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quarta-feira, novembro 01, 2017

Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho -- a violência doméstica, o alcoolismo.
Kevin Spacey -- a homossexualidade, os excessos de uma noite regada a álcool.
[Dramas privados de quem vive exposto ao público]


Não sou dada a moralismos e, muito menos, gosto de pisar quem está na mó de baixo. Custa-me saber de sofrimentos vividos em carne viva, à vista de todos. Por isso, custa-me saber da intransigência e maldade de quem se apressa a puxar o tapete que resta a quem já escorregou.

Da mesma forma, por oposição, faz-me alguma impressão o deslumbramento cego que, algumas pessoas demonstram nos momentos de sucesso, como se não se apercebessem de que tudo é efémero, de que tudo é relativo e que a exposição excessiva esvazia a alma. Pensam que compram a estima eterna quando, afinal, estão a empenhar a sua liberdade individual junto de um público que, na realidade, em momentos de fraqueza dos seus ídolos, não conhece a tolerância, a piedade, ou, sequer, a empatia.

Bárbara Guimarães foi, em tempos, uma jovem bonita e talentosa, que transmitia uma imagem de alguma ingenuidade embora, desde logo, fosse notória a sua sensualidade. Foi progredindo na carreira de figura mediática e a sua imagem de mulher carnal com um corpo sinuoso foi encurtando a sua carreira profissional.


No auge da fama, institucionalizou a sua beleza glamorosa, casando com um ministro. Mas...  afinal... o casamento não foi bem um casamento porque... afinal... já era casada, e afinal o casamento que não era casamento também não foi bem uma cerimónia privada porque... afinal... tudo foi fotografado para uma revista (coisa que hoje é banal mas que, à data. foi relativa novidade). 

E assim foi avançando a sua vida. Com uma imagem cada vez mais sensual, por vezes já brejeira, foi também muleta para a campanha eleitoral do marido, um filósofo com um temperamento também sinuoso.

As emoções expostas ao público, a necessidade de aparecer sempre bonita e sorridente, o marido ciumento e numa fase mais complexa da sua vida profissional e política, as tensões crescentes mas sempre tudo disfarçado, o casal perfeito e sorridente. As revistas sempre por perto. As poses, os sorrisos, os olhos nos olhos, só amor.

Até que um dia a casa veio abaixo e, de novo, tudo às escâncaras: afinal já não havia amor, apenas violência, álcool. E vieram as difamações espalhadas pelas revistas, as vinganças, os insultos graves. As crianças metidas no meio da crise. Tudo exposto ao público, num perigoso crescendo.

Soubemos agora de mais um triste incidente: Bárbara alcoolizada a sair de um hotel de madrugada, o seu carro a bater em dez carros estacionados e ela, confrontada com os factos, a assumir publicamente os seus problemas e a necessidade de tratamento. 


Depois Manuel Maria Carrilho a pedir a guarda da filha, invocando riscos e a referir um recente acidente que a menina terá sofrido supostamente numa briga mal explicada com a mãe e do qual terá resultado uma sutura com mais de 30 pontos. 


Agora saíu a sentença de um dos processos dele: condenado por violência doméstica, 4 anos de pena suspensa. Diz que vai recorrer. Um ministro, professor, antes com algum prestígio e agora isto. Saíu do julgamento a espezinhar ainda mais a ex-mulher, como se os problemas que atravessa no presente fossem desculpa para as suas agressões no passado. E, claro, tudo isto perante as câmaras de televisão, os flashes das revistas, os sempre presentes e cúmplices microfones. 


E, quase em tempo real, nas revistas, jornais online e televisões, vamos sabendo do que se passa na vida privada destas pessoas -- e é com tristeza que penso na situação dramática que estes dois estão a viver, eles que antes viviam uma vida de glamour e que agora parecem quase uns corpos exangues, consumidos pelo mediatismo.

Foi também esta semana que o actor Anthony Rapp contou que, quando tinha 14 anos,  foi assediado sexualmente por Kevin Spacey, então com 26. 


Confrontado com a notícia Kevin pediu desculpa e , de caminho, ganhou coragem e assumiu que é homossexual. 

E meio mundo caíu-lhe em cima pois o que estava em causa, dizem, era um episódio de pedofilia. Ser homossexual não é desculpa para se atirar a um jovem adolescente. 

E as consequências não se fizeram esperar. Kevin Spacey não mais continuará a dar corpo ao inesquecível Francis de  House of Cards.


E eu, que sou admiradora do seu trabalho, fico também com pena. Ao saber do sucedido, não me ocorreu sentir-me com direito a censurá-lo ou a dar-lhe lições de moral. A percepção da gravidade de certos actos é diferente agora do que era há cerca de 30 anos e o que hoje é um crime grave, era, até não há muito tempo, tolerado. Tolerado à boca pequena. Melhor: silenciado. Ainda me lembro de ouvir a um empresário que um certo ministro gostava de meninos. Dizia-se assim, em privado. E sorria-se. Gostos inconfessáveis de que os outros sorriam com alguma comiseração ou complacência. Ninguém denunciava às austeridades.

Seja como for, não me custa admitir que um jovem que, há 30 anos, vivesse a sua sexualidade com alguma ambivalência e escondesse as suas tendências, vivendo num ambiente de representação, filmagens, festas, num momento de embriaguez, e, portanto, com a libido não reprimida, tivesse tido uma atitude destemperada. Eu que tanto (tanto, tanto!) me choco com a pedofilia, não consigo crucificar alguém que, há 30 anos, naquelas circunstâncias e num momento de irreflexão, tenha perdido a tramontana. Não aplaudo, não fico confortável -- mas não crucifico.

Mais. Em situações assim, em que a opinião pública perde o sentido de compreensão e compaixão para com quem se encontra exposto e, talvez, desamparado, sinto que há na natureza humana uma crueldade que me assusta. Mais do que ter vontade de destruir quem esteve mal, eu, pelo contrário, sinto vontade de tentar perceber o que se teria passado.

Tal como me repugna ver as capas das revistas a expor a situação triste pela qual Bárbara Guimarães está a passar também me custa saber que Kevin Spacey passou de um momento para o outro de bestial a  besta, sem que ninguém se levante para estar ao seu lado neste momento de assumpção do erro, de pedido de desculpas -- e de assumpção pública da sua homossexualidade, coisa que deveria ser normal e isenta de riscos mas que, sabemo-lo bem, pode comportar toda uma avalancha de reacções, muitas das quais desagradáveis, que podem fragilizar quem passou uma vida inteira a querer preservar a sua intimidade.


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Bárbara: a exposição sem defesas



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Kevin Spacey: um excelente actor.

Aqui com as suas conhecidas imitações


E a graça com que canta: no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon


Ragtime Gals - Talk Dirty



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Um dia feliz a todos quantos por aqui passam.

