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terça-feira, janeiro 23, 2018

Júlia Pinheiro e Conceição Lino sobre a SuperNanny: o grau zero da dignidade profissional em televisão


Não vi nem verei nenhum episódio do programa Supernanny. Os excertos publicitários e o formato anunciado bastaram-me para me sentir incomodada e, não sendo eu masoquista, sempre que posso não desperdiço o meu tempo com lixo. 

O tema do mau comportamento e da má educação das crianças e da incapacidade dos pais em lidar com a situação parece-me assunto a ser analisado caso a caso, com reserva e pudor. De resto, tenho a noção de que, na maior parte das vezes, o problema da má atitude de algumas crianças está, sobretudo, nos pais e na sua disfuncionalidade. E quando vejo desfocar a questão, responsabilizando as crianças, tratando-as como deficientes, delinquentes ou patologicamente problemáticas, sinto-me chocada e desconfortável.
No outro dia almocei ao lado de um casal que estava com o filho, um rapazinho de uns três ou quatro anos. O miúdo fazia uma birra incómoda. Mas o que me incomodou mais foi a raiva mal disfarçada entre os pais -- a mulher, num tom furibundo e ansioso, não parava de interrogar e pressionar o marido e este já não suportava os remoques permanentes da mulher e já falava num tom demasiado agressivo para o meu gosto. A criança berrava desalmadamente e os pais, em vez de a abraçarem, de tentarem perceber o que se passava, agrediam-se verbal e comportamentalmente um ao outro. Estive a ponto de me meter naquele mal disfarçado conflito, recomendando que se acalmassem e prestassem atenção à criança
Lembro-me também de que, quando estive a fazer uma pós graduação numa universidade privada, nos ter sido publicitado um curso pós-laboral para ensinar os pais com pouco tempo para os filhos a lidarem com a situação. O nosso curso era um curso de gestão dita avançada e todos os que ali estavam eram executivos que provavelmente encaixariam no público alvo. Muitos acharam o curso interessantíssimo e inscreveram-se logo. Eu disse alto e bom som que o achava pura e simplesmente ridículo: se o problema era terem pouco tempo para os filhos, o melhor seria irem mais cedo para casa para estarem com eles em vez de arranjarem pretextos para os deixarem a criar-se sozinhos urdindo, ainda por cima, teorias de cão de caça para lidarem com os seus problemas.
Mas cada família saberá de si e há circunstâncias ou personalidades em que a coisa pode mesmo ser complicada. E admito que casos existam em que algum apoio externo seja necessário.

Agora o que não lembra ao diabo é meter uma televisão dentro de casa e expor ao público os problemas que ali se vivem. 

Mais. Expor crianças seja em que situação for -- sejam pais que humilham os filhos em público, os expoem em revistas, redes sociais ou na televisão -- parece-me sempre mau. Cada um tem direito à sua privacidade, mesmo as crianças. Choca-me que adultos de amanhã estejam hoje, enquanto crianças, a ser expostos pelos pais.

Mas, diga-se em abono da verdade, que não é só isto que me choca: muito do que se passa nesta sociedade inculta, estúpida, imediatista e superficial me choca. 

A comunicação social e essa massa informe que se junta nas redes sociais subsitui o conhecimento e anula a autoridade de quem estuda e sabe do que fala. Ouço com pasmo repetirem-se barbaridades com total convicção apenas porque se leu no facebook, se ouviu a um comentador mentecapto ou apenas porque circula por aí. Uma mãe por mais palerma que seja vai para o facebook dizer parvoíces e há uma chusma de outras mães palermas que acham muita graça e repetem as parvoíces umas das outras. E as parvoíces, por se encontrarem em letra de forma e terem muitos likes, passam a fazer escola. Este é o caldo social e cultural em que germinam programas impensáveis como este Supernanny.

Júlia Pinheiro e Conceição Lino,
as chocarreiras
que se acham no direito de se armar em
justiceiras e pesporrentes.
marimbando-se de alto para as crianças.
Querem é audiências.

Por mero acaso, ao jantar, demos com um debate da SIC sobre o programa Supernanny que, dos excertos que agora ali mostraram, me parece, de facto, roçar a abjecção. E confesso: ver a prepotência, o ar de superioridade alarve, o quero-posso-e-mando, a pesporrência e a total leviandade da Júlia Pinheiro e da Conceição Lino a defenderem aquele formato, a desafiarem  Dulce Rocha, do Instituto de Apoio à Criança (IAC) e Rosário Farmhouse, da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens ( CNPDPCJ) deixou-me chocada. Mais: revoltada.


