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quinta-feira, agosto 07, 2025

Momento grande: Adélia conversa com Bial
-- Uma entrevista rigorosamente a não perder --

 

Desde que a descobri passou a ser companhia sempre presente na minha vida. Adélia Prado é daquelas pessoas luminosas de quem se pode dizer que é 'do bem'. Sorrindo, fala coisas sensatas, sábias, simples. Não é daquelas que se 'acha', não enrola a conversa em prosa armada. É daquelas pessoas com quem se aprende, com quem se ganham anos de vida, com quem apetece estar.

E o Bial é outro que tal. Todo ele cativa: sabe ouvir, sabe falar, sabe olhar. As entrevistas conduzidas por ele são conversas sempre gostosas.

Por isso, uma conversa entre os dois é maravilha pura. Conversam de tudo com aquela leveza, aquelas gargalhadas, aquele desassossego que alegra e rejuvenesce. Pode a conversa fluir em torno da morte, da vida, de sexo, de religião que as palavras não fogem nem se espantam. Adélia fala e Bial, embevecido, deixa-se ficar a ouvir. De vez em quando, parece que gostaria de ficar em silêncio, a pensar no que ela diz. Mas a entrevista tem que prosseguir e, então, lá vem mais uma questão. Outras vezes leem poesia e o prazer é redobrado: ambos parecem submersos nas palavras.

Esquecemo-nos da idade de Adélia, os seus 90 anos não pesam, não desgastam, não cansam: aqueles tantos anos luzem com graça e inocência, como as luzinhas do cenário em que se encontram.

Adélia Prado em "Conversa com Bial"

Adélia Prado, maior poetisa viva do Brasil e recém ganhadora dupla dos prêmios Camões e Machado de Assis, maiores honrarias prestadas a escritores de língua portuguesa pelo conjunto de sua obra, concedeu entrevista ao Pedro Bial, no programa "Conversa com Bial".

Prestes a completar 90 anos, a autora aclamada que publicou o primeiro livro aos 40 fala de suas experiências, de sua voz poética, de diferentes momentos da vida.




Dias felizes

terça-feira, julho 22, 2025

Uma tragédia cujo fim é imprevisível

 

Há vidas fadadas a serem divulgadas, escrutinadas, ficcionadas. Prestam-se à especulação, a teorias da conspiração, a análises psicológicas, a ódios e a paixões. Inspiram cumplicidades, medos - sentimentos contraditórios. Se alguém pegasse em personagens assim, dir-se-ia que os traços comportamentais são excessivos, tão extremados que incredíveis.

E, no entanto, são reais.

Ghislaine Maxwell é a chave da equação: está viva, sabe de tudo. Mas está presa e não é claro que fale ou, se falar, que fale a verdade. Toda a sua vida é, em si, um filme. Uma tragédia. Tenho muita dificuldade em compreender as motivações de uma pessoa assim mas isso não é de estranhar pois a minha vida tem sido banal enquanto a dela tem sido, desde pequena até agora, uma montanha russa. Ou uma roleta russa.

Jeffrey Epstein morreu, supostamente por suicídio mas dizem que assassinado, mas, antes de chegar a esse triste final teve uma vida também inexplicável. Não se sabe se era de facto um financeiro, se apenas um organizador de sexo com modelos ou candidatas a isso, de preferência menores, se também um destemido e descarado chantageador. Parece que nunca se percebeu de onde lhe vinha tamanha fortuna. Sabe-se, isso sim, que do seu círculo de amigos faziam parte homens ricos, influentes, ditos poderosos.

Trump foi o melhor amigo de Epstein durante vários anos e há fotografias que os mostram juntos, incluindo com Melania. Também se sabe que Trump gostava de modelos, de preferência novinhas. Predador, descarado, estúpido, anormalmente porco. E, por incrível que possa ser, conseguiu ser, pela segunda vez, presidente dos Estados Unidos.

O céu parece estar a cair-lhe em cima. Os segredos podem, aos poucos, começar a ser desvendados.

É normal que as vítimas não queiram falar: por vergonha, por vontade de esquecer, por medo. Mas os jornalistas andam em volta, surgem vídeos, entrevistas antigas, indícios, testemunhos. O puzzle começa a ser composto, o cerco a Trump começa a apertar.

Claro que surgirão muitos documentários, muitas séries. E tudo será espantoso. Não poderá haver um fim feliz. 

Mas as vítimas, as verdadeiras vítimas, serão sempre as mulheres que, quando jovens, foram abusadas, usadas.

The secret lives of Ghislaine Maxwell and billionaire paedophile Jeffrey Epstein - BBC News

Trump and Jeffrey Epstein: A detailed look at their relationship

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Desejo-vos um dia feliz

sábado, março 22, 2025

Eros... Eros...
[Algumas proezas da menina Vera Mulanver que, como é sabido, é danadinha para a brincadeira]

 

Hoje, de tarde, voltou a passar por aqui uma pontinha de vento que, em pouco tempo, virou tudo do avesso. Não sei como se chama a isto, se é um mini-tornado, se é uma fúria momentânea do vento. O que sei é que até uma mesa de madeira pesada desandou e iria por ali afora não se desse o caso de o meu marido ter posto uma rede a separar o terraço do relvado. 

Desde que o nosso cão mais fofo quase ia morrendo (com a língua inchada e escura) sob efeito de uma lagarta do pinheiro, agora, a partir de Fevereiro, o meu marido coloca uma rede nos acessos ao relvado. Supostamente, já terá terminado a altura das maganas descerem dos ninhos e virem enfiar-se na terra mas no INCF disseram-nos que, dado o mau tempo, admite-se que algumas se tenham atrasado. Por isso, por precaução, a rede ainda ali está. 

E uma cadeira que costuma estar ao pé do sofá comprido seguiu o mesmo caminho e ficou também ao fundo, encostada à mesa. E a mesinha pequena, metálica, idem.

E um dos cadeirões que trouxe de casa da minha mãe também voou e também ficou retido na rede, bem como as as almofadas. E uma almofada grande, rectangular, não sei como mas voou por cima da rede e foi aterrar ao pé de um pinheiro, na subida relvada. 

Depois de toda esta revoada, a ventania acalmou. 

O tempo anda assim, insolente, mais do que atrevido, descarado mesmo. E parece que esta noite a coisa vai outra vez acelerar. 

Gosto de chuva, em especial quando não é demais. Mas tenho medo do vento. É bicho sem dono, sem obediência, sem princípios.

Mas, enfim. É o que é. Fiz a 'reportagem' -- e como o Instagram é mais à base de imagens do que de palavras, coloquei-as lá, quer nas Stories quer no Feed. 

Ainda não ganhei bem a mão àquilo, ao Instagram, dá ideia que o que desperta mais a atenção são as 'lives', os vídeos -- muita gente a vestir-se, muita gente a maquilhar-se, muita gente a fazer ginástica, muita gente a desembrulhar coisas (unboxing, dizem). Mas a verdade é que me ponho a ver e de alguns até gosto, em especial vídeos de decoração, de pintura, de trabalhos manuais, de cortes de cabelo. É viciante. Mas, para eu fazer, ainda não percebi bem o que posso fazer que tenha algum jeito. Quando faço vídeos ficam uma porcaria...

Bem. Adiante. 

Hoje vou falar dos dois livros que têm tido 'mais saída', os de contos eróticos. 

