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sábado, junho 29, 2019

O que eles levam com eles





Há temas que, quando aparece uma criança morta à beira de água, se tornam virais e, como tal, toda a gente se sente contagiada. Depois, coisa tão triste acaba por cansar e a gente já nem quer ver tal coisa. já dizemos que é exploração de desgraça alheia, que é falta de gosto tanta fixação na dor dos outros.

E, dias depois, já nem vale a pena falar porque a coisa já passou de moda. E quando a gente vê barcaças transbordantes de gente até parece que já chegou a época dos saldos de refugiados, tal a banalidade daquilo tudo.

E não queremos saber de como as forças políticas de extrema direita -- devidamente adubadas com apoios financeiros e outros tipos de apoio por parte dos Steve Bannons desta vida, hienas solitárias, ou por parte de regimes que preferem uma Europa enfraquecida -- se organizam de uma forma cada vez mais estruturada.

A extrema direita usa sempre a mesma arma: o medo. O truque é instilar no seio da população, numa parte da população, a parte mais inculta, mais vulnerável, mais facilmente influenciável, o medo. Medo seja do que for. Pode ser o medo de ver as ruas invadidas por gente desempregada, faminta, mal vestida, falando línguas incompreensíveis, pode ser o medo de ver os impostos aumentados para pagar a integração de refugiados, medo que, entre os refugiados, venham meliantes, terroristas. Medo. E eles, os salvadores da pátria, as mamãs (como a Le Pen), os papàs´s (como o Salvini), aparecem como os que afastarão os medos, protegerão os 'puros', os nacionais, contra os intrusos, contra os bandidos que querem entrar no país para roubar o que pertence a quem já lá está.

Com maldade suprema, Trump separa pais de filhos, trata seres humanas como se fossem animais,  seres humanos cansados, esfomeados, gente que apenas procura uma vida melhor para si e para a sua família. Mas não são apenas as fronteiras americanas que são palco de verdadeiros atentados humanitários nem é apenas Trump que é algoz. Cada um à sua dimensão mas a verdade é que culpados somos todos os que fazemos de conta que não existe.

Existe. E a indiferença com que aceitamos campos e campos de refugiados a perder de vista, uma coisa que nos deveria envergonhar, ou que aceitamos que milhares de pessoas façam quilómetros e quilómetros a pé para alcançar sabe-se lá o quê ou que aceitamos que o tráfego de armas e outros interesses geo-económicos prevaleçam sobre o respeito pelas populações, torna-nos também culpados.

A abstenção brutal nas eleições europeias é outra que nos deveria envergonhar. Como culpar a União Europeia de assistir impávida e serena a que tanta gente morra afogada no Mediterrâneo quando nem para votar nos demos ao trabalho? Como podemos censurar os que lá estão quando não nos demos ao trabalho de lá pôr quem defenda uma Europa mais humanitária, mais aberta, mais moderna?


Há quem tenha coragem e dê algum do seu tempo para ir ajudar os que estão em situações difíceis. Mas são poucos os que têm essa coragem. Eu nunca tive. De forma racional, penso que problemas desta dimensão não se resolvem com iniciativas individuais, apenas com políticas transversais, integradas, transnacionais. Mas isso sou eu a proteger-me porque sei que, mesmo não resolvendo o verdadeiro problema, se puder levar ensino, carinho e alguma atenção a quem nada tem já será muito. Portanto, é falta de coragem, sim. Mas, se a coragem não está connosco, ao menos que saibamos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para que o assunto do bom acolhimento de refugiados esteja na ordem do dia.

E, se os bons intuitos não vos assistirem, o que também é legítimo, ao menos não esqueçam os motivos egoístas: tal como no outro dia já aqui o referi, quando a natalidade não ajuda a demografia pois que se recorra à imigração. E nada melhor para um país do que a miscigenação: abertura total a todas as nacionalidades, a todas as raças e etnias, a todas as religiões, a tudo. Que se unam, se cruzem, se misturem, se reproduzam, que façam um mundo melhor. 