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terça-feira, maio 17, 2016

Marcelo tem paixões secretas?
A mulher de Rui Vitório tem uma vida secreta?
Eduardo Beauté tem uma história de vida dramática?
Cláudia Jacques vive uma incrível vida de amor?
Bárbara Guimarães encara a vida sempre com um sorriso?
Uau!
- E o que é que isto tem a ver com o jornalismo cada vez mais praticado no Expresso?
Tudo!
A malta da Porta dos Fundos é que os topa a milhas.


No domingo, parámos numa estação de serviço para meter gasóleo. Quando fui pagar, dei uma vista de olhos pelos jornais e revistas. Pensei: deixa cá espreitar o Expresso. Até estava disposta a dar uma última hipótese. Que nada. Parangonas, alhos e bugalhos, uma caldeirada de mau gosto. Nem lhe toquei. É o género de jornalismo que, de tanto o ter suportado, acabou a fazer-me erisipela.

Agora, arredada que ando deste mundo borbulhante que, cada vez mais, me cansa, fui espreitar os onlines. Tenho sempre esta coisa: podem ter descoberto petróleo no Beato, ouro na Bobadela, uma baleia dentolas na ex-ribeira de Alcântara, sei lá, qualquer coisa de animador. Nada. O Expresso online na senda do sensacionalismo: Marcelo e as barrigas de aluguer. Benfica, para todos os gostos. E, de prato principal, números de vítimas da guerra, como se, de tão grande o número, merecesse ombrear com a festa do Tri ou do 35º qualquer coisa ou com o Marcelo a ter que resolver sobre as barrigas de aluguer. Caixinhas para cada gosto, o espírito vendilhão à solta.


Não dá. Não há pachorra. Que eu aqui no meu boteco tanto sirva bailado, folhetins ou tareões a preceito no láparo ou no putativo primeiro-ministro é comigo: não sou profissional de jornalismo, escrevo isto porque sim, não montei empresa para servir notícias embrulhadas em publicidade e parangonas disfarçadas de jornalismo a sério. Agora o Expresso...? Não era jornalismo de referência? Pensava que si. Dá pena ver no que se transformou.

Só para ver com quem é que eles andam a treinar, fui espreitar as capas das revistas cor-de-rosa desta semana. Cá está. O mesmo estilo: 

  • Marcelo porque não podia deixar de ser, é uma super vedette, vende que nem pãezinhos quentes e, se vier embrulhado em paixões secretas, ainda melhor. 
  • Bárbara Guimarães, depois das notícias do julgamento com o Carrilho a tirar-lhe fotogafias (que diz que não tirou e vá lá uma pessoa saber em quem se fiar), cá aparece a sorrir e isso, só por si, já é notícia. 
  • O Beauté, quando não é com o marido com aquele seu fantástico afro-style cabelo que parece que está permanentemente sob efeito de uma electricidade estática do caraças, ou com o filho, é agora a falar da vida de pobre -- e ter sido pobre e depois ser rico é sempre um hit
  • Depois é o treinador benfiquista, o bem sucedido Rui Vitório, que agora aparece por todo o lado, indiciado de ser apoiado por uma mulher grávida que tem uma vida secreta, e ainda estou para saber que segredo cabeludo é esse. 
  • Depois é uma tal Cláudia Jacques que não sei bem quem é (ex de Rui Moreira?) que se mostra peituda e apaixonada não sei por quem. 


E eu penso: mas isto vende? As pessoas interessam-se por isto?

Provavelmente sim. Se calhar 25 % de 50% da população consome isto: se calhar são os mesmos que votam no Passos Coelho. E, pelos vistos, é a este público que o Expresso agora também quer chegar. Está quase. Vai no bom caminho.

Nem de propósito temos aqui abaixo:

Jornalistas na Porta dos Fundos


É ver como é que os escolhem.
Atriz desconhecida foi vista com ex-blogueiro fazendo suposto polêmico vídeo que seria publicado em canal de comédia da internet nesta suposta segunda-feira. Abafa!


Tal e qual.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça-feira.

Haja saúde e alegria que o resto vem a seguir.

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quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Bárbara Guimarães, Manuel Maria Carrilho, o filho Dinis
-- ou quando o ódio consome os que um dia se amaram e arrasta para a fogueira da raiva os filhos que deveriam ser poupados


Já falei do Carlos Costa (lamentavelmente não do inofensivo moçoilo daquela Casa da TVI que tem à frente a Madame Teresa Guilherme, mas do outro, do irresponsável do BdP -- como António Costa fez o favor de dizer com todas as letras) e também já dei a palavra a quem muito bem falou sobre essa coisa dos mercados, da importância relativa que Portugal tem nas tempestades que se desencadeiam ou da perspicácia ladina do Schäuble, esse mimo de senhor. Portanto, quanto a matérias desta índole, já chega.

Hoje vinha com uma em mente e estava aqui toda animada. Mas há alturas em que é difícil a gente fazer de conta que não vê o mundo a andar à nossa roda. É certo que, numa de miopia, uma pessoa mais depressa vê as minudências que estão junto aos nossos pés do que as coisas, mesmo que grandes, que nos são mais distantes. O Carlos Costa ou os comentadores que andam assanhados distorcendo a realidade são, na realidade, gente sem qualquer importância ou interesse mas, enfim, a verdade é que, apesar da sua irrelevância a gente, se tem melgas pregadas a picar-nos a pele, também não descansa enquanto não lhes der um safanão.

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E a verdade é que estou aqui a vacilar. Ando há algum tempo com alguma vontade de voltar a falar do caso Bárbara Guimarães vs Manuel Maria Carrilho e, ao mesmo tempo, sempre, a fugir disso. Em tempos falei do assunto e, já na altura, era para não voltar a falar; acho que, quanto menos se falar, melhor.


Mas o meu tema bom vai esperar e, por uma vez, vou voltar a falar deste conturbado divórcio (e espero que esteja a fazê-lo pela última vez – pois será sinal que as coisas irão serenar e nada mais haverá a dizer).

A questão é que, desde o início, penso que todos os problemas serem trazidos para a praça pública, não apenas alimenta um voyeurismo espúrio como destrói os intervenientes. Louvores públicos talvez saibam bem mas humilhações públicas destroem -- e, quando cada um deles humilha o outro da forma violenta e pública como até aqui o tem feito, está a atear uma fogueira que pode alcançar proporções perigosas.

Contudo, penso que ambos já ultrapassaram a barreira do racionalismo. Como pessoas inteligentes que são, poderiam pensar no que lhes está a acontecer. E falo desta forma, no plural, porque penso que, nesta coisa da exposição pública, há responsabilidades de parte a parte -- e, agora, é disso que estou a falar.

Uma pessoa que tem uma vida pública, que se expõe no palco mediático do entretenimento, da política, do jornalismo ou do ensino, gosta, naturalmente, de ser visto como alguém sobre quem há coisas boas a dizer e não o contrário. O insucesso é o pesadelo que não querem viver. Para além disso, em qualquer casamento, os intervenientes querem sempre que tudo corra bem. Se correr mal, quererão, em primeiro lugar, que o assunto se resolva entre as quatro paredes da casa antes que os outros saibam das desavenças. Se houver ofensas ou agressões, o ofendido sentirá, antes de mais, vergonha. E tenderão, pelo menos num primeiro momento, a esconder o que se passa. Ninguém gosta que a sua fragilidade seja pública, ninguém gosta que a sua fraqueza seja comentada.

