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segunda-feira, novembro 27, 2023

Lavar carpetes de Arraiolos em tempos de humidade a rodos -- coisa esperta.
Que nos valha a Cissa Guimarães que se pôs nua e conseguiu pagar a casa

 

Estes dias andam um bocado atípicos e nem vou explicar porquê porque os contornos variam de dia para dia e são sempre aparatosos, dramáticos. Mas como tenho o marido e os filhos a dizerem que já estou a ficar apanhada da cabeça e que o melhor é começar a tratar-me, já aqui não falo disso senão, daqui a nada, são vocês a dizerem-me o mesmo.

Por isso, direi que dada a grande humidade de hoje, a roupa da máquina de hoje não secou nem um pouco ao ar. Detesto quando a roupa custa a secar e, ao ar, ainda fica mais molhada do que quando é pendurada.

Ando com a cabeça noutro lado pelo que ando tão desmiolada que já nem sei bem de que é que falei ou do que é que ficou em pensamento. Em concreto não me lembro se contei que, no início da semana passada, quando estava sol, me deu para lavar duas grandes carpetes de Arraiolos. Pus-me descalça, calções e top. De mangueira, vassoura de arame e detergente em punho, aí está ela, a lavar a bom lavar os tapetes. Quando, por fim, a água sai limpinha e sem detergente dou o trabalho por concluído. Geralmente, bem esticadinhos, direitos, ao sol, num dia estão secos. Como ao fim do dia não tinham secado, deixei para acabarem de secar no dia seguinte. 

Acontece que, no dia seguinte, quando fui ver, estavam ensopados. A humidade da noite tinha feito regredir o processo. Mas estava sol, pensei que a coisa chegaria a bom porto. 

Só que, com a minha cabeça sempre a ser enfiada debaixo de água, ao fim do dia nem me lembrei de as recolher. No outro dia, ensopadas.

Quando fomos até ao campo, ir num dia e vir no outro, o meu marido levou-as para a cave. Um peso doido, carpetes daquelas ensopadas pesam toneladas.

Hoje quando fui à cave, esquecida delas, estava um cheiro muito estranho no ar. Só quando as vi percebi que eram elas que estavam ali a deixar aquele smell a juta e lã molhada em circuito fechado. Pois bem. Todo o dia esperei por uma aberta. Mas em vão. Uma humidade das piores.

Portanto, não sei se, depois de secas, porque hão de secar, não vão ficar mal cheirosas. 

Esta terça-feira vou ter muito trabalho para frente. Para além dos mil problemas, apareceu-me uma tarefa que tem implicado muito trabalho, muita resiliência e esforço. Se eu conseguir aguentar-me são de corpo e mente é bem capaz de ser milagre. A sorte é que acredito em milagres.

Tirando isso, não tenho escrito, não tenho lido. Uma lástima.

Mas vai começar uma semana nova e, com sorte, pode acontecer que não seja pior que a que passou. E também pode acontecer que passe por mim uma borboleta colorida e me traga paz de espírito. E isto sou eu a falar virada para o meu umbigo. Porque bom, mas bom mesmo, era que ali pelas bandas de Israel e Gaza alguém fizesse magia e os estupores fossem à vida. E, que pelas bandas da Ucrânia, também sucedesse um daqueles milagres que deixam as pessoas de bem com vontade de ir para a rua cantar.

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PERRENGUE! Cissa Guimarães e seu primeiro ENSAIO NU! 🔥 
| Que História É Essa, Porchat? | GNT

E, se é para querer dar a volta e encarar as coisas de uma forma mais racional sem me afundar, então, com vossa licença, vou à procura de alguma coisa que me faça rir.


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Uma boa semana a começar já nesta segunda-feira
Saúde. Força. Paz.

segunda-feira, janeiro 06, 2014

"Criaturas que, não sei porquê, me dão pena: economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros. Deve ser triste ganhar dinheiro assim. O que sonhará um economista, a que brincava um gestor em criança?", isto pergunta-se António Lobo Antunes. E eu pergunto-me: terá ele dúvidas idênticas quando essas funções são exercidas por mulheres?


Bem, no post abaixo já falei no acontecimento que, ao longo de todo o dia, tem mobilizado as televisões de uma forma compulsiva: a morte de Eusébio. Mas, não me sentindo especialmente habilitada a falar dele nem gostando de fazer coro em situações destas, sobretudo escrevo acerca do que, em minha opinião, é o mundo perverso do futebol.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra. Vamos lá.