Depois de ter visto as capas, os títulos e as sinopses dos livros 'eróticos' que estão à venda na Amazon, fiquei a achar que os meus, inocentes, são apenas umas gracinhas. Mas já estava, já estavam registados, com aquele número de registo atribuído, o ISBN, já não podia fazer nada. 

Quando o meu filho me informou que não ia ler nenhum dos meus livros ditos eróticos, a minha filha encolheu os ombros e disse que as minhas cenas eróticas são uma coisa assim mais ou menos, mais para o eroticozinho. Pois não sei. Quem se der ao trabalho de ler, ajuizará de si.

Os livros são uma selecção de contos que, ao longo dos tempos, em especial lá mais para trás, aqui fui escrevendo. Mas juntei alguns originais. 

  • Um deles, o da Festa de Beneficência, foi escrito há pouco tempo e inspirado numa festa real, tão bem frequentada quanto a descrevi, com particularidades como ali aparecem. E, se o conto for lido por alguém que lá esteve, poderá confirmá-lo.
  • A do Quarto Escuro foi inspirada por uma coisa que está muito em moda, mas mais para cenas de terror. Ao ouvir as descrições dos sustos que lá apanham, a minha mente -- que é como sabem, dada a desvios por maus caminhos --, ocorreu-me que poderia ser um belo presente de aniversário...

Vou transcrever apenas uns excertozinhos inocentes. Sendo este um blog de família, aqui não posso esticar-me. Por isso, aqui é apenas uma amostrazinha. De qualquer forma, não quero induzir ninguém em erro: que ninguém espere hard porn. Quando muito, soft porn.

Mostro também as capas dos dois livros.

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Uma festa de beneficência

A festa era de beneficência e nela participavam todos os que em Lisboa e arredores nadam em dinheiro mas não gostam de o alardear. Estavam lá também alguns aristocratas que, não tendo grandes rendimentos, têm ainda propriedades e jóias e, sobretudo, um prestígio antigo que dá uma certa patine a estes eventos. Tinham também sido convidados administradores de grandes empresas, daqueles que ganham bem e que, embora nas suas finanças pessoais sejam mais poupadinhos do que os verdadeiramente pobrezinhos, podem abrir os cordões à bolsa das tesourarias já que o dinheiro não é deles e é o tipo de despesas que pode trazer benefícios fiscais às empresas. 

Havia jantar com ementa apurada ou não estivessem algumas das senhoras da organização muito habituadas a seleccionar criteriosamente os caterings dos encontros familiares. E havia música, fado e quartetos de cordas, tudo generosidade dos respectivos intérpretes. E, claro, leilão.

(....)

Eu: ‘Muito bem. Então não quer ser um cavalheiro?’

Ele: ‘Ser um cavalheiro? Como?’

Eu: ‘Sendo. Venha comigo. Acompanhe-me. Não vai deixar uma senhora aventurar-se sozinha pelos misteriosos recantos de uma noite escura.’

Desci a escada de pedra. Ele veio atrás. Avancei pelo jardim. Quando senti a relva, descalcei-me. Com os sapatos pela mão, continuei a avançar. Ele ao meu lado. 

Um pássaro piou numa árvore.

Quase às escuras, avancei até ao lago, até ao banco debaixo do chorão. Ele, em silêncio, ao meu lado.

Quando chegámos, disse-lhe: ‘Então não quer pôr-se à vontade?’

Ele, sem saber o que fazer: ‘Faço o quê? Tiro os sapatos? As meias?’

Eu: ‘Olhe para mim. A luz é fraca, o luar pouco ilumina. Por isso olhe com atenção. Olhe para mim. Veja como eu faço.’

Então coloquei um pé em cima do banco e tirei uma meia. Uso meias com liga de renda com autocolante. Ele sorriu. Passou-me uma mão pela perna. 

Depois tirei a outra meia. 

Disse-lhe: ‘Sente-se. Olhe para mim. Preste atenção’.

Sentou-se. 

Com um pé fui conferir. Estava com atenção, sim.

 

(Continua...)
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O quarto escuro como presente de aniversário

Chega-se àquela fase da vida em que não há nada de material que verdadeiramente se deseje. Pelo contrário, um certo despojamento começa a ser apreciado. Talvez por isso, como presente de aniversário, naquele ano, pedi um quarto escuro. 

Se calhar sempre assim foi e eu é que desconhecia, mas tenho ideia de que, até não há muito, estas experiências não estavam à venda. Não sei. Seja como for, agora tudo se vende. Mesmo o que não faz parte do cardápio, se o cliente quer, logo os fazedores de experiências as customizam. 

E, portanto, quando me perguntaram o que é que eu desejava para festejar mais uma volta em redor do sol, foi isso que me ocorreu.

(...)

Enquanto a música tocava, eu ouvia passos, respirações. Não sabia quem mais estaria ali. Estava com os sentidos todos despertos, inquietos.
 
Então senti um sopro, como uma aragem. Parecia que uma janela se tinha aberto. De facto, logo senti como se fossem suaves afagos. Devia ser uma cortina de seda, adejando, roçando-se no meu corpo. Sem saber o que era esperado de mim, deixei-me ficar.

 Um corpo masculino encostou-se a mim, de frente, roçando-se também. Senti que outro corpo se encostava por trás. Novamente uns seios.

Depois rodaram à minha volta. Quando uns lábios afloraram os meus, não fui capaz de perceber se eram os dele ou os dela. Depois foi uma língua a entrar na minha boca. Poderia, com a mão, ter averiguado. Mas estava quase hipnotizada, obedecia submissamente.


(Continua...)

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Podem adquirir-se na Amazon (seja como e-book, seja como livro de capa normal). Junto o link para cada um:



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E quero dizer uma coisa. A Amazon apenas me informa qual o país origem das encomendas. Não sei quem encomenda. Portanto, a privacidade dos clientes e leitores está absolutamente garantida.

E quero aqui fazer uma ressalva. Tenho dito que os livros só estão à venda na Amazon mas, há pouco, ao googlar, apareceram-me à venda noutras plataformas. Fiquei intrigada. Depois é que me lembrei que, quando publico os livros, ponho um 'pisco' na opção de permitir que outras empresas de vendas de livros que tenham acordos com a Amazon os possam vender. 

Ou seja, alguns dos meus livros estão também à venda na Waterstones, BAM! Books-a-Million e creio que noutras. Mas funcionam com distribuidoras pois eu só tenho contrato com a Amazon. Para quem compra é indiferente, comprem onde comprarem, os livros são sempre impressos na Amazon.

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E é isto. 

Um bom sábado!

segunda-feira, outubro 21, 2024

Sobre o comício do Montenegro, do (pouco) que vi pouca coisa tenho a dizer até porque o que vi foi coisa poucochinha. Só se for congratulá-lo por, no meio daquele empolgamento todo, não se ter posto a gabar o tamanho do pénis de alguma figura conhecida de Braga, por exemplo de algum arcebispo.

 

Se calhar é porque, apesar de tudo, o Luís tem algum controlo sobre o que diz. Não muito, não muito... já o Marcelo se queixou disso ao dizer que ele dá muito trabalho. Mas, apesar de tudo, sempre é mais atinado de boca que o Rangel e o Moedas, duas coisinhas histriónicas que estão bem uma para a outra e que abrilhantariam com alegria os comícios do Trump. 

Por isso admirei-me por essas duas coisinhas não o terem feito. Se calhar não viram o Trump em Pennsylvania, senão talvez tivessem seguido os seus bons exemplos ao gabar os dotes físicos e a 'macheza' de um certo falecido Arnold Palmer natural do sítio em que estava a decorrer o comício. 

