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sexta-feira, março 23, 2012

'Evitar uma geração perdida', segundo Nemat Shafik, a Minouche do FMI que, a par dos surpreendentes Poul Thomsen e de Jean Claude Juncker, defende o relançamento da economia e das políticas de defesa do emprego; boas notícias que me dão vontade de continuar a história da mulher de olhos verdes - mas não sei como; e só não canto 'Batata frita, viva o Benfica' porque aqui em casa somos mais para o verde.


Música, por favor
Domingos António, magnífico! - Liszt, Concerto Nº2, 2 pianos


Os meus caros leitores são maioritariamente pessoas inteligentes – já perceberam, certamente, que, de vez em quando, em situações claramente identificáveis, me apetece fazer de conta, divertir-me, ficcionar, aliviar a pressão e transportar-me a mim própria (e, desejavelmente, a quem me lê) para territórios mais apelativos. Foi o óbvio caso dos dois últimos dias. Gosto de escrever, gosto de música, gosto de poesia, gosto de tudo isso e gosto de fazer misturas à mão livre. Escuso de dizer que nada daquilo aconteceu (que eu saiba). Seria uma coisa extraordinária que, em plena recepção com governantes e investidores, alguns desatassem a declamar poesia, nomeadamente que aparecesse um príncipe de ébano a declamar Herberto Helder.  Mas, enfim, neste mundo acontecem tão extraordinárias que, quem sabe, em situações análogas não acontecem coisas ainda mais delirantes…?

Mas, subjacente à história, estava a preocupação, expressa no desfecho final, e tantas vezes já aqui referida, relativa ao fraco crescimento económico ou melhor, à inexistência de crescimento económico no País, o que tem graves implicações de todas as naturezas.

Felizmente vê-se que o discurso oficial começa a mudar e que as mais decisivas instâncias internacionais no que à resolução destes problemas diz respeito, começam a traçar linhas de rumo distintas daquelas pelas  quais, até há pouco, se regiam.

Assim, é com alguma surpresa mas enorme agrado que venho ouvindo que Jean Claude Junker, presidente do Eurogrupo, reconhece que se falhou na estratégia imposta à Grécia como contrapartida para o apoio providenciado, estratégia essa que, segundo refere, tem levado à destruição do tecido económico e social.

E Poul Thomsen, responsável do FMI na troika na Grécia e, até há pouco tempo, em Portugal,  reforça a tese, dizendo que, na Grécia, o aumento de impostos em detrimento do corte da despesa pública, degradou o consumo interno, degradou a economia e fez disparar o desemprego e que essas políticas deverão ser corrigidas, passando a apostar-se, agora, no renascimento do tecido económico.

Ainda bem que os autores dos erros começam a admitir que estes experimentalismos absurdos falharam e que é indispensável emendar a mão. Talvez até os nossos governantes domésticos que, acríticos, se têm limitado a ser a voz do dono, fazendo gala da política do 'custe o que custar', façam agora a agulha, tornado-se defensores do crescimento económico. Tomara.

Leio também no blogue do FMI (de que aqui já vos falei e cuja leitura é sempre interessante por permitir ir aferindo as susceptibilidades que enformam as diferentes actuações dos grandes agentes das intervenções que mudam a situação dos países em dificuldades) um interessante artigo de Nemat Shafik datado de 15 deste mês, cujo título é Evitando uma Geração Perdida.

Christine Lagarde e Nemat Shafik


Nemat Shafik nasceu em 1962 em Alexandria, Egipto, é casada, tem filhos, é conhecida pelo carinhoso diminutivo Minouche e em 2009 foi nomeada ‘Woman of the Year’ para The Global Leadership and Global Diversity. É economista, já exerceu numerosos cargos e é actualmente Deputy Managing Director do FMI.

O post refere-se ao drama de milhões de jovens que não conseguem encontrar emprego estável e que, por causa disso, não conseguem autonomizar-se e que, por causa disso, não têm esperanças, não alimentam expectativas, não conseguem construir o futuro. E que, por causa disso, não efectuam descontos, o que enfraquece a sustentabilidade dos sistemas sociais. E por aí fora, um descalabro em cadeia.

Diz ela que o FMI deve ter o papel de ajudar os países a reconsquistar a estabilidade macro-económica e a readquirir a confiança económica. E que é necessário estabelecer políticas que levem à criação de empregos e não à sua distruição.

Para os países europeus em situação débil e em crise, recomenda que a prioridade passe a ser a sustentação do emprego e o redireccionamento dos gastos para sectores que devem ser considerados altamente prioritários tais como a saúde, a educação e as infraestruturas. Recomenda igualmente que deve ser restabelecido o acesso ao crédito, pois só assim a economia pode voltar a funcionar.