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  • Criaturas que, não sei porquê, me dão pena: economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros. Deve ser triste ganhar dinheiro assim. O que sonhará um economista, a que brincava um gestor em criança? Ou nasceram já crescidos?
  • O que sonhará um economista posso imaginar mais ou menos, agora o que sonha a mulher de um economista é que me preocupa.
  • Se eu fosse mulher de um economista sonhava com canalizadores ou mecânicos de automóvel, homens que usam as mãos e não lêem revistas de golfe nos domingos de chuva.
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É certo que gestores, administradores, directores, banqueiros, etc, é gente que anda com a fama pelas ruas da amargura. Não há sindicato que os defenda, não costumam ter spin doctors para lhes dourar a imagem como aos políticos (bem, alguns têm: o Mexia-dos-Chineses está aí para o provar) e, geralmente, a vox populi associa-os ao que de pior tem acontecido à superfície da terra (ok, alguns têm a fama e tiveram também o proveito, lá isso é verdade). Mas esse não é o ponto. O ponto aqui é outro.


Porque é que se acha que esta gente é toda do sexo masculino? E se, em vez de falarmos de economistas, gestores, administradores, directores, banqueiros, falarmos antes de gestoras, administradoras, directoras, banqueiras?

Será que inspirariam o mesmo desdém? E causaria a mesma curiosidade saber com que sonhavam elas quando eram crianças? E identicamente querer-se-ia saber com que sonham os maridos de mulheres assim? Imaginar-se-ia que sonhariam com coelhinhas da Playboy?

Será? E se as gestoras, directoras, banqueiras, etc, forem elas próprias umas verdadeiras coelhinhas da playboy? É que podem ser. Ou não? Terão que ser umas matafronas, machonas, que, em dias de chuva, se põem a ler revistas de golfe?

Não sei, não.

Por algum motivo que não percebo, a literatura e o cinema interessam-se muito pouco pelas gestoras, directoras, administradoras. O imaginário corrente associa estas profissões a homens frios, egoístas, ambiciosos, desprovidos de qualquer outro interesse na vida que não o de fazer dinheiro, homens que não são casados ou, se o são, traem inescrupulosamente as mulheres.

Mas, sendo uma mulher, o figurino será o mesmo?

Estive a ver se me lembrava de filmes com uma mulher executiva e não tenho ideia que haja muitos. As mulheres de que me lembro são megeras ou carentes e quase sempre trabalham em áreas ligadas à moda ou à edição. Parece que os autores têm dificuldade em imaginar uma mulher em funções de gestão que seja equilibrada, confiante, bem disposta, bem sucedida nas diferentes vertentes da sua vida.

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Em Disclosure, Demi Moore é uma mulher inteligente, sedutora, solitária e ressabiada que resolve envolver Michael Douglas numa acusação de assédio sexual, quase o destruindo. Do que me lembro assim de repente, é a única que não trabalha na indústria da moda ou edição: aqui ela é vice-presidente de uma empresa de informática.


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Em O Diabo veste Prada, Meryl Streep é Miranda Priestly, poderosa editora da revista Runway, uma mulher temível, implacável, que tem uma vida privada cheia de frustrações e tristezas.


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Ou seja, na ficção há, a este propósito, um vasto mundo por desbravar. Pode ser que algum escritor me esteja a ler e se inspire. Gostaria. Desde que não se chamasse Valter Hugo Mãe, é claro.

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E, para os maridos das economistas, directoras, gestoras e etc - que, sendo elas inevitavelmente umas sensaboronas, feias todos os dias, cinzentonas... - têm forçosamente que ocupar as mentes com coelhinhas (que não sejam da família do passos coelhinho, claro!!!!), aqui deixo de novo a Kate Moss. É certo que não terá as curvas voluptuosas que alguns apreciarão mas, ainda assim, tem um certo charme. E charme, meus Caros, vale mais que muita outra coisa.




Kate Moss, 40 aninhos, aqui é fotografada pela dupla Mert Alas e Marcus Piggott com styling de Alex White para a edição dos 60 anos da Playboy.


As citações lá em cima em itálico fazem parte de um pequeno livro de capa cor de laranja, uma coisa engraçada parecida com uma agenda, que tem 365 citações de António Lobo Antunes, uma para dia de 2014. As citações são extraídas dos Livros de Crónicas.


A citação de hoje, dia 6 de Janeiro, é: (não consigo gostar de uma pessoa que não respeite e admire)

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E, a propósito de admiração e respeito, tenho uma pessoa de que justamente gosto muito, Adélia Prado, a falar sobre o Amor no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Convido-vos a irem até lá para a ouvir. É um prazer.

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E, por agora, é isto.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma semana muito feliz a começar já por esta segunda feira.