Se uma mulher tem um marido que a denigre chamando-lhe velha, gasta, oferecida, a primeira reacção será esconder isso. Por um lado, se ele a vê assim, quem sabe se os outros, sabendo disso, não a verão também com esses olhos críticos, e, por outro, se a pessoa quer deixar transparecer uma imagem de que é poderosa, glamourosa, como pode admitir que, em casa, o próprio marido olha para ela com pouca benevolência, achando-a já uma sombra do que foi? E, por outro lado, se as ofensas passam a agressão como, em vez de o denunciar, continuar a suportá-lo? Como suportar a vergonha da dupla fraqueza? Como viver com o peso do segredo?
Ou, havendo filhos, como reagiriam a crianças a uma separação? E não viraria ele as crianças contra ela?
Enfim, tudo dilemas dolorosos que uma mulher numa situação destas certamente atravessa.

Mas, por outro lado, olhemos para o homem.

(E note-se que não quero desculpabilizar ninguém até porque cabe aos tribunais julgarem, não a mim; eu quero apenas pensar.)

Em casa, com pouco que fazer, uma vida profissional e social pouco activas. Vendo, na televisão, a mulher toda ela sensualidade, belas pernas, seios generosos, formas arredondadas, vestidos coleantes, toda ela sorrisos, insinuações de teor erotizado. Imagino-o em casa, com os miúdos, enquanto a vê na televisão. Imagino os ciúmes. Sabe-se agora que a gota de água terá sido o Futre, os ciúmes que sentia ao vê-los juntos.


Depois em casa, sem muito que fazer, o homem começa a adquirir rotinas: ter as coisas arrumadas, fazer isto a horas, aquilo a horas, deitar cedo as crianças, levantar cedo por causa da escola. E ela, imagino eu, a chegar a casa ainda com a adrenalina das gravações, a precisar de um copo, de fumar, de distender. E ele furioso com o cheiro do tabaco, e ele furioso por ela beber. Imagino. (Imagino a partir do que leio). E, às tantas, já descontrolado, ciumento, enervado.


Imagine-se agora que ela, um dia, saturada ou amedrontada, se enche de coragem e apresenta queixa na esquadra, e imagine-se que o assunto vem para as capas de jornais e revistas. O político, o ex-ministro da Cultura, o professor, o respeitável filósofo, afinal um vulgar agressor doméstico, um cobarde.


Para ele, daí até à necessidade e da justificação pública vai menos que um pequeno passo.


Todas as semanas, revistas a favor de cada um com novas notícias: ela anda embriagada, cai, não toma conta dos filhos. Ele vai buscar uma faca e ameaça-a a ela e aos filhos. E ela chega tarde a casa e deixa os filhos sozinhos. E ele vai à escola fazer cenas à frente de toda a gente. Um crescendo de violência, um crescendo de não olhar a meios, um crescendo da utilização da comunicação social como arma de arremesso, um perigoso vale tudo.


Depois abrandou um pouco. Durante algum tempo, as capas trouxeram-na com um novo amor, depois voltou a apresentar um programa, parecia que as coisas se tinham acalmado.

Mas não, a guerra já voltou. Decorre o julgamento. A juíza, Joana Ferrer Antunes, pelos vistos, sente-se no direito de fazer juízos morais, de levantar dúvidas sobre as razões de Bárbara. As notícias dão agora conta que Bárbara vai avançar com um pedido de recusa da dita juíza


Um desgaste permanente, o limite certamente prestes a ser atingido.



Depois o depoimento de Dinis, o filho, um miúdo de 11 ou 12 anos, salta para a capa das revistas: quer viver com o pai, a casa está cheia de fumo, a mãe bebe demais. O título diz Bárbara Guimarães arrasada pelo filho em tribunal. a minha mãe bebe muito. Quero viver com o meu pai.


Brutal. (E como veio isto parar à capa de uma revista? Que porcaria de Justiça é esta que permite uma vergonha destas? -- concordo com Isabel Stilwell em Um país onde a justiça trai as crianças )



Imagino como se sente uma mãe com uma coisa destas. Mesmo que a sua vida não estivesse escancarada na opinião pública, o saber que o filho tem essa ideia negativa dela e prefere ir viver com o pai, deve deixar uma mãe completamente devastada. Mas pior será ver tudo isso exposto em todos os escaparates do país, escrito com todas as letras. Quem fomentou a divulgação disto quis que o país pense que a criança a considera uma má mãe. Quem aceitou divulgar uma coisa destas, a troco de um possível aumento de vendas, não se importa de dar cabo da vida da criança, da mãe da criança, talvez dos avós da criança.

Hoje voltei a ler que o miúdo pediu que o poder paternal fosse atribuído ao pai (penso que é assim que se diz) e que até, ele próprio, escolheu um advogado para o representar. Leio e fico perplexa. Eu, se me visse metida em trabalhos, teria alguma dificuldade em escolher o advogado mais adequado. E uma criança desta idade anos toma uma decisão destas e até escolhe um advogado…? Estranho. Mas pode ser, se calhar eu é que sou uma pobre néscia. Mas acho que é inevitável pensar-se que o pai o estará a manipular.

À hora de almoço passei por uma banca de jornais e revistas e lá estão, uma vez mais, a Bárbara Guimarães e o Manuel Maria Carrilho em destaque. Revelações chocantes, violência - leio  Ela diz que ele não descansa enquanto não a destruir. E as fotografia mostram-nos mais velhos, ar sofrido.



Não sei se são eles que alimentam esta imprensa necrófoga, se até pagam a agentes para passar notícias contra o outro ou se, pelo contrário, se é esta imprensa asquerosa que paga para obter notícias deste calibre. Seja como for, é nojento que se publiquem notícias destas que causarão danos quem sabe se irreversíveis nas crianças ou que levam, forçosamente, a um grande sofrimento dos intervenientes.
Não sei o que aconteceu com a mãe das crianças que caíram ou foram atiradas ou entraram na água na triste noite de segunda-feira na praia de Caxias. O que se sabe é que pelo menos uma das crianças morreu.  Já li que houve queixas contra o ex-marido e que ele se diz inocente. A justiça apurará a verdade dos factos e o que se espera é que actue lesta e eficientemente. 
Mas uma coisa é certa: quando há desavenças sérias ou perturbações graves, todos os desenlaces se tornam possíveis e a última coisa quê se deve fazer é acicatar os ânimos ou desprezar os efeitos perversos que podem vir a ocorrer.

Por isso, uma vez mais me interrogo: Não haverá ninguém que aconselhe Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho? Ninguém lhes diz que parem com as agressões na praça pública antes que seja tarde demais? Ninguém lhes diz que pensem nos filhos antes de pensarem no ódio que alimentam um contra o outro?

