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sexta-feira, maio 15, 2020

E sobre esta pseudo coisa entre o Marcelo e o Centeno não há nada a dizer?
Pouco. Muito pouco. Tenho mais que fazer. Por exemplo, escolher o tipo de máscara mais indicado para mim.
Ou ouvir o que Arthur C. Clarke previu em 1964.
Mas, entretanto, daqui lanço um desafio: bora lá tratar de coisas sérias, Senhor Presidente...?


Há problemas e o que está a acontecer é uma fractura na linha do tempo. O mundo está a mudar e, se não está, devia. Há reflexões a fazer e elas têm que ser feitas. Se não as fizermos revelaremos menos inteligência que o corona, esse merdinhas que nem gente nem bicho é. 

Do que há a pensar ou a equacionar não faz parte as abelhudices do Marcelo, as birras do Marcelo ou os chiliques que envolvem uns tantos quantos ou as tesões do mijo de uns e umas comentadoras que vivem de chafurdar no que está a dar. 

Não há pachorra para andar por aí a querer fazer ao Novo Banco o que os de má memória fizeram ao BES. Não há pachorra para conversas da treta, ainda por cima por motivos estúpidos e fúteis. Os tempos em que uma zinha qualquer ligava à miga para que ela assinasse de cruz o fim de um banco já lá deviam ir. Rebentar com um banco não é só dar um tiro no meio da testa de uns quantos privilegiados: não, é mais, é muito mais, é dar um tiro na testa de muitos milhares de pessoas que lá têm as economias de uma vida, é dar cabo de muitas pequenas e micro empresas que lá têm os seus bens, é dar cabo de uma instituição onde trabalham muitas pessoas. Só gente irresponsável, ignorante ou populista é que o defende sem sequer avaliar as consequências do que está a defender.

Que um banco, muito mais um banco que esteja a ser apoiado, deve ser auditado, disso não restam dúvidas. Deve ser auditado e espera-se que o zombie Carlos Costa esteja, por uma vez, a assumir a sua responsabilidade, garantindo que a entidade a que preside esteja a fazer o seu trabalho. Admitindo que isso está a ser cumprido, então resta aos demais cumprirem com as suas obrigações. Se a obrigação, aceite e aprovada em sede de OE, passa por fazer o que agora anda por aí nas bocas de uns e outros, então não é tema.

E o Marcelo, uma vez mais, anda a ceder à sua veia de comentador e à sua atração fatal pelo mediatismo. Fica-lhe mal. Zinhices não ficam bem a um presidente.

O que eu gostava mesmo de o ver a patrocinar era outra coisa: era discutir o futuro. 
Os nossos hábitos de consumo, a nossa forma de viver, viajando como doidos, poluindo, consumindo absurdamente, dependendo em absoluto do que vem de fora, passando a maior parte do dia fora de casa, no trânsito, longe da família, sem tempo para nós.  
E, por outro lado, meio mundo trabalhando na sombra, anjos invisíveis, trabalhadores provisórios, precários, mal pagos, trabalhando horas e horas na sombra, nos bastidores do mundo, de madrugada ou durante a noite, incógnitos e esquecidos. 
Este é o mundo que queremos?

Era para discutir isto que Marcelo deveria convocar a sociedade.

Organize debates, organize grupos de trabalho, dê visibilidade às suas discussões, Professor Marcelo.

Escolha os melhores. Cientistas de todas as áreas, sociólogos, urbanistas, humanistas, artistas, estrategas de verdade, filósofos, gente de bem, jovens, gente madura, gente velha. Gente que seja inteligente. Burros não fazem falta numa discussão deste tipo. Chame-os. Desafie-os. Peça-lhes propostas. Garanta que as melhores propostas são testadas e, se provarem, que sejam passadas à prática.

Se o fizer, já sabe, cá estarei para lhe enviar daqui a minha força.

NB: O João Miguel Tavares não encaixa em nenhum destes grupos, ouviu, Prof. Marcelo? Não o chame para isto que isto é areia demais para a camioneta dele. OK?

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Mas, entretanto, convido-vos a ouvirem o que o Arthur C. Clarke disse vai para um montão de anos. Há gente que vê ao longe.


Será que isto era mesmo ele a falar ou é tanga, alguém agora a fazer lip sync?

Sei lá, já não digo nada.


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Matthias Kretschmer anda a inventar máscaras à maneira, á razão de uma por dia.
Sarah Cooper também se tornou viral: misturou o corona com o Trump e deu nisto.
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E uma feliz friday!

terça-feira, junho 25, 2019

As inteligentes perguntas do PSD a Sócrates.
As úteis e inteligentes Comissões Parlamentares de Inquérito


Ouvi na televisão que os deputados da Comissão de Inquérito à CGD querem lá o Sócrates e, não querendo ele oferecer-lhes o pratinho e optando por responder por escrito, vão enviar (ou já enviaram) perguntas.

Uma coisa meio maluca. Tudo isto é maluco, desprovido de senso. Ao fim de não sei quantos anos, os deputados resolvem acordar para a vida e, virgens de primeira viagem, ficam numa excitação, coisa adolescente, pueril, parvoíce de juventude retardada e bobinha.

Nos tempos áureos da alavancagem financeira, em que as universidades (e polvilhem tudo de um bom catolicismo) ensinavam que bom, mas bom mesmo, era as empresas endividarem-se, endividarem-se até ao tutano, com ou sem garantias palpáveis, em que a publicidade invadia todos os espaços com empréstimos para toda a gente, empréstimos a perder de vista, até para quem não tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego  -- nessas alturas, os senhores deputados não viram nada, não juntaram dois e dois. Olhinhos wide closed, como é seu costume. Nem o fizeram os comentadores económico/financeiros que sabem tudo mas só depois de toda a gente o saber. Nessa altura, os senhores deputados haveriam de andar entretidos com outras questões póstumas porque só reagem muitos anos depois, quando do morto já nada resta, só memórias esfumadas.

Nesta altura há questões presentes, profundas, que se não agarradas a tempo impactarão intensamente os tempos futuros mas que é lá isso...? Não são temas mediáticos, não são a espuma dos dias. E os senhores deputados só se interessam pelo que já lá vai. 

Agora que os bancos até já estão razoavaelmente sanados, em que os tempos dos créditos à tripa-forra já lá vão e em que os bancos até se uniram para tentaram, pelas vias normais, ressarcir-se dos buracos causados pelos grandes caloteiros do regime, é que os deputados acordaram e querem saber, ao pormenor, quem é que fez ou desfez nos idos de já nem sei quando. 

Não digo que não haja coisas a saber agora. Há. Por exemplo, seria interessante como foi possível dissolver um grande banco da forma como foi, com ministros de férias e a assinarem de cruz. Ou como foi aquela divisão entre o bom e o mau, em que o bom ficou cheio de coisas más que parece que não cabam e que, agora que o banco foi vendido nem sei bem a quem, é preciso continuar a meter lá dinheiro. Isso seria interessante saber. E não foi assim há tanto tempo. Agora é que seria de questionar a Marilú e o Láparo, ou até a Cristas, amiga, assina lá, enquanto a memória deles ainda estiver fresca. Ou a nulidade do Carlos Costa, esse que passou por todo o lado em que houve buraco sem nunca se ter dado conta de nada e indo acabar no Banco de Portugal onde elevou a sonsice até a um nível de manhosice insuportável.

