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terça-feira, janeiro 14, 2020

Astrologia e ciência. Uma vela que diz que cheira à vagina dela. Um robot vivo feito a partir de células de sapo. E os camelos que bebem água que faz falta às pessoas e que, por isso, já eram.

Hei-nos chegados ao admirável mundo novo.





Alguém fez um estudo usando as Big Data desta vida para estabelecerem correlações entre o que diziam os astros e os desenvolvimentos científicos. Gostei de ler. Há mil anos, nos tempos em que ninguém fazia ideia de que viria a haver dados a potes, já eu andava à volta de algoritmos e de correlações e a ler livros que analisavam as previsões baseadas em astrologias com estatísticas e probabilidades. 

E mais. Só para se ver o desaparafusamento aqui da je: andava eu enredada em modelos que me punham a cabeça em água, tantos os milhares de restrições e condições que se empecilhavam umas nas outras, fui uma vez à Buchholz para espairecer, como tantas vezes ia, e dei lá com uma coisa sobre construção de cartas astrais através de uma aplicação. E o livro trazia uma disquete. Coisas que hoje parecem do além. Aos jovens que nasceram nos tempos modernos talvez isto das disquetes soe e pré-história. Mas sou pré-histórica mesmo. Até cassetes eu tinha gravadas para ouvir música no carro. Tudo coisas assim, palpáveis. Portanto, em casa tinha um computadorzão, com um monitor maior que sei lá o quê, e enfiava lá a disquete. E punha-me a registar data e hora de nascimento, local, e mais não sei o quê. E aquilo dava o retrato da pessoa. E parece que batia sempre cedo. E já não me lembro como mas aquilo também dava para fazer previsões. Mas, às tantas, eu já nem lia os resultados, já dizia por mim. Aquilo dava-me pica. Não sei explicar porquê mas dava. E, portanto, andava por um lado a construir modelos que reproduziam a realidade com um rigor que eu aferia até à quinta casa, modelos que detectavam tendências e calculavam ocorrências futuras, a apresentar as minhas conclusões a gente incrédula, e, em casa, a fazer cartas astrais que, se necessário fosse, como se fosse uma brincadeira, apresentava depois às mesmas incrédulas pessoas. E tudo isto aconteceu mesmo. Parece que foi numa outra encarnação, num outro tempo. Mas era eu que ali estava, disso não tenho dúvida.

E isto era para dizer qualquer coisa que, entretanto, se me varreu.

Só sei é que hoje, entre um dia e outro, aqui chegada, à noite, fui espreitar as notícias e ou é que estou vesga ou está tudo maluco. Ah, já sei o que ia dizer. É que fui em demanda dos astros: é refúgio que conforta. A gente afogada no presente e vem um horóscopo gentil e leva a gente para o futuro. Mas isto é karma, sempre notícia de novos projectos, de trabalhos que se abrem deixando para trás obstáculos de longa data. Até tremo porque até pode ser. Estou entre reuniões e temas que fazem abalar os meus alicerces e eu nem quero pensar no que pode aí vir. Mas se o que os astros têm para me oferecer é projectos e trabalhos do caraças então batatas. Quero outra coisa, rêverie, poesia, coisinha boa. 

O pior é que, na minha demanda, só me aparece pepino, abacaxi, macacada.

Por exemplo: a  Gwyneth Paltrow está a vender uma vela perfumada.

Até aí tudo bem. Se lhe deu para vender cenas é lá com ela. Mas a que é que ela diz que a vela cheira? Se o nome da vela é literal então cheira à senaita dela (agora que aprendi o neologismo, não vou largar). This Smells Like My Vagina - é o nome da vela. Esgotou. Como a malta não tem oportunidade para chegar o nariz à boca do corpo da Gwyneth, então vá de ir a correr comprar a vela. Na literatura que acompanha o produto lê-se que a dita cuja cheira a gerânio, bergamota, cedro e rosa damasco. E só não fico a pensar que deve ser assim que cheiram as perseguidas -- outro bom nome -- das nossas senhoras ou das divas de hollywood porque me palpita que é jogada de marketing. Ademais parece que esta loura anda armada em médica ou paramédica ou paradoida e dali só sai mezinha maluca. Já em tempo tinha vindo com banhos de vapor, coisa capaz de depenar qualquer passarinha, mas agora veio com ovos vaginais de jade. Segundo ela são para ser usados todo o santo dia, apertadinhos, coisa para muscular os interiores da coisa. De tal maneira a recomendação deu brado que foi multada e desmentida pelos médicos que aconselharam as mulheres com dois dedos de testa a não irem na conversa de gente maluca. Agora uma coisa é certa, a vagina da Paltrow inspira-a e é uma fonte de rentabilidade.