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[Quanto a quem viola segredos, a quem vende informações, quem publica toda a roupa suja alheia -- sobre esses ratos de esgoto não me apetece falar, acho que não deveriam merecer sequer uma palavra]

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E queiram, agora, por favor, deslizar por aí abaixo pois há muito que ler 

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sábado, janeiro 24, 2015

Carrilho quis matar a família e suicidar-se a seguir? O filho de Manuel Maria Carrilho ajudou a Bárbara Guimarães? O ex.ministro tirou fotografias à ex-mulher quando ela tomava banho (nua, claro) e ameaçou-a de publicar essas fotos em sites pornográficos? E mais...? A baixaria vai até onde? O ódio tem que ser exposto assim junto da opinião pública? A violência tem que ser banalizada desta forma? - Ninguém os trava?


Se no post abaixo falei das contas públicas e dos efeitos colaterais da eficiência desgovernativa desta seita que nos desgoverna, no seguinte tento desanuviar partindo para a revelação do segredo do milhão de dólares, a razão da separação entre o CR7 e a curvilínea Irina.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, vou ter que falar uma vez mais num assunto que me incomoda e de que maneira.

Full Moon and Empty Arms

(Bob Dylan -  Shadows in the Night)



And next full moon
If my one wish comes true
My empty arms will be filled with you



Já não é a primeira vez que aqui falo deste assunto e tinha decidido não voltar a ele. Acontece que, tendo estado há bocado a fazer as compras semanais no supermercado, vi a Bárbara Guimarães e o Manuel Maria Carrilho nas capas das revistas e foi com alguma apreensão que constatei que o ódio entre ambos vai subindo de tom.


Curiosa, fui agora ver na net se havia mais notícias

E há. Ele a defender-se usando o facebook dela, novas acusações de agressões com o namorado dela a defendê-la, e agora o filho dele já é usado contra o pai, e depois o filho a desmentir, e graves acusações sobre o que ele terá feito e que envolve facas, ameaças de morte, ameaças quase de chantagem e sei lá que mais.



Este sábado a história de Bárbara e Carrilho, do amor ao ódio sem limites, é capa de jornal no i.


Transcrevo:

Em 2005, a família feliz e perfeita era, assumidamente, um dos trunfos da campanha de Carrilho na corrida à Câmara de Lisboa.


Quase uma década depois, a meticulosa gestão da exposição mediática do casamento entre o antigo ministro da Cultura e a menina dos olhos da SIC desabou. Carrilho, que acabou por não ganhar as autárquicas, tem dado entrevista atrás de entrevista sobre o lado negro da relação com Bárbara Guimarães. Já falou do suposto alcoolismo da ex-mulher e até da morte do cão da família. Revelou segredos do passado e nem os sogros escaparam às acusações de problemas com o álcool. Se é impossível determinar a origem do amor, mais difícil ainda é adivinhar como irá terminar um dia. E a história de Bárbara Guimarães e Carrilho – escrutinada na imprensa por se tratar de duas figuras públicas – não é em nada diferente de milhares de outras, anónimas e que terminam em violência.

E mais.


Lê-se e não se acredita: fotografias, ameaças de enviar as fotografias para sites pornográficos. E tudo os jornais reproduzem. Não sabemos quem fala verdade já que contam versões contraditórias. Tento não fazer juízos precipitados. Por exemplo, pergunto-me: isto das fotografias, não teria sido brincadeira dele numa altura em que ainda estivessem bem e que agora esteja a ser usado para o denegrir ainda mais? Ou será mesmo verdade? Será ele um perigoso psicopata? Ou ela uma paranóica? E é normal que Portugal inteiro saiba destas coisas? Para que andam eles a revelar ao mundo estes sórdidos aspectos da sua vida pessoal?



Depois de uma aparente acalmia, assiste-se a um novo reacender da fúria devoradora que parece ter tomado conta deles. E, uma vez mais, as 'informações' chegam de ambos os lados aos jornais e revistas. Denúncias, acusações graves, revelações que assustam. E de toda a roupa suja as revistas e jornais são estendal.


E eu interrogo-me: quando a Bárbara Guimarães ou o Manuel Maria Carrilho divulgam junto da imprensa estas vergonhas, não pensam nos filhos? Não lhes ocorre pensar no sofrimento que isto deve ser para as crianças? E mesmo que a menina, por ser pequena, ainda não se dê conta, não tarda saberá ler ou alguém lhe dirá o que se passa.

Que há muitos casos assim, de amores que derrapam e acabam transformados numa incontida raiva e num ilimitado ódio, sabemo-lo bem. E muitas vezes o desenlace é fatal.

Mimi, assassinada pelo marido, vitima de violência doméstica

Ainda esta semana mais uma mulher foi morta a golpes de faca pelo marido que não queria aceitar a separação. Sabemos também agora que Maria Pinheiro, a mulher de Setúbal, já antes tinha apresentado queixa na Polícia. Foi considerado um caso de baixo risco e voltou para casa. Mãe de dois filhos universitários, Maria Pinheiro sorri na fotografia que o jornal utiliza ao divulgar a notícia.


Por cada mulher morta, quantas outras sofrem em silêncio, sorrindo para disfarçar o medo que as consome?

E, até por isto, jamais revista ou jornal algum deveria divulgar acusações como as que Bárbara Guimarães ou Carrilho fazem um ao outro. Já antes aqui o disse: o que andam a fazer é a cobrir a violência doméstica com a patine do glamour, é banalizar e quase legitimar a violência psicológica e física. A banalização do mal conduz à aceitação do mal.

Pergunto-me: não têm amigos ou familiares que os chamem à razão?

Se não conseguem entender-se de maneira nenhuma e já têm que ser os tribunais a decidir por eles, ao menos que o façam no silêncio dos gabinetes dos advogados, nas salas dos tribunais, não na praça pública. É que, a continuarem assim, olho por olho, dente por dente, vinganças atrás de vinganças, emoções descontroladas, é de temer o pior. E não é apenas pior para eles, é também para os filhos e familiares próximos e é, também, o péssimo exemplo que dão. Numa altura em que quase deveria haver um pacto entre os órgãos de comunicação social para não exporem episódios de violência de forma a que as agressões, as injúrias e as ameaças pareçam normais, o que vemos é as capas de revistas de grande tiragens a descreverem ao pormenor as acusações mais gravosas e íntimas que se podem imaginar.




A violência doméstica é uma coisa que me perturba e sei que é uma realidade complexa, dolorosa. Muitas vezes quem mata, mata-se a si próprio a seguir - uma destruição infeliz, um não-sentido, uma dor para quem fica, filhos, pais, irmãos. E sei que quem é agredido muitas vezes não sabe para onde ir ou esconde porque não quer que a família sofra ou que os amigos desconfiem ou, tantas vezes, acredita que não voltará a acontecer ou que o agressor agrediu por excesso de amor.




