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terça-feira, junho 19, 2018

François Hollande, o saudoso macho alfa da política francesa


Juro que há coisas que não consigo entender. Mesmo que passem anos, eu continuo a não perceber.

Quando se vê um casal em que não se aproveita nem um nem outro, a minha mãe comentava: há sempre uma meia rota para um pé coxo. Portanto, até aí tudo bem. Por exemplo, se o François Hollande se tivesse tomado de amores por uma matrafona ou por uma zinha qualquer eu não teria nada a dizer.

Assim, não é que tenha -- porque não tenho -- mas não consigo deixar de comentar que não entendo. Do que lhe conheço politicamente, não me parece alguém capaz nem de vender uma coca-cola no deserto quanto mais convencer um céptico a votar no Partido Socialista. 

Portanto, por elán intelectual, arroubo mental, ou entusiasmo partidário não é. E, do que salta à vista, enquanto homem, acho que nem um piropo ele seria capaz de arrancar às profissionais dos ditos, como, por exemplo, às vendedoras do Bolhão, quanto mais a mulheres normais. E mesmo que estivessem em estado de carência total, naquele estado de que se diz que estão capazes de matar cachorro a grito, nem assim eu consigo antever que alguém normal resolva suprir lacunas com um coisola como este pobre
coitado do Hollande.

Conta anedotas, dizem. Tem sempre uma adequada a cada circunstância. Ok, boa. Humor é fundamental. Mas, caneco, não basta. 

Um homem sem sentido de humor é tão grave como ter maozinhas de boneca como o Trump ou outras coisas igualmente grave. Mas se o humor é necessário, uma coisa garanto: não é suficiente. Se, tirando as anedotas, for um chato, se tiver a inteligência de uma galinha desmiolada e se fisicamente não passa de um galarucho emproado, então esqueçam.


E, no entanto, três mulheres inteligentes, bem informadas, independentes, giras, com tudo em cima -- Ségolène Royal, Valérie Trierweiler, Julie Gayet -- apaixonaram-se perdidamente por François Hollande.

E eu não percebo. Não per-ce-bo. Não mes-mo.


Na entrevista Thé ou Café, ele diz que as separações são dolorosas e faz o número do tadinho mas, que eu saiba, foi sempre ele que causou o rompimento por já andar enamorado por outra, causando cenas de ciúmes que me fazem pasmar. Não sou de fazer jura, de fazer aposta ou de me atravessar com afirmações que, mais tarde, me possam condenar mas caraças se não posso afirmar a pés juntos que nem que ele me aparecesse nu (ah, nu ainda deve ser pior), revestido a ouro (havia de ser lindo) ou habilitado a dar massagens dia e noite intercalando-as com recitais de poesia do mais fino recorte, nem assim eu me sentiria tentada a retirá-lo dos braços da agora Julie Gayet. 


sexta-feira, outubro 14, 2016

O que é que ele tem que a gente não consegue ver...?


Marie-Ségolène Royal - 63 anos

Julie Gayet - 44 anos

Valérie Trierweiler - 51 anos

-- As mulheres mais ou menos 'oficiais' de François Hollande --



Ao sair um livro sobre o franganote, o assunto volta à ribalta: refiro-me ao misterioso efeito que Hollhande desperta em algumas mulheres, pelo menos nas três que se lhe conhecem.

Entre confidências, desabafos e mémoires, Hollande resolveu mediatizar-se um bocadinho mais, dando-se a conhecer mais de perto através de um livro em que expõe pensamentos privados ('um presidente não deveria dizer isto...').


E, portanto, como referi, uma vez mais o espanto volta. Hollande, o decepcionante presidente francês, esse homenzinho em quem o povo francês não vê rasgo nem chama nem golpe de asa ou de rins nem força (ou seja, em síntese: em que não se detecta ponta de carisma), é afinal um sedutor a cujos pés caem belas, inteligentes e vibrantes mulheres.

O que vêem as mulheres num homem assim? -- é a pergunta que se impõe.