Mas, para a próxima, como qualquer deles -- deles todos, Mentenegro incluído -- não tem nada de jeito a dizer e como parece que se limitam a desavergonhadamente apropriar-se de ideias já legisladas e postas em prática pelo PS (ou que estavam em vias disso, não fosse a Gago e o Marcelo terem arranjado maneira de correr com o Costa e, logo, com o Governo) e a despudoradamente apregoá-las como se fossem suas ou a cavalgar ideias do Chega, talvez os vejamos mesmo a subir ao púlpito para gabar a pila gigante de algum ilustre brácaro. E, sendo Braga um sagrado coito de arcebispos, ficar-lhes-ia bem destacar algum  deles. 

Aqui fica o vídeo para aprenderem como é. 

Bizarre moment Trump talks about golf legend Arnold Palmer's manhood at Pennsylvania rally

Trump was campaigning in Latrobe, Pennsylvania, where Palmer was born in 1929 and learned to golf from his father, who suffered from polio and was head pro and greenskeeper at the local country club. Politicians saluting Palmer in his hometown is nothing new, but Trump spent 12 full minutes doing so at the top of his speech.


quarta-feira, outubro 02, 2024

A solidão (e a força) de uma mulher madura

 

O mundo inteiro deita-se a adivinhar se o Irão vai conseguir atirar algum foguete que consiga furar o chapéu de chuva de ferro que cobre Israel ou quem vai agora fazer o próximo movimento. Num artigo do NYT especulava-se sobre que mistério é este de o Irão estar tão sossegado a ver Israel dar cabo, um por um, dos líderes dos movimentos que são a sua força avançada fora de portas. Afinal hoje retaliou mas ainda não percebi se foi para ser a sério ou só um aviso.

Estas coisas são multi-facetadas e não vou nem ousar comentar o que quer que seja. Posso apenas dizer coisas vulgares como que repudio em absoluto movimentos terroristas, radicais, terroristas, retrógrados, cavernícolas, que atentam contra os direitos humanos, em particular os das mulheres. Em abstracto e em geral sou a favor da paz (desde que seja uma paz livremente aceite, não a que resulte da rendição de um povo injustamente agredido). Em absoluto condeno a invasão de um país que não respeite os limites territoriais internacionalmente aceites de outros países. Em geral e em abstracto parece-me uma aberração haver países que têm a sua base matricial não na história, não na língua, mas na religião, não aceitando pacificamente a convivência e a coabitação com pessoas de outras religiões. Em geral e em abstracto condeno em absoluto que se marginalizem ou ataquem pessoas só porque são de outra raça ou professam outra religião. Identicamente condeno em absoluto que se usem crianças como alvos ou meios de guerra. Generalidades.

No caso vertente, e mesmo à laia de aparte, espanta-me a capacidade de Israel a nível de serviços secretos e a nível militar e espanta-me o extraordinário domínio da ciência e da tecnologia que revelam. Os avanços tecnológicos e científicos que daí advêm para todo o mundo são sempre notáveis.

Claro que não confundo Netanyahu, a sua má índole e o seu condenável comportamento, os seus inclementes e brutais excessos, a sua atitude perante a política, a sua insana cruzada que parece ter como principal móbil o salvar a própria pele, com o direito de Israel a defender-se que esse creio ser inquestionável. 

Mas sinto que falar sobre estes temas requer um recuo para o qual não estou agora motivada e um arcaboiço que não tenho. Além disso, estou outonal, suave, toda eu serenidade, contemplativa -- ou seja, incapaz de escalar o discurso para os níveis que o momento provavelmente requer.

Também não me apetece falar da disparatada encenação promovida por Montenegro e pelos seus desclassificados ajudantes apadrinhada pelo desestabilizador-mor. Mas, para falar verdade, também não percebo porque é que, face a esta cambada e à estúpida maneira como se comportam, não percebo porque é que Pedro Nuno Santos para aí anda a expor-se a falatórios e não diz simplesmente: apresentem o raio do orçamento que o analisaremos e depois logo nos pronunciamos.

Mas, portanto, enquanto vou acompanhando (um pouco à vol d'oiseau) o que por aí anda voando em nossa volta, vou vendo alguns vídeos que me parecem interessantes.

Este aqui abaixo, com a Marília Gabriela, é muito interessante. Dá que pensar. Não sei se ela ainda vive em Lisboa. Mas, independentemente disso, até porque nada tem a ver, faz-me um pouco impressão que uma mulher como ela diga que o telemóvel está silencioso, que está sempre sozinha. Mas compreendo muito bem o que ela diz. Quando se tem uma vida profissional muito activa, tendo que conviver diariamente com muita gente, é natural que se chegue ao fim do dia com vontade de ir para casa descansar e não de sair para ir para os copos...

Uma entrevista a ver.

Marília Gabriela e o sexo, a idade e a solidão! | Admiráveis Conselheiras | GNT


Dias felizes

sábado, junho 29, 2024

Jogos de sedução

 

Nada de muito novo. É sabido que, nisto, é sempre a fêmea que escolhe e que resolve quando dar o ok. Da mesma forma, é sabido que o macho tem que saber seduzir, tem que ter calma, tem que ter arte e, sobretudo, humildade. E tem que saber perceber o momento de avançar para a conquista. Tudo, sempre, sabendo que nada é definitivo pois a fêmea pode sempre mudar de ideias.

Mas, quando ambos compreendem sempre o seu papel e sabem interpretar o momento com graça e mestria, é uma maravilha digna de ser festejada.

Ostrich Gives the Performance of His Life | The Mating Game | BBC Earth

The end result might not be as smooth and slick, but this ostrich does have some moves… 


sábado, junho 22, 2024

Demissexual...? Ele há com cada uma...

 

Eu acho que até sou uma mente aberta. Acho... Mas, às tantas, acho mal. Na volta, tenho o meu ladinho de conservadora... 

Por exemplo, quase me parece que isto de haver tantas orientações sexuais já é fantasia... Qualquer coisinha agora dá origem a uma nova orientação. Por exemplo, se eu só me sentir atraída por homens que usam capachinho, quem me garante que um dia destes não chego à conclusão que me encaixo numa nova orientação sexual, a dos capachinhossexuais?

Eu pensava que era (relativamente) normal as pessoas só quererem ter relações sexuais quando se sente qualquer coisa, pode ser até coisinha, pela outra pessoa. Pensava eu. Afinal hoje fiquei a saber que isso são os demissexuais. Demi. A meio caminho da pessoa ser assexuada. Na volta, num extremo estão as pessoas-bonobo que saltam para cima de qualquer um que passe pela frente. Na outra ponta, os assexuados. E a meio, essa estranha casta das pessoas que só estão a fim de truca-truca quando sentem algum afecto pelo trucado. 

Acho tudo isto uma coisa do além.

Mas, enfim, vejam com os vossos olhos e ouçam com os vossos ouvidos. O Bial é um charme e uma graça (para além de um belo homem) e o casal entrevistado é uma animação.

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso falam sobre Surubaum, sexo, carreira e família | Conversa com Bial

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso são uns dos casais mais falados da internet. No papo com Pedro Bial, o casal fala sobre o Surubaum, o novo programa comandado pelos dois, sexo, família e carreira! 😍


quinta-feira, abril 18, 2024

Contra os anhucas do MP, do Governo da AD e todos quantos fazem porcaria atrás de porcaria, que avancem os conselhos para melhor namorar e para mais prazer ter:

Amor, poliamor, sexo e tudo o que vem por acréscimo

 

Em vez do Ministro das Finanças a explicar a barracada do IRS, apareceu o chegado do Corporate, External & Legal Affairs da Microsoft Pedro Duarte, que, do que percebo, jamais na vida teve que lidar com impostos para além dos que pagou, presumo. Portanto, continuamos a assistir aos brincalhões da AD a ver se nos fazem passar a todos por totós.