E li ainda outra do além: cientistas fizeram um robot vivo a partir de células estaminais de sapo. Li não. Aflorei. Aflorei e fugi a sete pés. Não quero saber. Pode até vir a ser uma grande coisa. Mas os riscos são tantos de que a coisa derrape para o lado cretino da existência que mais valia que estivessem quietos. Qualquer dia esta bicheza inteligente, carregada de inteligência artificial, tem mais poder do que nós, humanos marretas que para aqui andamos.

Agora que os oceanos estão a dar mostras de estar a aquecer mais rapidamente que o previsto e que o aquecimento já está a fazer o que se sabe, os humanos já nem sabem que fazer com animais que se reproduzem mais do que a falta que fazem e que bebem água que é tão preciosa e, vai daí, vão matá-los. Li: 10.000 camelos vão ser mortos. Estorvam. E eu penso: chegará o dia em que os robots, feitos de célula de sapo ou de barata e possuídos por algoritmos, vão matar humanos aos magotes. Os humanos também se reproduzem, também bebem água. Melhor dito: também nos reproduzimos, também bebemos água. Daninhos, raça magana. Bons para abater.

Virei-me para os blogs do lado e sai-me outra. Um comunicado do Livre que é de uma pessoa se atirar para debaixo da mesa. Conta o Linguagista que a desgraça bateu no fundo. Grau zero. Uma moção apresentada por cinco intrépidos militantes reza assim:
Hei-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo LIVRE parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser [sic] a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política.
Um desgosto ler uma anormalidade destas. O Livre vai acabar não tarda. Coitado do Rui Tavares, acho que não merecia uma palhaçada destas.

Enfim. Só, só desgraças. Mas desgraças pífias, coisas parvas, abaixo de macacadas. E não me refiro ao fim do Livre que isso, apesar de tudo, é para o lado que durmo melhor, mas à ignorância crescente da malta. Na volta a coisa resolvia-se era com um implante de células de macaco na cabeça deles, daqueles cinco. E dos outros todos também. E por todos quero dizer a humanidade. Contudo, acho que menos de mim que não preciso: já cá tenho os genes todos, obrigada. Dependo de bonobo com muita honra. E, sobretudo, com muito prazer.


Preferia notícias simples e só me sai disto. Vou mas é deslargar-me de ler o que não devo e procurar artigos sobre decoração, culinária, jardinagem. Não há pachorra. Na volta está é na hora de me entregar à escrita de um novo folhetim. Desta vez um erótico. Hot, hot. A fumegar de bom.

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Fiz as fotografias no domingo, enquanto passeava por Lisboa e observava as suas belas montras -- ao Príncipe Real, Chiado, Camões -- e as flores da florista da Garrett. Lá em cima, Kate Woolf interpreta Poet's Heart sobre fotografias de Henri Cartier-Bresson.

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Desejo-vos um belo dia.

quinta-feira, agosto 09, 2018

Quando a street art é levada demasiado a sério




Bem. Rodrigo Pratas à parte, bombeiros, ignições, postos de comando e água versus gel para atacar as chamas também à parte, numa das rápidas fugas pelos canais de televisão na ânsia de descobrir sítio onde se pudesse respirar, fomos parar a Bragança e às suas grandes obras de arte de rua. Um senhor, com legítimo orgulho, falava da transformação da cidade, dos artistas, do turismo que aquilo puxava. 