Ouviram a opinião fundamentada de duas pessoas que sabem do que falam como se estivessem a ouvir a opinião de duas vulgares transeuntes a quem tenham posto o microfone à frente da boa. Com ar de dúvida, por vezes até trocista, Júlia Pinheiro e Conceição Lino desdenharam de toda a argumentação técnica e séria que elas foram carreando para a discussão, contraponto vulgaridades e atoardas, ora com ar arrogante, ora com ar de gozo.

Chocante. E tanto mais chocante quanto se está a falar de crianças.

Júlia Pinheiro e Conceição Lino
a dupla sensacionalista
para quem vale tudo,
 desde explorar o luto e a dor alheia
até aos problemas de crianças indefesas

Depois daquilo a que assisti a única coisa que me ocorre é o seguinte: não é possível ter pessoas como Júlia Pinheiro e Conceição Lino em lugares de responsabilidade na Comunicação Social. Não é possível. 

Podem com os seus desmandos, histerias, manipulações ou exploração alarve das emoções alheias conquistar picos de audiências. Acredito que sim. Mas não vale tudo. Não vale tudo.
Tivesse eu funções de responsabilidade na SIC e de tudo faria para que pessoas que revelaram um tal desprezo pela dignidade alheia (nomeadamente a das crianças) e uma tal alarvidade na defesa acéfala das suas posições, fossem afastadas dos lugares que ocupam. O poder de pessoas assim deve ser neutralizado pois o seu efeito pode ser nefasto.

As televisões têm um poder efectivo: o poder de influência na opinião pública. E esse poder não pode estar nas mãos de pessoas com mentalidades e atitudes como acabei de ver em Júlia Pinheiro e Conceição Lino. Lamento dizê-lo desta forma tão crua. Mas é o que penso.


domingo, maio 18, 2014

Cátia Palhinha sem cuecas no SABADABADÃO...! Eis a fotografia e o vídeo que a mostram, aos saltos, entre Júlia Pinheiro e João Baião, com a natureza toda à vista. E daqui uma coisa posso eu concluir: a Cátia do Big Brother não é adepta da depilação brasileira. Nada disso, é mais à francesa. Coloco aqui porque acho que esta fotografia, apesar de tudo, deve ser menos pornográfica do que o Paulo Portas ao pé do relógio a zeros.


Depois de um dia no bem-bom, com caminhada matinal à beira rio, depois, à tarde, no remanso, com descanso, leituras à sombra do pinheiro, e depois, pela noite, jantar e passeio de novo numa Lisboa em que se ouve mais alemão, francês ou italiano do que português, eis que chego a casa tarde e más horas, sem saber de coisa nenhuma. 

Campanha eleitoral? Não dei por nada. Saída limpa? Não sei o que isso é. 

As televisões deverão ter mostrado o Portas ao pé do seu relógio, provavelmente pensando que Portugal já não está nas mãos dos credores (... mas como... com uma dívida pública à volta dos 130%...?!?!), ou o Moedas a cantar vitória por ter chegado ao fim o programa da Troika (... em que todas as reformas ficaram por fazer e em que se limitaram a roubar os portugueses para os entregar aos bancos que tinham dívida pública...?), ou até o Cavaco a vangloriar-se por não ter sido preciso um 2º resgate (... mas será que se a liquidez que abunda nos mercados se deslocar para outros quadrantes, a nossa economia se vai aguentar quando parece que todo o equilíbrio está afinal dependente de uma fábrica em Sines...?), mas eu não vi nada.


Chego a casa, pois, depois da meia noite, ligo a televisão e estava a dar o Eixo do Mal. Felizmente não estava aquele Luís Pedro Nunes que não sabe bem o que diz e que dá pontapés no léxico como se fosse na gramática ou vice-versa que, para ele, isto da língua portuguesa tem um bocado que se lhe diga. Em vez dele estava o simpático e sensato Pedro Magalhães das sondagens que dizia coisas interessantes.

Estava eu, portanto, a pensar que talvez falasse disso quando me enchesse de coragem e me deslocasse do sofá até à trincheira onde, entre livros, aqui vos escrevo.