Para ver se não caem no total ridículo de aparecerem com uns trocos de 176 milhões que nada são quando comparados com os 1.340 milhões do PS, a habilidade chico-esperta agora é dizer que afinal o alívio do PS é mais pequeno e, vai daí, transferem a fatia que que 'sacam' ao alívio do PS para o do PSD. Não apenas soa a estúpido como parece infantil. Daria vontade de rir se não fosse quase deprimente.

Mas, com o Sarmento e o Montenegro a rabearem ao largo, pelos vistos sem secretários de estado ou gente capaz de dar a cara pelas artolices que andam a fazer, continuamos sem saber em que consiste, afinal, o enorme choque fiscal que vão fazer como resposta ao alívio poucochinho, pipi e betinho do PS (nas palavras do joker LM).

Por isso, nada mais consigo dizer.

Também surreal -- e isto para não dizer enxovalhante para o MP -- é a decisão dos desembargadores da Relação ao esvaziar o flop Influencer. Desembargadores concluíram que não há provas de pressão do ex-primeiro-ministro para acelerar o projeto do Data Center de Sines. E que o alegado “plano criminoso” defendido pelo Ministério Público não passa de “um conjunto de meras proclamações assentes em deduções e especulações"

E, face a isto, a madama Gago, do alto da sua impância deve continuar a dizer que não tem nada a dizer, que não faz ideia de nada e, na prática, que cagua de alto para tudo isto. 

Pelos vistos, conseguiram o que queriam: fizeram a vontade ao Marcelo quebrando o Galamba qual ramo morto), infectaram a opinião pública, deram cabo da vida a António Costa e, de caminho, com a bênção de Sua Excelência, conseguiram que o Primeiro-Ministro se demitisse e, como se não houvesse outra solução, ficámos sem Governo e com a maioria absoluta socialista apeada. 

E agora, como aliás se sabe desde o início, confirma-se que não há indícios de coisa alguma e que os 'suspeitos' agiram no exercício das suas funções, a fazer o melhor que sabiam e podiam.

E o Marcelo, face a tamanha barracada...?

Feito ladino, portando-se como um vulgar videirinho, assobia para o lado e dá a entender que ainda bem, que se calhar assim o Costa até vai para o Conselho Europeu.

Cansa-me, isto, cansa-me.

Portanto, com vossa licença, falemos do que nos pode fazer felizes:

How to date, mate, and find fulfillment | Helen Fisher & more

Is polyamory a sustainable model for societies? Do partners really need to maintain the "spark" to have a healthy sex life? And should sex, romantic love, and attachment be viewed as phases of a relationship or as systems in the brain?

As modern science continues to illuminate the timeless experiences of sex and love, we're learning more about the nature of healthy relationships and the often counterintuitive ways individuals can maximize both sexual pleasure and fulfillment in relationships.

In this Big Think video, we explore all of the above through insights from anthropologist Helen Fisher, journalist Louise Perry, sex educator Emily Nagoski, primatologist Frans de Waal, and author Richard Reeves who examine sex and relationships across three key domains: your brain, your bedroom, and your society.


E que venham dias felizes

quinta-feira, abril 27, 2023

Quando o que não pode fica preso onde não deve

 

Quem lida com casos médicos costuma contar as situações bizarras que aparentemente começam como uma brincadeira, como uma inofensiva ousadia ou como uma leviana experimentação e acabam nas urgências do hospital. Geralmente há alguma criatividade envolvida, com objectos inesperados introduzidos onde menos se espera e, azar dos azares, impossíveis de lá tirar.

Não vou referir casos ouvidos mas vou, antes, falar de uma outra situação que, apesar de envolver um objecto normal que foi enfiado no sítio devido, também acabou com intervenção médica.

Ela era minha colega de faculdade, grande amiga, e ele era o seu muito amado namorado. Ele vinha do Alentejo e ficava num quarto alugado. A dona da casa proibia 'poucas-vergonhas' lá em casa, não queria lá mulheres. 

Muito obediente, ele dizia que claro que sim mas claro que fazia de tudo para aproveitar qualquer pequena oportunidade. Por isso, numa das vezes em que a senhora não ia estar em casa durante um bocado, eis que a minha amiga é sorrateiramente introduzida em casa e, ala moça que se faz tarde, eis que, pouco depois, já estão os dois num animado truca-truca no quartinho dele.

Mas, claro, sempre com o ouvido alerta o que, como é bom de ver, aumenta a adrenalina.

E estão, portanto, os dois no maior chamego e agarração quando ouvem a senhora a meter as chaves à porta. Maldição. Desgraça. Como é que a minha amiga ia conseguir sair de casa sem a senhora a ver? Impossível. Ai...

E é então que acontece o pior. Ela grita em surdina: Sai! e ele grita igualmente em surdina: Deixa-me sair! e ali ficam os dois na maior aflição, presos um ao outro. Passado um bocado ele já gemia por se sentir apertado e ela já gemia sem saber como sair daquela vexante aflição. 

Manda a sapiência que, em situações de aperto, os envolvidos se mantenham calmos, respirem fundo, relaxem. Mas isso foi tudo o que os pombinhos não fizeram.

A partir daqui já não me lembro dos pormenores. Sei que tiveram que ser intervencionados, provavelmente algum relaxante adequado a uma crise de vaginismo.

Mas não ficaram traumatizados pois contavam o acidente na maior boa disposição. A bem da verdade, mais ele que ela pois ela contava que nunca se tinha imaginada a passar por um tal sufoco, tinha sido uma coisa verdadeiramente do cara...ças.

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O pai dele ficou preso na cadeira por uma parte do corpo... 
| Que História É Essa, Porchat? | GNT

O Fábio veio contar uma história pra lá de cabulosa! O pai dele estava usando duas cadeiras plásticas para tomar banho e uma parte beeeem dolorosa ficou presa entre elas. 😱 A mãe dele ligou pedindo ajuda e foi preciso uma engenharia pra desprender o... 👀

Um bom dia

Saúde. Bom humor. Paz.

terça-feira, janeiro 17, 2023

Uma massagem tântrica e uma outra também especial

 

Se o tema é massagem eu não tenho histórias picantes ou malucas para contar. Tudo normalinho. 

Já levei massagem simples com óleo perfumado e morno, já levei massagem de pedras quentes, já levei massagem de relaxamento ou massagem clínica para esticar músculo ou desinflamar tendão. Gosto sempre. A única coisa que desgosto é que acabe tão depressa.

Todas as massagens que levei, a pagar, foram respeitadoras, tudo na maior decência. A única vez que me atrapalhei foi quando apareceu um massagista homem. Indiano. Mãos mágicas. Decentíssimo. 

Mas ele há histórias. Porque, meus Caros, que las hay, las hay. Que o digam os convidados do Porchat aqui abaixo.

Gio Ewbank recebeu massagem tântrica ao se preparar para personagem 
| Que História é essa, Porchat?

Giovanna conta como foi parar em uma aula de pompoarismo e massagem tântrica durante a preparação para um trabalho.


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Raphael Logam e a massagem inusitada na França

| Que História É Essa, Porchat?

