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quinta-feira, janeiro 13, 2022

As preferências da UJM
(Enfim, algumas)

 

Livro: Stoner e mais uma porção deles

Programa de televisão: Master Chef Australia

Música: já disse vezes de mais, não me apetece repetir

Uma cantora e uma canção entre tantas: Melody Gardot a interpretar La vie en rose

Flor: todas

Político de todos os tempos: sei lá

Político com o penteado mais original: Boris Johnson

Pior político português vivo: por ordem decrescente de relevância - Cavaco, Passos Coelho, Relvas

Prato: pescada de anzol cozida, com batatas, feijão verde, cenoura, ovo, tudo temperado com azeite e sumo de limão

Sopa: de tomate

Bolo: torta de Azeitão; doces de ovos de Aveiro; fofos de Belas; pão-de-ló de Alfazeirão; dom rodrigo de Lagos; paistéis de Belém; etc

Pessoa que aparece na televisão portuguesa com uma carinha mais laroca: Miguel Monjardino, aka, Mr. Big Eyes

Melhor imitação: Herman José a imitar o Nuno Azinheira na Passadeira (aka Arrastadeira) Vermelha

Azeiteiro/a mais azeiteiro/a: Cristina Ferreira

Entrevistadora com a maneira mais enervante de fazer perguntas: Fátima Campos Ferreira

Pessoa mais bizarra a apresentar um programa de televisão: José Navarro de Andrade

Supermercado preferido: Lidl

Ténis preferidos: Skechers

Blogger mais absolutamente critativo/a: Gina Geia

Blogger com quem quase sempre concordo e que escreve como eu gostava de escrever: Valupi

Blogger mais encantadoramente romântico: Xilre

Blogger mais esdrúxulo, bissexto e desconcertante: O anão gigante

Blogger mais inclemente, mais castigador: Plúvio

Cidade mais linda do mundo: Lisboa

Lugar de onde se tem a melhor vista de Lisboa: Ginjal

Lugar do mundo onde a vida é mais pura e onde eu sou mais eu: heaven

Amiguinho mais recente e mais fofo: o ursinho felpudo, aka a big fera

Cidade não portuguesa onde deve ser bom viver: San Sebastien, aka Donostia

Livraria bem organizada, elegante e boa pinta, bem situada, com bons livros: Livraria da Travessa

Livraria mais livraria, mais boa onda, mais acolhedora, mais arca dos mil tesouros: Livraria Escriba

Jornal que mais vale a pena: The Guardian

Pintor genial: vários mas, para aqui colocar uma pintura que considero que fica a matar nesta minha casa, Picasso

Cómico não português: Mel Brooks, por exemplo

Quem melhor descreveu como se assobia: Lauren Bacall

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Desejo-vos um belo dia
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E toca a ir passear, apanhar ar, apanhar sol.
Saúde e alegria

quinta-feira, abril 02, 2015

A casa da sedutora Lauren Bacall


No post abaixo já falei da bandalheira que vai para os lados da AT e arredores. Parece que uma maltosa desclassificada se alapou por tudo o que é sítio, desgraçando o funcionamento de todos os serviços. Mas, para evitar sujar-me na licharada em que a vida política deste País se está a tornar, desviei-me e falei de uma senhora admirável: Helen Mirren, talentosa, elegante, divertida. Ela é outra vez a Rainha e, por onde passa, dá show - e foi isso que aconteceu quando foi ao The Tonight Show com o Jimmy Fallon..

Mais abaixo ainda, mostrei um vídeo divertido com uma campanha a favor do sexo seguro, contra a Sida.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.


Mas vamos com a voz de Lauren Bacall: How little we know





Lauren Bacall ficará para sempre como a grande sedutora do cinema. A forma como olhava, aquele seu olhar líquido e transversal, a forma como os seus lábios se expressavam sem ter que pronunciar qualquer palavra, ou a forma provocante como, com poucas palavras, derrubava qualquer resistência, o tom de voz que parecia prometer secretos prazeres, a forma como o seu corpo se meneava de forma subtil mas irresistível, tudo permanecerá como a sua indelével imagem de marca.




Lauren Bacall (que nasceu Betty Joan Perske em 1924) morreu em Agosto de 2014.

O recheio da sua casa, onde se contam inúmeras obras de arte (incluindo oito esculturas de Henry Moore) e peças de decoração inesperadas e valiosas, mostra que Lauren Bacall foi uma mulher de bom gosto e uma coleccionadora. São algumas peças da sua casa e dos seus pertences que agora estão a ser leiloados.


