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quarta-feira, dezembro 15, 2021

O Ministério Público, os Jornalistas e as Redes Sociais -- e a eterna caça aos gambozinos

 


Sobre isto do Manuel Pinho tal como aquilo do Paulo Campos tal como deixarem fugir o Rendeiro ou tal como dezenas de outros casos e putativos casos, o que tenho a dizer é que a Justiça em Portugal é uma porca de má reputação, os jornalistas uns carneiros amestrados e grande parte dos frequentadores das redes sociais uns papagaios acéfalos. Um zoo de quinta categoria.

Com isto não quero dizer que, acima da carne seca, me eleve eu, a mais dotada e impoluta criatura que viu a luz do dia. Não sou. Talvez seja apenas velha. Aliás, talvez não: de certeza. Já vi muito, já conheci muito. Já não me excito facilmente. Tem que ser coisa credível, de boa qualidade. Foguetório, bocas, má-língua, suposições, diz-que-diz-que, ranço no canto da boca da vizinha azeda, regurgitado alheio - disso, lamento, disso eu não papo. Podem fazer de tudo, dar-me à boca a comer, mastigarem por mim... que disso não manjo eu. 

Há gente a mais a opinar, há muitos canais de comunicação a disputar a atenção -- e a bitola está baixa: todos disputam o pódio, o pódio do ódio, e o drama é que todos alinham pela mediocridade mais rasteira. 

Portanto -- entre factos criados, reprocessados, ressuscitados, temperados com ignorâncias múltiplas, frustrações, azias, invejas, hemorroidas irritadas, despeitos, ataques de caspa, narcisismos e unhas encravadas -- os meios de comunicação social e as redes sociais têm orgasmos requentados perante a espuma lamacenta que emerge das águas pantanosas da justiça. 

Se há um flavour a 'poderoso', então, é certo e sabido que os noticiários, os comentadores e as redes sociais entram em orgia colectiva perante a morteirada disparada já nem se sabe por quem nem contra quem nem exactamente a propósito de quê. Saber de factos e raciocinar escorreitamente sobre factos é coisa que dá trabalho e é maçadora. Mais vale cascar e saltar em cima a pés juntos e de olhos fechados.

Pode a coisa de que alguém lançou suspeita ter acontecido há dez ou quinze ou vinte anos que basta que alguém incida o holofote sobre o facto velho que a canzoada logo desata a ladrar como se fosse facto novo e escandaloso.

Em contrapartida, enquanto uns ladram, outros uivam e outros rosnam, há uns quantos espertos que vão passando por entre os pingos da chuva, acabando por se escapar de fininho. Até que um dia um deles é preso de pijama... e aí vem a desarvorada cainça cuspir em cima. Onde andavam todos esses cães raivosos e descabelados abutres quando o ex-banqueiro exemplar fazia caminhadas no condomínio onde a sua bela moradia exibe esculturas no amplo jardim e a sua mulher brinca com as cadelinhas? Anos e anos a fio para tramar estratégias, anos e anos a fio para fazer cópias de obras de arte, anos e anos de vida boa à vista de todos... E agora que o espertalhão foi levantado da cama com a barba por fazer e olhar perdido é que os valentões desatam aos coices?

E os que cantam de galo com as notícias relativas a Paulo Campos e outros fazem sequer ideia do que estão a falar? São acusados exactamente de quê, eles? Há provas de alguma coisa? Alguma vez houve provas de alguma coisa? Não falo do que o Correio da Manhã, TVI/CNN/Sandra Felgueiras dizem e meio mundo papagueia, falo de factos concretos, provados. E, desde que a lama começou a ser lançada até aos dia de hoje, passou quanto tempo? Quantos anos...? Tanto tempo para investigar... e nada, não conseguiram sequer descobrir o rasto de um simples bando de gambozinos? Nem um? Têm que prender os supostos criminosos para ver se descobrem alguma coisa? A sério...? Juram...? E durante todos esses anos onde andaram os jornalistas, comentadores e frequentadores de redes sociais? Nenhum descobriu nada? Ou andaram esquecidos de tudo? Só se lembram quando alguém atira um osso para a rua? É isso... não é...?

Não há pachorra. A sério. Não há pachorra.

Por vezes tenho a impressão que deveriam cair por aí uns calhaus celestes para pregar um valente susto na malta a ver se acordavam para a realidade e começavam a pensar pelas próprias cabeças. 

[Mas, a caírem meteoritos, que caíssem no deserto ou nas montureiras, quiçá abrindo buracos tão fundos que deles nascesse água limpa, transformando o nada em coisa boa e verdejante]

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Não estou inteiramente segura de que venha muito a propósito mas, ainda assim (e nem que seja por tentativa de desfastio), apetece-me partilhar convosco este video da Green Renaissance

Presence of Being

“The trees do not hold on to dead leaves but lose them in order to create room for new ones. We can learn from this, by letting go of the past and focusing on the now.  We cannot change the past but we can make the present and future brighter and better, not bitter.” ~ Kemi Sogunle

If you're going through a painful time in your life, know that it is never worthless.  These tough times teach you to see possibilities that you would never have fathomed in the comfortable moments.

Let us refuse to be held back by pain or sorrow.  Let us overcome.   Let us learn to breathe life into ourselves again.  Let us step into a way of living that is magical, so we can wake up each morning feeling grateful, generous and free. 

Filmado em Suurbraak, África do Sul (lá onde Rendeiro escolheu estar), com Kent Steenekamp.

NB: Dado ser um vídeo muito recente, ainda não existe a tradução em Português 


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Fotografias de Lee Jeonglok 
na companhia de Amalgamation Choir | Live at the Library - Ksenitia tou Erota (Giorgos Kalogirou)

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Desejo-lhe uma boa quarta-feira
Saúde. Confiança. Força.