Raphael Logam relembra de uma viagem que fez com um amigo e da noite em que eles resolveram fazer uma massagem tailandesa um tanto quanto curiosa 😂


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Um dia bom
Saúde. Coisas boas. Paz.

sábado, julho 30, 2022

A Igreja Católica e os abusos sexuais contra crianças

 

Embora nada disto seja aqui novidade, faço questão. 
À laia de disclaimer poderia dizer que me batizaram e me levaram a fazer a Primeira Comunhão e a Comunhão Solene. Nunca senti qualquer tipo de ligação ao que tentaram ensinar-me mas a verdade é que andei por lá. 
Também poderia dizer que, quando visito cidades, gosto de entrar nas igrejas e me sinto bem naqueles espaços amplos, frescos, em que a luz é coada e em que há figuras com ar piedoso que parecem acolher-nos. Poderia também dizer que, in heaven, não descansei enquanto não tive a minha própria capela, um pequeno espaço despojado destinado ao recolhimento. Nunca soube explicar essa minha vontade. E o pessoal deixou de me perguntar embora nunca ninguém tivesse percebido. 
Mas terei também que dizer que, se sinto que há qualquer coisa de soberanamente incompreensível que regula a existência da vida e dos bem sucedidos acasos que são inexplicáveis milagres e que me sinto amparada nos momentos de maior vulnerabilidade, a verdade é que nada disso atribuo ao que se prega nas catequeses, nos grupos de reflexão, nas missas. E, talvez por isso, não batizei os meus filhos e sempre tentei que os princípios castradores e hipócritas que têm regido o catolicismo nunca influenciassem o seu são desenvolvimento.

Contudo, tenho as minhas crenças. Acredito incondicionalmente nos valores supremos da bondade, da generosidade, da liberdade, acredito na defesa dos direitos dos mais desfavorecidos, acredito nos malefícios da intriga, da inveja, da ganância, defendo a paz assente na justiça e no respeito pela vontade dos outros. Acredito no supremo saber e poder da natureza e acredito que devemos respeitá-lo e venerá-lo.

E etc. Coisas assim.

Mas isto é, digamos assim, a introdução e a declaração de interesses antes de falar no que hoje aqui me traz.

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E o que hoje aqui me traz é o seguinte:

De pessoas que abusam sexualmente de outras eu sinto um asco sem tamanho. Também desprezo. Mas o desprezo às vezes mistura-se com indiferença e eu não consigo ficar indiferente quando alguém abusa sexualmente de outra pessoa.

Mas quando o abuso é cometido contra uma criança o asco é mais do que asco. É raiva, é repulsa, é vómito misturado com fúria.

E se a isso se junta que o abusador se disfarça de protector e de emissário da igreja então eu não vejo que possa haver perdão.

Mas perdão sempre deve haver. Tem que existir em nós capacidade de descobrir clemência, em especial se o abusador é um tarado, um pérfido encapotado, alguém tão hipócrita e sinistro que com uma mão penetra na intimidade de uma criança e com a outra dá a hóstia aos devotos. Temos que tentar encontrar em nós capacidade para perceber que só alguém muito perturbado, muito doente, muito psicopata pode molestar uma criança indefesa e depois continuar a encomendar almas, a batizar crianças, a pregar a fé e a caridade.

Podemos não conseguir -- eu não consigo -- mas acredito que, se calhar, devemos tentar. Pessoas doentes, taradas, se calhar são pessoas perdidas de si próprias, pessoas que a meio da noite se arrependem da perversão e do sofrimento que causam às crianças que violam. Talvez mereçam o esforço da nossa compreensão.

Mas já não me parece que mereçam perdão, sequer compreensão, as hierarquias da igreja, a estrutura da organização, os supremos zeladores, os que sabem o que se passa e encobrem, desculpam, inventam pretextos.

Não, não me parece que mereçam perdão os que, sabendo dos abusos, se paramentam com vestes bordadas e debruadas a ouro e bem moldadas mitras, que frequentam as atapetadas e luxuosamente decoradas salas em que se fala baixo e se transaccionam dádivas e perdões, os que fazem prelecções transbordantes de apelos à verdade e à bondade. Não, esses não podem merecer perdão, sequer compreensão.

Há demasiada cumplicidade para com tantos crimes. Há demasiado encobrimento e demasiada tolerância para com tantos criminosos. Há demasiado silêncio em relação aos que viram as suas almas e os seus corpos para sempre dilacerados. Há demasiados criminosos no seio da Santa Madre Igreja.

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As duas pinturas são da autoria de Fra Angelico ao som de Salve Regina

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Justiça. Paz.

quarta-feira, junho 22, 2022

Nudez, intimidade, prazer, sexo (pago)

 

Está a fazer furor. Eles desdobram-se em entrevistas. Mais ela que ele. Compreende-se. Vários aspectos são tabu: sexo, prazer, intimidade, nudez. Tanto mais sendo sexo pago, sexo pago por uma mulher, nudez duma mulher com mais de 60. Tanto mais quanto ela é a Dame Emma Thompson.

Ao ver a apresentação do filme e ao ver algumas das entrevistas, fiquei a pensar. Será que, em circunstâncias idênticas, eu seria capaz de contratar um profissional de sexo? Não sei. Poderia ter vontade, poderia sentir curiosidade, mas não sei, sou um bocado medrosa para coisas assim. Ficar sozinha com um desconhecido, sem conhecer a sua índole, assustar-me-ia. 

E se fosse um ladrão? E se fosse um assassino? E se fosse um violador? E se fosse agressivo? E se fosse estranho? E se fosse um tarado? E se fosse um chantagista? E se fosse um palerma?

Sou um bocado esquisita, ou seja, exigente. Melhor: muito exigente. O diabo está nos pormenores. Se alguma coisa me desagradasse 

(um cheiro pouco convidativo, dentes mal lavados, cabelo pouco limpo, mais do que um pontapé na gramática, sinais de burrice aguda. umas cuecas foleiras, uma tatuagem ridícula, todo depilado, uma camisa com colarinho ensebado, umas meias encardidas, desatento... sei lá, mil coisas) 

já não ia dar. Tem que haver clima. Pode até ser apenas um climinha. Mas tem que haver. E, para haver climinha, não pode haver nada que distraia, nada que perturbe, nada que possa comprometer.

Por isso, com tanto receio, tanta ressalva, acho que não me arriscava a abrir a porta a um desconhecido havendo o risco de, no minuto seguinte, só querer vê-lo pelas costas. 

E se o mandava embora e ele se recusava a ir? Que medo...

Não... acho que o meu espírito de aventura não é para isto. Mas já me pareceria viável conhecer alguém num encontro em público com a intenção de o conhecer, de conversar. Claro que também poderia não funcionar. Ao fim de dois minutos poderia ter vontade de arranjar uma desculpa e desandar. Mas se, por exemplo, me aparecesse alguém com quem se pudesse ter uma boa conversa sobre a situação na Ucrânia e na Rússia, sobre o suicídio do PCP, sobre os problemas ambientais nos próximos anos... coisa assim, já me parece que poderia ser interessante. Poderia nunca passar disso. Mas isso, em si, poderia ter piada.

Mas, pronto, eu não poderia dar a personagem interessante que a viúva Nancy Stokes parece ser. E também não sei se há por aí muitos Leo Grandes.