Lauren Bacall with Sophie, her papillon, in her apartment at the Dakota, in New York City.
Photographed by Annie Leibovitz


A chamada Bacall Collection vale para cima de uma pipa de massa e terá começado a ser vendida há poucos dias, no final de Março.

de Robert Graham

Transcrevo:

Everyone knows Lauren Bacall the famous actress,” says Jon King, vice president and director of Bonhams in New York (and longtime friend to the actress, who passed away in August). “But they don’t know her as the serious collector.”
The charming display of fat, comfy sofas, warm-patina wood tables, African masks and figurines, John James Audubon pelican paintings, and cases and cases of knickknacks that spill through the galleries of Bonhams indicates that Bacall was indeed a serious collector. 
During the inventory process, King found a considerable paper trail testifying to her ability to hoard with style.
“I found receipts from all over London, all over Los Angeles, all over New York, Paris, Rome, Australia—wherever she went,” he says. “That’s the sign of a real collector. They just can’t stop looking.”
Bacall’s auction, which commences on Tuesday, March 31, at 10 A.M., is just the latest in a recent series of estate auctions of women of great taste.
But it wasn’t simply Bacall’s eye that made her vision so spectacular. It was her ability to assemble objects in a room that really seems to be romancing potential buyers. (The auction catalog, good enough to plop on your coffee table, is punctuated with fabulous photographs of her home.) King points to a large photograph of Bacall’s apartment, showing a walnut bombe commode, the legs of which curl like smoke from a cigarette taking direction from Howard Hawks.
“She was combining French 18th century with Burmese rain drums, with Henry Moore prints, with David Hockney, Victoria Staffordshire [in the lamp],” King says. “No rhyme or reason.”




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E não resisto a aqui partilhar um tributo a esta mulher que destilava sedução



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Relembro: para outra grande artista (e, até como forma de fugir aos mal-cheirosos do governo) e para uma eficaz campanha a favor do sexo seguro, é descerem, por favor, até aos dois posts já a seguir.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira. 
Se possível, com muito amor.

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sábado, setembro 13, 2014

O poder da sedução. Aula teória e prática. Chen Lizra diz como é.





A sedução é das coisas melhores de praticar: seduzir e ser seduzida, fingir que não se dá por nada, que não se quer, mas depois deixar que o olhar pareça ter derrapado e logo corrigir o deslize, fazer com que o outro sinta curiosidade, tente, receie tentar, queira tentar, ouse tentar, se arrependa de ter tentado, queira tentar de novo, queira ir mais longe. O jogo, o desafio, a pulsação num desvario, o gostinho bom da transgressão.

Ou se nasce sedutor ou não. Mas pode treinar-se, experimentar ser, tentar ver se resulta.


Para os que se sentem inseguros na arte da sedução ou para os amadores que gostariam de ser pro, para os que já o são e queiram confirmar as tácticas, aqui fica uma aula teórico/prática ministrada por Chen Lizra, uma expert.


Ouçam-na, vejam-na, imitem-na, levem-na a sério. E não menosprezem o lado fácil e gostoso da vida. Angústias, preocupações, inseguranças, pensamentos pesados e sombrios, está bem que literariamente tudo isso é muito lindo mas, caraças, que graça tem viver uma vida de neura e agastamento?





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sexta-feira, março 16, 2012

Num dia de tempestade, ao som da Madame Sarkozy que canta Le ciel dans une chambre, pergunto-me o que é a sedução, especialmente a sedução no feminino. Mrs Bogart, Lauren Bacall, tenta explicar


Música, por favor
Carla Bruni - Le ciel dans une chambre


Hoje ia no carro quando um rasgo de luz atravessou o céu e, logo de seguida, um violento trovão estremeceu a estrada e o ar quase crepitou. 

Tempestade - Imagem de origem desconhecida (obtida via Google)

Pensei se estaria em segurança dentro do carro mas, que remédio, lá me mantive até chegar ao meu destino. A chuva tombava forte e o dia estava escuro e eu estranhei porque já quase me tinha esquecido que há dias assim, sombrios, de negro assombro. Depois, já a salvo na torre de vidro transparente em que diariamente me escondo, continuei a observar os raios brancos que atravessavam o horizonte e iluminavam a paisagem urbana que me rodeia mas já quase não ouvia os trovões pois a torre é insonorizada, ali não entram os sons da rua nem o ar fresco dos jardins. Ali, rodeada de vidro, nunca ouço os pássaros, nunca sinto o cheiro fresco da relva cortada. Ali a temperatura é condicionada, o ar circula através de potentes aparelhos e a qualidade do ar é inspeccionada regularmente. Tudo é eficiente, asséptico, transparente, optimizado. Se calhar hoje até cheirava a terra molhada e tanto que eu gosto disso mas não o consegui sentir. 