Pois bem. A vida passa a vida a trocar-me as voltas. Vou ver os mails e, como de costume, a caixa transbordante. Leio tudo mas não consigo tempo para responder a cada mail que me enviam. Desabafos, confissões, partilha de informação, de tudo eu recebo. Para cada um eu deveria ter uma palavra simpática, de agradecimento, de conforto, de atenção. Mas não consigo ter tempo. 

No entanto, hoje um mail em particular me chamou a atenção. 

Transcrevo o que estava escrito:

Como o seu blog aceita fotos de momentos televisivos únicos, aqui vai o momento em que a Cátia do Secret Story se põe aos saltos no programa do Baião ainda há pouco.


Cátia Palhinha com a passarinha ao léu entre Júlia Pinheiro e João Baião
SABADABADÃO em festa
Cátia Palhinha, sem cuecas e a dar ar à pluma entre Júlia Pinheira e João Baião

Vou ver a fotografia e lá está: a sorridente Cátia com a passarinha emplumada ao léu. 


Pensei: será possível? Teria mesmo acontecido? 

Vou ao Google e faço uma pesquisa que eu, nisto, sou profissional a sério: valido a informação, faço cross-check, não vou atrás de qualquer coisa. 



E lá estava, agora em vídeo. A Cátia Palhinha, em directo, entre a Júlia e o Baião, aos saltos, e sem cuecas, coxa grossa, sorriso franco, a inocência de sempre.


Mesmo sem querer, a gente interroga-se: ter-se-á esquecido delas em casa? Será que anda geralmente assim? Estaria apenas com calor?

Não interessa. Nem vem mal ao mundo. Proporcionou um inesperado momento televisivo, não roubou ninguém e, se calhar, até levantou levantou o moral a algumas pessoas.


Por isso, viva a Cátia Palhinha!



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E uma outra coisa posso eu ainda concluir: vendo esta fotografia e este vídeo fico tão esclarecida quanto às intenções dos partidos relativamente às eleições europeias como quanto vejo os candidatos pelas ruas de bandeiras às costas a dizerem banalidades ou palermices.

No outro dia vi o Nuno Melo a passar uma garrafa ao mal encarado do Rangel, dizendo-lhe qualquer coisa como isto, Se não tiveres nojo, bebe agora tu. O que haveria o outro de dizer: não bebo, que tenho nojo de ti, ó meu mete-nojo...? Claro que não disse nada, com um sorrisinho amarelo completamente frouxo, lá se pôs a beber pelo gargalo. 
Ora, francamente, entre uma cena destas e uma Cátia aos saltos e sem cuecas, não sei se não acho mais graça à saltitona e encalorada Cátia.

E assim anda esta pindérica campanha. De rua em rua, de feira em feira, a mendigarem um beijinho, a dizerem criancices, com conversas de vizinhas, se o Sócrates vai ao almoço do PS, se não sei quê. Parece que ainda não aprenderam que esta forma de fazer política já não está com nada, que as pessoas abominam isto. 

Ainda ontem a minha filha me dizia que não estava com vontade de ir votar porque lhe parece que não há uma única candidatura que lhe pareça credível e que vá fazer a diferença. Insisti, preguei, que sim, que talvez tenha razão mas que agora, por favor, ajude a mostrar um cartão vermelho a esta cambada de trogloditas.

Não sei se a convenci.

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Depois deste post, aconselho-vos a descerem até ao seguinte: tenho lá um vídeo que a Leitora JV me enviou e que é qualquer coisa. Tocante. Empolgante.

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Acho que há bocado tirei umas fotografias com piada à minha amada Lisboa. Gosto imenso de andar na rua à noite e andar em Lisboa, nas partes da cidade de que mais gosto, é uma maravilha. Também tirei umas fotografias in heaven, que está quase uma selva. Por lá, a natureza está numa pujança avassaladora.

Mas são duas e tal da manhã, amanhã é um novo dia e não posso levantar-me ao meio dia e, portanto, com vossa licença, não vou agora passar as fotografias da máquina para o computador nem me vou pôr a descrever campo e cidade: vou recolher-me aos meus aposentos. E, depois, ainda quero ver se acabo o livro que me está a apaixonar. Por isso, até já.


Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo! 
Enjoy!

