Costa Pina acusa Maria Luís Albuquerque de ter "imprecisões e insuficiências de informação" nas explicações que deu à comissão de inquérito esta terça-feira e envia esta carta ao presidente da comissão para reafirmar tudo o que disse, apesar da "deturpação" que terá sido feita pela governante.

"Só posso concluir que a omissão, por parte da senhora ministra, do que eu disse na declaração inicial nessa comissão e a sua substituição por uma afirmação diferente constituem uma deturpação que me dispenso de qualificar, reafirmando assim o que disse e ouvi nas reuniões de 18 e 29 de junho de 2011, bem como o demais transmitido a essa comissão na minha audição", escreve o antigo governante. 


Transcrevo: Colega de Maria Luís alertou-a para 'swaps' do Santander. Ex-colega no IGCP da então secretária de Estado avisou-a em fevereiro de 2012 que os 'swaps' do Santander Totta eram das "piores transações" que já tinha visto.

(...) A 22 de fevereiro de 2012, a coordenadora da área de gestão da dívida e da liquidez do IGCP (na altura ainda Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público), Sofia Torres, enviava um email à então secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, que foi sua colega no IGCP antes das eleições, com o assunto "Derivados Empresas Públicas - Santander".


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aqui há tempos falei sobre os swaps. Era relativamente frequente, especialmente nos anos que precederam a crise financeira, que as empresas, ao negociarem empréstimos, fossem aliciadas pelos bancos a subscrever swaps. São produtos que, de certa forma, funcionam como um seguro que permite trocar riscos. Como todos os produtos financeiros, não são, em si, bons ou maus. É como comprar acções. É uma má decisão comprar acções? Não, claro que não. O que se pode dizer é que depende. O que é mau é não as gerir. Se uma pessoa compra acções numa conjuntura e a conjuntura depois se altera e começa a perder dinheiro, tem que tomar a decisão de as vender antes que seja tarde demais, ou, então, aguentá-las e esperar que a conjuntura vire de novo.

Na altura em que se fizeram os contratos swap em questão, pode ter sido uma boa opção subscrever aqueles produtos. Mas, ao rebentar a crise financeira, dado que as condições se alteraram, provavelmente fazia sentido renegociá-los. Deixar a situação apodrecer ao longo de dois anos é que parece suspeito.

De notar que, não conhecendo eu os contratos em questão, pode ter acontecido que tenha havido nabice da grossa em alguns dos contratos, de tal forma que as condições fossem de molde a avançar-se para a rescisão. Como é mais do que sabido, se há sector que tramou o mundo inteiro, foi o bancário ou, mais geralmente, o sector financeiro. Venderam o que não tinham, engendraram produtos fantasiosos destinados a enganar meio mundo, falcatruas em cima de falcatruas. Por isso, não ponho o mão no fogo por nenhum produto financeiro. O que digo é que tem que ser bem analisado e, uma vez, subscrito, tem que ser cuidadosamente acompanhado. 

Mas, se existiam contratos em que havia matéria para se avançar para uma rescisão, então era para se rescindir e não para pagar à cabeça verbas como aquelas de que se falou. E foi preciso pagar meio milhão de euros a uma empresa para analisar os contratos? Não percebo. Tanto instituto financeiro que há e não havia ninguém que pudesse pegar no assunto? Não percebo. E foram preciso dois anos? Não percebo. Muita coisa estranha nisto tudo - e é por isso que aquela moça tentar desviar as atenções e desculpar-se de todas as maneiras. E como não tem maneira de o fazer, inventa.


**

E ainda cá volto porque há mais.


"Miguel Relvas assume cargo de Alto Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa" - diz que vai promover a divulgação da cultura dos países de língua portuguesa. Pergunto eu: alguém inventou isto só para a gente não conseguir parar de rir, certo...?!



Isto é uma anedota para eu me rir, certo...?
Como sabem o quanto eu gosto do Vai-Estudar-ó-Relvas,
inventaram esta de propósito para eu não parar de rir, foi....?


Isto é uma coisa. Uma pessoa senta-se aqui à noite para ver a quantas anda o mundo e só dá com maluquices, dá ideia que esta gente ficou doida de vez, não têm noção do ridículo, não têm noção dos limites, acham que podem tudo e, caraças, o drama é que podem mesmo.