Mas não. Os senhores deputados armam-se em investigadores, em juízes fora de água e, para ali estão, horas a fio, entretidos com um exercício de auto-exibicionismo e onde também oferecem palco a exibicionistas falhados, a gente que já não se lembra de nada (* e já vos explico porque é que acredito que não se lembrem mesmo), um exercício que volta e meia é de pura prepotência, maldade gratuita e humilhação dos inquiridos, um exercício que dá canal, que garante partilhas nas redes sociais, que alimenta a indústria do comentário político, que alimenta a rábula, a graça fácil -- e que, em termos práticos, não passa disso.

E tudo isto culmina na parvoíce mais completa ao quererem que Sócrates, que deixou de ser primeiro-ministro há oito anos e que, desde então, tem sido escrutinado, virado do avesso, inquirido, inspeccionado, trespassado por raios x e ressonâncias magnéticas, scanneado, espiolhado, bisbilhotado, trespassado, passado a ferro, posto atrás de grades, vigiado à distância e à lupa, agora responda a puerilidades como esta:
Sr. Eng. recebeu quantias monetárias ou outros bens por parte do Grupo BES, Grupo Lena ou Vale do Lobo?
Agora, meus Caros, digam-me: isto não é de gargalhada? Estarão à espera de que resposta? 

Olhem, só me ocorre isto: LOL 😂😂😂😂😂 (a ponto de ir às lágrimas)


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* Por razões que agora não vêm ao caso, não devo conseguir escapar de ser testemunha de um caso que se passou há uns quatro anos. Quando chegou a notificação, chutei para canto. Quando me perguntaram o que sabia eu do caso, a minha primeira reacção foi que pouco ou nada sabia, que tinha acompanhado a coisa já no rescaldo. Foram-me fazendo perguntas e eu fui puxando pela cabeça e, aos poucos, fui-me lembrando de alguns episódios. No outro dia, numa reunião com advogados, tentaram que me lembrasse de mais coisas. Às tantas eu disse que só tinha tido algum envolvimento já o caso estava consumado, para aí a partir do verão de há uns três anos. Uma das advogadas olhou-me como se não acreditasse, dizendo-me que não lhe parecia provável que no prazo de um ano não tivesse havido nada e que eu não soubesse de nada. Um hiato de um ano? Fiquei a pensar que, de facto, era estranho. Mas não me ocorreu nada em que eu tivesse participado nesse período. Fiquei de procurar mails antigos. Pois bem. Resmas, paletes. Tive conhecimento, participei durante o dito ano em que juraria ser-me totalmente alheio. Estive a reler os mails e fiquei perplexa. Não me lembrava de nada de nada de tudo aquilo. Ao reler, claro que as memórias se foram reconstruindo mas, antes, juro: zero. Como explicar isto? Penso que é simples. Para mim, aquilo era marginal. Sendo caso grave, muito grave mesmo, para os lesados e para os directamente envolvidos, para mim aquilo era coisa em que participava sobretudo como expectadora. E, de lá para cá, todos os dias acontecem coisas. Quantas outras crises, quantos outros problemas? Mal de nós se mantivéssemos vivos todos os registos de tudo o que fazemos em todos os dias da nossa vida. Acho que até tenho boa memória e, no entanto, apesar de todo o meu envolvimento naquele caso durante um ano, só me recordava, e sem grande pormenor, do que se passou de há três anos para cá e apenas porque passei a ter intervenção na primeira pessoa. Portanto, acredito e mais do que acredito que aquela gente que vai à Comissão e que não se lembra do que se passou há oito ou dez anos, em reuniões iguais às que se têm todos os dias de todos os meses e de todos os anos, está a falar verdade.

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As duas últimas imagens provêm do mui saudoso We have kaos in the garden

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domingo, janeiro 15, 2017

O Novo Banco e a irresponsabilidade de Clara Ferreira Alves


Isto há coisas... Tinha eu acabado de exorcizar o espírito maligno do láparo que por aqui pairava depois de lhe ter dado uma valente desanda e começava já a afiar os dedos para deitar mãos ao tema que me mobilizava, o das velhas bibliotecas, quando começa o Eixo do Mal. Animada como estava  -- a ver vídeos e a ler um execelentíssimo artigo que mão amiga me tinha feito chegar -- nem me ocorreu higienizar o ambiente, desligando a televisão ou procurando melhor opção.

Por essa altura, o meu marido, mais pragmático que eu, retirou-se para o quarto. E eu entreguei-me ao deleite da Ôde aux vieilles bibliothèques.

Mas hélas, a Senhor Doutora Superiormente Sabichona Clara Ferreira Alves começou a falar, e tão grandiloquentemente o fez que a minha atenção foi desviada para a sua prosápia, uma prosápia temperada com aqueles seus bem conhecidos salpicos de spleen.


Falavam do Novo Banco e a ilustre comentadeira, maçada com tanta conversa sobre o assunto, dizia que se devia era acabar com aquilo. Qual nacionalizar...? Implodir. 

Ouvi estarrecida a senhora. Olhei-a. A camisola tinha uns brilhantes e os olhinhos aquele ar enfadado de quem faz o frete de por ali arrastar o seu ar blasé. A banca nacional dá-lhe fastio, acha que já provámos que não sabemos gerir a banca nacional. Acabe-se com aquilo de vez, diz ela, até porque, continua, nem sabe bem o que é o Novo Banco. E acaba dizendo que aquele fundo que vai desmembrar tudo, o Lone Star, se calhar ainda é o melhor, se calhar faz-nos o favor de nos vermos livres do assunto de vez. 



Em tempos, quando olhava para ela como jornalista, eu até gostava de a ler. Depois foi-se tornando cada vez mais convencida. Faz tempo que deixei de ler o Expresso pelo que não sei o que tem andado ela a fazer. Mas, nos últimos tempos, as entrevistas dela a sumidades eram frequentemente uma coisa do género das do Casanova. Falam eles, exibem-se, mostram que são letrados, opinam, decidem, fazem comparações, e, de quando em vez, lá se dignam disponibilizar a deixa para que o entrevistado diga qualquer coisita. Pior ainda quando se tornou opinadora. Aí passámos a ver a facilidade com que opina sobre tudo, incluindo sobre o que não sabe. Vejo-a como um exemplo acabado do que é o populismo ao serviço do jornalismo. E no Eixo do Mal, frequentemente, uma seca: cansa de tão pedante e leviana que é. Sabe tudo, enfada-se até de repetir argumentos que já explanou tantas vezes, fala com veemência de assuntos que notoriamente conhece apenas pela rama -- e, com as suas actuações, consegue que, cá em casa, mudemos rapidamente de canal.


O que me choca é que quem, nas televisões, decide quem convidar para programas deste tipo, equaciona certamente quem consegue ser mais polémico, dizer sound bites, criar factos políticos, lançar atoardas que aticem as redes sociais, etc. E não equaciona o sentido de responsabilidade que veículos poderosos como as televisões devem ter em cada uma das suas escolhas.

Sabendo-se o indesmentível poder de influência que as televisões têm, apenas deveriam ser convidadas para opinar pessoas com uma respeitabilidade, estabilidade emocional, dignidade e rigor à prova de bala.

Mas, infelizmente, a opção é a oposta. Quanto mais destrambelhados, mais mentirosos, mais fúteis, mais ressabiados, mais pedantes, mais levianos, mais desbocados -- mais assento têm nas televisões. 

