Do que vi na televisão, longas e longas e longas filas para chegarem perto do caixão real, tenho a dizer que me ocorre sempre a mesma prosaica dúvida: mas aquela gente não precisa de ir à casa de banho? Mas, na volta, ninguém precisa e a mais ninguém ocorre esta dúvida. Por isso, desde há muito interiorizei que sou a única mijona à superfície da terra.
Eu, com a minha tensão baixa, se estiver muito tempo de pé, ao fim de algum tempo começo a ver tudo a pôr-se branco. Disfarço, bebendo água. Só que se a água me ajuda a manter-me em pé, ao fim de algum tempo já deu a volta ao circuito e anuncia que está de saída. Agora imagine-se que estou no meio daquela gente toda, ali, horas e horas e horas. Haveria de ser bonito. Mas eles, bem os vejo, todos na boa, firmes e hirtos, frescos e fofos e sem vontade de ir à casa de banho. Juro. Não percebo.
Agora até me lembrei de uma secretária que havia quando fui trabalhar para um certo edifício. Reinava aquela mulher imponente, alta, forte, cabelos lisos compridos, muito louros, olhos muito azuis, voz poderosa. Toda a gente dizia que o administrador que ela secretariava era quem mais mandava no pedaço mas que quem mandava nele era ela. Falava como se, de facto, mandasse e impunha respeito a toda a empresa. Ninguém duvidava do seu poder e a ninguém ocorria desafiá-lo.
O gabinete dele era enorme, todo forrado a madeira, Num canto era a área da secretária, uma secretária enorme, e, no extremo oposto, perto da porta e rodeado de janelas, era o espaço da sala de reuniões, uma mesa comprida com dez cadeiras em volta. Entre um espaço e outro, tudo dentro do mesmo gabinete, era a zona dos sofás, uns belos sofás de pele. E havia grandes quadros a óleo, tapetes de lã, móveis de boa madeira. Outros tempos. Agora é tudo branco, liso, de vidro, uma monotonia. Bem. Para se chegar ao gabinete desse administrador tinha que se passar pelo gabinete dela, um gabinete que tinha também uma antecâmara onde ela deixava em banho maria os que chegavam antes de tempo ou sem estarem marcados. Havia ainda uma espécie de despensa cheia de estantes onde ela tinha o arquivo.
Até que ela achou que tinha muito trabalho e precisava de uma ajudante. As vontades dela eram ordens. Como o gabinete dela era grande, foi lá colocada uma outra secretária de madeira e outra de carne e osso. Claro que fez da outra gato sapato. E uma das primeiras instruções que deu à sua aprendiz foi que arranjasse um garrafa grande para que, quando tivesse vontade de fazer xixi, fosse à despensa fazer para a garrafa. A questão, segundo ela, é que uma secretária tinha que estar sempre disponível para quando o big chefão chamasse ou quisesse uma chamada ou para o que fosse. Claro que a outra, que também era de nariz empinado, se recusou -- disse que quando estivesse aflita iria à casa de banho e ponto. Claro também que não se aguentou muito tempo naquelas funções. E claro que também contou esta história e nunca ninguém mais se arriscou a entrar na despensa.
Mas, pronto, isto a propósito daquelas longas filas para se despedirem de Isabel II.
Adiante.
Agora estou aqui a ver o Armário, um curioso programa com a Joana Barrios que se veste e maquilha a condizer com o seu fácies. Não se pode dizer que tenha uma beleza convencional mas a verdade é que a acho uma mulher interessante. É curiosa, carismática. E acho-a simpática. Gosto de vê-la quer aqui, quer nos programas de culinária. Tem sentido de humor, tem inteligência, tem graça.
Creio que o programa trata de marcas ou criadores portugueses ligados à moda ou à cosmética. Aproveito para ir vendo e escrevendo até dar o Pantanal. E, neste compasso de espera, aproveito também para dar uma circulada pelas notícias, pelos blogues (há com cada maluc@!) e pelo youtube.
E foi aqui que o meu amigo algoritmo tinha para me oferecer um videozinho mesmo divertido. O Porchat, esse ganda maluco, convida pessoas conhecidas para contarem cenas curiosas que lhes tenham acontecido. Aqui a convidada é Bella Campos, a Muda do Pantanal.
E a história é do caraças: fora das filmagens, no período de descanso, estava a banhar-se no rio quando sentiu uma pressão na perna. Com a mão deu uma estalada no atrevido e foi então que percebeu que o atrevido era um grande jacaré. Nem imagino...
Mas o melhor é vê-la e ouvi-la a falar sobre o sucedido.
Bella Campos foi mordida por jacaré durante banho de rio no Pantanal |
Que História é essa, Porchat?
No Que História é essa da semana, Fábio Porchat recebe Bella Campos, Raí e Rodriguinho. Bella conta a história de quando foi mordida por um jacaré no Pantanal. A atriz deu detalhes do seu resgate e cuidados após o acidente.
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Desejo-vos um dia bom
Saúde. Curiosidade e alegria. Paz.