Miguel Relvas: quando a gente pensava que ele ia aproveitar o período de pousio para estudar,
eis que se prepara para ir divulgar uma das muitas coisas que conhece apenas de raspão: a língua portuguesa



Transcrevo a anedota

O ex-ministro Adjunto dos Assuntos Parlamentares emitiu um comunicado onde refere que  aceitou o convite para ocupar este cargo, não remunerado. "Como condições prévias, exijo fazê-lo a título não oneroso e geograficamente abrangente, isto é, englobando nas realidades culturais a promover, além dos países que têm comités olímpicos, aqueles territórios que, fazendo parte de outros países soberanos, têm com a cultura portuguesa uma conexão forte e associações que perseguem os mesmos fins que os comités olímpicos nacionais", refere o comunicado, citado pelo jornal “i”.


Relvas irá promover “eventos culturais, encontros, exposições, seminários, palestras, fóruns, mostras, colóquios, vivências, festas e celebrações", com o objectivo de contribuir para a divulgação da cultura dos países de língua portuguesa.




Miguel Relvas: faz presenças.

Contactem o agente para discutirem o cachet.


Delicioso. Exige que seja geograficamente abrangente...? Exige andar a passear por todo o lado onde alguém possa pronunciar uma palavra em português? A divulgar eventos, ..., vivências, festas, celebrações...?

Ah leão! Ganda Relvas. Ca ganda valentão...! Assim é que é, ó Relvas! Exige isso e muito mais, ó Relvas...!

E quem é que lhe vai pagar as deslocações e estadias?, pergunto. Banca ele próprio? 

Boa. Estamos cá para ver. Ganda Relvas. Isto é que é o verdadeiro espírito PSD! 

*

Ainda cá volto que há mais.

sábado, março 02, 2013

A menina Chanel já vai a caminho da Manifestação deste sábado, 2 de Março. Eu só vou dormir um bocadinho e depois também vou: ala, que se faz tarde! Jorge Palma canta aqui a Grândola, Vila Morena, para que toda a gente, mais logo, saiba bem a letra.


  • Extenuada depois de um dia muito cansativo (sim! porque a minha vida não é só 'mandar bocas' aqui, tenho também que meter as mãos na massa e isto de fazer funcionar a economia real - que é muito diferente da que se encontra nas folhas de cálculo maradas do Gaspar-não-Acerta-Uma  - dá muito trabalhinho); 
  • depois de, há bocado, já ter adormecido no sofá para onde me atirei quando cheguei a casa (e, no momento em que estava a ver o Paulinho na Assembleia da República  a dizer umas verdades muito lapalicianas e inconsequentes e, depois, sentado ao lado do dito artolas das contas, os dois muito apertadinhos, muito amigos); 
  • e, agora que despertei, sentindo-me incapaz de juntar muitas palavras; 
  • e incapaz de, uma vez mais, responder a comentários e mails (desculpem-me, está bem?), 

só me ocorre dizer que só ainda não estou a caminho do Marquês porque quero ver se ponho o sono em dia. 

Mas amanhã lá estarei, pronta para a luta (e para uma reportagem fotográfica e só não sei se leve uma, se duas máquinas fotográficas).

Poderia introduzir aqui um toque de ligeireza e dizer que já estou a pensar no que vou levar vestido (sim! porque uma pessoa não pode ir para a revolução vestida de qualquer maneira) e, sobretudo, levar calçado (porque, se, por um lado, iria mais confortável se fosse de ténis próprios para caminhada, por outro lado, isso faz pouca toilette e eu, em regra, entre o conforto e a elegância opto pela elegância*).

Poderia tentar, para contrabalançar, falar de alguma coisa inteligente mas, perdida de sono como estou, não há uma única que me ocorra.

Estou a ver, neste instante, o Expresso da meia Noite onde fala um menino que está tão perdido como eu, só que não é perdido de sono e que se contradiz a cada frase que diz, o João Pereira Coutinho. E já ouvi os outros mas a minha memória está, neste momento, tão curta que, agora que estão calados, só me lembro que um deles é o Rui Tavares.