(E assim se destrói o jornalismo.)

Mas voltando ao Eixo do Mal. De facto, só uma pessoa irresponsável ou que esteja de má fé pode, como uma estonteante ligeireza, dizer que, para não cansar a beleza de quem tem que ouvir tantas vezes do mesmo assunto, mais vale acabar com um dos maiores bancos do país. 


Pode ser que o Eixo do Mal seja visto apenas por quatro bichos caretas, entre os quais me incluo e que, portanto, os riscos de uma afirmação destas seja mínimo. Tomara.


Começar a lançar a ideia de que se calhar o melhor é acabar com o Novo Banco é meio caminho andado para lançar o alarme social e daí até a uma corrida aos depósitos é uma pequena fracção de tempo.

Custa-me perceber que uma pessoa minimamente estruturada lance um disparate destes para o ar. Se eu a parafraseasse, podia dizer que, para não ter que estar a aturar tanta parvoíce, mais valia atirar uma destas molduras pesadas à televisão e destruí-la de vez. Ou melhor: que para não ter que a aturar, mais valia ir à Sic Notícias e acabar com a estação. Ou pagar a um mercenário para rebentar com ela.

Só que acabar com um banco, um banco como o Novo Banco, é bem mais grave que isso.


Só por preguiça é que não vou repescar o que escrevi na altura em que o patego do Carlos Costa do BdP e os aventureiros malucos do ex-governo resolveram implodir o BES. Contra quem, na altura, achava que Carlos Costa era o máximo e que criar um Banco Bom e vendê-lo em seis meses era do melhor que havia, clamei tão alto quanto a minha fraca voz o permitia que o Carlos Costa era uma nódoa, que a decisão de acabar com o BES era uma loucura sem explicação e que a ideia de que seria possível criar um banco e vendê-lo em seis meses era um delírio sem pés nem cabeça (admitia que seriam necessários uns dois anos).



Hoje mantenho. Não percebo como foi possível cometer, a céu aberto, o que me parece um crime inexplicável. Uma coisa seria sanear o BES, limpar o que estivesse mal, obrigá-lo a reconhecer imparidades, rever a carteira de crédito, rever os critérios de avaliação de risco, provavelmente correr com meia dúzia de cabotinos e/ou incompetentes, julgá-los se caso disso -- e outra, muito diferente, foi implodir com um grupo económico, espatifar com uma poderosa marca, enfraquecer ainda mais o frágil sistema financeiro português. De toda a porcaria que o Governo de Passos Coelho fez (e foi muita! oh se foi...) isto deve ter sido do pior, do mais absurdo que se poderia imaginar.


A partir daí, da implosão do BES, foi tudo mal feito: escolhas mal geridas para a gestão, a começar com Vítor Bento, uma pressão absurda na venda. Mais: chamar para vender o banco à trouxe-mouxe Sérgio Monteiro, um aventureiro que já na TAP tinha dado vários passos em falso e anunciar aos quatro ventos que o banco era para vender à pressão e de qualquer maneira, só pode revelar um problema mental ou má fé.


O resultado é o que se vê: quando se atira milho para a rua logo aparece, vindos sabe-se lá de onde, um grupo de pombos. Não aparecem águias, gaivotas, garças reais. Só pombos-ratos.

E é o que tem acontecido com o Novo Banco: chineses sabe-se lá com que solidez financeira, fundos de reputação duvidosa, gente que não dá garantias, que não quer pagar e que quer deixar o osso e só levar o lombo, e isto para depois o fatiar e passar a patacos. Um vexame que deveria fazer corar o Carlos Costa. Mas não faz. Não tem competência, nem brio, nem vergonha na cara. É outro que não dança nem sai da pista. Há que tempos que deveria ter dado o lugar a alguém responsável e competente.


Não posso dizer qual a melhor solução pois não conheço os pormenores das opreações nem as contas do banco. Mas sei dizer que a solução não passa por acabar com o Novo Banco nem por vendê-lo como se fosse uva mijona. O Novo Banco deve voltar a ser um grande banco. E se tiver que ser nacionalizado que o seja. Pode ser uma solução transitória; mas entre ficar nacionalizado ou ir parar às mãos de fundos abutres, de jogadores, de trapaceiros ou de homens sem rosto e mãos invisíveis mas untuosas, prefiro mil vezes que permaneça nacionalizado.

Não é só uma questão de princípio, é, sobretudo, uma questão de racionalidade.


Quando se desmorona um banco, a seguir caem vários outros edifícios. Veja-se o que aconteceu quando caíu o BES (quantas mais empresas caíram a seguir...? Podemos começar pela PT e ir por aí fora). 

Um banco é um edifício cujos alicerces são a confiança de quem lá põe o dinheiro mas é um edifício que dá suporte a todas as empresas e pessoas que lá pediram empréstimos e cujas tesourarias assentam também na confiança no cumprimento de compromissos. 

Estou a ser simplista. Mas o tema é tão complexo que só espero que as televisões percebam que não devem dar voz a irresponsáveis como Clara Ferreira Alves e outros que tanto têm contribuído para que os portugueses formem ideias erradas e andem à mercê de quem os queira manipular.

Sinceramente: começo a ficar verdadeiramente farta de tanta estupidez e irresponsabilidade. Caraças.


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E falei na Clara Ferreira Alves porque foi a ela que prestei mais atenção. Mas idêntica leviandade me pareceu ouvir ao Luís Pedro Nunes. Há temas que, pelo seu melindre, jamais poderiam ser levados a debate por parte de quem não faz ideia do que diz.



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E, com isto, já não consigo falar nas velhas bibliotecas. Já agora, mal por mal, se ainda não leram, convido-vos a descer para verem aquilo da malapata que o Láparo tem com a TSU


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quinta-feira, janeiro 05, 2017

E sobre os sms do Domingues, não vai nada, nada, nada...?
NADA.
E sobre a jeiteira que o Centeno tem revelado para lidar com caldinhos destes, também não vai nada, nada, nada...?
NADA.




Não ando para muitas conversas e, muito menos, para comentar parvoeiras. 

  • Que o Centeno gere dossiers políticos com os pés é um facto, 
  • que dos dois Secretários de Estado que lhe conheço também, quando têm que gerir temas que deveriam ser geridos com pinças, os gerem à pazada é outro facto 
  • -- e que o flop António Domingues e todo o caso da nomeação de uma administração para a CGD só mostram que o Centeno é bom a gerir números ou a traçar estratégias e a segui-las mas um nabo a gerir temas que metem pessoas e respectivos egos, é outro facto.

Dizer mais o quê? Nada.

Se há alturas em que um chefe tem que se chegar à frente e suprir as lacunas dos subordinados, esta é uma delas. Costa tem que se chegar à frente de cada vez que o Centeno se ensarilha nestes assuntos. Caso contrário, é uma festa.

Claro que tudo poderia passar mais ou menos despercebido se o verdinho do Centeno tivesse pela frente um fulano low profile, que não se desbroncasse todo à primeira pergunta. É que este António Domingues, parecendo querer cultivar a imagem de um banqueiro excelentíssimo, é tudo menos discreto. É uma goela escancarada. Conta tudo: ele disse-me isto, eu respondi-lhe aquilo e eu, então, disse isto e vai ele e diz aquilo. 

Agora uma coisa é certa. Que, sempre que alguém vai ocupar um lugar qualquer público, deve fazer prova do seu património antes para que depois possa fazer prova de que não enriqueceu de forma inexplicável, acho óbvio.