Podia ser o songamonga que se vê e o choninhas político que se conhece (tanto que, qual caniche, gostasse de se esconder debaixo das poitrines de matrafonas alemãs) mas, à vista desarmada, ser um garanhão, a réplica presidencial de um bombeiro de calendário, um irresistível galã -- e aí a gente até poderia perceber. Ah, por debaixo daquela maneirazinha de ser, esconde-se afinal uma bomba sexual...! - diríamos então.


Mas não. Nem na personalidade nem no físico Hollande impõe respeito. E os apontamentos pessoais que vão vazando do palácio mostram-no como um homenzito que gasta descabeladas verbas com um cabeleireiro que sempre o acompanha para manter no sítio a sua farta juba, um homenzito que, durante reuniões de estado, envia sms pueris às suas ex, que se porta como um adolescente retardado que fica vidrado nas namoradas mesmo quando deveria ter a cabeça em assuntos sérios, que gosta -- como Valérie já antes tinha contado e agora voltou à carga, exibindo sms dele -- de se armar em snob tratando os pobres por desdentados.

Isto é o que a gente vê.

(É certo que as fotografias que a imprensa escolhe para o retratar também não ajudam muito.)


E, no entanto, apesar de parecer não passar desta fraca figura, a verdade é que a firme e suave Ségolène é ainda uma leal amiga e a sua eterna companheira, a mulher que o apoia discretamente, a bela e tempestuosa Valérie é ainda uma mulher apaixonada e ciumenta e Julie Gayet é a namoradinha que se derrete ao falar dele, quase como se ainda tivesse rebuçadinhos e memória de beijinhos na boca.


O marialva rebelde não quer casar-se e elas nem piam, é um engatatão encartado e elas até parecem tentadas a desculpá-lo, não tem um pingo de graça e elas, sorridentes, parecem achá-lo o máximo.

Imagino que o livro vá vender como pãezinhos quentes, toda a gente desejando saber qual o segredo desta figurinha, toda a gente a querer ler aquelas passagens em que ele descreve os ciúmes que Valérie tinha de Segolêne, sempre com medo que ele voltasse para a mãe dos seus filhos, ou em que fala num tom que parece ser paternalista em relação à sua mais  recente conquista, a menina Julie dos croissants.


Dizem que sabe anedotas que se farta e que, mal chega a algum lugar, desata a armar-se em engraçadinho, contando secas atrás de secas. Mas, mesmo que uma ou outra tenha graça, será só por isso que elas caem que nem rolas peitudas aos seus pés?

Pois eu não sei. Fico perplexa com a saída que um coisinho destes tem. De resto, também não sei como chegou a presidente da República Francesa -- e isso é capaz de ainda ser pior e pior não apenas para a França mas, também, para a Europa. 

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Já agora, para quem não conheça a actual namorada do presidente francês, Julie de sua graça, aqui fica um vídeo muito recente, de 11 de outubro

Shooting Beauté Julie GAYET 

 3 looks maquillage et coiffure - ByCalliste


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E, se me permitem, acabamos com uma música dedicada a todos os que se amam em Paris

Les amants de Paris


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E queiram agora descer, se para aí estiverem virados, claro, até ao post abaixo onde desfalo do Nobel da Literatura, o inesperado Bob Dylan.


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terça-feira, julho 26, 2016

O cruzquini aprovado pela Santa Sé.
A digressão geriátrica dos Rolling Stones.
O crazy gun man Trump que ainda nos arriscamos a ter como Presidente dos EUA.
A napoleónica mãozinha de Hollande que lhe descaíu para a portinhola.
A Madame Cristas que falhou o seu momento Marilyn quando foi fazer uma visitinha a Marcelo em Belém.
O Love on Top da TVI, mais uma casa a cargo de Madame Teresa Guilherme, que mais parece feito numa casa de má fama.
E o Passos Coelho que não consegue levantar-se depois de cair no ridículo.


Se abaixo já partilhei um vídeo sério e interessante, agora aqui abaixo partilho duas fotos recebidas também por mail e que me deram vontade de ir à procura de mais.