Mas há que arranjar soluções, procurar ajuda e, sobretudo, a sociedade tem que condenar com firmeza e veemência os agressores.

E, no caso Bárbara contra Carrilho e vice-versa, o que desejo é que cheguem a um rápido entendimento e ponham fim a esta exposição pública que deve ser um sofrimento para os próprios e para os que lhes são próximos e que é um péssimo exemplo para a sociedade e, em especial para aqueles que são propensos a actos de selvajaria. Que isto acabe e acabe bem, antes que seja tarde demais.

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Relembro que há mais dois posts por aí abaixo e não digo quais são porque já estou a dormir.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um sábado tão bom quanto possível.

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terça-feira, outubro 28, 2014

Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho: depois das queixas de violência doméstica, prosseguem as mentiras, o terror, as lágrimas e tudo à frente dos filhos, à porta de casa, na praça pública, nas capas das revistas. A destruição continua. Será que vão conseguir parar? Não seria caso para as autoridades intervirem?


No post abaixo já falei do BPI e no seu ilustre banqueiro, Fernando Ulrich Aguenta-Aguenta, e na ministra que não acerta uma e no iluminado da OCDE e, para rematar à maneira, juntei um banqueiro na mais pura linhagem dos Horta Osórios e Ulrichs deste país: o banqueiro dos Monty Phyton. Quando o tema quase dá vontade de chorar, eu tento arranjar maneira de que as lágrimas que me saiam sejam de risota.

Mas isso é a seguir.

Aqui, agora, a conversa é outra, outra, outra. Não queria falar nisto de novo pois já aqui falei muitas vezes e, de todas as vezes, fico com a sensação de não o ter feito convenientemente. 





No outro dia, chocada com o que via nas capas das revistas, comprei uma, queria comprovar. Fiquei ainda mais chocada. Ainda pensei em falar aqui mas não conheço o assunto suficientemente bem para poder falar dele como se tivesse conhecimento de causa. Mas agora o meu marido, ao fazer zapping, parou no Prós e Contras sobre Violência Doméstica.

Neste momento, enquanto escrevo, ouço um testemunho doloroso de uma jovem mulher, creio que a Fátima Campos Ferreira lhe chamou Lua, cuja mãe viveu o tormento da violência e do medo, situação que ela própria viver também na primeira pessoa. Fala de uma forma objectiva e racional, com uma lucidez assombrosa. A mãe fez apresentou 32 queixas e passaram por situações limites, entre a vida e a morte. 


Ouço isto e fico apavorada por todas as mulheres que passam por semelhante calvário. Custa perceber como se consegue viver debaixo de uma permanente ameaça. Ouço também dizer do terror que é recear que o agressor venha atrás, persiga, tente entrar em casa. Uma vida assim só pode ser uma não-vida.

O número de mulheres mortas em Portugal continua a crescer. Ao tiro ou à facada os ogres não param de agir selvaticamente e, por cada mulher morta, quantas não são agredidas, empurradas, esmurradas, ameaçadas?

Uma vez, ao falar disto, mostrei a minha estranheza: porque não denunciam, não fogem, as mulheres ameaçadas?

Mas uma leitora que viveu na pele este terror explicou-me: não denunciam nem fogem por medo, medo das vinganças, medo das consequências junto dos filhos, medo por não terem para onde ir. Percebo e fico aflita por pensar isso. De facto, deve ser um pavor saber-se à mercê da agressividade ou do rancor de um maníaco raivoso.

Penso que uma mulher que sofra esta situação deverá aconselhar-se junto dos serviços de apoio às vítimas, deve contar o seu drama aos amigos e familiares, deve tentar estar acompanhada, deve partilhar a sua aflição, ter apoio especializado.



Mas o caso de que falava mais acima, ao referir a revista que comprei, a FLASH!, é o de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho. A fotografia da capa mostra-a com uma pele incerta, manchada, o rosto tenso. Lá dentro a descrição de mais um drama. 



Carrilho chamou a polícia para entregar os filhos pois alega que na última vez foi agredido por gente da ex-mulher, deitado ao chão, imobilizado. E que não se arrisca mais. Acontece que ela, supostamente com medo dele, não quis sair do elevador e mandou uma amiga receber as crianças. E ele não quis entregar os filhos a outra pessoa que não à mãe. Então, perante tal impasse, um dos polícias ofereceu-se para fazer o transbordo das crianças. Com isto, a menina que vinha a dormir, acordou assustada ao colo do agente e desatou a chorar. O menino, assustado também, começou a chorar e a dizer, pai, ó pai...

E agora ele diz que vai pedir a guarda das crianças e refere um episódio em que o filho lhe teria telefonado às 5 da madrugada a dizer que estava sozinho em casa com a irmã e que ele, tendo lá ido, foi agredido pelo acompanhante de Bárbara que teria chegado um bocado depois.

Se isto é verdade ou não, não faço ideia.

Tal como não sei se terá sido verdade que ele a agrediu na escola dos filhos ou se foi ao contrário, se os amigos de Bárbara é que o agrediram. Não sei quem fala verdade, ou se falam os dois. Não sei nem é suposto que saiba.

Tudo isto é quase obsceno.

A Flash!, que dá conta de todo este drama, mostra fotografias do que se passou na entrega das crianças, com a polícia. Ora como estavam os fotógrafos lá? Carrilho chamou-os? Ou alguém fotografou aquela triste cena e as enviou para a revista? Não sei.

O que sei é que, como já antes aqui o referi, a mediatização de toda esta brutal violência, violência física e psicológica, parece-me um péssimo exemplo, quase uma banalização e glamourização de um crime.

As revistas estão cheias desta triste história, parece que nenhum deles se quer ficar, não cuidando de preservar os filhos. Na ânsia de se agredirem, parecem ignorar os sentimentos e a estabilidade das crianças.

Hoje vi-a na capa de outra revista, desta vez é ela que diz que quer falar e contar a sua versão. Não comprei nem vou comprar, incomodada que fico com isto.

Mas lá está ela na CARAS, agora maquilhada, sorrindo, com os filhos, o rosto de Carlota, a menina de 4 anos, praticamente visível. E sobre a imagem que aparenta felicidade e glamour palavras como violência, mentiras.


Dá ideia que não ouvem amigos, familiares, dá ideia que ignoram tudo o que é razoável e apenas querem ferir o outro, mesmo que, para isso, se destruam mutuamente e cilindrem os filhos.

A revista Flash! traz uma afirmação de um psicólogo onde ele refere que não percebe porque não intervém o Ministério Público. Não sei nem sei se deveria pois desconheço a lei. O que sei é que me parece que, se ninguém os intercepta, isto ainda pode acabar mal, isto é, pior do que já está.

E é que há a dimensão pública dos intervenientes: ela uma das mais reputadas apresentadoras da televisão portuguesa e ele um ex-ministro, professor universitário, filósofo com obra publicada. Para além de deverem saber poupar-se, deveriam também conseguir lembrar-se que têm a responsabilidade do exemplo. Mas já que não conseguem pensar em preservar-se a eles próprios e aos filhos, deveriam, pelo menos, pensar no exemplo fatal que estão a dar.