Que essa declaração deva ser pública parece-me lamentável. Bem podem as vizinhas quererem espreitar para dentro da casa dos mais ricos para depois, entredentes, especularem pelas vielas como foi que eles enriqueceram  e depois, sonsas, disfarçarem e arvorarem-se em castas -- que a mim me dá igual. O património de cada um, em particular quando o obteve depois de uma vida de trabalho em organismos privados, não deve ser matéria susceptível de aparecer avacalhada na primeira página do Correio da Manhã ao lado de histórias envolvendo proxenetas e polémicas protagonizadas pela Luciana Abreu ou pela Cátia Aveiro.



Falo por mim e não tenho, certamente, património que se compare ao do Domingues: se algum maluco tivesse a ideia peregrina de me convidar para um lugar desses, eu não pensaria duas vezes: é o ias.
E não é apenas porque não me apeteceria ver o meu património exposto para que tudo o que é olho gordo salivasse: é, sobretudo, porque não me apetecia nem um bocadinho aturar a pelintrice mental daqueles deputados de aviário ou a arrogância pesporrenta de meninas com cara de más, armadas em implacáveis justiceiras. Não tinha pachorra. Juro que não.
Tirando isso, nada mais tenho a acrescentar. Poderia dizer que isto da Caixa tem sido, a todos os títulos, uma dor de alma e que para lá ir o manhoso do Macedo é sal em cima das feridas mas, francamente, não me apetece falar mais nisto. 

Se não se importam, acabo como comecei: com protagonistas de quem gosto mais do que dos do mau romance que envolve o Domingues ou o Macedo.


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PS: E nem me apetece falar no dinheirão que o Sérgio Monteiro, aquele artista dos tempos do láparo e da marilú de má memória, anda a ganhar há que tempos para não conseguir vender o Novo Banco nem por mais uma. Só espero que o totó do Costa do Bdp desista de o vender por tuta e meia a qualquer chinês mal enjorcado ou a qualquer fundo mal parido e que obrigue o dito Sérgio a devolver a dinheirama que tem andado a empochar. E se o totó do Carlos Costa não for capaz de ver isto (e não vai ser capaz pois todos já sobejamente lhe conhecemos a incapacidade de ver ou perceber o que quer que seja) pois que o Costa do Governo lhe dê um abre olhos. E se o António Costa o não conseguir, pois que o Marcelo, em vez de se limitar a atirar-se de mergulho para o Guincho, se atire também de cabeça para dentro desta caldeirada e ponha um ponto final nesta maluqueira de querer vender um banco bom como se fosse lixo de quinta categoria.



sexta-feira, outubro 30, 2015

No dia da tomada de posse do novo e breve Governo de Passos Coelho, fico a pensar: Ora bolas, este governo de perna curta não vai ter tempo de dar mais nenhuma ajudinha aos banqueiros... Que pena!
Aos banqueiros, disse eu? Ou deveria ter dito aos banksters?
E o Carlos Costa (aquele que, numa escala de 0 a 10, teria uma nota de 8 ou 9 -- já que o 10 está reservado ao Diabo)? Vai continuar, na boazinha, no BdP?
Pergunto, só pergunto...


Nesta sexta-feira vamos ter uma rábula das boas. Um grupo de artistas vai fazer de conta que vai fazer um governo e um presidente da república vai fazer de compère, alinhando na paródia. Uma tomada de posse surrealista. Nem sei bem como deve a gente conviver com este número circense:
  • Assobiar para o lado e fingir que não vê, para não se rir? 
  • Por caridade, disfarçar que não percebe que aquela gente parece tonta? 
  • Aconselhar aqueles tristes a ir para casa pelo seu pé e, de carrinho, levarem o cavaco ao colo?

Não sei. 

O que sei é que, nos últimos dias, esta gente tem andado numa lufa-lufa criando cargos, nomeando gente e gente e gente e já lá vão mais de cem, e que, para cúmulo, o perspicaz Carlos Costa (o do Banco de Portugal, não o da Quinta das Celebridades) acaba de escolher o 007 das privatizações, o ágil Sérgio Monteiro, para ver se despacha o Novo Banco. Nem mais. Ou seja, com esta gente, até ao lavar dos cestos é vindima.


Sob o diáfano manto da protecção lapariana, Carlos Costa mostrou até que ponto pode chegar a nulidade na regulação bancária. Vejamos até quando vai ter carta branca para continuar de olhinhos bem fechados quando conveniente ou a carregar no acelerador quando a conveniência puxar noutro sentido.

(Parece a República das Bananas, isto. Ou melhor: dos bananas).

...

Permitam-me agora recurar uns anitos.

Um país inteiro fica, sem saber bem como, à mercê dos mercados, vê os juros dispararem à bruta, fica toda a gente assustada, de repente a dívida fica descontrolada, é preciso mais dinheiro e, para o ir buscar, só pagando a peso de ouro. Os bancos aflitos com medo de já não poderem vir buscar o deles, e os juros upa-upa, e toda a gente a pedir o pescoço do primeiro-ministro de então e a implorar um resgate. E então junta-se o FMI, o BCE e mais uns trouxazitos burocráticos e vêm por aí, de pasta na mão, a pôr e a dispor enquanto se apressam a arranjar maneira dos bancos alemães e franceses tirarem de cá o deles. Em Portugal isto passou-se em 2011, era Sócrates primeiro-ministro que foi derrubado e passou a mandar Passos Coelho, o Pedro abridor de portas, o facilitador, aquele que quis ir além da troika. A partir daí foi o que foi, acompanhado de uma campanha permanente para que os portugueses, sempre mansinhos, pensassem que a culpa tinha sido deles, que tinham comprado televisões a mais.

Pois bem, acabo de ler uma notícia espantosa.

Peter Boone: O doutorado de Harvard que manipulou dívida portuguesa



Um ganho de 820 mil euros com a venda a descoberto de dívida pública portuguesa. Este terá sido o factor que fez soar os alarmes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e que, sabe o Negócios, levou à participação pelo regulador ao Ministério Público. Em causa está Peter Boone, economista reconhecido internacionalmente, que terá escrito vários artigos de opinião, influenciando negativamente os juros da dívida portuguesa. O Ministério Público quer agora, por isso, que seja julgado por manipulação do mercado.
"O Ministério Público requereu o julgamento de um arguido de nacionalidade canadiana e residente em Londres, pela prática do crime de manipulação de mercado, tendo por objecto a desvalorização das obrigações do tesouro portuguesas", informou a Procuradoria-Geral da Distrital de Lisboa, em comunicado publicado na quinta-feira, 29 de Outubro, no próprio site. O Negócios sabe que em causa está Peter Boone, economista doutorado na Universidade de Harvard e autor de vários artigos de opinião.
(...) O Negócios sabe que a denúncia partiu da CMVM em 2012, sendo que o regulador foi contactado como perito durante toda a investigação. "O próximo problema mundial: Portugal" é o título do artigo mais polémico, que escreveu com Simon Johnson, em Abril de 2010, no blog Economix do jornal The New York Times. Os autores apontavam os problemas da dívida pública portuguesa e defendiam que o país iria seguir o caminho da Grécia, pedindo um regaste internacional.
Tal foi o alcance do artigo que o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, chegou a pronunciar-se. (...)
Certo é que, logo após a publicação do artigo, a taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos iniciou uma subida vertiginosa. Passou de 4,395% para um máximo de 6,285%, a 7 de Maio. Um desempenho originado pela queda do preço das obrigações, com a qual Peter Boone terá alcançado uma mais-valia de 819.099,82 euros graças a uma posição curta, diz o comunicado da Procuradoria. (...)