Do referido artigo consta este filme do próprio FMI que para aqui respigo (gosto deste verbo!) e que vos convido a ver. A mentalidade começa a mudar. Tenhamos, pois, esperança.

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Tudo tão sério, dirão talvez os meus leitores, hoje não temos rêverie, pândega, maluquice de nenhuma ordem…?

Pois é, meus Caros, hoje deu-me para isto. Mas, aqui chegada, confesso que também já me apetece alguma folia.


Música, outra vez, por favor






Então, vamos lá. A ver se me ajudam a equacionar se hei-de dar continuação à história dos dois últimos dias, vou aqui publicamente equacionar alguns cenários de hipotética evolução:


Cenário 1 - A mulher de olhos verdes, como a Leitora Era uma Vez sugeriu num poema que enviou e que pode ser visto como comentário ao post do dia 21, passeia-se num aparatoso descapotável branco, é uma incorrigível sedutora e uma terna romântica e tem um tórrido (e público? ou clandestino?) amor com uma amiga de cabelo curtinho, espetado, uma mulher elegante que se veste com roupa de homem. 

Cenário 2 - A sedutora de olhos verdes é hetero, uma conhecida devoradora de homens, e gosta de se portar mal. Entra devagarinho, sorridente, fala de poesia e, mal apanha todos desprevenidos, pinta a manta, parte a louça toda, pelo que, antes de ser convidada para qualquer evento, coisa que só acontece quando não pode deixar de ser, a entidade organizadora reúne um gabinete de crise que estuda planos de contingência para cada possível desmando que ela possa provocar.

Cenário 3 - Até há algum tempo atrás, mais concretamente até ter ganho o euromilhões, a femme fatale era baixota, mal jeitosa, amargurada, despeitada; nessa altura fez uma plástica e apareceu outra, mais alta, giraça, autêntica capa de revista e, até, mais inteligente e com sentido de humor; investiu não se sabe bem em quê, só se sabe que apareceu empresária e milionaríssima, sendo agora uma disputada investidora, uma conquistadora. Tem seis casas, seis descapotáveis, seis barcos, seis amantes, seis dálmatas, seis catatuas falantes, e, ao mesmo tempo, é uma grande financiadora de vários movimentos ecológicos, uma aclamada mecenas e uma incorrigível esquerdista.

Cenário 4 - O governante poderoso, que tem meio mundo na mão, na política, nos negócios e na comunicação social, em privado é um submisso bichano de quem uma certa senhora residente num apartamentozinho algures numa rua sossegada faz gato-sapato (ah… e se, além disso, a senhora do apartamentozinho que põe o governante de gatas for afinal a sedutora que, ou à hora de almoço ou ao fim do dia, antes de ir para a sua fantástica maison se vai encontrar com ele, quiçá até para lhe dar algumas instruções?)

Cenário 5 - O príncipe de ébano, ah o príncipe, lindo, rico, perante cuja fortuna todos os poderes ajoelham, é, afinal, o dono do palácio onde decorreu a recepção para além de ter, também, uma casa em Portugal (e, pasme-se, perto da casa onde vive a mulher de olhos verdes) e é ele também um delicioso sedutor, e culto e, ainda, um poeta, para além de ser, obviamente, um fantástico amante (só que, maçada das maçadas, tem dez mulheres, e todas temíveis - uma é cinturão negro de várias artes marciais, outra é uma dentista conhecida por arrancar dentes a sangue frio, outra é a terceira irmã gémea da Júlia Pinheiro e da Ana Gomes e grita tanto quanto as manas, outra é gémea da Manuela Moura Guedes e, desta, por prudência, mais nem digo; e por aí fora: todas assim). Quem se arrisca, pois, a chegar perto do belo príncipe...?


Que me dizem? A história tem pernas para andar? Opto por qual cenário? Ou há outros melhores?

Aguardarei sugestões.

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Até me decidir, vou ver um ministro que, este sim, é cá dos meus.



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Sobre aquilo do pai da criança (e simpatizante ou sócio do FCP) que se queixou ao Ministério da Educação porque a professora, no fim da cantiga 'Atirei o pau ao gato', acrescentou: 'Batata frita. Viva o Benfica' nem sei que vos diga. Então o homem não se importa que ensinem à criança cantigas que apelam à violência sobre animais e não gosta é de batatas fritas? Ou será que é porque 'frita' não rima bem com 'benfica' e não suporta  rimas fracotas? Ou será que toda a gente do FCP é assim, mais para o peculiar...?  

Um gato mal humorado, do FCP ainda por cima, depois de ter comido batatas fritas

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Bem. Hoje, no meu amado Ginjal temos uma Alternadeira segundo Inês Lourenço que acompanha com um concerto de Ravel. Passem por lá, que se está bem por aquelas bandas.

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E já é sexta feira. 
Ufffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff! 
Divirtam-se, está bem?