É que, até mais do que neles, penso é no exemplo para os monstros que por aí andam à solta, que agridem, esfaqueiam, atingem a tiro as mulheres e que, às tantas, vendo estes do jet set nestes desacatos, ainda se sentem desculpabilizados, como se tudo isto fosse normal, socialmente aceite,

Não haverá ninguém que chame Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho à razão? Será que apenas vão parar quando uma desgraça maior acontecer?

Que horror tudo isto, que horror. Tantos e tantos anos de civilização para se assistir a tanta violência e a tanta insanidade.







Violência Doméstica
Não podemos tolerar, não podemos perdoar, não podemos compactuar. 
Nem podemos ignorar.
Não podemos.



Alguns contactos úteis 


  • A Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV) é uma organização não governamental (ONG), de utilidade pública, independente, laica e sem fins lucrativos, cujo objecto é a promoção dos Direitos Humanos, nomeadamente ao nível dos Direitos das Mulheres, Jovens e Crianças, e o combate a todas as formas de Violência e Discriminação.

SEDE
Tel. 21 3802160
Fax: 21 3802168
E-mail: sede@amcv.org.pt


  • A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 707 2000 77 (dias úteis: 10 – 13h / 14 – 17h).


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A canção lá em cima é Hope there's someone e é interpretada por Antony and the Johnsons.

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Relembro: no post abaixo há banqueiros, despedimentos, conversa fiada e até, imagine-se, humor com um banqueiro em versão Monty Phyton.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.

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quinta-feira, agosto 21, 2014

Bárbara Guimarães, apaixonada pelo empresário Kiki Neves, muda de casa. Manuel Maria Carrilho vai de férias sozinho. Ambos arguidos por agressões, acho eu. A vida exposta na capa das revistas, a violência banalizada, coisa também de jet set. Pergunto: mas esta gente não atina? E, por falar em não atinar, também não estou a atinar com os livros que trouxe para férias. De resto, in heaven, tudo na boa. Para apimentar a coisa, uma entrevista picante a um Gandy que não precisa de qualquer tempero.


No post abaixo já vos convidei a assistirem comigo ao último vídeo do Cine Povero. A Liberdade de Fernando Pessoa  dita por João Villaret. Muito gostaria que, a seguir, descessem porque, sempre que o Cine Povero abre as portas com obra nova, é de aproveitar.


Estando em férias, sabe-me bem pensar em liberdade, em ter coisas para fazer e não as fazer. Infelizmente não consigo libertar-me tão facilmente. Esta coisa dos smartphones é uma prisão. De cada vez que chega um mail, o telemóvel faz um toquezinho do tipo dos telefones de antigamente, trrrim, mas em fininho. Claro que podia tirar o som mas não consigo, tenho sempre receio que a empresa não sobreviva sem mim. Depois poderia não responder, limitar-me a ficar enervada com alguns mails em que figuro em c/c ou em que, sendo a destinatária, não exigiriam resposta imediata. Mas sou intrinsecamente parva. Ainda hoje li um mail que me vinha dirigido com meia dúzia de pessoas em c/c. Um mail mesmo enervante que merecia que eu não respondesse senão quando voltasse ao trabalho. Fiquei a roer-me durante uns segundos e depois, claro, teve que ser: lá vai água! Há gentezinha petulante que gosta de se armar, sabem que uma pessoa está de férias mas, mesmo assim, para se armarem, fazem questão de chatear. Já deveriam saber que se estão a arriscar. 

E, portanto, esta minha liberdade é condicionada. 

Também não tive sorte nenhuma com o primeiro livro a que deitei mão. Só gostava de me lembrar de quem foi o crítico literário do Expresso que disse que Amar numa Língua Estrangeira, de uma tal Andrea Jeftanovic, era coisa recomendável. Deveria ter suspeitado pelo título e pela capa que a coisa não augurava nada de bom. Mas, numa daquelas de que, no meio desta confusão, mais valia não sacrificar um livro muito bom, resolvi arriscar e acreditar no que lá se dizia. 


Também houve outro factor: li que a autora, Andrea Jeftanovic, nascida em Santiago do Chile, é licenciada em Sociologia, tendo-se doutorado em Literatura Hispano-Americana pela Universidade da Califórnia, Berkeley, recebeu vários prémios literários e que é professora na Universidade de Santiago do Chile. E vi, pela fotografias, que anda bem despenteada. E, portanto, pensei: com tanto predicado o livro não deve ser uma porcaria qualquer, há que ser indulgente, dar o benefício da dúvida.


Fiz mal. Uma coisa também a armar. Frases curtas do princípio ao fim, uma coisa entrecortada que não permite uma respiração normal, uma pessoa não consegue criar empatia com os personagens. O tema de amar numa língua estrangeira poderia dar uma boa história mas a verdade é que a oportunidade foi completamente desperdiçada. 

O tema vai escurecendo, vai ficando pesado, mas sempre naquela coisa de frases com uma média de três ou quatro palavras cada. Uma canseira.

E, depois, um dos personagens está doente e a doença é descrita em pormenor e o tratamento também, e tudo avança mas como se não tivesse um propósito. No fim, o homem morre e o livro morre também. Não larguei o livro nem sei porquê. Que seca, que pepineira.

A sinopse da Leya termina assim:

Com um notável trabalho de linguagem, que oscila entre o poético e o visceral, Amar numa Língua Estrangeira é um romance corajoso, erótico e comovente sobre o desviver contemporâneo que marca o leitor da primeira à última página.

Pois a mim não me agarrou nem no princípio, nem no meio nem no fim. Desviver? Ele há com cada uma. E agora, ao ler aquela do erótico, lembrei-me que o livro, de facto, também tentou ser erótico, cenas e mais cenas mas, como sempre, tudo aquilo mais parecia uma sucessão de soluços do que uma descrição com vida própria.

No entanto, às tantas ainda vai ser êxito de bilheteira. A mediocridade impera pelo que, quanto mais banal, mais a armar, mais fútil - e, de preferência com casos da vida real, doenças terminais, fatalidades e teorias de cão de caça - melhor. (Melhor para as editoras, claro.)

Agora, despachado a grande velocidade o anterior, estou com o novo do Michael Cunningham. O homem tem charme e As horas tinha a sua graça. O José Mário Silva bem o louvou e eu já devia saber que, quando ele louva algum livro, é sinal que é pouco provável que seja cá dos meus mas, enfim, na lógica do anterior, pensei que no meio desta azáfama, no bocadinho a seguir ao almoço em que tenho algum sossego e me deito na espreguiçadeira under the fig tree a ler e a sentir a aragem e, de quando em vez, a sentir que o sono me quer levar para o outro lado, este tipo de livro seria o recomendável.