Agora uma coisa é certa: não sei se, depois de um filme assim --  e falo apenas por ver a apresentação e as entrevistas -- se vai continuar a olhar para os profissionais do sexo da mesma maneira. É censurável que Nancy Stokes tenha recorrido a Leo Grande para voltar a estar nos braços de um homem, para voltar a sentir prazer, para voltar a sentir o aconchego da intimidade?

Falo por mim: não acho censurável.

Mas... se fosse ao contrário? Se for um homem a contratar uma mulher... já o é? Porquê? Porque um homem vender-se para dar prazer a uma mulher é menos censurável do que se for uma mulher a fazê-lo?

Good luck to you, Leo Grande

com
Emma Thompson, Daryl McCormack


Dame Emma Thompson wants to talk about sex. It’s all because of her new film Good Luck To You, Leo Grande. In it, she plays a widow in search of sexual fulfillment. Relative newcomer Daryl McCormack plays the sex worker she hires to help her in her quest.

Desejo-vos um dia bom
Graça. Alegria. Confiança. Paz.

terça-feira, dezembro 07, 2021

Homens do meu país, toca a tomar Viagra!

 

Escusava de o dizer mas digo na mesma: não sou médica. Nem farmacêutica. Nem bióloga. Em matérias destas sou leiga da cabeça aos pés. Por isso, no título deste post dirigi-me aos homens mas, na volta, vale também para as mulheres. 

Li que um estudo demonstra que há 69% menos de probabilidade de ter Alzheimer por parte de quem toma Viagra.

Ao ler, instintivamente, exclamei: 'Olha... boas notícias!'. 

O meu marido, no sofá ao lato, olhou-me, curioso: 'O que é?'. 

Elucidei: 'Com um único comprimido resolvem-se dois problemas.' 

Ele ainda mais curioso: 'Estás a falar de quê?'. 

Expliquei: 'Os homens que tomam Viagra não apenas ficam funcionais como menos taralhoucos'. 

Olhou para mim como se temesse que o meu entusiasmo encerrasse alguma indirecta.

E eu, de repente, sem ter tempo para o tranquilizar, assustei-me: 'Não me digam que o mundo vai ser um lugar de velhas monas e taralhoucas e de velhos espevitados e bons da cabeça'. 

Uma perspectiva muito pouco inspiradora, convenhamos. 

Mas a questão é que não sei qual o efeito que o Viagra tem nas mulheres. Posso imaginar mas, enfim, como dizê-lo...?, imagino em ponto pequeno. 

Mas não há-de ser problema. Estando aberta esta porta do conhecimento, tudo o resto é pormenor que se há-de resolver. Melhor: duplamente espero que se resolva. 

E agora, para acabar, ia reforçar o apelo que fiz no título mas lembrei-me que tenho ideia que o dito comprimido azul deve ser usado com moderação por quem padeça de doença cardíaca. Portanto, se alguns dos meus caros Leitores homens está capaz de mandar de imediato a mulher à procura da primeira farmácia de serviço para que ela vá comprar Viagra (com a desculpa que é para um tio que está num Lar), calma aí. A sua mulher que tenha paciência por mais algum tempo: pergunte primeiro ao seu médico se o pode tomar.

E é isto. E quem não me leve a sério e queira tirar o assunto a limpo, pode conferir aqui: 

Viagra could be used to treat Alzheimer’s disease, study finds

US scientists say users of sildenafil – the generic name for Viagra – are 69% less likely to develop the form of dementia than non-users (...)

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E um belo dia!

quinta-feira, novembro 25, 2021

Fxxx adiada é fxxx perdida...?
E o bom humor é mais importante do que o amor...?

 


Pode parecer exagero mas acreditem que não é. Nunca tive tanto trabalho como agora. Tento e tento e tento entrar num regime de lento phasing out. Mas parece que o trabalho me cai em cima vindo de todos os lados. Parece que atraio. Não sei como, juro que não, mas não apenas o trabalho vem ter comigo como não sei como sacudi-lo ou, pelo menos, passar de fininho entre os pepinos que me chovem no colo a toda a hora.

Por uma bizarra coincidência, o meu marido está na mesma. Supostamente iria iniciar uma nova fase da sua vida profissional, esperando ele que mais calma do que a anterior. Afinal, sem se perceber como, agora acumula as anteriores com as novas funções. Não sabe para onde se virar. Portanto, os dois assim, sem um minuto livre, e com um cachorro desembolado cá em casa... De loucos.

Mas como não há duas sem três -- e isto é um axioma, não carece de demonstração pois é de óbvia constatação --, os pequenos arranjos no jardim pelos quais desesperávamos por arranjar quem os fizesse, agora também caíram do céu. Mas caíram do nada e com uma particularidade: para ser já. Já= Agora. Ainda sem haver os materiais. Portanto, agora tenho dois ou três homens no jardim e temos que arranjar, à pressão, materiais para eles trabalharem. 

Acontece ainda outra: para os homens conseguirem trabalhar, a pequena fera tem que estar confinada. Mas a pequena fera odeia estar confinada. Não apenas volta e meia ladra, gane, geme, implora por libertação, nomeadamente para vir para o pé de mim, como chega ao fim do dia capaz de correr quilómetros em segundos, capaz de nos saltar para cima e para cima dos sofás, roer-nos as pernas e os pés e as pernas das cadeiras e das mesas, desancar almofadas, arrancar-nos as meias dos pés. Tudo a um ritmo alucinado.

E o telefone sempre, sempre, sempre a tocar. Ou é do trabalho, ou do trabalho, ou da casa dos materiais, ou do trabalho, ou o empreiteiro, ou do trabalho, ou do operador de comunicações, ou do trabalho. E assim sucessivamente. Ter reuniões neste clima é de dar comigo em maluca. 

Pelo meio foi preciso ir com o big baby bear às vacinas e outras questões médicas não do animal de quatro patas mas dos de duas. De loucos.

Com tudo isto, ando a levantar-me cedíssimo e a deitar-me tardíssimo. E sei que não pode ser. Mas a vida está repleta de coisas que não podem ser. É o que é.

Com isto, notícias só de raspão. Comentários nem pensar, dizem que comida processada não faz bem à saúde. Da CNN da Cristina Ferreira ainda apenas vi o visual da Judite e um breve relance sobre o déjà vu que aquilo me pareceu. É a TVI disfarçada de sucursal da reboleira da CNN, como apresentadores vintage. Não dou para peditórios desses. Temos pena.

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Posto isto, chego aqui e procuro distração. E não há como testemunhar a alegria e a irreverência das três amigas que, com as suas provectas idades, revelam mais lucidez e abertura de espírito do que muita menina emproada que por aí anda.

No primeiro vídeo respondem à questão: deve ou não a mulher ceder aos chamamentos do corpo logo no primeiro encontro? Se for sim, não se espantará o cavalheiro, fugindo a sete pés? Mas, se for não, não se entediará o cavalheiro julgando que dali só há a esperar a monotonia da prosa, jamais os encantos da poesia?

Cada uma das avós disserta mas, resumindo, a resposta é que para a frente é que é caminho. Apetece? Então, força. O cavalheiro acha demais? Paciência. Não quer mais, não queira. Mas, pelo menos, já se experimentou.

E é também o que eu penso. Quando se é muito jovenzinha e com a vida inteira pela frente, ainda se pode desbaratar oportunidades. Agora quando já se está quase a meio ou a meio ou bem depois do meio da vida, se são ambos maiores e vacinados, se são gente de bem, civilizados, limpinhos e bem educados e se estão mesmo afim, se a coisa pinta, então, caraças, que role. 