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quarta-feira, junho 12, 2013

Nuno Crato faz dos professores o inimigo público nº 1 e, em vez de ajustar as datas dos exames, não se importa de sacrificar os alunos e, numa de macho-man, faz braço de ferro não sei com quem e diz que vai recorrer da decisão do colégio arbitral (que não viu razão para serviços mínimos). O Papa Francisco reconhece que existe corrupção e um lobby gay que atam as pontas todas dentro do Vaticano, tornando a vida da Igreja um bocado complicada. O governo da Grécia não é de modas e faz a vontade à troika: numa de morte súbita, fecha a televisão e a rádio públicas, deixando na rua 2.700 pessoas. Perante isto vou falar de quê...? Nem sei. Olhem... vou falar do José Castelo Branco no Splash! da SIC e, já agora, falo também da Senhora Dona Lady, Betty Grafstein de seu nome. Todos pr' á piscina, todos pr'á piscina...!..!


Nestes tempos de greve de professores, afinal o colégio arbitral resolveu que não é caso para decretar serviços mínimos para o dia dos exames e o Crato-do-mamar-doce lá nos apareceu, ar ressabiado, dizendo que vai recorrer. Esta gente não sabe gerir situações mais complexas. Estavam bem governadas as empresas se à sua frente estivesse gente emburrada que resolvesse fazer braço de ferro com os trabalhadores, pondo em causa os clientes. Só visto. 

Mas há dias em que não tenho paciência para gente tão fraquinha: não vou falar disso. Coitados dos alunos. Não o digo por causa da greve dos professores mas por estar um sujeito tão fraco (a todos os níveis!) à frente do Ministério da Educação. Os alunos, os professores e o País em geral mereciam melhor sorte. Mas que é que se podia esperar num desGoverno destes? Milagre seria o contrário.

Adiante.

Podia falar da assumpção, por parte do Padre Francisco, de que há um lobby gay (não me dá jeito escrever lóbi; na volta sou uma conservadora) e corrupção dentro do Vaticano. Novidade disto? Nenhuma. Mas é a primeira vez que um Papa o assume, assim, sem papas na boca. Diz ele que não é fácil desfazer redes antigas mas parece que alguma coisa é capaz de vir a acontecer já que está uma brigada de limpeza no terreno.

Mas também não me apetece falar nisto. Estou noutra.

Devia mesmo é falar do que vai acontecer na Grécia sobre o fecho de televisão e da rádio pública, assim, à bruta. As pessoas reuniram de urgência mas a decisão é inabalável: 2.700 pessoas para a rua de súbito. 

Dizem com naturalidade: é imposição da troika. Da troika?! E aceitam?!?!?! Cambada de cobardes, de vendidos. 

Fico perplexa. De boca aberta. Estupefacta. Custa a aceitar. Isto agora já é assim?!?! E ninguém acha isto esquisito? Ninguém vira a mesa?! Ó senhores que isto me deixa varada!

Adiante que eu, com isto tudo, estou speechless, que é como quem diz, sem pio.

E, assim sendo, vou esparveirar para ver se me distraio.



José Castelo Branco, a verdadeira biichaaaa....!


Vou antes falar, já viram no título, do José Castelo Branco e da sua bem-amada, a Srª Dona Lady.

Na primeira vez que deu o Splash! da SIC, com a histriónica Júlia Pinheiro, eu não sabia o que era. Como aqui em casa há um habitante que só pára de fazer zapping quando adormece, calhou passar por lá. Fiquei fã.

Nem vou tentar explicar porquê pois temo que os argumentos ainda fossem piorar mais a má impressão que esta confissão possa estar a causar em vós.



Provavelmente estes são os que passaram à próxima eliminatória mas não garanto,
os meus conhecimentos não chegam para tanto


Mas também não vou explicar porque, de verdade, não sei bem qual a verdadeira razão. Não sei se é por exaustão face ao resto da programação televisiva, já não há pachorra para tanto papagaio!, se é porque gosto de ver os chapões que eles dão ao princípio, acho graça a atirarem-se à gato, enroscados de frente, gosto de ver como, aos poucos, vão superando o medo, e como eu os percebo (as vertigens que eu tenho, só de escrever isto já sinto os pés a ficarem esquisitos, é uma espécie de formigueiro, nem sei), gosto de ver como depois conseguem voar para a frente, entrar direitinhos na água (outras vezes nem tanto mas não interessa, superam-se e isso é o mais importante).