Continuo com o disco repleto. Por isso, ainda não posso ver os vídeos ou power-points que me enviam em ficheiro mas apenas aqueles de que recebo o link do youtube ou, então, fotografias simples. Claro que poderia guardá-los no dropbox mas não estou para isso, não tenho tempo para gerir tanta trapalhada na internet. Por isso, não levem a mal que não me pronuncie sobre o que me enviam mas é que não consigo ver. De vez em quando, à noite, ponho-me aqui a ver o que posso apagar mas depois desisto porque me chateia estar a usar o meu precioso tempo em limpezas. E, portanto, com os discos a rebentar pelas costuras, desorganizada, prolixa na produção mas um zero na manutenção, aqui me têm.

Abrevio e passo a mostrar as fotos que recebi:

O Cruzquini - o fato de banho aprovado pela Santa Sé


Foto de uma digressão dos Rolling Stones daqui por uns 30 anos

E agora umas que descobri por mim e me apeteceu juntar:

A gente a brincar e o homem-banana com boca-de-pato a subir nas sondagens. Um pesadelo.

Napoleão, Sarkozy e Hollande e a mãozinha protectora
(a de Napoleão ali guardada parece que era para lhe sossegar o estômago. A do Hollande sabemos bem o que é que. nele, precisa de ser sossegado)

A Madame Cristas bem tentou ter o seu momento Marilyn mas a aragem poupou-nos

Há bocado, numa de zapping, vi o prgrama mais inenarrável da TV. Um grupo de criaturas parece que acabado de sair das casas de alterne no norte (os que ouvi pareceram-me ter sotaque do Porto) espojava-se por camas, espreguiçadeiras, numas conversas indescritíveis. Coisa com a mão de Madame Teresa Guilherme, claro. Uma rasquice que só vista. Como é que se permite a existênia deste lúmpen televisivo?

Estes não sei quem são mas têm piada
E é verdade: o triste do Láparo está cada vez mais ridículo. De cada vez que fala a gente, para não atirar um tomate à televisão, fica-se pela alternativa: rimo-nos a bom rir dos seus modos ressabiados, catastrofistas e descabidos
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E agora, para um vídeo instrutivo, queiram continuar a deslizar por aí abaixo.

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terça-feira, dezembro 08, 2015

Marine Le Pen não tem culpa. Culpa temos nós, os amiguinhos do politicamente correcto.


No post abaixo falei da entrevista do candidato Marcelo que, a meu ver, está a milhas do meu preferido de sempre, o fantástico candidato Vieira. E, porque me deu para as confidências, contei entre quem é que o meu coração, a esta altura do campeonato, balança. Ainda não comecei a pensar a sério no assunto mas, logo que me decida, de tal aqui vos darei conta.

Mas sobre isso falo a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra. Falo dos riscos que representa a subida da Frente Nacional nas preferências eleitorais dos franceses ou melhor, falo daquilo que, em minha opinião, leva a uma coisa destas.





Nas eleições, vota-se em quê? Nos programas dos partidos? Que percentagem da população os lê? Baixíssima, imagino. Então, vota-se a partir da publicidade dos partidos? Talvez, mas, em minha opinião, não tanto quanto o investimento em cartazes e folhetos e em comícios poderia levar a crer.

Portanto, sobretudo, em que é que se vota? Nos líderes - digo eu.
Não fiz nenhum estudo pelo que apenas posso falar com base na minha intuição: 
  • uns quantos votam por comportamento tribal (votam no partido de sempre, esteja quem estiver à sua frente, tal como apoiam ferreamente o clube de futebol de sempre, mesmo que detestem o treinador e não conheçam nenhum jogador) e, portanto, constituem a base mínima de apoio; 
  • e outros votam em função da personalidade do seu líder e de uma ou outra figura de proa.
Cá em Portugal, tivemos recentemente a prova disto. As eleições trouxeram uma novidade que ajudou a virar o tabuleiro do jogo: Catarina Martins mostrou-se convincente, inspiradora, forte. A sua liderança é eficaz: congrega em torno das ideias que defende um número de eleitores que conduziu o Bloco de Esquerda ao terceiro lugar. Um site americano coloca-a entre as 28 personalidades que estão a mudar a Europa. E parece-me uma análise acertada.

