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quinta-feira, janeiro 30, 2014

No reino do faz-de-conta governado por palermas fala-se uma estúpida novilíngua: por exemplo a saída quer-se 'limpa' e a lei dos despedimentos deve ainda ser 'densificada'. E têm que ser os próprios do PSD a denunciar a falta de seriedade desta gente, nomeadamente Rui Rio e Manuela Ferreira Leite. Oposição do lado do PS? Viste-a...



Hoje à hora de almoço ouvi Rui Rio referir-se, com ironia, a mais uma das metáforas de que Hélia Correia no outro dia falava: a saída limpa do programa da troika.


Dizia ele que isto é mais uma das habilidades a que já nos vamos habituando para que as pessoas adiram de imediato, sem cuidar de saber de que se trata. Sendo a coisa limpa as pessoas vão imediatamente aderir pois o oposto de limpo é sujo e quem é que vai querer defender uma coisa suja?

Concordo.

Começa a ser difícil a gente manter a cabeça limpa no meio de um ambiente cada vez mais conspurcado, em que o sentido das palavras é adulterado, em que se criam fantasias infantis à volta de assuntos sérios.

Dizia Rui Rio que sair directamente para os mercados sem rede (leia-se: ir pedir dinheiro emprestado sem alguém a afiançar) é um risco enorme e estúpido. Diz ele que obviamente um sistema qualquer que sirva de rede (chame-se programa cautelar ou programa prudente) é essencial uma vez que só o facto de se saber que o há, já os 'mercados' que emprestam o dinheiro têm a garantia que o vão reaver e, portanto, baixando o risco, os juros serão inferiores. Diz ele que esta parvoíce do Governo e partidos que o apoiam andarem a apregoar que vão fazer uma saída limpa já anda a deixar as agências de rating em alerta. Diz ele que os riscos de se andar nesta leviandade são tremendos para o País. Diz ele que é do PSD.

Neste momento em que escrevo está Manuela Ferreira Leite, que também é do PSD, a falar nisto na TVI 24: diz ela que só por eleitoralismo, para fazer flores, por irresponsabilidade se pode agora andar a apregoar uma saída limpa depois de se andar a falar compulsivamente de austeridade e ao mesmo tempo que se continua ainda a exigir sacrifícios de toda a espécie porque ainda não estamos bem. 


Pois. A questão é que estes governantes da treta não são gente séria, nem são capazes de ter uma conversa adulta e informada. Presumo que os que manobram, sabendo do que a casa gasta, lhes explicam as coisas como se estivessem a falar com crianças de 3 anos. E eles repetem isso como se fosse uma conversa normal. Ou então juntam-se a inventar palavras de forma a que as pessoas até se sintam mal se não alinharem com eles.

Outra que ouvi hoje da boca daquele ministro que já me parece sinistro, tamanhas as enormidades que diz sempre com um sorrisinho hipócrita no canto da boca, o Marques Guedes. 


Agora apareceram com um menu de razões para poderem despedir os trabalhadores mas, acrescenta ele, que agora vão receber mais contributos para densificar o cardápio. 


Densificar. O que é isso? Opacizar? Tornar opaco? Incompreensível, uma teia? 


Qualquer governo decente quereria tornar as leis transparentes, em especial num assunto tão sensível como o dos despedimentos. 

Estes não, estes querem densificar.


Uma cambada. Palavra. Uma cambada. 

Já custa a aguentar gente tão pouco transparente, tão pouco séria, que parece desconhecer o que é a honestidade intelectual, uns infantilóides que julgam que toda a gente é tão imbecil como eles. 

Caraças.

E caraças para o Totózero que não dança nem sai da pista. Porque é que o PS, perante tudo isto, não dá um murro valente na mesa?