José Castelo Branco na versão 'diva prepara-se para voar'


Eu nunca fui capaz de saltar de uma prancha. Adoro nadar, gosto de nadar fora de pé, longe, quando era mais nova, então, nadava até bem longe, até olhar para baixo e ser escuro, escuro, bem fundo, não tenho o mínimo medo. Quer dizer, agora já não me aventuro assim. Penso que posso ter uma cãimbra ou que posso ser levada por uma corrente. Já não vou para tão longe. Mas das alturas tenho mesmo medo... Nem nunca consegui dar aquelas cambalhotas no ar. Nem de perto nem de longe. Nem consigo imaginar o meu corpo a ganhar o balanço suficiente para se elevar e dar aquelas piruetas malucas. E sempre tive pavor quando os meus filhos, em miúdos, faziam trinta por uma linha. Juntavam-se com os primos e era cambalhotas no ar umas atrás das outras e eu em pânico. Pânico.

Talvez por esse lado, acho graça a este programa.

Claro que me enerva o lado pindérico-emocional da Júlia Pinheiro a pedir aos familiares que digam que amam os saltadores e outras cenas pífias. Mas passo por cima disso para ver o resto.



José Castelo Branco
aqui na versão sereia pronta para a dança sincronizada,
 molinha no nariz, luva alta, branca


E depois há esse personagem rocambolesco a que acho um piadão: o Castelo Branco, o Conde que gosta de pintar a manta. Uma mulher autêntica mas com um sentido de humor que dá gosto, a rir-se dos botoxes, a rir da falta de jeito. 

Não me lembro se foi no primeiro dia se noutro, a Júlia Pinheiro, outra que tal, olhando-lhe para o bas fond, perguntou se não havia ali nada, e ele, na maior descontração, disse que havia e que até era de bom tamanho, que tinha posto para trás. 



José Castelo Branco:
uma mulher num corpo de homem ou um homem num corpo de mulher?


E eu ali a olhar-lhe para o meio das pernas a ver se percebia onde teria ele escondido o coisinho. 

E todo ele faz pose, altas toilettes, e de saltos altos, toda pintada, a biichaaaa...!, e sempre na boa, na brincadeira. 



Splash!, a sereia José Castelo Branco e a Srª D. Lady


E a Senhora Dona Lady, toda risonha, coitadinha, nem sei quanto tempo aquelas duas almas levarão para se arranjar, ele na maior produção e ela, de boquinha meio aberta, meio ao lado, sempre sorrindo, e ainda toda direitinha. No outro dia, estando ele a tentar cantar (que aquela bichaaaa! não tem medo nem vergonha de nadavai a todas mesmo sem as saber fazer), no fim perguntou-lhe, em inglês claro, se ela tinha gostado. E ela, tão querida, lá lhe disse que sim, com ar meio adormecido ou meio condescendente ou, então, não conseguiu fazer outra expressão. 

Isto dito assim, pode parecer que estou a gozar mas não estou. A sério que aquelas duas são tão do além que até sinto simpatia por elas.



O casal maravilha no seu melhor, José Castelo Branco e Betty Grafstein,
talvez a criatura e o seu criador, não sabendo eu qual é qual


E quando o vê na piscina a fazer aquelas palhaçadas, toda ela tenta sorrir, e não se percebe se está mesmo consciente ou se o botox a deixou assim, de boquinha arreganhada como se estivesse a rir. 

(E lá estou eu... mas não estou a gozar, a sério que não, mas é que são tão fora do comum que a gente não consegue ficar indiferente. Eu, pelo menos, não consigo.)

Uma graça. Acho que aqueles dois são felizes. Vejo-os e parece que é gente boa onda. Claro que é uma realidade paralela, uma coisa do além, mas tem graça. Ele encarna todas as personagens: ou chefe de claque, ou sereia, ou diva. Uma graça. E ela acha-lhe piada, não se incomoda com os excessos dele, ali andam sempre os dois juntos.



José Castelo Branco: the cheerleader
Feminina e  abandonada, prestes a ser atirada para a água pelo guerreiro 


Acho que é gente inofensiva, bem disposta. Não vejo a menor razão para dizer mal deles. E gostei de vê-lo a ir dar um beijo ao filho, um rapagão normalíssimo que, curiosamente, parece aceitar bem a excentricidade do pai.



Pai e filho. Uma ternura.
Quase parece mãe e filho mas isso não interessa.