Mas, da maneira como ando, já me parece que dizem todos a mesma coisa. 

Devia aparecer alguém que saltasse para cima da mesa, que desatasse a dizer poesia mas a dizê-la com febre e aparato, ou a dançar ou a fazer qualquer coisa de inesperado.

É que isto de facto, no meio de tanto burocrata, de tanto comentador, de tanto chato, só apetece é mudar de registo, credo, e ver alguém com um mínimo de graça. Deve ser por isso que isto está mesmo bom é para os palhaços. Ou seja, deve ser por isso que tanta gente voltou no Grillo ou lá como se escreve o nome daquele comediante italiano. 

Ai senhores, que sensaboria, tanta gente parva, tanta gente bem comportada, tanto fala barato, tanto papagaio, tantas virgens, tantos pensadores. O País a despedaçar-se e parece que não aparece uma voz diferente. Que seca.

Dei agora um giro muito rápido pela internet e só vejo coisas desagradáveis - um assessor qualquer de Passos Coelho, um tal de Rodolfo Rebelo cujo fácies não augura nada de bom, resolveu armar-se em esperto e em engraçado, fingindo que é a Lagarde a responder ao Passos Coelho; o Campo Real em Torres Vedras, uma coisa enorme e óptima (na qual já estive em eventos profissionais) vai encerrar, falido; o troca-tintas do Gaspar saíu-se com mais uma, que Portugal tem um povo de marinheiros capaz de superar as maiores tormentas e não sei se alguém o mandou dar uma curva  - e, face a isso, chego aqui, e apesar de me estar a esforçar, continua a não me ocorrer um único tema do qual me apeteça falar. 

Nestas situações costuma-me valer a poesia mas... poesia numa hora destas, como dizia o outro...?

Então, se me permitem, dado que sou muito proleta mas nada de exageros - tenho sempre que pôr um espirrinho de Chanel - aqui vos deixo com um momento que mostra bem o verdadeiro espírito de uma mulher Chanel (uma mulher intrépida, que adora romance e que adora trocar as voltas aos apressadinhos).

E, brincadeirinhas à parte, com ou sem Chanel, vamos lá todos - de mota, de bicicleta, de barco, de comboio, ou a pé - para a rua. Que ninguém fique em casa. Todos para a rua. É na rua que podemos mostrar a nossa dimensão. O que pode um pequeno bando de incompetentes perante um país na rua?!

E à hora certa (18:30, acho eu) que Portugal inteiro cante a uma só voz que O Povo é quem mais ordena!




(* - Temo que os meus Leitores mais eruditos fiquem chocados com a minha frivolidade e, por isso, para tentar limpar a minha barra, para ver se não me viram as costas de vez, mudo um bocadinho de registo e esclareço: entre o conforto e a elegância opto pela elegância desde que ela seja confortável. Está melhor assim? Ou seja, talvez vá de saltos altos mas de salto de cunha. Ou, para um just in case, levo uns ténis na carteira... Mas, assim, já teria que levar não uma carteira mas um malão, o que lá ia estragar o conjunto... Ainda vou mas é ver se descubro qual o blogue de uma tal Pepa que é bem capaz de ser a minha alma gémea, capaz de ela já ter dissertado sobre o tema. É que preciso de algum coaching para resolver este dilema. Ou então, ainda vou ver se a Maya dá consultas ao sábado para ver se ela me orienta.

Bom. Eu bem alertei para o facto de, no estado em que estou, não conseguir alinhar três palavras acertadas. Vou-me mas é deitar já para não chocar os bem comportados que me estão a ler...)

Beijinhos e abraços e à tarde lá nos encontramos todos, está bem?

Como no Allô, allô, para vocês saberem quem sou, informo que levo uma réstia de cebolas ao pescoço. 


Entretanto, vou apanhar aqui um bocadinho de ar e depois vou dormir. 




Um grande sábado para todos!

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Volto aqui, seguindo a sugestão da Leitora A.de Sá [e, também (confesso) na esperança de que haja aqui hoje alguma coisa que valha a visita], para incluir a Grândola segundo Jorge Palma





Até mais logo!