Gostei. E percebi que estou a ficar velha, velha como as velhas são. Se calhar não é por ter mentalidade de velha -- que acredito que não tenho (mas juízos em causa própria não são muito credíveis) -- mas por já ter vivido muitos anos. É que, agora, ao escrever isto, tive vontade de dizer: ainda a arte de rua era coisa de delinquente ou vandalizador de paredes, e já eu andava à cata delas, fotografando, elogiando. Já nem sei quantos anos tem que escrevi para a presidência da autarquia propondo que abrisse a cidade aos artistas, disponibilizando paredes, muros e jardins e praças e largos para colocar esculturas, painéis de azulejos, explicando que enriqueceria a cidade, a animaria com um espírito de modernidade, que atrairía o turismo cultural. Recebi de volta uma carta de circunstância, cortês e oca.
Um filho da mãe que eu tinha por meu amigo e que mais não é do que o sabujo-mor que eu já sabia que ele era dizia-me, como se me avisasse: ter razão antes de tempo é tão mau como não ter razão., ou pior. Isso atrofiava-me, fazia-me ter pena de ter razão antes de tempo porque, na verdade, quando se pensa aquilo em que ninguém acredita, a gente sente-se triste, isolada na sua consciência.
Mas não faz mal. Mais vale pensarmos que ainda bem que aquilo em que acreditamos acaba por merecer reconhecimento.

E, no mesmo dia em que vi as paredes de Bragança transformadas numa galeria a céu aberto, vi esta outra, não por cá mas também não sei onde. Só que esta não correu bem. Talvez muito realista, talvez muito propícia ao desastre. Um túnel muito convidativo com um papa-léguas mesmo ali à espreita para atravessar. Claro que os carros que levaram a obra muito a sério se espetaram contra a parede, constatando tarde demais que a obra era de arte e não de engenharia civil (embora, em engenharia civil, se chamem 'obras de arte' a coisas como pontes e túneis). E foi de tal maneira que obrigaram a tapar a obra de arte com tinta, pintando o muro todo por igual. Acontece.


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E a música lá em cima não tem nada a ver com nada mas soa-me bem e gosto do vídeo.

Recomendo que criem um abaixo-assinado para acabar com o jornalismo feito por criaturas como o tal Rodrigo Pratas de que falo abaixo. 

Eu, entretanto, vou dar uma vista de olhos ao livrinho que comprei hoje e que me palpita que deve ser a meu gosto. A encadernação é. Mas o conteúdo não lhe deve ficar atrás: Ver é um todo, entrevistas e conversas 1951-1988, Henri Cartier-Bresson

sexta-feira, março 09, 2018

Algumas mulheres:
ladras, doridas, muito bonitas, sem maquilhagem, com mais de 100 anos, diseurs de poesia e capazes de tudo por amor


Tenho conhecido tantas mulheres, tantas com vidas complexas, que poderia ter um blog só a falar delas.

Estou a lembrar-me de uma que conheci de perto, durante anos e anos. Trabalhava na mesma empresa que eu. Era exemplar, a Luisinha. Nunca nada ali falhava. Não protestava com nada. Sempre com um sorriso nos lábios, despachava trabalho a um ritmo impressionante, como uma máquina. Lembro-me de uma vez ter dito ela ao meu colega, chefe dela: 'É uma máquina, ela'. Ele sorriu e disse: 'Um avião'. Tinha um rosto engraçado, usava o cabelo muito curto, pintado de louro platinado. Não sendo uma miúda, longe disso (um dia soube que tinha um filho já na universidade o que me deixou perplexa), era  alta e esguia e de tal forma que, com o maior dos à-vontades, vestia mini-saias ou jeans justíssimos, tops transparentes e decotados. Numa outra qualquer o que ela vestia torná-la-ia escandalosa. Mas nela aquilo não gerava escândalo. Mas gerava espanto. No entanto, por algum motivo que nunca percebi muito bem, não era sexy. Acho que lhe faltava aquela malícia e apelo de sedução que torna as mulheres atraentes. 