E, portanto, vocês estão a ver: não é melhor escrever sobre eles do que sobre os padrecos que pregam a castidade e andam enfiados nas saunas gay? Ou sobre os que andam a fazer trafulhices no banco do Vaticano? Ou sobre o sonso do Crato? Ou sobre os estafermos que vão fechar a televisão pública grega e pôr 2.700 pessoas na rua?

*

Acabei de ver as estranhas imagens do fim da televisão pública grega. As pessoas estavam em estúdio a falar e de repente desapareceu tudo e apareceu a indicação de que não havia sinal. 

De facto, parece que não há: parece quase mão haver nem sinal de democracia. Nem sinal da vida que julgávamos normal, eterna, maternal. Que impressão me fez, que impressão. Como é que se aceita uma coisa destas? Como?!

Diz que vão fazer uma empresa mais pequena, mais rentável, e que alguns dos que foram agora humilhantemente despejados, talvez sejam repescados. Sinto-me sinceramente enjoada perante uma coisa destas. Nem sei se a palavra é enjoada ou enojada. É isto a democracia que estamos dispostos a aceitar?

*

Bom. Fico-me por aqui. Como de costume gostaria que me visitassem no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, a love affair

Mas hoje gostava ainda mais porque talvez me ajudem a desvendar um mistério. Apareceu-me uma fotografia misteriosa que eu não dei por ter tirado (e só eu é que tiro fotografias) - parece uma folha manuscrita, uma coisa mesmo estranha. Escrevi sobre isso e desta vez foi a fotografia que me inspirou. 

Contudo, como se as coisas não estivessem já suficientemente misteriosas, como que por magia abri um livro ao acaso e apareceu-me um poema, que era do Casimiro de Brito, que parecia ter a ver com tudo aquilo. Há coisas que parecem mesmo do além (mas sei que não são, ou são coincidências ou coisas que, por ignorância minha, ainda não entendo). A música é, de novo, Jacques Loussier a interpretar Bach com ar de jazz, uma maravilha.

*

E é isto. Tenham, meus Caros Leitores, um belo dia, e, se possível, pleno de sorrisos e afectos.

sexta-feira, março 23, 2012

'Evitar uma geração perdida', segundo Nemat Shafik, a Minouche do FMI que, a par dos surpreendentes Poul Thomsen e de Jean Claude Juncker, defende o relançamento da economia e das políticas de defesa do emprego; boas notícias que me dão vontade de continuar a história da mulher de olhos verdes - mas não sei como; e só não canto 'Batata frita, viva o Benfica' porque aqui em casa somos mais para o verde.


Música, por favor
Domingos António, magnífico! - Liszt, Concerto Nº2, 2 pianos


Os meus caros leitores são maioritariamente pessoas inteligentes – já perceberam, certamente, que, de vez em quando, em situações claramente identificáveis, me apetece fazer de conta, divertir-me, ficcionar, aliviar a pressão e transportar-me a mim própria (e, desejavelmente, a quem me lê) para territórios mais apelativos. Foi o óbvio caso dos dois últimos dias. Gosto de escrever, gosto de música, gosto de poesia, gosto de tudo isso e gosto de fazer misturas à mão livre. Escuso de dizer que nada daquilo aconteceu (que eu saiba). Seria uma coisa extraordinária que, em plena recepção com governantes e investidores, alguns desatassem a declamar poesia, nomeadamente que aparecesse um príncipe de ébano a declamar Herberto Helder.  Mas, enfim, neste mundo acontecem tão extraordinárias que, quem sabe, em situações análogas não acontecem coisas ainda mais delirantes…?

Mas, subjacente à história, estava a preocupação, expressa no desfecho final, e tantas vezes já aqui referida, relativa ao fraco crescimento económico ou melhor, à inexistência de crescimento económico no País, o que tem graves implicações de todas as naturezas.

Felizmente vê-se que o discurso oficial começa a mudar e que as mais decisivas instâncias internacionais no que à resolução destes problemas diz respeito, começam a traçar linhas de rumo distintas daquelas pelas  quais, até há pouco, se regiam.

Assim, é com alguma surpresa mas enorme agrado que venho ouvindo que Jean Claude Junker, presidente do Eurogrupo, reconhece que se falhou na estratégia imposta à Grécia como contrapartida para o apoio providenciado, estratégia essa que, segundo refere, tem levado à destruição do tecido económico e social.

E Poul Thomsen, responsável do FMI na troika na Grécia e, até há pouco tempo, em Portugal,  reforça a tese, dizendo que, na Grécia, o aumento de impostos em detrimento do corte da despesa pública, degradou o consumo interno, degradou a economia e fez disparar o desemprego e que essas políticas deverão ser corrigidas, passando a apostar-se, agora, no renascimento do tecido económico.

Ainda bem que os autores dos erros começam a admitir que estes experimentalismos absurdos falharam e que é indispensável emendar a mão. Talvez até os nossos governantes domésticos que, acríticos, se têm limitado a ser a voz do dono, fazendo gala da política do 'custe o que custar', façam agora a agulha, tornado-se defensores do crescimento económico. Tomara.

Leio também no blogue do FMI (de que aqui já vos falei e cuja leitura é sempre interessante por permitir ir aferindo as susceptibilidades que enformam as diferentes actuações dos grandes agentes das intervenções que mudam a situação dos países em dificuldades) um interessante artigo de Nemat Shafik datado de 15 deste mês, cujo título é Evitando uma Geração Perdida.

Christine Lagarde e Nemat Shafik


Nemat Shafik nasceu em 1962 em Alexandria, Egipto, é casada, tem filhos, é conhecida pelo carinhoso diminutivo Minouche e em 2009 foi nomeada ‘Woman of the Year’ para The Global Leadership and Global Diversity. É economista, já exerceu numerosos cargos e é actualmente Deputy Managing Director do FMI.

O post refere-se ao drama de milhões de jovens que não conseguem encontrar emprego estável e que, por causa disso, não conseguem autonomizar-se e que, por causa disso, não têm esperanças, não alimentam expectativas, não conseguem construir o futuro. E que, por causa disso, não efectuam descontos, o que enfraquece a sustentabilidade dos sistemas sociais. E por aí fora, um descalabro em cadeia.

Diz ela que o FMI deve ter o papel de ajudar os países a reconsquistar a estabilidade macro-económica e a readquirir a confiança económica. E que é necessário estabelecer políticas que levem à criação de empregos e não à sua distruição.

Para os países europeus em situação débil e em crise, recomenda que a prioridade passe a ser a sustentação do emprego e o redireccionamento dos gastos para sectores que devem ser considerados altamente prioritários tais como a saúde, a educação e as infraestruturas. Recomenda igualmente que deve ser restabelecido o acesso ao crédito, pois só assim a economia pode voltar a funcionar.

Do referido artigo consta este filme do próprio FMI que para aqui respigo (gosto deste verbo!) e que vos convido a ver. A mentalidade começa a mudar. Tenhamos, pois, esperança.

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Tudo tão sério, dirão talvez os meus leitores, hoje não temos rêverie, pândega, maluquice de nenhuma ordem…?

Pois é, meus Caros, hoje deu-me para isto. Mas, aqui chegada, confesso que também já me apetece alguma folia.


Música, outra vez, por favor






Então, vamos lá. A ver se me ajudam a equacionar se hei-de dar continuação à história dos dois últimos dias, vou aqui publicamente equacionar alguns cenários de hipotética evolução:


Cenário 1 - A mulher de olhos verdes, como a Leitora Era uma Vez sugeriu num poema que enviou e que pode ser visto como comentário ao post do dia 21, passeia-se num aparatoso descapotável branco, é uma incorrigível sedutora e uma terna romântica e tem um tórrido (e público? ou clandestino?) amor com uma amiga de cabelo curtinho, espetado, uma mulher elegante que se veste com roupa de homem. 

Cenário 2 - A sedutora de olhos verdes é hetero, uma conhecida devoradora de homens, e gosta de se portar mal. Entra devagarinho, sorridente, fala de poesia e, mal apanha todos desprevenidos, pinta a manta, parte a louça toda, pelo que, antes de ser convidada para qualquer evento, coisa que só acontece quando não pode deixar de ser, a entidade organizadora reúne um gabinete de crise que estuda planos de contingência para cada possível desmando que ela possa provocar.