Gente fina esta que tão facilmente consegue despoletar uma situação em que, na maior facilidade, se leva um país a ficar de joelhos. Esteve bem a CMVM, mas é tudo tão lento que bem pode um sujeito destes dar cabo de um país que apenas 4 ou 5 anos depois se vê a contas com a justiça, numa altura em que os danos causados já são irreparáveis.

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Pois, nem de propósito, acabo de receber de leitor, a quem muito agradeço, um vídeo onde o autor do livro Banksters, Uma viagem ao submundo dos banqueiros (banker + gangster), Marc Roche, se pronuncia sobre Ricardo Salgado, Carlos Costa, Cavaco Silva e por aí vai.

O vídeo não é de agora, agora, mas é actualíssimo, especialmente numa altura em que se temem novos sobressaltos na banca portuguesa. Transcrevo parte da notícia que, por altura da sua vinda cá, também concedeu ao Expresso.

O caso Espírito Santo tinha todos os ingredientes de um desastre, precisamente os mesmos que Marc Roche, escritor belga radicado em Londres, viu no estoiro do Lehman Brothers em 2008. Foi esse choque que o motivou a desvendar os meandros dos seus "amigos" capitalistas financeiros. Para isso, escreveu "Banksters". 
(...) Só que, com o caso BES, o correspondente em Londres em assuntos financeiros para os jornais "Le Point" e "Le Soir", e até há pouco tempo para o "Le Monde", já não ficou admirado. Na Introdução para a edição portuguesa escreve que, no caso BES, a família de banqueiros com apelidos tão católicos cometeu seis dos sete pecados capitais bíblicos da finança - "opacidade das contas, cupidez, evasão fiscal, subtração à regulamentação, impunidade e orgulho". O verdadeiro choque teve-o há sete anos, o que o tornou um "desiludido do capitalismo", um "liberal que duvida", um "prosélito do capitalismo em crise de fé", como escreve no livro. (...)

Ricardo Salgado, um gangster de fazer inveja 



E, vendo o vídeo, lembrei-me de um outro que já antes aqui divulguei e que é interessantíssimo:

"O Banqueiro" poema de Craig-James Moncur, dito por Mike Daviot.



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Os origamis são feitos por Cristian Marianciuc

...

No post abaixo falo dos símbolos que exprimem emoções e mostro dois vídeos, um mais para o doce e outro mais para o picante. Espero que gostem pelo menos de um deles.


domingo, setembro 13, 2015

Passos Coelho vai organizar um crowd funding, quiçá mesmo uma caixa de esmolas, para os pobrezinhos dos lesados do BES
[E uma palavra de desagrado pelas lágrimas de Paulo Portas numa entrevista concedida a Fátima Campos Ferreira, apelando ao sentimentalismo primário em época de campanha eleitoral. Não gostei mesmo nada.]



Ouvi na rádio e julguei que tinha ouvido mal. Não podia ser. Agora vi no telejornal. O homem afinal, ó P.Rufino, não tem o cérebro do tamanho de uma laranja... tem mesmo é do tamanhinho de uma castanhinha. Inha, inha. Uma desgraça.

Alguém faça a caridade de remover o homem da campanha. A seguir que faça a caridade de o remover do PSD. E os portugueses todos façam a caridade de o ignorar, não votando nele.

Daquele ali é que se pode dizer que, sempre que o láparo fala, ou entra mosca ou sai asneira.

Diz ele que vai organizar uma campanha para angariar dinheiro para ajudar os lesados do BES a porem acções contra o banco. E que ele vai ser o primeiro a dar esmola. Ou seja, ele como Primeiro-Ministro lava as mãos e ele, Láparo massamaense, entra com um dinheirinho do seu próprio bolso.

Esta campanha eleitoral não está a correr mesmo nada bem aos pafientos,
toda a gente lhes chama mentirosos e gatunos na cara

Ouve-se tamanha aberração e não se acredita.

O banco e os reguladores também devem ficar de cabelos em pé com isto do Primeiro-Ministro incitar os indignados a avançarem para os tribunais contra o banco. Resta saber se é contra o BES ou o Novo Banco (que é daqueles ovos que ele pôs e que agora ninguém quer chocar)

O que sei é que, enquanto a castanha do Novo Banco não rebenta nas mãos dos bancos que lá meteram dinheiro e dos contribuintes, a malta vai-se rebolando a rir com as propostas desta criatura que vai para além de tudo o que é razoável. 


Crowd funding para os pobrezinhos do BES avançarem para os tribunais...? Ahahahahahahahahah!



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Entretanto, só mais uma coisinha. Não sei a que propósito, vi, creio que na RTP1, um excerto de uma entrevista de Paulo Portas concedida a Fátima Campos Ferreira. Não sei se o que vi era um resumo ou se um anúncio. Eu, se fosse candidata e estivesse em campanha, e fosse conceder uma entrevista, combinaria que não queria usar questões pessoais em proveito da minha imagem política e que, portanto, nada de perguntas que apelassem à emoção, nomeadamente as que se referissem a entes familiares falecidos, enfraquecidos ou, de alguma forma diminuídos.

Pois bem: não foi o caso de Paulo Portas pois, para meu espanto, vi uma sentimental Fátima Campos Ferreira a perguntar-lhe pelo irmão, ele a chorar, a falar da sua morte, etc. Fiquei chocada. Tendo eu imensa simpatia por Miguel Portas, acho que merecia mais do irmão do que ele prestar-se ao sentimentalismo primário frente às câmaras de televisão em época de campanha eleitoral. Coisa feia de que os eleitores não gostam nem um bocadinho - ainda por cima quando as lágrimas caem dos olhos de um artista profissional que, ao que parece, anda em campanha enfiado no bolso do dito láparo.

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O cartoon do láparo é da autoria de Andy Riley.

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quarta-feira, setembro 02, 2015

如果谁在权力的新自由主义者是怪胎的出现,不仅给大按钮和法国谁不能:告诉导致所有的阻力和价格平衡中国。新银行为复星?该Mijona葡萄价格是多少?怎样的惊喜?我甚至出售前BES到中国谁拥有商店旁边给我(他们卖法蒂玛我们的女士们用霓虹灯和小曲儿pimba)并不让我感到吃惊。


Este é o terceiro post de hoje e é mesmo só porque não pode deixar de ser já que, depois de um casamento no areal e de 3 vídeos sedutores, falar disto não era, de certeza, o que mais me apetecia. Mas, enfim, tem que ser - e já se sabe que o que tem que ser tem muita força.


Para quem ainda não saiba chinês - o que me parece lamentável uma vez que, a esta hora, já toda a gente deveria ter interiorizado que o chinês está prestes a ser a língua oficial portuguesa - eu vou ao google translator e traduzo o título deste post
Se os neoliberais que estão no poder anormal aparece, não só para grandes botões e França, que não pode: diga porque toda a resistência e equilíbrio de preços China. O novo banco é Fosun? O preço de uva Mijona? Que tipo de surpresa? Eu mesmo vendido para a China antes do BES que possui a loja perto de mim (que vendem Fátima nossas senhoras com luzes de néon e um pouco de música pimba) não me surpreende.