Um dia, pouco tempo de eu ter mudado de empresa, encontrei um ex-colega que me pôs ao corrente das novidades: a Luisinha tinha sido despedida. Fiquei sem conseguir acreditar. Ele disse-me que toda a gente reagiu assim: ninguém conseguia acreditar. Explicou-me. Tinha desviado bastante dinheiro. Eu estava atónita. Nunca, na vida, poderia imaginar tal coisa. Era uma pessoa do mais sério possível. Numa empresa sujeita a sistemáticas auditorias, nunca nada ali se afastou um milímetro dos procedimentos estipulados. Contou-me ele. 'Coitada. Tinha o marido desempregado. Queria que não faltasse nada em casa, sobretudo ao filho que ela queria que vivesse uma vida confortável'. 

Até hoje não me esqueci disto. Anos a ser uma profissional séria e exemplar e acabar assim, despedida por roubo. Imagino o vexame pelo qual passou. E imagino o sofrimento dela a querer manter o nível de vida anterior, com o marido desempregado. Situações impensáveis.

Também me lembro da mulher que um dia, no jardinzinho onde eu estacionava o carro ao fim do dia, veio ter comigo e, do nada, me disse que lhe tinha morrido o filho com quem vivia e que não conseguia ir para casa. Eu conhecia de vista o filho. Andava às vezes a passear com a mãe. Teria ele uns trinta e muitos ou quarenta e tinha um ar um bocado estranho. O meu marido dizia que ele devia ser drogado. Não sei se era. Trazia geralmente uma boa máquina fotográfica e por ali andava a fazer fotografias na companhia da mãe. Perguntei-lhe se ele estava doente. Ela disse-me que sim, que estava no hospital mas que ela não tinha percebido que fosse grave e que nunca lhe tinha passado pela cabeça que ele pudesse morrer. Chorava, com a voz presa. A amargura dela era contagiosa. Disse-me que ia todos os dias ao cemitério e que andava pela rua porque não conseguia ir para casa. Já passaram alguns anos. Via-a todos os dias. Depois daquele período em que a via sentada, de luto, ausente, aos poucos foi parecendo retomar a normalidade. Depois deixei de vê-la. Há muito tempo que não a vejo. 

Enfim. Não vou continuar no tema. São tantas as mulheres que tenho conhecido que tenho dificuldade em encontrar um fio condutor para escolher uma ou outra para aqui as juntar.

Muitas não são perfeitas. Aliás, quase nenhumas são perfeitas. Mulheres de verdade não são perfeitas. Mas cada uma tem a sua história e todas as histórias de vida são especiais.

Está a acabar o dia 8, o dia da Mulher e dia que cada um comemora como quer. Há pouco, ao fazer uma caminhado nocturna fui surpreendida com magotes e magotes de mulheres, todas numa animação festiva, a entrarem para um restaurante. Penso que se sentiriam esfusiantemente livres. Mas, para estarem naquela animação, se calhar é porque nos outros dias não se sentem livres.

À hora de almoço, num centro comercial, vi uma longa e ruidosa fila de mulheres que, desde o corredor, entrava para uma loja. Vi pelo cartaz que estavam a oferecer uma loção corporal. 

Na caixa do correio tinha um mail que me enterneceu, com bouquets de violetas. E tinha um outro, transcrevendo um artigo do The Guardian, falando de Hedy Lamarr. Ontem tinha recebido um outro com um vídeo sobre a Ethel Kennedy, dizendo: A Ethel tinha a dose de loucura certa e uma forma de estar.... Isto para lhe dizer que, por vezes, ao ver videos deles comparo a Ethel consigo.

E eu, escrevendo isto, penso nas histórias de algumas Leitoras, tantas vezes tão tocantes, que tenho sabido por elas. Gostava de também aqui poder contar as vidas difíceis, insuportáveis, de algumas delas. Ou vidas intensas, quase demasiado intensas. Obviamente não conto. Do que sei guardo absoluto segredo. A menos que alguma me autorize, jamais divulgarei uma palavra que seja. Mas, no silêncio do segredo que guardo, penso muito em tudo o que vou conhecendo.