Mas uma coisa é fundamental. Incontornável. Insubstituível. A outra pessoa tem que tem um verdadeiro sentido de humor.

Homem (ou mulher) sem sentido de humor não está com nada. Falo por mim. Jamais me poderia relacionar por alguém que não me fizesse rir. Amor é fundamental, ter uma 'boa pegada' também. Mas ter sentido de humor é daquelas cuja falta faz todas as outras caírem por terra. Até pode acontecer que, ao princípio, uma pessoa, encantada com a situação, nem repare logo que o sujeito é um sapato torto, uma mala pesada, um atraso de vida. Só que, ao fim de algum tempo, quando desaparecer a ilusão que dourava e embelezava o coisa-pouca, vai saltar à vista que dali não nasce gargalhada, não nasce sequer um sorriso. Sujeitinho que não traga gargalhada à nossa vida não está com nada. Já era. Byezinho.

E é também isto que as meninas, no segundo vídeo, também dizem. É claro. Não tem que enganar.

E que entrem, então, as Avós da Razão.

Dar ou não dar - eis a questão

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O bom humor é mais importante que o amor


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As fotografias mostram cenas de Sunday in the Park With George de Stephen Sondheim e James Lapine, 
maridoinspirado por Georges Seurat

Sem mais nem menos, Juleny Favela interpreta Nunca es suficiente

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Desejo-vos um dia feliz, tranquilo.

quarta-feira, novembro 17, 2021

E afinal... o tamanho importa?


Há esta dicotomia célebre, questão dialéctica, coisa quase fracturante. Muitos tratados, de várias disciplinas, já devem ter sido produzidos a propósito do incontornável e cabeludo dilema. 

Há as pessoas que têm bom feitio e para quem tudo o que vem à rede é peixe e há as mais exigentes que não se contentam com qualquer coisa. Claro que há ainda os extremos: aqueles para quem o tema nem é tema e, no extremo oposto, os que põem defeito em qualquer coisa e só se contentam com o que é feito por medida.

Eu não vou dizer exactamente onde me situo. Mas acho que nem preciso de dizer. Quem por aqui me acompanha já deve adivinhar-me os gostos.

Bem, pensando melhor, não vou fazer suspense.

Claro que, prudentemente, poderia optar pelo nim. O tamanho importa? Nim. 

Ou por dizer: depende. Depende de quem o porta e de como o porta. Depende do feitio. Depende da cor. Depende da beleza. Sim, tal como em tudo o mais, aqui a beleza também é fundamental.

Em tempos, era dada a exageros: não me importava nada, muito pelo contrário, de usar bigalhadudos, bem fornecidos, mesmo exuberantes. Cada uso era quase uma performance.

Com o tempo fui ficando mais moderada. Uso, gosto de usar, aliás não dispenso o uso regular, mas aprecio a moderação, o bom gosto.

Consultando a imprensa de especialidade, vejo que agora se apregoam os de alto gabarito, grande volume, dimensão que não passa despercebida, porte arrojado, desafiador. Claro que, para serem usados, não pode ser de qualquer maneira. Senão o exagero vira coisa feia de se ver.

Penso que, para ficar bem, deverá ser como aqui o mostro: sobre a pele nua, os seios cobertos (mas facilmente em vias de ser descobertos. como convém a mulher decente que se preze).

Como influencer que me preparo para ser, partilho convosco um belo exemplar adequado ao tempo frio, para acompanhar um colete peludo e quentinho e, ao que consta, para reforçar a libido (Stones Club) e um mais refinado, adequado a uma festa (Balmain


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Para não decepcionar os que vieram ao engano julgando que aqui se iria tratar de miudezas, em especial para os Leitores homens, aqui vai um vídeo para que se mentalizem para o que, um dia destes, vos pode acontecer.

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Bom. Para tentar agradar a gregos e troianos, mormente aos que procuram esta vossa Staª UJM em busca de alguma arte, aqui ficam algumas das mais perfeitas obras de arte, no caso esculturas de se lhe tirar o chapéu. E que quem nunca duvidou que atire o primeiro diamante.

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Desejo-vos um dia feliz, em grande

sábado, outubro 09, 2021

Fantasias de uma mulher casada

 



Sobre o dia de hoje muito haveria a dizer mas, hélas, noblesse oblige, não posso. Portanto, tendo estado fora do circuito e desconhecendo o que por aí vai, para ter tema de escrita fico limitada a contemplar o meu próprio umbigo.

Melhor: não o dito cujo [que, por sinal, é 'muito bem feitinho', o orgulho da minha mãe que se gaba de me ter trazido bem apertadinha durante um mês, até que não ficou vestígio de nada à vista, tudo recolhidinho] mas outro tipo de umbigo. Claro que nunca perguntei à minha mãe se o aperto não me terá causado cólicas porque o que lá vai, lá vai. Tentei que os umbigos dos meus filhos também ficassem perfeitinhos, e ficaram, mas nunca apertei muito, assumindo cá para mim que, se eles viessem a protestar, lhes diria que tinha sido para seu bem. Felizmente, saíram bem e, portanto, não tive que usar aquele argumento sobre o qual, de resto, não estaria muito convicta pois não sei bem o que é isso de ser para o bem de cada um. Na volta, um mês de cólicas vale bem o ter, para o resto da vida, um umbigo perfeitinho. Sei lá. 

Mas, portanto, o que tenho a dizer não tem nada a ver com umbigos propriamente ditos.

Tem a ver, isso sim, com as estatísticas do blog. Mais do que quantas visualizações ou a partir de que países me visitam, gosto de ver as coisas que alguns Leitores escreveram nos motores de busca que fez com que viessem direccionadas para cá. Hoje, uma das expressões foi esta: 'fantasias de uma mulher casada'. Fiquei admirada: porque é que a google -- ou seja o que for -- manda para aqui toda a gente que não sabe fantasiar sozinha?

Mas depois percebi que há uns tempos escrevi mesmo uma historinha sobre Dita, a mulher casada com umas explícitas fantasias sexuais. Reli-me e achei-me muito pãozinho sem sal. Nitidamente escrevi aquilo a despachar só para não me arreliar com as coisas da política doméstica.

Sexo com dois ou mais homens é daqueles clássicos que mimetiza um outro clássico: um homem a fantasiar ter duas ou mais mulheres de roda de si. 

Contudo, nisto como para tudo nesta vida, para que as coisas produzam o efeito desejado, é preciso ciência. Ciência, imaginação and a touch of je ne sais quoi. Apenas improviso é bom às vezes, por acaso. Mas, se dá para o torto, é para esquecer. 

A ménage, seja de duas para um ou de dois para uma é daquelas que, só por si, pode ser uma valente carga de trabalhos ou, ainda pior, um tédio. 

Ou vem numa decorrência -- uma coisa que vai evoluindo, que começa por não ser nada para, aos bocadinhos, começar a desenhar-se qualquer coisa, uma coisa envolvente em que não são dois homens a servir uma mulher mas, antes, três pessoas que se desejam e que passam das intenções aos actos, tacteando, ousando, arriscando -- ou não vale um caracol furado, só serve para deixar todos desconfortáveis. Digo eu, claro.

É como aquilo do swing. Ir para um clube para experimentar um elemento de um outro casal é também daquelas que, em meu entender, só funciona com gente pouco exigente. Pode ser que, em idades pouco sofisticadas em que tudo o que vem à rede é peixe, a coisa possa parecer que funciona. Mas é treta. Fancaria. Claro que haverá quem garanta que poderá funcionar e ser um booster na boa disposição dos envolvidos mas, tenho para mim que, se não for bem gerido, pode é virar um belo pesadelo. 