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As imagens que escolhi mostram pinturas de Carlos Jacanamijoy e é assim colorido que deveria ser o mundo de toda a gente.

sábado, abril 20, 2019

O dia a seguir


Isto foi ontem. Pensámos chegar um pouco mais cedo para irmos ver das roçadoras e dali directamente para ao cinema. Afinal o trânsito e outros contratempos fizeram com que apenas quase tangencialmente conseguíssemos chegar a tempo.

Andava com vontade e o meu marido a dizer que ver porcarias não ia. Mas este pareceu-me bom e, dizendo-lhe que se passava na Alemanha do pós-guerra e patati patatá, lá se deixou convencer.
Sempre que venho do cinema venho escaldada, incomodada com aquela gente que vai com litros de coca-cola e baldes de pipocas para dentro da sala de cinema, seres ruminantes que não respeitam a sacralidade dos lugares. Mas, depois de jejuar, volta sempre a vontade. Além do mais, sendo o filme que era, o mais provável é que a sala estivesse vazia.
Depois de passarmos pela provação de estarmos na fila enquanto os que estavam à nossa frente, tal o tamanho dos baldes, se aviavam como se não comessem há semanas e estivessem a açambarcar para as próximas, lá fomos.

E a sala estava mesmo quase vazia e os poucos que lá estavam não tinham ido para comer. Por isso, durante o filme imperou o silêncio.


E o filme foi bom. Bem feito, bem interpretado, uma boa história, um argumento a caminhar sobre a ténue linha de equilíbrio entre o éxpectável e o pouco óbvio. E Alexander Skarsgård -- que não conhecia -- belíssimo, sensibilíssimo, gostosíssimo de ver.


E o enredo com drama e com romance e com sedução e com saudade e tristeza e com perigo e com compaixão. 

Por duas vezes chorei e por duas vzes o meu marido olhou para mim admirado a perguntar porque é que eu estava a chorar. Sabe-se lá porque é que se chora. Porque a emoção do momento transborda da tele e chega até nós. Porque, por algum motivo, estamos mais frágeis. Porque quando vamos ver um filme destes já vamos com predisposição para nos deixarmos tocar. Sei lá.

O filme é 'O dia a seguir', The Aftermath, de James Kent com: Keira Knightley, Alexander Skarsgård, Ned Wills, Pandora Colin, Jason Clarkee.

Transcrevo do Cinecartaz:
Hamburgo, Alemanha. O ano é 1946. Rachel Morgan (Keira Knightley) chega à cidade para se reunir com o marido, Lewis (Jason Clarke), um coronel inglês encarregue da reconstrução daquele lugar, quase totalmente destruído pelos bombardeamentos da Segunda Grande Guerra. Está estipulado que o casal vá viver para um palacete que foi propriedade de Stephen Lubert (Alexander Skarsgård), um alemão viúvo que ali tem vivido com a filha pequena. Decidido a fazer algo pelo futuro do país que está a ajudar a reerguer, Lewis toma a decisão de deixar Stephen e a criança viverem com eles. Contudo, este gesto de generosidade trará consequências devastadoras e irrevogáveis para si e para a sua família.


Se é que a minha recomendação vale de alguma coisa, aqui fica ela.

terça-feira, fevereiro 27, 2018

Coco


No outro dia descobri uma fragância de violeta. Foi logo. O santo graal. Há anos que andava atrás de essência de violeta.
O frasco é bonito, a tampa mimosa e alegre na sua criativdade -- mas acho que não tem nada a ver. Deveria ser dourado com inscrições em violeta, ou dourado com toque de veludo lilás. Coisa assim. Mas não.  
Tal como num livro não me é indiferente a capa ou a paginação, também num perfume sou sensível à elegância do frasco ou à coerência da tampa.
Mas, enfim, quando, de manhã, a coloco regresso a dias felizes da infância, a vasinhos de violetas, a um frasquinho lindo e pequenino que ofereci à minha mãe.