A vida das mulheres é tão multifacetada, tão cheia de zonas de sombra e de segredos, tão cheia de inesperados momentos, tão cheia de sonho, de saudades, de incertezas, de angústias...

Se as mulheres de todo o mundo dessem as mãos pintariam o mundo com a magia que transportam nos seus corações, envolveriam o mundo com o amor que transborda das suas mãos, iluminariam o mundo com a luz que brilha no seu olhar. Amparar-se-iam, cantariam, fariam crescer flores e frutos da terra árida, caminhariam sobre os rios, voariam sobre as montanhas.


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Alguns vídeos ao acaso

Sobre mulheres ditas sobreviventes (e outras)



Mulheres sem maquilhagem


Como sentir-se bela, segundo mulheres com mais de 100 anos


A mulher que dizia poemas


E tu? o que farias tu por amor?


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Vivam as mulheres.

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Com excepção da fotografia da Charlize Theron, as restantes são da autoria de Henri Cartier-Bresson

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segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Street Photo & Co. - O meu novo blogue de Fotografia de Rua

Comecei um novo blogue: Street Photo & Co. com subtítulo 'Um jeito manso de olhar'.

Todos os que me costumam ler já sabem como adoro fotografar. Percebo muito bem a expressão 'a vida através da lente'.

Mas, se gosto de fotografar o Tejo, Lisboa, o Ginjal, as gaivotas, os barcos, as árvores, os azulejos, as coisas da casa, etc, etc, mais ainda gosto de fotografar pessoas, pessoas na rua.

Tento não as apanhar de frente para que não se aborreçam comigo, receio sempre que me venham pedir explicações (ando há séculos a ser aconselhada a saber o que direi no dia em que alguém se zangue). Na brincadeira, os que sabem deste meu gosto, chama-me voyeur. Mas não é voyeurismo, é mais um registo pro-memória. Mas perceberei se alguém, um dia, se indignar ao ver-me, uma desconhecida, de máquina apontada.

Contudo, não consigo deixar de as 'apanhar' sempre que me parecem bonitas, ou feias, ou bem vestidas, ou mal vestidas, ou em gestos de cumplicidade, ou zangadas, ou apressadas, ou descansadas à janela ou num banco de jardim, ou carinhosas com crianças, ou pessoas de idade, sozinhas ou em grupo... enfim, estão a ver, toda a gente. É que não é apenas o carinho que as pessoas me despertam e que me faz querer captar o momento... é também o desafio de conseguir apanhar um momento que dura fracções de segundo e fazê-lo sem que o alvo se dê conta. Uma adrenalina.

Tenho muitas fotografias de pessoas, de situações, muitas, muitas.

E só há pouco me dei conta que este é um género de fotografia, o Street Phography, de que há livros, sites, cursos. Ignorância estúpida esta minha. Henri Cartier-Bresson claro que é um mestre neste género.

Fotografia de Henri Cartier-Bresson, 1961

A americana Vivian Maier, desaparecida em 2009, foi outra fotógrafa de rua, deixando-nos cerca de 100.000 fotografias que estão aos poucos a ser divulgadas.

Fotografia de Vivian Maier

Claro que não estou a comparar-me com os melhores. Mas sinto-me 'desculpada'. São registos que ficam como retratos de época, ajudam a perceber l'air du temps.

E, assim, com a vontade que estava de poder divulgar as minhas fotografias - e achando que nem sempre teriam cabimento aqui, onde gosto de escrever sobre o que calha e nem sempre faz sentido colocar fotografias deste género,  nem no Ginjal e Lisboa, a love affair que é um blogue dedicado a divulgar o Ginjal e a poesia e a música em língua portuguesa , muito menos no Historinhas da Tá - resolvi que era coisa que tinha boa solução e, assim, nasce mais um blogue, o Street Photo & Co.

1ª fotografia: Crianças, pássaro em voo - Va', pensiero, sull'ale dorate
Futuro e paz na fotografia do 1º dia.

Convido-vos a visitar-me neste novo espaço: terei todo o gosto em ter-vos por lá.