António Costa, é outro caso recente. Depois de uma campanha eleitoral débil, mostrou igualmente ser um líder guerreiro, daqueles que, mesmo perante a derrota, se levanta, reúne as tropas, e avança, sem medo, para a frente de batalha como se fora um fortalecido ganhador. Tal como a sua experiência anterior já o demonstrara, está a mostrar ser um indómito lutador, um incansável negociador, um ganhador.


Em França, na esquerda, temos um líder do PS que não tem mostrado outra coisa senão que é uma amostra de gente. Fraco, fraco. Com isto do atentado de sexta feira 13, teve um incremento de popularidade -- tempos perversos, estes --  mas coisa pouca. Numa Europa desidratada e anémica, à mercê dos abutres financeiros, goraram-se cedo as expectativas: em vez da promessa que se aguardava, Hollande logo mostrou ser mais um dos caniches amestrados da Merkel.

O tweet de Valérie que, recentemente,
inflamou as redes sociais --
Valérie com uma tshirt que diz:
I'm too sexy for my ex
O interessante testemunho da sua ex-companheira, Valérie Trierweiler, deixou a nu a sua personalidade pouco firme, piegas mesmo, pateta até, como, por exemplo, quando a imprensa divulgou o seu affaire d'amour com Julie Cayet e ele continuou a fazer declarações de amor ou a perseguir com mensagens tontas a ex, Valérie. 

Mas, enfim, todos os males fossem os comportamentos adolescentes e os croissants do Presidente e a forma aviltantemente arrogante como, na intimidade, se refere aos menos favorecidos, tratando-os por 'os desdentados', ou a forma como Valérie se vinga, gozando com ele, menorizando-o aos olhos dos seus concidadãos. O problema não está aí: está em tudo o resto. O orgulho francês de grande nação fundadora do grande ideal europeu tem sido ferido com as actuações titubeantes de Hollande face aos desafios que os tempos presentes têm colocado a França.

O espírito truculento de Sarkozy, apesar de tudo, apesar dos escândalos financeiros e dos casos judiciais em que se viu envolvido, parece ser, junto da opinião pública, mais consensual do que Hollande. Não obstante se ter também colado à Alemanha, conseguiu ser visto mais como igual do que Hollande, que aparece quase subserviente, um galinho-galador que baixa a cabeça quando uma galinha gorda, como a Merkel, se acerca dele.

"A pègre marron, de forma quase compacta,
ocupa a orla e o interior mediterrânico
e o norte da França até à Lorraine e à Alsace
 e avança da fronteira com a Alemanha
em direcção ao Atlântico.
Dá frio na espinha.
Em França vive-se na luta contra o FN
 também um estado de urgência.
Domingo o voto no (informal) "Front républicain"
impõe-se, mesmo contra a vontade de chefes
 de facção como Nicolas Sarkozy."*

Face a esta ausência de uma liderança inequívoca, surge Marine Le Pen. As classes mais desfavorecidas e menos dadas à leitura do programa da FN ou à discussão dos princípios pelos quais se rege, apoiam-na. Os desempregados, os emigrantes portugueses, as classes mais baixas apoiam-na. Foi em Calais, o território apátrida, onde se juntam em condições desumanas milhares e milhares de imigrantes, que a FN teve a votação mais expressiva.

Imagino (ou melhor, não imagino) o que será viver em Calais.
Lembro-me de ter estado, há um par de anos, no sul de França, numa pequena cidade onde havia, na altura, romenos por todo o lado. Estacionávamos o carro e apareciam mulheres com os filhos ao colo e pela mão a pedir dinheiro, puxavam-nos pelo braço, andavam ao nosso lado, colados a nós até que lhes déssemos dinheiro, mais à frente apareciam homens a pedir, mais à frente apareciam outros, havia romenos pelos passeios, por todo o lado. Senti verdadeiro incómodo, apetecia-me mudar de passeio a toda a hora para fugir à insistência deles. Algum tempo depois, ouvi que o presidente da câmara de lá queria expulsá-los e pensei que, face ao que os habitantes da terra deveriam queixar-se, até o compreendia. Não é politicamente correcto dizê-lo mas é humanamente compreensível. E eu tive a experiência como turista: imagine-se o que será viver todos os dias numa cidade em que as ruas, as praças, os jardins e todos os lugares estão pejados de gente faminta, suja, desesperada. Imagino que se esqueçam os sentimentos de solidariedade para ficar, sobretudo, a rejeição pelo incómodo desconhecido.