Parece um bocado macarrónico mas acho que a Pinókia Marilú, o Láparo e o seu ajudante Carlos Costa percebem. Para já, nenhum deles me parece especialmente dotado em matéria linguístico-gramatical - mais pontapé no português, menos pontapé, para eles é tudo igual ao litro. Isso e dizer uma coisa e o seu contrário - especializaram-se em gozar com os portugueses, quanto mais gozam mais têm vontade de gozar e, por isso, todos os dias gozam um bocadinho mais. 

Para eles, decoro, ética, respeito pelos portugueses, sentido de Estado, respeito pela soberania, etc e tal, é tudo conversa mole (e, na turminha do láparo, já sabemos, é tudo gente musculada). Princípios morais ou éticos, raciocínios elaborados que metam estratégia a médio e longo prazo ou coisas dessas que metam cálculos aritméticos ou respeito pelos portugueses é matéria que lhes é estranha, é muita areia para a pequena camioneta deles. Querem é despachar o país, passar tudo a patacos, depressa. Tem sido com tudo, com a electricidade, com os correios, com seguradoras, com aeroportos, com transportes públicos, com tudo o que mexe. 


Infelizmente para eles, nem tudo corre bem.

No caso do BES - para o qual o governo e o Carlos Costa do Banco de Portugal arranjaram a solução mais obnóxia que se poderia imaginar - agora estão de aflitos, de calças na mão, a verem que, se não o vendem rapidamente, o défice vai para valores escandalosos. E isso é que não, ó caraças, que lhes dava cabo da estratégia eleitoral, toda a gente ficava a ver clarinho como água que andaram a fazer porcaria para nada, que a austeridade só serviu para aumentar a dívida e que reduzir o défice é o reduzes. E que andaram a dizer que a solução estapafúrdia do banco mau e do banco bom não sobrecarregava os contribuintes e que, afinal, ainda pode ir mesmo sobrecarregar. Ou seja, vá de arranjar maneira de varrer tudo a correr para debaixo do tapete.





E, portanto, vai daí, puseram-se a apregoar que o Novo Banco é para despachar em três tempos, que vendem por qualquer preço. Poder-se-ia dizer que são pouco inteligentes, que vender assim é a pior forma de vender -- mas já todos ultrapassámos a fase de os achar pouco inteligentes: são, de facto, pouco inteligentes, sim, mas são espertos, do tipo 'chicos-espertos', e são descarados, amorais, gente da pior espécie. Perigosos. Fazem o que fazem e não sentem remorsos, farão pior no dia seguinte, assim o possam.



Os da Fosun compram as coisas com o pêlo do cão, investem com o dinheiro dos clientes, as contas apresentam rácios perigosos, mandaria a prudência que não se lhes vendesse mais nada na área financeira...? Pois. Tudo verdade. 


Mas o Governo do Láparo não está nem aí. Pruridos não é com eles. Só lhes falta vender a Igreja mas isso é porque ainda não se lembraram de tal coisa. Um dia destes, deitam-lhe o dente, Igreja Má para um lado, Igreja Boa para outro e uns chineses, brasileiros ou ciganos que por aí passem numa carrinha que comprem tudo o que quiserem, Cristo-Rei, Fátima com Capelinha das Aparições incluida, Sés de todo o País, Conventos, tudo, e com bispos e padres lá dentro e tudo. "Anda cá que és meu" - é o lema da turma do láparo que não descansam enquanto não venderem ao desbarato tudo o que era português. O vice-irrevogável bem o diz: vende tudo, como o Oliveira da Figueira.

Uma pouca vergonha. E uma desgraça termos um presidente como o tal das cagarras que assiste a toda a espécie de desmandos do governo sem um pio, 

Só espero que, na hora de votar, os portugueses pensem bem em tudo isto porque errar todos erram mas errar duas vezes de seguida, depois das consequências estarem bem à vista, acho eu que só os distraídos e destituídos o fazem.



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Notas 

1. Ilustrei este post com imagens dos lesados do BES para que não nos esqueçamos que a manobra engendrada por um bando de experimentalistas irracionais e levada a cabo num fim-de-semana, com legislação aprovada às três pancadas, causou danos colaterais que o sistema bancário não tem querido encarar de frente: um banco auditado, inspeccionado e louvado como exemplar (inclusivamente pelo tal Costa do Bdp, pela ministra Marilú, pelo seu chefe Láparo e pelo presidente das cagarras) estava afinal doente e a cura passou por despojar das suas poupanças os que tinham ido ao engano -- e agora, segundo estes mesmos, azarinho para eles.


2. Caso tenham achado estranho o texto em português que resulta da tradução do título da mensagem, informo que o que eu comecei por escrever antes de traduzir para chinês e depois retroverter o obtido para português, foi o seguinte:

Quando os neoliberais que estão no poder são do mais totó que há, só não se abotoa à grande e à francesa quem não puder: que o digam os chineses que levam tudo de arrasto e a preço de saldo. O Novo Banco para a Fosun? A preço de uva mijona? Qual o espanto? Eu mesmo que vendessem o ex-BES aos chineses que têm uma loja ao pé de mim (onde vendem Nossas Senhoras de Fátima com luz néon e uma musiquinha pimba) não me admirava.
O Google Translator continua a ser aquela máquina... São quase tão trapalhões como os PàFs. Mas, atenção!, o google não vai a votos e os PàFs vão.

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Permitam que relembre: abaixo há mais dois posts e são bem mais levezinhos.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta-feira. 

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terça-feira, outubro 28, 2014

Ulrich acredita que testes de stress confirmam que BPI está no caminho certo. CaixaBank vai apoiar BPI em estudo para a compra do Novo Banco. Faltam sair 78 trabalhadores para o BPI cumprir plano de reestruturação acordado com Bruxelas. O banqueiro dos Monty Python mostra com quem é que o Ulrich e outros como ele aprenderam.





E ainda mais esta da Maria Luís Albuquerque, essa presciente criatura que não há muito assegurava que o BES estava solid as a rock, blindadésimo e rodeado por uma big almofada:

A ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque considerou nesta segunda-feira, 27 de Outubro que os resultados dos exames conduzidos pelo Banco Central Europeu (BCE) "evidenciam que o sistema bancário português está hoje mais forte, apesar das dificuldades que passou".


Sim, sim, claro.

E ainda um outro, um que volta e meia lhe dá para se fazer passar por La Palice e que até parece que há uns meses atrás tinha avisado para a barracada do BES:

Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, considerou que Portugal não tem um problema na banca, salientando a resiliência demonstrada pelo sector na sequência do colapso do grupo Espírito Santo. "Em Portugal, a questão dos bancos não é uma questão. Está controlada", disse. Ainda assim, acrescentou, "é possível fazer mais": "os bancos podem ser incentivados a aumentar os fundos próprios ainda mais se necessário" e criar mecanismos para que os prejuízos sejam detectados "atempadamente".

Ora bem. Se cá nevasse fazia-se cá ski. 


Isto neste País são só mistérios. Depois de ter ouvido a semana passada que o resultado consolidado do BPI a Setembro deste ano é negativo em cento e tal milhões, hoje ouvi por todo o lado o Ulrich todo gabarola, que o BPI é do mais sólido que há, que tralala, tralala. Faria se estivesse nos lucros e não nos prejuízos.

Mas, claro, estando tudo um mar de rosas, ainda há, contudo, algumas coisas a cortar. Mas nada de mais.