Quando saí chovia ainda muito, já era de noite, continuava a haver relâmpagos, a estrada estava congestionada, vários pequenos acidentes, e eu, fechada dentro do carro, no meio de outros carros, aguardava pacientemente, ouvindo a música da Antena 2. 

Gosto de ouvir a chuva. Fazia falta esta água fresca. Agora que aqui estou a escrever, já passa da uma da manhã, ouço a chuva e sinto-me acompanhada. Aqui, na minha casa, ouço os sons da rua e isso é muito bom.

Há pouco estive a folhear um livro engraçado que aqui tenho, 'Seduction, a celebration of sensual style' de Caroline Cox. É um livro sobre a sedução no feminino, tema que me interessa.

Ava Gardner - sem dúvida, uma grande sedutora

Quando andei a aprender Grafologia, o nosso Mestre, o Dr. Alberto Vaz da Silva, ensinou que o f é uma das letras mais reveladoras e mostrou várias formas de o escrever e o que isso significava. No final era costume muita gente ir colocar questões mas eu nunca tive esse hábito, nem quando andava na escola. Mas aquilo do f tinha-me deixado curiosa porque o meu f não era bem nenhum dos exemplificados. E então escrevi um f e fui mostrar ao Mestre. A sala estava sempre à meia luz, ele estava sempre rodeado de gente e nem olhou para mim, olhou logo para o papel  e disse de imediato qualquer coisa como isto 'é o f de quem gosta de dar e receber' e eu, sem querer, repeti 'de quem gosta de dar e receber?' e ele, concluiu, 'um f de uma pessoa sedutora'. Eu, rodeada de outras pessoas, perante tão inesperada interpretação, murmurei um obrigada e senti que soou quase envergonhado, dobrei o papel e escapei-me rapidamente dali para fora, um bocado atrapalhada (ou talvez nem apenas isso, talvez essencialmente surpreendida que fosse coisa que se pudesse ver no desenho de uma simples letra).

Madonna por Annie Leibovitz

Mas, depois disso, tenho pensado no assunto. O que é a sedução? É, então, gostar de dar e receber? O que é uma mulher sedutora? E a sedução é coisa que se esvaia com a idade? E hoje, ao  folhear este livro, apetecia-me discorrer sobre isso.

Picasso - um grande sedutor, sedutor até ao fim

Que não tem a ver com beleza física, acho que é certo. Tenho conhecido mulheres e homens de uma beleza quase perfeita e que não têm pingo de charme. Tenho conhecido homens e mulheres quase feios, de feições imperfeitas, fisicamente nada de especial e que, no entanto, destilam sedução. Acho que tem essencialmente a ver com a inteligência, com o olhar, com as palavras que se dizem ou melhor, com as meias palavras que se insinuam, uma malícia vagamente entrevista. Tem que ser uma coisa espontânea, involuntária. A coisa mais ridícula que existe é uma pessoa querer armar-se em charmosa, chega a ser patético. Mas sedução e charme são a mesma coisa? Charme não é essencialmente encanto e encanto não é por vezes distinto de sedução?

Cate Blanchett por Patrick Demarchelier

Mas, agora, aqui sossegada nesta sala quase às escuras, a ouvir a chuva a cair na varanda, já não me apetece  escrever sobre isso. Estou preguiçosa, ou talvez apenas cansada porque já passa agora das duas, apetece-me parar de escrever, daqui a nada já tenho que estar a pé.

Mas não sem antes passar um grande momento de sedução. Educativo.


Laureen Bacall, uma grande sedutora, pergunta a Humphrey Bogart (que também não lhe fica atrás) se ele sabe assobiar
e reparem no tom, no sorriso, na expressão corporal 

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[Hoje no Ginjal temos Pedro Tamen que traz túmidos frutos, coisa de que não se pode prescindir. Para o acompanhar, Debussy inventou um fauno que aparece lá mais para o meio dia.]

«»«»

E já é sexta feira e já veio a chuva, só boas notícias. Vamos, pois, festejar e passar um belo dia.

Volto aqui para vos pedir, Caros Leitores, que entrem nos comentários aqui abaixo, especialmente para lerem o inspirado (como sempre!) poema da Leitora Era uma Vez. Chuva em noite de sedução.