Cenário 3 - Até há algum tempo atrás, mais concretamente até ter ganho o euromilhões, a femme fatale era baixota, mal jeitosa, amargurada, despeitada; nessa altura fez uma plástica e apareceu outra, mais alta, giraça, autêntica capa de revista e, até, mais inteligente e com sentido de humor; investiu não se sabe bem em quê, só se sabe que apareceu empresária e milionaríssima, sendo agora uma disputada investidora, uma conquistadora. Tem seis casas, seis descapotáveis, seis barcos, seis amantes, seis dálmatas, seis catatuas falantes, e, ao mesmo tempo, é uma grande financiadora de vários movimentos ecológicos, uma aclamada mecenas e uma incorrigível esquerdista.

Cenário 4 - O governante poderoso, que tem meio mundo na mão, na política, nos negócios e na comunicação social, em privado é um submisso bichano de quem uma certa senhora residente num apartamentozinho algures numa rua sossegada faz gato-sapato (ah… e se, além disso, a senhora do apartamentozinho que põe o governante de gatas for afinal a sedutora que, ou à hora de almoço ou ao fim do dia, antes de ir para a sua fantástica maison se vai encontrar com ele, quiçá até para lhe dar algumas instruções?)

Cenário 5 - O príncipe de ébano, ah o príncipe, lindo, rico, perante cuja fortuna todos os poderes ajoelham, é, afinal, o dono do palácio onde decorreu a recepção para além de ter, também, uma casa em Portugal (e, pasme-se, perto da casa onde vive a mulher de olhos verdes) e é ele também um delicioso sedutor, e culto e, ainda, um poeta, para além de ser, obviamente, um fantástico amante (só que, maçada das maçadas, tem dez mulheres, e todas temíveis - uma é cinturão negro de várias artes marciais, outra é uma dentista conhecida por arrancar dentes a sangue frio, outra é a terceira irmã gémea da Júlia Pinheiro e da Ana Gomes e grita tanto quanto as manas, outra é gémea da Manuela Moura Guedes e, desta, por prudência, mais nem digo; e por aí fora: todas assim). Quem se arrisca, pois, a chegar perto do belo príncipe...?


Que me dizem? A história tem pernas para andar? Opto por qual cenário? Ou há outros melhores?

Aguardarei sugestões.

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Até me decidir, vou ver um ministro que, este sim, é cá dos meus.



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Sobre aquilo do pai da criança (e simpatizante ou sócio do FCP) que se queixou ao Ministério da Educação porque a professora, no fim da cantiga 'Atirei o pau ao gato', acrescentou: 'Batata frita. Viva o Benfica' nem sei que vos diga. Então o homem não se importa que ensinem à criança cantigas que apelam à violência sobre animais e não gosta é de batatas fritas? Ou será que é porque 'frita' não rima bem com 'benfica' e não suporta  rimas fracotas? Ou será que toda a gente do FCP é assim, mais para o peculiar...?  

Um gato mal humorado, do FCP ainda por cima, depois de ter comido batatas fritas

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Bem. Hoje, no meu amado Ginjal temos uma Alternadeira segundo Inês Lourenço que acompanha com um concerto de Ravel. Passem por lá, que se está bem por aquelas bandas.

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E já é sexta feira. 
Ufffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff! 
Divirtam-se, está bem?

segunda-feira, março 28, 2011

Georgia O'Keeffe, pintora americana, mulher livre (contrariando Pierre le Fou)

"Recorda como muitos amaram o teu corpo"

Georgia apertando os seios, fotografada por Alfred Stieglitz em 1918
"(...) e a mágoa no teu rosto em mudança"


"Quando estiveres velha e cansada (...) e as sombras excederem as coisas em seus tamanhos"

Na sua propriedade em Santa Fe, velha e bela,
Georgia O'Keeffe certamente olhava o vasto horizonte e pensava aliviada que afinal o amor existia e estava por todo o lado, nas flores, nos ramos secos, na luz, nos cumes das montanhas, na multidão das estrelas, nos homens.

(Excertos do poema 'As sombras' de Pedro Mexia, também colocado no Ginjal e Lisboa, a love affair)

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ana Gomes e Júlia Pinheiro, separadas à nascença....?!

Iguais em tudo, no físico, no histrionismo, no riso, em tudo.

Ana Gomes, a gémea univitelina de Júlia Pinheiro, aqui em pose bem comportada


Júlia Pinheiro, a gémea univitelina de Ana Gomes, aqui também bem comportada para ficar parecida com a mana deputada


Estridentes, big mouth, partindo as porcelanas por onde passam, duas irreverentes gémeas verdadeiras.

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