(Do BE nem falo, nem se dá por ele. E o PC parece que também anda a dormir na forma. O que é que deu nesta gente, senhores? Será que o Cavaco ou alguém por ele anda a anestesiar toda a gente da oposição?)


sábado, janeiro 04, 2014

Red alert! Red Alert! O Um Jeito Manso está a ser atacado! Serão ministros, será gente? Gente não é certamente e os ministros não falam assim. É talvez algum secretário de estado mas há pouco, poucochinho, nem um cavaco mexia na quieta companhia do liberato e da maria... Alô, alô! Não há por aí nenhuma Assunção Esteves que venha aqui ajudar-me a pôr o Bruno Maçães e o Marques Guedes na ordem que eu estou a inconseguir e o meu nível frustacional está elevado e o meu soft power está a ficar marado...?


Já não foi de ontem, já vinha de antes de ontem: eles andem aí.

Se não é chuva, nem é gente, nem ministros nem secretários de estado, será o quê? 

Clones? Drones

Bonecos insuflados com nomes de membros do Governo do putativo discípulo do La Féria?

Enviados do saudoso Relvas? 

Emissários da Poia Madura? 

Amigos do Lombinha? 

Gente do SIS? Who? What?

Quem? Quem, senhores?

Assinam como Bruno Maçães e Marques Guedes mas parecem-me ilustrados demais para o serem. 

Se fosse o verdadeiro Marques Guedes falaria uma novilíngua recalibrada, temporária, um invólucro invisível a embrulhar um conjunto vazio.

Aparecer-me-ia de mansinho, sem dizer coisinha nenhuma, um ar leve, levemente blasé - e não assim como me apareceu o seu homónimo, chispando Fs, com pensamentos concretos e palavras (quase) claras.

Por isso, o outro Marques Guedes este não é.

Então quem é, quem é?

Por outro lado, o outro, se fosse o Maçães, é mais que certo que me apareceria feito espertinho, todo valentão, todo prosa, de bicos de pés para eu o tomar por alemão, todo de peito feito para eu o tomar por machão.

Talvez até me aparecesse de arma na mão para eu ver logo que é devoto de Sta Pallin, essa erudita mãe de família.

Mas não - e, por isso, o outro Maçães este Maçães também não é.

Mas então, senhores, quem é? Quem é que por aqui, pelo Um Jeito Manso, anda a rondar?

Alguém aí me pode ajudar?

Pelo Totozé eu já nem chamo que dali só vêm olhinhos pios e descaídos, todo uma tristezinha de dar dó.

Pelo Cavaco não vale nem a pena que aquele quer é sopas e descanso, mantinha nos joelhos, a Maria a fazer-lhe um cafuné, o Liberato a fazer-lhe cócegas atrás da orelha para o manter de pé. 

Só se for a reformadinha de luxo, a Degeneres da AR, mas essa anda numa fona a ver se bate os amiguinhos de S. Bento a jardinar a língua portuguesa. 

Consta que querem entrar para o Guiness como a malta de órgãos do poder que inventa mais palavrinhas parvas em todas as repúblicas das bananas. 

Dá gosto ouvi-la a expor as suas recalibradas questões metafísicas: toda ela 'soft power', 'mística de direitos', 'religião civil da dignidade humana', 'castrada em termos pessoais' (ai!, que esta até a mim, que os não tenho, me dói; fará a ela...), 'não conseguimento perverso', 'inconseguimento', 'nível social frustacional derivado da crise' e eu sei lá que mais.  Ó mulherzinha inteligente, benza-a Deus.


Mas, com tanta criatividade aos saltos, tem lá ela cabeça para me vir ajudar...

Mas, sei lá, às vezes há milagres. 

Por isso, estando o Um Jeito Manso em red alert, a ver se me aparece alguém para pôr ordem nesta maltinha que por aqui anda a rondar, não vão eles fazer alguns estragos, roubar-me a carteira, limpar-me o frigorífico, sei lá.

Aguardo.


***

Sobre as fotografias

O Dema de Ferro e a Reformadinha provêm do blogue We Have Kaos in the Garden

O Bruno Maçães (o legítimo) provém daqui.