No entanto, mal ao fim do dia chego ao pé do meu marido, ele mostra que qualquer coisa ali não está de feição: 'Que perfume é esse?' E eu, que o conheço bem, sei que isso significa que preferia que eu me tivesse mantido fiel. Bem tento dizer-lhe que é o maravilhoso perfuminho novo; mas não o convenço. Penso que é o problema de sempre: a transformação dos perfumes ao longo do dia pelo contacto com a minha pele não é aquela que mais aprecio (e o meu marido, pelos vistos, também não). Parece que perdem as notas florais para que sobressaiam sobretudo as mais adocicadas.

E, embora os perfumes adocicados estejam tão na moda, não fazem o meu género.

Por isso, inevitavelmente regresso à casa de partida. Chanel.

Contudo, aproveitei as ocasições presentícias para ousar: Cristalle, 19, Coco. Diferentes e todos perfeitos. E perfeitos ao longo do dia. Chego à noite e o toque ainda é fresco, subtil. No entanto, claro que me mantenho fiel ao meu verdadeiro amor. Nº 5. Parece que floresce ao contacto com a minha pele. 

Bem. Vem isto a propósito de.
Saíu novo Coco Mademoiselle e, com ele, saíu o novo vídeo. A sedução, a irreverência de sempre. Keira Knightley é uma vez mais a sedutora a que, verdadeiramente, ninguém consegue deitar a mão. Johan Renck é, de novo, o realizador escolhido.

E a propósito, apesar de não ser de agora, a graça das camélias e o seu poder na marca Chanel.


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sexta-feira, novembro 17, 2017

Assunção Cristas e Marcelo estão em sintonia.
Jingle bells! Jingle Bells!

[O turbilhão da vida. Gosto.
Puro excesso. Tenho que conhecer.]



Já vi iluminações de Natal nas ruas, rotundas e praças. A meio de Novembro e já a rua se ilumina para acolher o Pai Natal. O Pai Natal ou o Menino Jesus. Quando eu era pequena, era o Menino Jesus que dava presentes. Ainda havia uma mística com cheirinho a religião. Veio a Coca-Cola e profanizou a cena. De um recém-nascido nuzinho, nas palhinhas, passámos para um barrigudo, barbudo e de pijama encarnado. Mas, claro, whatever. No outro dia, o que em tempos foi o ex-bebé da família e que agora está um rapagão enorme de seis anos, perguntava à mãe se havia mesmo Pai Natal. A mãe respondeu que isso era ele que tinha que descobrir. Ficou-se. Um desafio que vai querer superar.

Adiante. As lojas estão cheias de atractivos, luzinhas, ar de Noël. Ainda mal a gente não se despegou das roupas de verão e já é isto. Ao longo do dia, vou recebendo sms com promoções de toda a espécie e feitio. De perfumarias recebi hoje duas. Ontem outra de outra perfumaria.  Nem vejo. Melhor: nem vejo as outras. Descontos na segunda peça, bónus de não sei quantos euros, promoções que chegam ao 50%. Corrijo: espreito. Mas fecho logo a sms e não vou conferir às lojas.

Mas isto dos perfumes... que sacrifício tenho que fazer para não ir a correr para trazer uns quantos. Bem. Não precisava de ser muita coisa. Só para aí um Chanel. Um de cada perfumaria, bem entendido. Mas tenho resistido.

Ontem, ia a passar e deu-me o cheiro. Quando virei a cara, já vinha uma menina na minha direcção a dar-me uma fitinha com o novo Nº 5. Caraças. Que cheirinho. Um toque diferente. Mas, claro, upa, upa. Enfiei logo a fitinha dentro da carteira. Fica a perfumá-la. Cheirinho mais bom...

E, com isto, claro está que já aí estão os anúncios de perfumes. Um luxo.

Perfumes e jóias. Ah, o que eu também gosto de jóias. Dantes, quando eu dizia jóias referia-me a minudências que se vendiam em ourivesarias. Pérolas, por exemplo. O que eu gosto de pérolas. Tenho um colar em duas voltas de genuínas pérolas com um fecho em ouro e brilhantes. Tão bonito. Depois, uma vez, cedi ao facilitismo e comprei um longo, de pérolas de criação. Outros tempos. Sou completamente de outros tempos. Mas facilmente me adapto ao air du temps. Agora, quando falo em jóias, refiro-me a bugigangas a bom preço que se vendem por todo o lado e tão bonitas ou ainda mais do que as outras. 