Ora, são sobretudo estas pessoas que apoiam a FN. E, em minha opinião, apoiam-na porque Marine Le Pen aparece como a líder forte, a protectora, a mãezinha que, acreditam eles, se levantará para lutar pelos necessitados, pelos revoltados, pelos franceses, pela França. As bandeiras que Marine Le Pen agita soam bem aos que receiam perder os seus empregos, aos que receiam que as hordas de imigrantes lhes tomem as casas, as ruas, o sossego – legítimas preocupações, convenhamos.

Pode a cura que ela propõe levar a males maiores do que a doença que combate mas isso, para os que a apoiam (e é se reflectirem nisso - o que duvido), será se e a la longue. No que eles pensam é no agora, no . Sendo preciso que uma voz se levante e fale alto a vontade de defender a França e a segurança dos franceses, segundo uma percentagem grande de votantes, é Marine que a tem. Por isso, para ela foi o expressivo voto de grande número de franceses. E sempre que, para a frente de um partido, for alguém fraco, especialmente nestes tempos de incerteza e receios que atravessamos, logo a população se desviará para onde encontre um líder forte.

Não culpemos, pois, quem assim vota. Culpemo-nos, antes, a nós que condescendemos em termos líderes frouxos, líderes que vivem bem de gatas, que se agacham perante quem acena com dinheiro fresco, culpemo-nos a nós que consumimos jornais e televisões que dão voz a líderes vendidos, palhaços, fantoches, culpemo-nos a nós que damos ouvidos a pequenos arautos do politicamente correcto, a comentadores de meia tigela que apaparicam os pequenos líderes que nada fazem para fracturar este marasmo em que a Europa se transformou. Culpemo-nos a nós que defendemos que se enviem para a Europa os políticos mais inaptos, os que não queremos cá, e que, no momento de votar, nos portamos como uns vulgares cobardes elegendo, para nos representar, figurinhas de quarto e quinto plano que não têm visão, que não têm coragem, não têm mundo, experiência, conhecimentos, gentinha sem qualidades. Culpemo-nos a nós por aceitarmos ser governados por burocratas que impõem sofrimento aos povos por via da austeridade excessiva a troco de nada (ou melhor, a troco da salvação dos bancos), eurocratas que não conseguem reagir atempadamente perante os mais graves problemas, sejam eles um ataque desenfreado dos especuladores financeiros, sejam entradas de avalanchas de refugiados, sejam o avanço crescente de movimentos xenófobos, seja, ainda, a construção de muros que cercam e cerceiam os mais nobres ideais de liberdade e humanismo. Não nos queixemos, nós, os letrados, os ilustrados, os que sabemos tudo, os que sabemos que, por detrás das promessas populistas se escondem riscos totalitários e perigosos, porque, sentindo-se desprotegidos, os mais fracos procurarão sempre a mão forte de quem prometa defendê-los -- e não seremos nós, os bem comportadinhos, que poderemos defender quem quer que seja.


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Lá em cima, Jussi Makkonen no violoncelo e Nazig Azezian no piano interpretam Impromptu op. 5/5 de Jean Sibelius.

As imagens são do fotógrafo abstracto Kim Keever: Random Events
"It took me about two years of imagining what it would look like to totally simplify my working process. When I finally tried just dropping paint into water and photographing the results through a 200 gallon aquarium wall, to my amazement, the paint dispersed in so many interesting ways.
Timing of the shots is crucial and short-lived, as the process of releasing the dyes and pigments quickly transforms into a random event. It is a very freeing process. I can explore color and form like never before.
Even after 20,000 shots I can't predict which will be completely successful and only a fraction are printed. But I have accepted the lack of control and embrace the randomness." – Kim Keever, 2015
* A capa do Le Monde bem como o texto que coloquei como legenda foram-me enviadas por Leitor, a quem muito agradeço.

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E, caso vos apeteça mergulhar na realidade nacional, queiram, por favor, descer até à música celestial do Comentador Marcelo.