Depois de tantos que já saíram, 78 funcionários ainda a mais no BPI...? Não há problema: saem não tarda. E, com as gorduras todas aparadas,  talvez se consiga comprar as sobras do Novo Banco. O que é isso? 78? Só? 78 pessoas são peanuts, melhor: amendoins (que em português ainda parece coisa mais insignificante). Além disso aguentam bem o desemprego, então não? Aguentam, aguentam. 


Portanto, já que com esta gente não se aprende nada nem se vai a lado nenhum, passemos para um ilustre executivo, um em quem os Ulrichs, Salgados, Horta Osórios e quejandos se devem inspirar na sua actuação quotidiana.


Aqui o nosso homem mais abaixo, esse sim, teve mesmo que ir ao osso: até teve que dispensar um cavalo de pantomima.





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sábado, setembro 27, 2014

Ó Pedro, quem será o Vasco...? Será que é mesmo o Ricardo Salgado como se começa a falar por aí...? E as coisas que se começam a saber....? A Tecnoforma era financiada por uma offshore? Dinheiros de petróleos de Cabinda...? E esta misteriosa empresa vai processar um ministro...? Qual...? Porquê? ....Ui... que isto começa a ser a doer.


Bom. Começo com o sumário dos posts seguintes. 

Já abaixo tenho um vídeo em que a bela e sedutora Cate Blanchett conta quais as coisas a que diz , e eu faço minhas as palavras dela. 

Além disso, um dia que me dê para fazer uma plástica, levo uma fotografia da oscarizada e versátil Cate e peço ao cirurgião que me ponha parecida com ela. Provavelmente precisaria de uma semana a cortar e cozer mas paciência. 

Tem beleza, graça, sedução e malícia em doses generosas e tem um requinte que me agrada.

A seguir tenho outro momento especial. 

Vou já avisando que mete ménage à trois, sexo em grupo e um homem em underwear na caminha. 

Podem depois protestar se acharem que é demais ou que, pelo contrário, que estavam à espera de mais mas, enfim, conto com a vossa indulgência, afinal it's friday night e todos os desmandos parecem possíveis. 

A mim, pelo menos, parecem - mas também é sabido que sou razoavelmente condescendente comigo mesma.


Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra. Conversa não, só perguntas. Tenho que ser cautelosa não vá o advogado da Tecnoforma processar-me. Tem cara de poucos amigos, ele. Está bem que estou bem escudada e que não é qualquer um que se mete comigo mas, ainda assim, mais vale uma pessoa agora ter cuidado. 

A coisa começa a ser profissional. Não me admiraria nada se amanhã o Pedro-abre-todas-as-portas acordasse com uma cabeça de cavalo na cama.
Dá ideia que há alguém (ou vários alguéns) a quem muito agradaria dar cabo dele, e as ameaças parecem estar a surgir de todo o lado. Fosse ele o santinho que se apregoava e não teria nada a temer. O pior é que cada coisa que surge parece ser mais cabeluda que a outra.

Como se esperava, o dito abre-portas trocou-se todo no Parlamento (uma semana para se preparar e, afinal, mostrou ser um cábula). Nunca recebi nada, só recebi algumas coisas, fui a Cabo Verde e também andei às voltas no País, foi reembolso, não faço striptease das minhas contas, era o que faltava eu proporcionar deleite aos leitores de jornais, ó senhora deputada, era o que faltava! 

Coisas assim.

Um dia destes teremos um vídeo no youtube com estas trocas e baldrocas tão típicas no nosso cantor Pedrortas-abre-portas.

A oposição em peso quis saber se havia ou não coisa mas dali não saíu nada de concreto, é o sais: 

- Mas quanto?! 
E ele que a pergunta estava mal formulada e que olha o passarinho
- Mas quanto, senhor Primeiro-Ministro? 
Olha o avião.
- Tostões ou milhões?
Milhões não podia ser. Olh' ali...
- Mas quanto?
Ouçam como assobio tão bem para o lado.

Eis senão quando o senhor advogado da Tecnoforma, Cristóvão Carvalho, ar ameaçador, cabelo rapado, barba rapada mas cerrada, ar de ser o Tony Ramos da advocacia - deve ser cabeludo no peito, nas costas e resto do corpo - aparece a dizer que a Tecnoforma afinal era uma empresa mecenas em relação à célebre ONG, Centro Português Para a Cooperação (CPPC) e que, furiosa com a má imagem que estas notícias estão a dar da empresa, vai avançar com processos contra o Público, o jornalista José António Cerejo, contra comentadores e, pasme-se, contra um ministro do actual Governo. Na SIC, com Clara de Sousa, disse que não é contra o próprio Passos Coelho, coisa que, de facto, seria o supra-sumo do nonsense. Mas não, não é ele, é outro ministro, diz o advogado com cara de bad guy .


Ponho-me a percorrer um por um, tentando perceber qual deles terá dito coisas inconvenientes, que irritaram o senhor. Que eu tenha dado por ela, não estou a ver quem seja. Ocorre-me um mas só se os senhores da Tecnoforma têm inside information do que se passa para as bandas do Governo.

Passos Coelho, por seu lado, disse outra coisa misteriosa lá na Assembleia da República: que tudo isto está a acontecer porque há gente influente que não gosta das decisões que ele tem tomado.


Ora bem. Chegámos ao ponto. Já na quinta feira à noite, eu tinha recebido um comentário referindo que isto teria mão de um Espírito Santo, mais concretamente de Ricardo Salgado.

Agora é José Gomes Ferreira, esse rapaz tão esperto que só por uma unha negra ainda não chegou a primeiro-ministro, a dizer que cá se fazem, cá se pagam, dando a entender que o Vasco, a mão anónima que fez a denúncia sobre os dinheiros que Passos Coelho recebeu da Tecnoforma enquanto era deputado em regime de exclusividade, poderá muito bem ser Ricardo Salgado, furioso por causa do estoiro que Passos infligiu ao BES, arruinando de vez e enlameando para todo o sempre o bom nome da família Espírito Santo.


Entretanto, este sábado, o Expresso dá conta de mais uma: que a Tecnoforma era financiada por uma offshore em Jersey.  Offshores, fundos europeus, petróleos, Angola.  Ui....


A coisa começa a mostrar que de onde veio a primeira notícia, há muitas mais prontinhas a serem espalhadas pelas ventoinhas d'aquém e d'além mar. 

A julgar pelo que se começou a ver, o Vasco e vários outros vascos desta vida têm uma arca cheia de obras prontas a sair para o prelo. Passos Coelho deve estar a tremer e acho que deve ter razões para isso.

Entretanto, Cavaco Silva, essa dinâmica figura do nosso panorama político, quando já o damos por morto volta a estrebuchar. Apareceu esta sexta-feira para se atirar aos comentadores e politólogos, grandes causadores da baderna que por aí vai. Deve estar danado: quer ele estar posto em sossego e só lhe arranjam confusões destas. 

A esta hora já está com a sua Maria a fazer uma análise SWOT a ver, se o láparo cair, que volta é que ele há-de dar à situação. Eleições? As perspectivas não lhe agradam, nadica mesmo, vai sair do seu reinado pela porta baixa.

Não sei qual vai ser o fim disto mas tudo leva a crer que os próximos tempos vão ser animados. Oremos, irmãos.


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Tenho que parar, estou a dormir já - e não é exagero, já estou a escrever de olhos quase fechados. Deve ter mais gralhas nisto do que eu sei lá. Desculpem. Amanhã a ver se arranjo tempo para rever e corrigir. 

Relembro que, aqui mais abaixo há dois posts, qualquer deles bastante apelativo.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo fim de semana.



sexta-feira, setembro 19, 2014

Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz em modo 'Perdoa-me', Stock da Cunha, o senhor muita bom (' melhor não pode haver', cacarejaram logo os arraçados de papagaio) que veio substituir o filósofo anti-patriota Vítor Bento, diz que tem como missão fazer o que não deixaram o filósofo fazer; o Luís Filipe Menezes sob suspeita de corrupção e parece que o Passos Coelho também, coisas do tempo em que estava deputado em exclusividade e dizem que a receber dinheiro da Tecnoforma, e mais uma tal agência, a WeBrand, por onde rolavam milhões do PSD. E que mais?, ora deixa cá ver...


Agora vai ter que ser a despachar porque já são duas da manhã e daqui a nada tenho que estar a pé. 

Mas, antes, deixem-me que vos diga que, no post já a seguir a este, falo de uma descoberta fascinante por parte de neurocientistas ligados à Fundação Champalimaud e mostro um vídeo onde uma outra neurocientista fala da forma como a meditação muda a configuração do cérebro. Um tema que me deixa à beira de uma sucessão de epifanias, coisa quase da ordem dos êxtases místicos. Quase.
A seguir há dois posts deliciosos. Coisas de gajas...? Pode ser. Mas é das boas. E é ver para crer.

Mas, atendendo a que isto agora - e, caraças, era sobre isto que eu vinha com intenção de me alongar - é para atar e pôr ao fumeiro, vou já direito ao assunto.

Na quarta feira vi um casal de criaturas sinistras, pareciam desenterradas, um que parecia que não dormia há mais de um ano e que não percebi bem o que queria e a sua patroa, farripas amarelas escorrendo ao longo da cara igualmente mal encarada, dizendo que pediam desculpa pelo transtorno. Falavam do Citius, assunto que me arrepia só de pensar. 

Gente incompetente que não faz ideia do que é gerir, pensam que isto vai tudo na base das bocas e dos cortes e o improviso. Os juízes andam doidos e imagino a felga que por lá vai, sem saberem a quantas andam. 

A Teixeira da Cruz, ar de mulherzinha pedante, como se estivesse a ter uma atitude corajosa, veio, pois, pedir perdão pelos transtornos. Não sei o que é que ela acha que resolve ou ganha com isso mas gente desatinada é assim mesmo, faz o que lhes vem à cabeça.


A seguir, na quinta, vejo uma reprise: o Crato, cada vez mais com ar de rato, na mesma cena, a pedir desculpa. Pediu desculpa aos pais, aos alunos, aos professores, aos deputados, ao País, e provavelmente aos restantes ratos da bancada. A fórmula de cálculo na colocação dos professores da bolsa de colocação de escolas estava engatada como toda a gente lhe andava a gritar aos ouvidos. Entretanto, o director-geral já se demitiu. O Crato, que só tem feito porcaria desde que foi para ministro, agora deu nisto, pede desculpa. E gaba-se de estar a pedir desculpa. Esta gente não tem vergonha na cara; como se as cavalices se resolvessem com desculpas. Mas mais: ao desculpar-se, arranjou uma expressão que podia ser usada por qualquer vice-irrevogável, trauliteiro ou pequeno arauto de serviço ou papagaio analfabeto, nunca por um matemático de quem se espera um mínimo de rigor: disse que tinha havido incongruência na harmonização da fórmula. O que será isso?


Vale tudo para esta gente.

Parece até que o Marques Mendes anunciou que a Alexandra Lencastre vai voltar a apresentar o Perdoa-me, agora  em versão governativa. Um a um vão sentar-se-lhe no sofá a pedir perdão a alguém.

Ai minha mãezinha, que ninguém me poupa. A ver quem é que esta sexta feira nos aparece a pedir desculpa. Talvez o vice-Portas ou o próprio Nóia por terem insinuado que o ex-incensado Vítor Bento é anti-patriota.

Ai.

Não são bons da cabeça, é o que é.

Mas é que parece mesmo que anda tudo doido. Ao vir para casa, debaixo de chuva e no meio de um trânsito engaiolante, ouvi na rádio p comunicado do rei dos bifes, o génio dos bancos, o melhor possível (assim o declararam os papagaios do costume e não cito nomes para não pecar por defeito), o Stock da Cunha. Dizia ele - e eu vinha pasmada - que queria criar valor para o banco, angariar clientes, e que não tinha pressa, que a prioridade era valorizar o Novo Banco. Como estava sozinha no carro, soltei umas interjeiçoes jeitosas. Mas não foi por ser esta a sua ideia, uma ideia desalinhada com os accionistas, que o Bento se foi embora? Não foi por defender isto que deixou de ser abençoado para passar a ser um excomungado? Raios partam estas alimárias que não sabem a quantas andam, nem o que querem nem o que dizem.


E comprei a Visão com a face Oculta do PSD e nem tive tempo de a ler. Primeiro saí tarde, já quase de noite, num pára arranca que não dá para ler nem nada, depois caminhada, depois jantar, depois macacadas aqui, e, com isto, ainda não sei que moscambilhas andou a maltosa do PSD a tramar, gastando dinheiro à tripa forra à custa do pagode. Parece que passa ou que a desconfiança começou com uma tal Cristina Ferreira (outra, não a da TVI) de uma agência amiga do PSD, a WeBrand. Mas tenho que passar dos primeiros parágrafos para perceber onde está o cabeludo da história.



Já para não falar do ilustre gaia-caloteiro Menezes que parece que tem milhões de património quando não teria rendimentos para isso e que, portanto, já está a ser investigado por corrupção para enriquecimento pessoal. Logo ele, o choramingas, esse paladino da moral e dos bons costumes. Dá para acreditar?


E, como se não bastasse, leio que o Láparo, esse outro modelo de virtudes, a criatura do seu criador Relvas, também está sob suspeita, ó que admiração, por causa de uns trocos que recebia da Tecnoforma quando estava como deputado em regime de exclusividade (segundo a Sábado, qualquer coisa como uns 150.000 euritos). Mas diz ele que está de consciência tranquila, que não pisou o risco. A ver vamos como diz o ceguinho.


E eu só pergunto: mas o que vem a ser isto? Os anjinhos afinal têm pezinhos de barro e segredos cabeludos? Mas não eram todos tão santinhos? Competentes, inteligentes, cultos... e santinhos? Não eram eles que iam cortar gorduras, sanear as finanças, reduzir a dívida, equilibrar as contas, moralizar a política? E não houve tantas virgens que rasgaram as vestes por eles? E tantos papagaios que repetiram que eles eram bons, ai tão bons, e que vinham para pôr ordem na piolheira?

Não me venham agora dizer que era tudo treta... Não façam com que eu deixe de acreditar no Pai Natal. Se faz favor.


Bem, assim como assim, e já que daqui a nada são mas é horas de me pôr a caminho do trabalho, fico-me por aqui - mas não sei antes ver o legítimo Perdoa-me da SIC quando a Alexandra Lencastre ainda era morena e as maminhas ainda não lhe tinham crescido.






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Relembro que por aí abaixo há mais três posts, espero que aproveitem algum.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.

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