A ser, tem que ser na base do afecto entre todos, um afecto tão verdadeiro que resista ao experimentalismo, à desconfiança, às comparações. Também digo eu de que, claro.

Mas estou em crer que, se calhar, as fantasias de uma mulher casada são, na maioria, de uma outra natureza. 

Mas são coisas de natureza muito inconfessável, daquelas de que mais vale nem falar, que, se calhar, até é bom que não se materializem não vá dar-se o caso de se transformarem numa xaropada sem pingo de graça ou de sofisticação. 

É que, também tenho para mim, coisas destas, para terem graça, devem vir envolvidas num mínimo de sofisticação. Deve haver romance, rêverie, bons modos (para além de uma boa pegada), demorada preparação e boa e cuidada execução -- deixando vontade de repetir (para aperfeiçoar). 

Poderia aqui dar alguns exemplos mas receio que, por falta de talento (e de liberdade de expressão), ao transformar fantasias gostosas e privadas num conjunto de palavras normais, as calientes fantasias virem uma pornochanchada. E isso é que não, caraças.

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E estou a escrever isto e a pensar que os meus filhos lêem as macacadas que para aqui escrevo. Às tantas, a esta hora, estão preocupados. Daqui vai, para eles, o meu disclaimer: descansem que a mãezinha não é dada a aventuras, a ménages, a swings, a órgias, muito menos a coisas ainda mais ponteagudas ou cabeludas. Zero. A mãezinha o que tem é uma imaginação desbragada na ponta dos dedos. Ofereçam-lhe um título que a mãezinha logo escreve uma redação. E é isto que a mãezinha acabou de escrever: uma redação que saiu assim mas que poderia ter saído assado.

Nada a fazer, já sabem. A mãezinha é um caso perdido.

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PS: Claro que os meus filhos não me tratam por mãezinha. Haveria de ter graça...

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A primeira, a segunda, a terceira e a sexta fotografias são de Mario Testino que os sabe escolher a dedo. A segundo mostra os fotógrafos Mert Alas & Marcus Piggott, ao que parece com Miley Cyrus. A quinta mostra Jeanne Moreau no filme Jules et Jim. E a última, obviamente é de Robert Mapplethorpe

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Um belo sábado

Tudíssimo de bom

sábado, agosto 07, 2021

Nestes Jogos Olímpicos, a propósito do desempenho masculino, volto àquilo do sexo bem aviado

 

Aviso: se calhar este post é politicamente pouco correcto. Podia disfarçar e, em minha defesa, dizer que isto não é de mim, que é da silly season. Mas, está bem, está, me engana que eu gosto.

Este post é o que é porque sim, sem mais explicações. Mas, ainda assim, tenho que informar que:

  • Este post não fala do Medina e do Trocos, nem sobre a indigência de o Trocos andar a copiar os cartazes do Medina nem sobre o nonsense de andar a agourar pouca sorte aos lisboetas prometendo-lhes sangue, suor e lágrimas.  

  • Também não fala da opinião de Marcelo, Professor em Infecciologia, sobre a vacina para crianças, ao antecipar-se aos estudos dos especialistas, mostrando que lhe está na massa do sangue opinar sobre tudo nem que seja na base da fezada. 

  • Nem fala das garantias que Vieira apresentou para poder ir à rua, antes tão poderoso, todos a lamberem-lhe o rabo, e agora, sozinho, a fazer contas para ver se o super-alex o deixa pôr o pé fora de casa.  

  • Também não fala na minha incompreensão sobre a marcha, um desporto que me parece quase maluqueira dos Monty Python, uma coisa que mais parece uma cena de passos amalucados a fingirem que querem mas não querem correr, agarrem-me se não eu corro.  

  • Também não fala das dietas de verão nem dos cuidados de saúde a ter em tempos de sol.  

  • E, obviamente, muito menos este post fala da pressão que dizem que os desesperados  e os brincalhões andam a fazer sobre o Rangel -- essa águia, esse leão, essa fera, esse macaco de rabo pelado, esse gato, esse galaroz, esse falcão, esse potro, esse ursinho peludo, essa coisa fofa -- para que dispute a liderança do PSD ao mangas-de-alpaca.  

  • Ná. Este post não fala de nada desses temas interessantes e politicamente aceitáveis.

Tenho a impressão que se fosse um homem a fazer um post assim, como este, toda a gente lhe cairia em cima a pés juntos. Chamá-lo-iam de machista para baixo. Para baixo ou para cima. Por isso, não sei se, ao fazer eu este post, terei direito a ser chamada de feminista. Se tiver, também está certo. Não ligo a rótulos: que ponham os que quiserem. 

A questão é que, nestes inícios de Agosto, abro os onlines e há uma coisa que me salta à vista. E isto sendo eu míope, faria se não fosse.

No outro dia estava a escrever que o título era só para chamar a atenção para a biografia e a pensar que está bem, abelha, engana quem quiseres, ó Ujota Emezinha, que a mim não me enganas tu. Se fosse sincera, o que teria escrito é que 'o título, na componente do sexo bem aviado, claro que tem a ver com a justa medalha atribuída ao Pichardo'. 

Ó Pichardo
Que a lavas no rio
Com um pé em cada margem
Salta este desafio
Carregadinho de vantagem
[Amofinado]

Talvez até acrescentasse 'curioso nome, este' ou, ainda, 'Pichardo -- what's in a name'. Mas, pronto, nesse dia contive-me. O tema era o de louvar a biografia do Cardoso Pires bem como o biógrafo e o biografado, não ia pôr-me a ser parva.

Ora hoje, já imbuída no indecente espírito do fim de semana, deixo-me de coisas e olho para o que está bem à vista. Bom... 'bem à vista' é uma maneira de dizer que também não exageremos. Aliás, aquela moda de se querer que as raparigas usem roupa bem curta e bem reveladora nos desportos de praia deveria estender-se aos homens, seja em que desporto for. Não uns bem comportados calções de lycra mas uns shorts bem shortinhos. Em tom nude, para quase parecer que o 'bem à vista' não é completamente uma metáfora.

Agora acho que, assim como assim, deveria haver um protocolo, alguma homogeneidade. É que isto de uns usarem tshirt por cima, outros a esconderem não se percebe bem onde, uns a guinarem para a direita, outros para a esquerda, é algo desestabilizador. A gente quer apreciar os dotes desportivos e, mesmo sem querer, põe-se a apreciar os dons ocultos ou, como soe dizer-se, as soft skills. Bem, não sei se tão soft assim (and, of course, the pun is intended)


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Bem, para me redimir, vou aqui ouvir uns meninos a cantarem um belo canto gregoriano. Ouço isto e fico logo santificada. Claro que melhor seria se, em vez de estarem de vestidinho até aos pés, também estivessem com uma reveladora lycrazinha. Mas, enfim, quem nos garante que o não estão? Quiçá, mesmo, sem qualquer underware. Quem é que diz que isso é exclusivo da Sharon Stone? 


Ámen!

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Desejo-vos um dia feliz.
Saúde. Risota. Afecto.

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A pedido de quem, em comentário abaixo, sugeriu que aqui tivesse o CR7 a ombrear com os supra olímpicos, aqui está ele


E o que, neste caso, posso dizer é que isto não me parece normal
(mas, neste caso, acho que o 'artista' é que deve ter um grande pénis dentro da cabeça para lhe dar para um empolamento destes)