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sexta-feira, julho 24, 2015

Angela Merkel é contra o casamento gay... mas, afinal, é lésbica...?! Eu já andava desconfiada. Bem que o Hollande não a conseguiu pôr a comer croissants... Ora qual a mulher hetero que não cai de rastos, perdida de amores, por aquele garanhão...?


Pois é, meus Caros, esta noite foi noite de festa: o último aniversário de Julho. Não tarda começam a vir os leões e virão também em força.

Isto numa altura em que o corpo pede férias, em que as temperaturas altas derretem as energias. Já nem preciso de dizer: chego a esta hora e não dou uma para a caixa. Vejo que haveria algumas coisas para comentar e poderia relatar uma cena giríssima passada esta noite. Mas não consigo.

Por isso, depois de abaixo ter relatado uma graçola e ter mostrado um vídeo engraçado, aqui continuo quase no mesmo registo.

Apenas para perceber se o mundo continua a girar na mesma direcção, dei uma volta por alguns jornais online. E qual não é o meu espanto quando vejo um vídeo com a bardajona Merkel toda romântica, à janela, com uma mulher toda in love, a abraçá-la. A seguir, já as vejo na cama, a hipotética namorada a fechar-lhe o fecho nas costas.

Ora, ora. Então a senhora dona Angela Dorothea, que não gosta de casamentos gay, na volta encontra-se à sorrelfa com uma amiga? Muito me contam.




Transcrevo da Vanity Fair:

On Wednesday, the new German magazine Straight made a bold first impression on Twitter by releasing a steamy video depicting a woman, with sexy bedhead, lovingly caressing a look-alike of German chancellor Angela Merkel.

The video immediately achieved notoriety in Germany, partly because of the mildly controversial image of the straight Merkel being in a lesbian relationship, but mostly for the fact that it mocked Merkel’s stance on gay marriage. Despite the country’s overwhelming support of same-sex marriage—the radio playing in the background of the video says 62 percent favor it; other polls place that number higher—Merkel recently said that she did not believe in it. “For me, personally, marriage is a man and a woman living together,” she said in a recent interview, but quickly emphasized that she was against discrimination based on sexual orientation. “That is my concept, but I support civil partnerships."


Leio também que, em tempos, já a Merkel tinha aparecido em duas revistas, ora feita gatinha caída de amores pelo garanhão Hollande, ora toda sedutora, capaz de se assanhar se ele não lhe desse o que ela queria. Não é de admirar tanto derretimento por parte da matrafona Merkel: se tanta mulher inteligente e bonita cai redonda aos pés do marialva Hollande, porque haveria a Merkel de escapar aos avassaladores encantos do galinho francês? 

Mas a verdade é que, ao contrário do que as fotografias deixam crer e para desgosto de muito boa gente, a bardajona, não se tornou a nova primeira-dama francesa. É que, afinal, a praia dela não seria bem a dos croissants...


Ich liebe dich (moi non plus)                             « Comment on dit en français : C’est de l’amour? » 

Hey sexy bomb!
E tão fera é ele como ela, uns matadores.

Papa, papa, Gelinha, papa lá o croissantzinho,
diz o Hollandinho

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PS: Escuso de fazer notar que, em qualquer dos casos, se tratam de sósias e de brincadeiras.

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E relembrando que abaixo há mais, saio daqui directinha para pregar noutra freguesia -- não sem antes fazer votos de que a Angela Dorothea seja feliz nos braços de quem quiser e deixe em paz os povos dos outros países.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma sexta-feira muito feliz!
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segunda-feira, janeiro 12, 2015

A beleza das mulheres. O exemplo de Meryl Streep.


No post mais abaixo falei de um homem cujas palavras, em minha opinião, devem ser levadas em conta. Se um dia elas nos chegarem, poderosas, dos lados da Rússia, o mundo será diferente do que é hoje. Claro que entre o que se sonha e o que, de facto, se pode fazer vai um imenso mar de diferenças (Obama é apenas um, de entre tantos, que o pode confirmar) mas, ainda assim, acredito que cada vez mais russos vão começar a seguir com atenção a sua ambição. