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terça-feira, setembro 13, 2022

Dating - como transformar uma centelha numa chama

 

Conforme confessei há uns tempos, quando conseguia ter algum bocadinho livre, em especial ao fim de semana, ia ver o Indian Matcmaking na Netflix. Não saberei explicar porque é que tinha tanto interesse em conhecer o desenlace daqueles casamentos 'arranjados'. O que sei é que a minha filha se deixou embarcar no meu entusiasmo e, quando deu por ela, também já estava a querer saber o que acontecia a esta, àquele e ao outro. Talvez seja aquele nosso ancestral gosto em ver que as célebres histórias de boy meets a girl (ou girl meets a boy) têm um happy end.

Um Tinder personalizado, dizia um dos participantes na série a propósito de se recorrer a uma casamenteira. Para dizer a verdade, podendo parecer uma coisa antiquada ou contranatura, parece-me um processo interessante. 

Se uma pessoa não anda por aí com um letreiro nas costas ou na testa a dizer: 'Estou à procura de parceiro/a', como é que descobre outros que também andem? É que, se espera que ele/a lhe caia no colo, pode esperar a vida inteira.

Se um dia o acaso não me tivesse bafejado com a sorte de o meu olhar se ter cruzado com o de um desconhecido, a esta hora poderia estar casada com outra pessoa ou, o mais certo, já me teria divorciado (e, na volta, já teria tido mais uma dúzia de relações falhadas). A vida é isto mesmo: acasos que nos levam por caminhos que se encontram e desencontram. Às vezes corre bem, outras não.

Assim, no processo retratado naquela série real, os interessados dizem o que gostavam de encontrar e a casamenteira vai à sua base de dados e vê quem lá há que cruze com esses requisitos. No fundo, o mesmo que o Tinder ou qualquer outra aplicação de dating. Uma coisa inteligente e útil. Por isso, totalmente a favor.

E, até aí, tudo bem. Onde a coisa se estraga é quando as pessoas não prosseguem o processo com abertura mental (e realismo) para um romance e, pelo contrário, vão para os encontros como se fossem avaliar candidatos e emprego, interrogando-se mutuamente à cara podre e, por vezes, não conseguindo disfarçar expressões de tédio que desmoralizam o 'concorrente'. Noutros casos, é o oposto: estão num tal estado de carência que, de cada vez que conhecem alguém, atiram-se completamente de cabeça, acreditam que daquela vez é que é, que encontraram  o amor da vida delas, e aceleram de tal maneira que a pessoa do outro lado se assusta e bate em retirada.

Por isso achei tanta piada e concordei tanto com Esther Perel no vídeo que abaixo partilho.

Esther Perel é uma psicoterapeuta que tem explorado a tensão entre a necessidade de segurança (amor, pertença e proximidade) e a necessidade de liberdade (desejo erótico, aventura e distância) nas relações humanas.

Os conselhos que ela dá -- 

  • que não se disseque a seco (passe a redundância) a outra pessoa, que não se encoste a outra pessoa à parede bombardeando-a com perguntas de tipo curricular, que não se anule a sedução e o mistério e o tempo de namoro que é essencial para que as pessoas se revelem 
e que, pelo contrário, 
  • se interaja com a outra pessoa em ambiente descontraído, em situações normais, entre amigos, em família, dando tempo ao tempo, deixando que a descoberta mútua aconteça ao ritmo certo - 

parecem-me acertadíssimos. 

Dating Advice: How To Turn a Spark into a Flame

Os primeiros encontros podem ser emocionantes, exaustivos, misteriosos, chatos, fáceis ou trabalhosos. O que determina o sucesso ou a decepção de um primeiro encontro tem menos a ver com uma faísca imediata e mais com a criação das condições certas para transformar essa faísca numa chama persistente que nos deixa com vontade de experimentar mais. Quando estamos apenas a começar a conectar-nos com uma nova pessoa, é tudo uma questão de contexto, educação, sedução e conexão. Quando o namoro é difícil, pode parecer um jogo que não sabemos jogar. Mas, concentrando-se nessas quatro áreas, podemos deleitar-nos com brincadeiras não gamificadas - essa qualidade de romance, humor e facilidade que, quando combinada com uma conexão autêntica, inspira ambas as partes a ir mais fundo.  
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Caso vos apeteça, podem continuar a ler sobre o tema e afins em O amor e o desejo são inconciliáveis? do qual consta um outro interessante vídeo de Esther Perel

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Um dia feliz
Saúde. Graça. Paz.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Encontre a sua alma gémea






Como nasce um amor? Pode alguém que ainda não conhecemos vir a tornar-se o nosso grande amor, aquele amor que nos fará experimentar inesperadas sensações de plenitude?

Eu acredito que sim.

Claro que também pode nascer de uma amizade de longo prazo ou até de uma inimizade de estimação. Mas eu acredito mais em amor à primeira vista, em golpes de paixão. Nada me parece tão estimulante como um escaldante coup de foudre, nascido do nada, imprevisto, inesperado, incontrolável.

Vem isto a propósito de quê? 

Acabei de escrever no Ginjal uma história sobre um desses amores e gostei. Quando escrevo sobre amores assim fico sempre muito leve. 

E agora, ao espreitar o The Guardian, resolvi parar no espaço dos que andam à procura de uma alma gémea. Soulmates (online dating)




Transcrevo os propósitos:


Guardian Soulmates is where like-minded people find great dates...

Welcome to Soulmates, the Guardian's online dating service. Soulmates dating is for individuals of any persuasion whether straight, gay, lesbian or bisexual and has thousands of new people joining every month. Since launching online in 2004 thousands of happy couples have found each other through Soulmates.

Join for free and create your own profile

When you join Soulmates, you will be able to create your own profile - letting people know who you are, what you like and who you would like to meet. You'll have the ability to search for people who interest you, browse through your matches and even receive messages from other users. When you're ready to contact someone you can subscribe to access Soulmates messaging.

Take the next step towards finding your perfect partner. 


Ao passarmos os olhos por alguns testemunhos vemos como aconteceu e como foi fácil correr tão bem.

Se virmos algumas das pessoas que neste momento estão à procura de companhia, percebemos que até têm bom aspecto.

Por exemplo o Creative55, 55 M (homem de 55 anos) ou a fay201, 32 W (mulher de 32 anos):



  • creative55
    • creative55, 55 M

    • Life part 2 !
    • Wimbledon, London, Greater London, England, United Kingdom
    Hi, just a few details ... photos/details are very accurate ( main pic was taken 15-12-2012 rest within a year ago) . Divorced 7yrs , have two young adults 21 + 19 this year ( live with their mum but I'm very activley involved ...



  • fay201
    • fay201, 32 W

    • Bright, bubbly, funny girl...
    • Hertfordshire, England, United Kingdom
    Hi! I have to admit I'm not completly 'sold' on the dating site idea but I'm giving it a go. I guess I'm a bit skeptical about it as I think its important to meet someone and ...













Claro que também há aqueles que eu consideraria uma pena já que andam à procura de um companheiro e não de uma companheira. Como exemplo, mostro-vos este jeitoso:


  • breakfast_in_bed
  • So i thought I'd got over the 40-year-old crisis pretty well - but actually 42 seems to be knocking me about a bit ... I just moved to the magical Hackney Wick and that skimmed about 5 years off me but ...



E os cavalheiros acharão que algumas das mulheres que estão interessadas numa companheira são também um desperdício... mas fazer o quê? Gostos não se discutem.


  • firework
    • firework, 42 W

    • Bursting into the sky!
    • London, Greater London, England, United Kingdom
    I am a lively and happy Londoner with an Italian heart! Don’t freak out, though: my English is to academic standard. Also, contrary to stereotypes, I am not temperamental, I don’t sing all day and I quite like ...



Nos que agora estive a ver, na relação pretendida, aparece quase sempre 'vamos ver o que acontece'. Acho isso saudável. Quem está sozinho e gostaria de ter companhia, qual o impedimento para tentar arranjar companhia desta forma descomprometida, a ver no que dá?

Tantas vezes, quando falo com amigas sozinhas, me dizem que os homens que interessam estão 'tomados'. Que maneira limitada de ver as coisas nesta era da globalização. Porque é necessário que a 'procura' se restrinja aos conhecidos, aos colegas, aos vizinhos? Com o mundo inteiro à distância de um click o que impede de abrir a janela ao mundo?

Imagino que, ao lerem isto, dirão: mas... em Inglaterra? O que eu respondo é o seguinte: e porque não? E, de qualquer forma, isto é um mero exemplo. Provavelmente há mil sites de dating credíveis, com gente normal, gente que apenas quer tentar descobrir aquilo que, por inibição (ou escassez mesmo - já que, de facto, acredito que gente interessante e disponível não se encontre todos os dias ao virar da esquina), até aqui ainda não foi capaz de encontrar.

*




As noites eram aquele enxame desperto as noites
eram noites bem bebidas
a elevação dos lábios interiores dos cálices
o pôr das mãos nos caminhos


Portanto, meus senhores e minhas senhoras, se vos apetece um pouco de romance nas vossas vidas, façam o favor de pôr as vossas mãos a caminho mesmo que, para isso, para ganharem coragem para dar esse passo, tenham que descontrair previamente com uma boa bebida. A vida foi feita para ser vivida com tudo o que de melhor houver. E o melhor não é a solidão, a amargura, a frustração. O melhor é o amor, a entrega, a partilha, a estima mútua.




Estamos tão perto
que aqui onde estamos
não nos descobre nem o ar
sequer a nervura das águas se agita.


Tão perto que podemos estar daquele ou daquela por quem esperámos toda a vida. Não o (a) façamos esperar.


E se ainda não estão convencidos e se for preciso eu abrir aqui uma secção de dating, também o farei.

(Uma secção assim: Meus amigos e amigas, se sentem o peso da solidão ou a inquietação de não terem ao vosso lado alguém com quem partilhem um grande amor, digam o que procuram e o que têm para oferecer. A sorte fará o resto.)

E não digam que não faço de tudo para que encontrem a vossa alma gémea.

Boa sorte e felicidades.


*

Os poemas são de Catarina Nunes de Almeida do belo livro 'Bailias'. A canção cantada por Tracy Chapman é o conhecido Stand by me.

*

Hoje gostaria muito que fossem até ao meu Ginjal e Lisboa pois escrevi uma historinha de amor que dediquei a todos quantos estejam por aí a sentir-se infelizes. As minhas palavras rodeiam o poema de Luiza Neto Jorge e a música hoje é Haydn interpretado por Richter.

*

Tenham, meus Caros leitores, uma bela quarta feira e que tenham a sorte de hoje ser o primeiro dia do resto das vossas vidas. Be happy!