No outro dia fui ao Continente. Ao passar, sempre à pressa, pareceu-me ter uma ilusão de óptica. Voltei atrás e era mesmo um expositor cheio de colares e brincos. Bonitos que só visto. Trouxe um colar giríssimo por 7€. Um fio elegante com umas quantas pérolas em rosa-chá intercaladas com pequenas bolinhas de ouro. Chique, chique.

Bem. 


O primeiro vídeo tem a Keira Knightley e trago-a aqui mais pelo que ela canta. Le tourbillon de la vie, antes interpretado pela Jeanne Moreau e que mais tarde a Vanessa Paradis reproduziu. Não terá a Keira uns dotes vocais ou uma sensualidade provocante que fiquem para a história mas, também, bolas, não queiramos tudo a toda a hora. Não canta...? Ok. Não canta mas encanta. E isso não é pouca coisa. Digo eu.

A seguir, um outro vídeo, daqueles que a gente até tem que respirar fundo. XS. Pure XS. Puro excesso. Não conheço o perfume. O meu compagnon de route usa o mesmo perfume há cinquenta mil anos, o Acqua di Gio de Armani pelo que não tenho pretexto para andar a experimentar perfumes masculinos. Mas o vídeo do Paco Rabanne é todo ele um excesso. Um excesso em bom. Um bom excessivo. Se bem que isto, o que é mesmo bom, nunca é excessivo.

Enfim. Adiante. Avialiemos.




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E jingle bells para todos


E, em época natalícia, uma boa notícia:

Assunção Cristas e Marcelo estão em sintonia.


Não sei se apenas sobre incêndios sobre se mais. Não interessa. Mesmo que apenas sobre isso, já é bom. Nem li o corpo do artigo, bastou-me o título. Boas, boas notícias. O país pode respirar. Estamos salvos. Com a Cristas a vender postas de pescada e o Marcelo a distribuir afecto, já ganhámos. Um salto quântico no desenvolvimento rural, na problenáutica da falta de água e na qualidade de vida em geral já cá cantam. Grande dupla. Só falta o Santana Lopes para se ter a neo-troika perfeita.


Jingle bells!

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sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Os Brits declaram guerra a Hollywood. São muitos e são muito bons, do melhor que o cinema tem. Temos o Benedict Cumberbatch a desnudar-se para entrar no lago, temos o orgasmo de Keira Knightley, temos a Mary de Downton Abbey a perguntar ao namorado se sabe assobiar - e muito mais. Um excesso de dar gosto.


Havia a Família Forsyte e havia uma série sobre a vida na Índia de que agora não me lembro o nome mas que tinha aquele charme requintado e discreto da burguesia que dava gosto. E outras. As séries britânicas sempre boas. 

E os actores ingleses também sempre fantásticos, uma espécie de exemplares únicos. 

Mas eis que agora se faz a contabilidade e se vê que, apesar de únicos, são mais do que as mães, tantos que já se fala de uma invasão. Os ingleses a invadirem Hollywood.


O orgasmo de Keira Knightley



Hollywood’s British Invasion. O bouquet não poderia ser melhor: Benedict Cumberbatch, Natalie Dormer, Jeremy Irons, Terence Stamp, James Corden, Jude Law, Jack Huston, James McAvoy, Sally Hawkins, Clive Owen, Michael Caine, Eddie Redmayne, Ruth Wilson, Dominic West, James Corden, Kenneth Branagh, Orlando Bloom, Chiwetel Ejiofor, Keira Knightley, Tom Hiddleston, Judi Dench, Jamie Dornan, Sienna Miller, Matthew Goode, Jack Huston Ruth, Wilson Michelle Dockery, Damian Lewis, Felicity Jones, Sam Claflin, Sophie Turner, Lily James, Richard Madden, Luke Evans, Carmen Ejogo, Annabelle Wallis, Dev Patel, Imogen Poots, David Oyelowo, Gugu Mbatha-Raw, e James Corden.


Os vídeos realizados por Jason Bell, com o selo de qualidade Vanity Fair, são surpreendentes e plenos de humor, mostrando os actores britânicos em bem humorada homenagem aos americanos, seja a filmes seja a deixas célebres.

Preparing for war

Benedict Cumberbatch with Bloodhounds



Coming to America

Eddie Redmayne Frolics on a Bike 



Preparing for war

Don't miss Keira Knightley's fake orgasm (a la "When Harry Met Sally") 


Quando o glamour e o humour andam juntos é um pleasure.
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Allow me: no post abaixo falo de como estar na boca dos tubarões não é, à partida, sinónimo de medo e de submissão e de como um gato se pode mostrar destemido face a um jacaré. E, claro, falo da Grécia. E de Portugal também.

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domingo, julho 20, 2014

Keira Knightley, Rihanna, Vanessa Paradis e outras celebridades falam da Moda Chanel Pronto a Vestir Outono/Inverno 2014/2015. Nelo e Idália também falam, ele com o Zé Carlos sobre moda e ela, coitada, com a mãe sobre telenovelas ou lá o que é. E isto tudo por culpa do Sabadabadão, das bailarinas da Ágata, da trança no cabelo da Júlia Pinheiro e das perguntas parvas do Palmeirim em plena praia.


Estou in heaven, tranquilamente. Já li o Expresso, já borreguei e agora hesito entre pegar no livro que trouxe ou deixar-me ficar por aqui, a escolher filmes ou músicas. Claro que podia já escrever qualquer coisa para não ir de madrugada para a cama mas parece que a minha cabeça se habituou a funcionar no registo da escrita apenas por volta da meia noite ou depois e ainda é cedo, 22h30m, quase hora é do lanche.

A partir de hoje estamos a fazer baby sitting à Joaquina já que a sua família de criação está a banhos no Algarve. Pois não é que, apesar de tão pequena, já é esperta? Falo com ela, bato nas paredes, e ela toda se arrebita, cabecita espevitada a olhar com atenção, uma gracinha. 

Adiante. 

Agora, como aqui só temos os 4 canais, estou a ver o Palmeirim na praia com conversas apalermadas com uns moços de fato de banho. Não percebo o objectivo da coisa, dá ideia de ser um concurso mas as perguntas são parvas demais. E o pior é que não há alternativa melhor. Será que todos os programadores consomem substâncias alucinogéneas ou é gente que veio do hospício? É que não acredito que seja disto que a população gosta. Se gosta é porque está estupidificada com tanta injecção de porcaria. 

Agora o meu marido fez zapping e está na SIC com a Júlia Pinheiro com um penteado do além, uma trança à volta da cabeça, não sei se isto é na brincadeira ou se faz parte do décor. 


O Baião faz a festa do costume e é uma animação mas a verdade é que olho e não percebo o que é isto. 


Agora vejo o anúncio da Ágata à procura de bailarinas. Uma cena cómica, verdadeira britcom.


Agora estamos no noticiário da RTP 2 com o Alberto João Jardim a dizer umas lérias datadas e que já não têm a graça de antes.

Hoje sou eu que quero que o meu marido faça zapping e é ele que não quer, diz que é tudo a mesma coisa, que não vale a pena andar a cirandar. De facto, uma indigência. Ele diz que já sente a falta do futebol a toda a hora. Eu sinto falta de programas de qualidade em horário nobre nos canais generalistas.

Bem, vou virar-me para o Youtube.


No outro dia mostrei aqui a alta costura Chanel; hoje viro-me para o pronto-a-vestir.

A colecção foi mostrada num supermercado, uma inovação. Mas foco-me nas celebridades que acompanham o desfile. Fiquei com pena por não ouvir Mario Testino que estava ao lado da Keira, uma verdadeira Coco.

Mas há várias caras bem conhecidas, gente elegante e pouco espalhafatosa como é timbre da moda Chanel.








Para os que acham que sou elitista, armada ao pingarelho, metida a besta, sempre com Chanel, Chanel, Chanel, mostro que estão muito enganados: volta e meia sou até muito Massamá (sítio que não tinha antes nada de mal mas que agora tem más conotações - e tudo por causa do casal Coelho). 

É o caso. Num verdadeiro momento Massamá, no seguimento do desfile de celebridades e modelos Chanel, temos o Nelo e a Idália a falarem de moda e, claro, com picardias envolvendo a sexualidade do garanhão. Uma graça. Pena que a gravação não seja grande coisa mas, enfim, não se pode ter tudo.




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segunda-feira, dezembro 10, 2012

Anna, a mulher adúltera. Keira Knightley, Sophie Marceau, Vivien Leigh, Nicola Pagett: qual a Karenina mais credível?


As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira


Assim escreveu Leo Tolstoi (ou Tolstoy) quando criou Anna Karenina há bem mais de cem anos.

Independentemente do contexto específico em que decorre a história, tão intemporal, tão realista é a situação que o interesse que desperta atravessa o tempo. Várias adaptações ao cinema tiveram já lugar.

A última é a que está em cena com Keira Knightley, Jude Law e Aaron Taylor-Johnson. Ao ver o trailer, admito que talvez Keira seja credível mas, ainda assim, parece conter em si a exuberância ou o excesso de beleza que, à partida, a predisporiam para o adultério.

Anna Karenina, tal como a recordo, é uma mulher bela sim, mas uma mulher casada, feliz e acomodada no seu casamento, talvez com algum tédio, talvez com alguma insatisfação mas nada de mais, nada que não fosse o normal nos casamentos tal como eram aceites naqueles tempos (e ainda hoje).

Anna é uma aristocrata rica, bela, tem tudo. Até que conhece o Conde Vronsky.

A partir daí a vida de Anna muda. Passa a ser a mulher perdidamente apaixonada, a mulher adúltera, a que tudo arrisca, a que, por fim, não consegue suportar o ilícito ou , simplesmente, não consegue viver com tão grande amor.

Tinha vontade de ver esta nova adaptação pois os pormenores da história desapareceram da minha memória e talvez nem seja bem como sumariamente a acabo de descrever. Mas não vou: a figura escolhida para o Conde Vronsky não me parece minimamente credível. Não consigo imaginar ali um temperamental, impetuoso apaixonado, capaz de levar Anna a desistir de tudo, até de viver. E Jude Law, o marido, caracterizado da maneira como ali o vejo, parece-me um desperdício injustificável.





Antes tinha havido uma outra adptação, dessa vez com Sophie Marceau e Sean Bean. Mas, aqui, também Sean Bean não me pareceu ter aquele toque que faz uma mulher desligar-se da racionalidade e entregar-se, perdidamente, à paixão.





Parece que houve uma outra adaptação com Vivien leigh mas nunca a vi. 

Na minha cabeça, quando penso em Anna Karenina é em Nicola Pagett que penso, um misto de inocência, de irreverência, de impaciência à beira da loucura, e um fogo desmedido. 




Quando penso no Conde de Vronsky é em Stuart Wilson que penso. Leviano, apaixonado, terno, belo, sedutor.




Trata-se da mini-série da BBC. Acho que nunca, como naquela altura, o casting foi tão credível. Não encontrei o trailer mas encontrei uma das cenas decisivas.





Anna Karenina, a mulher adúltera, uma das personagens mais credíveis, mais pungentes, mais duradouras  da literatura.

*

Antes de me despedir, não quero deixar de vos convidar a visitarem o meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Hoje as minhas palavras perdem-se na névoa, perto de um poema de Vasco Graça Moura. Na escolha de música, houve mudança de tercio. Hoje abro a semana que vou dedicar a Ernesto Lecuona. E é o calor cubano que vai começar a aparecer.

*

E é isto. Tenham, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira.


quinta-feira, novembro 15, 2012

O processo de escrita, a criatividade, a disciplina, a solidão - a palavra ao escritor Ian McEwan. (E, já agora, Expiação - filme baseado numa obra sua)



Ian McEwan, escritor, inglês, nascido em 1948


Há uma passagem no livro Sábado que mostra o protagonista a trabalhar num estado a que os psicólogos chamariam ‘em fluxo’. Como consegue isso no seu trabalho?

Acontece apenas ocasionalmente e é acidental. Todas as barreiras caem, fico fora de mim próprio, preso no momento, e todo o sentido de tempo, até de emoção, desaparece. Geralmente tem a ver com o confrontar-me com alguma coisa de difícil, com a resolução de problemas. Fora outras situações mais óbvias, como o sexo ou fazer ski, penso que esta é uma das mais potentes formas de satisfação. Não tem a ver com o sentimento de posse ou de ser rico ou bem sucedido. Tem a ver com conseguir-se ser-se totalmente absorvido por qualquer coisa que nos interessa e nos desafia.

Como é o que o seu processo de escrita se inicia?

Tenho um grande caderno em cima da minha secretária no qual rabisco. A minha noção de começar uma novela tem a ver com sentir que há qualquer coisa a arreliar-me, ou várias coisas ao mesmo tempo.
(...)
Precisamos de silêncio e daquela divagação mental da qual as coisas nascem. Os caracteres vêm na nossa direcção como através de uma névoa. Algumas frases têm que ser desembrulhadas. Às vezes escrevo um parágrafo de abertura que sei que nunca completarei, mas saber isso liberta-me. Por isso eu engano-me a mim mesmo escrevendo mais. Nunca sinto que estou a escolher um assunto. Simplesmente tenho estas coisas na parte de trás da minha mente para as quais tenho que olhar e então, subitamente, atiro-me a isso: como que andando à deriva, fui dar com um trabalho que me vai levar dois ou três anos. Fico sempre encantado com isso.

Li, no entanto, que você é bastante disciplinado e preciso enquanto progride no trabalho.

Uma vez metido ao caminho, um dia bom é um dia se se situar entre 700 e 1.000 palavras. Acho que é importante na criatividade perceber o valor da hesitação, para não estar à pressa, para poder voltar atrás e fazer uma pausa – não porque esteja bloqueado, não porque não saiba o que fazer, mas apenas para deixar que as coisas se enriqueçam por si. Os momentos em que me afasto do que estou a fazer são frequentemente os momentos em que penso que sei exactamente o que fazer, mas não confio completamente nisso. Por isso, antes de me atirar de cabeça, eu resisto. Depois volto atrás.(...)

Disse que gosta de solidão.

Não preciso disso massivamente; apenas preciso durante o dia. Christopher Hitchens disse-me uma vez que a felicidade é escrever todo o dia sabendo que, ao fim do dia, se vai estar na companhia de um amigo. Eu penso isso. Se, das nove da manhã até às sete da tarde, o dia estiver inteiramente por minha conta, e a seguir for tomar um duche e, a seguir, for ter uma conversa estimulante acompanhada por comida e um bom vinho, estarei a cavalgar uma das maravilhosas ondas da civilização.

Como é que sabe que um livro está acabado?

Às vezes entrego-o ao meu editor e digo ‘Este é o penúltimo rascunho. Se tiveres algumas anotações, envia-mas’. E também o mostro à minha mulher e talvez a um ou dois amigos e depois ouço o que eles tiverem a dizer. Uma boa nota para edição é aquela que eu reconheço instantaneamente como correcta, como se fosse algo em que eu tinha pensado desde o início. Se alguém me diz alguma coisa que requer que eu agonize em volta disso, no fim acabo por perceber que devia deixar como estava.

...


A sua vida dava um filme, já para não dizer vários livros
(a começar pela descoberta, há 10 anos atrás,
de que tinha um meio irmão que desconhecia,
um irmão dado para adopção durante a Segunda Grande Guerra)


'Ian McEwan diz que se tornou escritor sendo um leitor. Os seus pais, que deixaram ambos a escola aos 14 anos, insistiam em visitas familiares todas as semanas à livraria enquanto ele foi criança e enviaram-no para um internato, onde ele descobriu Iris Murdoch e Graham Green.'

*

A entrevista é de Alison Beard e está publicada na Harvard Business Review de Novembro, revista esta que, já agora, para a informação ser mais completa, tem como tema de capa ‘Change faster – How to build adaptive genius in your organization', por John P. Kotter.

A tradução da entrevista é minha e devo confessar que, desta vez, não me foi nada fácil: palavras pouco óbvias, de difícil tradução mantendo a integridade do raciocínio. Por isso, se algumas coisas não vos soarem muito bem, saibam que a mim também não.


(PS: Uma entrevista a um escritor numa revista de Gestão...?! Mas então os gestores não se interessam apenas por números...? - interrogar-se-ão, certamente, alguns fundamentalistas das letras)

*

Como gosto de ouvir os escritores de viva voz, fui à procura e encontrei várias entrevistas. Esta aborda, sensivelmente, o mesmo assunto mas dá gosto ouvi-lo, tem um sorriso muito agradável e tem charme e, sobretudo, tem aquele sotaque so british, so sexy.




*

Para quem não conhece os seus livros - e agora em Setembro saíu um, o Mel de que aqui vos mostrei a capa e um cheirinho no outro dia - deixo-vos o trailer de um filme muito bom, o Atonement, traduzido em Portugal para Expiação.

Gosto muito da escrita de Ian McEwan (se é que isso interessa a alguém).




*

Este já é o meu segundo post publicado agora, aqui no UJM. Mais abaixo poderão ler um 'escrito' sobre a Greve Geral, sobre a violência, sobre Passos Coelho (o putativo homem Sicasal) e, ainda, sobre o fantástico PR Cavaco Silva que, de vez em quando aparece, aparentemente, com o único intuito de nos confundir. Deslizem um pouco mais que já o encontram.

*

Vou ainda evidenciar um pouco mais do meu grande descaramento, convidando-vos a virem comigo até ali ao Ginjal e Lisboa, a love affair, o meu outro blogue. Hoje a conversa é de gataria e as minhas palavras deslizam felinamente em volta de um belo poema de Vasco Graça Moura. A música continua a ser de Rameau e escolhi uma peça pouco comum.

*

E, com isto, já é quinta feira. Anda a passar tão depressa, o tempo, não anda?

Um dia muito bem passado é o que vos desejo. E divirtam-se, está bem?

sábado, dezembro 10, 2011

O amor segundo Tony Judt e Rilke. Pablo Neruda, que cantou o amor como poucos e Andy Garcia que lê (o poema 20) e Keira Knightly que interpreta. Joaquín Cortés vibra em Suaran Flamenco e, porque as cores assim o sugeriram, talvez o meu arquitecto preferido, Luís Barragán. E mais.


Das memórias de  Tony Judt que estou a ler, O Chalet da Memória', retiro este pequeno excerto em que ele diz que 'o amor é aquele estado em que somos nós próprios com mais satisfação'. A seguir refere Rilke: 'o amor consiste em deixar aos amados espaço para que sejam eles próprios, ao mesmo tempo que se lhes dá a segurança no seio da qual esse eu possa florescer'.

Nem mais.

E agora espaço para os poetas, actores, bailarinos, arquitectos - aqueles que, com a sua arte, nos proporcionam uma vida mais feliz. Enjoy, my dear friends.











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(Quase Rothko, em azul e nuvens, ou eu voando over the mountains.)


Secretamente
espreitamos-nos
como caminhos
à beira
de atraentes abismos.


(excerto do poema Secretamente de Virginia Schall)


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E tenham, meus Caros, um belo sábado.


(PS: E a cimeira? - perguntarão vocês... Pois: mais do mesmo. Pouco, coisinha pouca. Estamos mal entregues e não se vê escapatória. Agora talvez só quando o papagaio da popota perder as eleições, quando a própria popota também as perder. Até lá, vai ser isto, andando no fio da navalha, um sufoco permanente. Estão a ver porque não quis falar nisto...? É que já chateia.

Não fiquem agora, no fim, com esta sensação desagradável; por favor, voltem ao princípio que a voz do Andy Garcia ajudá-los-á a ficar bem dispostos de novo. If you please.)