Ainda vou no início mas não entrou com o pé direito. Além disso acabei o outro com o homem a falecer depois de um cancro que o consumiu e este, algumas páginas depois do arranque, já me está também com uma das três personagens, mais para lá do que para cá, com um cancro que parece que está na fase terminal. Bolas. E o outro personagem é um homossexual com um desgosto de amor. E o terceiro é um drogado que o irmão pensa que já está limpo mas que anda a aspirar umas linhas à sorrelfa. Uma crise pegada. A minha avó diria que está aqui a armar-se um choradinho à moda do Tide (acho que antes de haver televisão, no tempo das radionovelas - que eram um drama de ponta aponta - o Tide patrocinava aquilo pelo que ficou como os 'dramas do Tide')

Literatura de férias, isto...? Nem sei se é literatura, quanto mais de férias. Bem, no segundo caso não me pronuncio já, vou esperar para ver. A menos que a qualidade literária me venha a prender, se amanhã a coisa continuar nesta infelicidade absoluta dou-lhe um chega para lá, que ninguém me obriga a isto. E vou para o de Sebastião Salgado, a autobiografia, Da minha terra à Terra. Presumo que seja um valor seguro - a menos que ele seja bom só a fotografar. Mas vá, não vou ser pessimista até porque o Jorge Calado escreveu sobre ele e eu pelo Jorge Calado tenho um grande respeito.


De resto, por aqui tudo continua na maior. 

Não sei como se consegue comer tanto, senhores. Chegam carregos de sacos e mais sacos e, quando se dá por ela, já é preciso mais isto, aquilo e aqueloutro. 


Depois há os percalços. Hoje, ao jantar, tirei a panela de sopa do frigorífico e coloquei-a na mesa de refeições que está ao meio da cozinha. Ia servir as taças da sopa para as aquecer quando o ex-bebé, que andava a remexer nas gavetas dos talheres, me mostrou uma coisa e me perguntou o que era. Não percebi o que era aquilo e virei-me para ver de mais perto. Com esse gesto, o vestido, que é largo, prendeu-se-me numa cadeira e ia a fazer cair a cadeira. Atalhei e a cadeira não chegou a cair mas bateu na panela da sopa que caíu no meio do chão. Tentei apanhá-la no ar mas está quieto... o melhor que consegui foi virá-la a tempo de ficar com alguma sopa, à conta para o jantar. O resto, que devia dar para amanhã, tudo espalhado no chão. Lá tive que andar de esfregona, claro. E afinal aquilo era um vela em forma de 4 (quatro), ficou de algum aniversário.


Mas o tempo aqui rende, rende, há tempo para tudo, e as crianças adoram. E tem havido varridelas a apanhar caruma, folhas secas, regadelas que começam bem e acabam em partidas e eles a molharem o que devem e o que não devem, e atirar o papagaio que é uma galinha pintadinha que anda a voar sobre as árvores e que hoje já ficou presa na azinheira, e, enfim, brincadeiras de toda a espécie possível e imaginária.




E agora chego aqui e acho que não disse nada que vos possa interessar mas a verdade é que continuo incapaz de falar das desgraças de que os jornais estão cheios e não tenho visto telejornais na televisão mas imagino que seja a mesma coisa. Vai de mal a pior, mortes de todas as maneiras possíveis e imaginárias. Não consigo. 

Depois há o Manuel Maria Carrilho que aparece a banhos, pela primeira vez sozinho de férias, depois da separação. Que papelão. A que propósito vai para a praia com jornalistas atrás? Que interesse tem isto? Que parvoíce. Noutra, é a Bárbara Guimarães que parece que é arguida por agressão, talvez lhe tenha batido a ele. E ele diz que ela sai para namorar e deixa os filhos sozinhos em casa até de madrugada e que os filho lhe telefona a pedir para ir para lá. E ela que está feliz e enamorada pelo tal Kiki Neves e que vai mudar de casa para começar tudo de novo. E, como de costume, tudo na capa das revistas. Banalizam a violência doméstica, ofendem-se, expõem os filhos. Ao mesmo tempo que chegam notícias de gente que se mata à facada, à paulada, sei lá, aparecem estes, cheios de glamour, também a falarem de agressões, como se fosse assunto do jet set. Uma vergonha.


E, tenho que dizer, receio bem que esta história não acabe bem. Ao tempo que isto dura e não atinam. Pelo contrário, há ali um ódio que me parece perigoso. Para além disso, a carreira televisiva dela não me parece promissora e, se a coisa descarrila por aí, não sei se ela terá estabilidade emocional para se aguentar. Não haverá familiares que os aconselhem a esquecer as capas das revistas e a tentarem encontrar algum equilíbrio?


Mas adiante, que o triste descasamento da Bárbara Guimarães e do Manuel Maria Carrilho são um mal menor deste País e eu tenho mais com que me ralar. Já estou é aqui a pensar no almoço de amanhã, bochechas de porco, e na forma como as vou fazer. Tenho que me levantar cedo para as pôr a estufar em lume brando para ficarem macias como manteiga.


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Bem, mas para não acabarem isto a abanar a cabeça, que grande seca, tanta conversa para não dizer nada que se aproveite, vou deixar-vos com um daqueles filmes publicitários que dão gosto. Em tempos usei Light Blue da Dolce  & Gabbana. Depois deixei, banalizou-se. Mas o anúncio não tem culpa nenhuma disso, é uma maravilha.







Mas não foi à toa que mostrei o filme acima (em que aparece um modelo masculino de se lhe tirar o chapéu, David Gandy). É que aqui abaixo tenho uma entrevista igualmente de dar gosto. Picante, dizem eles. E é. 

Transcrevo: The columnist Mondo Trasho has asked the questions that we have always wanted to ask David Gandy. She doesn't want to know about his favourite colour, where he grew up or what he likes to eat when he is relaxing, no no. She is far more interested in what goes on between the sheets... and aren't we all?






Haja coisas com graça.

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Relembro: no post a seguir há Liberdade. Fernando Pessoa por João Villaret no Cine Povero.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira.


sexta-feira, junho 06, 2014

Carrilho agride Bárbara Guimarães na escola dos filhos? Carrilho processa Lux por difamação? Antes, Bárbara agride Carrilho quando ele é chamado pelo filho que está sozinho em casa de madrugada? O namorado de Bárbara agride Carrilho? Bárbara está novamente apaixonada por Kiki Neves, um empresário que antes foi namorado de Liliana Campos? Etc, etc, etc ---- O drama continua nas capas das revistas, à frente de toda a gente. Não é bom para eles, nem para os filhos, nem para ninguém. Isto é a banalização da violência doméstica. Lamentável.


No post a seguir refiro um mail de uma Leitora que sofreu durante anos o pesadelo da violência doméstica e no qual me enviou os contactos de uma outra Associação de Apoio às Mulheres nestas infelizes situações. Este tema é pesado e nós, que andamos cansados de tanta crise, tendemos a querer evitar temas desagradáveis. Mas, em nome de todas as mulheres (e filhos) que passam por situações de medo e sofrimento, acho que devo falar nisto e divulgar contactos a que poderão e deverão recorrer caso se sintam acossadas e sem saber como sair da situação em que se encontram.

No post a seguir a esse, mostro os novos cortes do Governo e a coisa é de tal forma inesperada que vos recomendo vivamente que desçam até lá.

Mas tudo isto é lá mais em baixo. Aqui, agora, a conversa é outra.


Gallows pelas CocoRosie





As imagens de Bárbara Guimarães na televisão, a apresentar programas, continuam a ser de glamour, de elegância, toda ela sorrisos generosos, cabelo tratado, vestidos inspirados. O seu corpo é bem desenhado, o seu rosto não passa despercebido, transpira sensualidade. E vê-se que se cuida, que cultiva a aparência. Se trava lutas interiores complicadas, sabe disfarçar e o que transparece é a presença agradável de uma bela mulher.

Depois de, há meses atrás, o País ter sido surpreendido com cenas de faca e alguidar de uma agressividade inaudita de parte a parte, acusações mútuas na praça pública sem noção de limites, uma pouca vergonha, coisa que se costuma associar a bairros de barracas, o drama familiar de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho pareceu ter entrado em período de acalmia.

Deixaram de aparecer nas capas das revistas cor de rosa e, pensei eu, estariam a resolver os problemas longe dos holofotes, de forma madura e civilizada.

Engano.

Durou pouco essa atitude cautelosa.

Vejo as revistas enquanto estou nas filas para pagar as compras no supermercado, por vezes limitando-me a ver as capas.

Há pouco tempo, para minha surpresa, já aparecia uma capa da Caras com ela a dizer que acreditava que ia encontrar outra vez o amor. Achei desnecessário e disparatado. Em vez de se resguardar já andava outra vez a expor-se. Aparecia carregada de base, muito maquilhada mas, enfim, bonita e, apesar de tudo, bem encarada.

Mas não ficou por aí. 

Pouco depois, nova capa, desta vez a TV Guia, agora Bárbara já estava apaixonada, e logo uma paixão milionária, numa nova vida. 


Apenas não fiquei banzada porque, nestes domínios, tamanhas as trocas e baldrocas a que se assiste naquelas capas, já poucas coisas me espantam. 

Pensei: mas esta mulher, em vez de descansar, de resolver a sua vida longe da exposição pública, já aí anda outra vez nas montras do país...? Que precipitação, que imprudência.




E então, lá aparecia Bárbara Guimarães na LUX, apaixonada, e que já namorava há dois meses, com o que tinha sido o namorada de uma outra apresentadora, a Liliana Campos, um tal Kiki Neves. 


Não sabia quem era um e outro. Fui ao google e já estou esclarecida. De resto, parece que é o costume. Os namorados e namoradas vão rodando entre eles: apresentadoras, modelos, empresários, a coisa geralmente anda por aí. 

Parecia que a vida de Bárbara tinha entrado outra vez na fase conto de fadas. 

De certa forma, fez-me lembrar Elsa Raposo, mal saía de uma e já estava à procura de um novo amor, com as revistas a acompanharem essas derivas.

Mas qual Elsa Raposo, os contos de fada de Bárbara Guimarães parece que também são de curta duração.

Nova capa de revista, desta vez a VIP. Desta vez era Manuel Maria Carrilho que se dizia agredido. Não me lembro se era nessa revista se noutra, mostrava escoriações. E dizia que o filho Dinis lhe tinha telefonado de madrugada, que estava sozinho em casa com a irmã, com medo, pedindo ao pai para ir para lá fazer-lhes companhia. Que alta madrugada tinha chegado Bárbara acompanhada pelo namorado, que tinham agredido Carrilho. Dizia ele que receava pelos filhos, que ela não era capaz de assegurar a tutela das crianças.


A coisa a subir de tom. Outra vez.

Ela uma figura de primeiro plano da televisão, ele um professor universitário, ex-ministro - e esta baixaria em praça pública. A roupa suja toda à vista.

Mas a coisa continua em crescendo.

Agora terá havido agressões na escola das crianças, Carrilho a agredir Bárbara, várias testemunhas. Tudo na capa da Lux.



Fui agora ler. Transcrevo: Segundo a revista, Carrilho teria insultado, empurrado e dado um estalo à apresentadora em frente a Carlota, filha mais nova do casal, com apenas três anos. Após o incidente, diz a Lux, Dinis, o filho mais velho, com dez anos, teria recusado participar numa dança.

Mas hoje novas notícias: tudo mentira, diz Manuel Maria Carrilho. E anuncia que vai processar a Lux e que tudo não passa de manobra da agência de comunicação que trabalha para Bárbara Guimarães.



«Isto é tudo mentira, os meus advogados já desencadearam o processo contra a Lux e a jornalista», disse ao jornal o professor universitário. «É tudo inventado, é tudo trabalho da agência de comunicação que trabalha com a Bárbara. Nem eu me aproximei dela, nem o Dinis ia atuar na festa», acusou.

E prossegue: «Quando a atuação terminou, fui para uma salinha para a ajudar a trocar de roupa e chega a mãe [Bárbara Guimarães] que lhe dá os parabéns. Estavam a falar em ir buscar algodão doce, mas eu disse que íamos andando porque era o meu fim-de-semana e a Bárbara disse qualquer coisa que eu nem percebi», prosseguiu.

Carrilho assegurou que não se aproximou da ex-mulher e acrescentou que um casal amigo de Bárbara Guimarães o terá «ameaçado com uma vara» quando se preparava para sair do colégio.


E a gente lê isto e não acredita. Que ódio brutal é este entre estas duas pessoas que são figuras públicas e que deveriam saber preservar-se, preservar os filhos, ser um exemplo? Que ódio irracional é este?

Difamações, agressões, manipulações. Ódio, mentiras e fotografias. 

Alguém mente nesta história. Alguém mente por ódio. Ou mentem os dois. Alguém exerce violência sobre o outro. Ou exercem os dois. E chamam os fotógrafos e deixam-se fotografar por ódio ao outro, o que é uma forma de violência extremada. 

Como conseguem eles, apesar disto, continuar a viver 'normalmente', ela a sorrir, glamourosa, ele a ter cabeça para trabalhar e escrever artigos, tendo a vida exposta desta maneira desgraçada na praça pública? Pergunto porque me parece difícil. Para mim seria impossível.

E pensarão nos filhos que por aí andam nas capas das revistas envoltos numa situação tão lamentável?

E pensarão, por um minuto, como estão a banalizar a violência doméstica? Como a estão a transformar em coisa de capa de revista cor-de-rosa, quase como se fosse um outro lado do glamour?

Que impressão que isto me faz.

Não serão capazes de parar? Enquanto é tempo deveriam fazê-lo - antes que isto ainda acabe mal. Pior do que já está, quero eu dizer.


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Relembro: por aí abaixo há mais dois posts. Se o que se segue é de utilidade e tem indirectamente a ver com o que acabo de escrever, o de baixo é imperdível. Vão por mim.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma vida longe de problemas graves, de dramas. 
Alegria e saúde. E boa sorte.

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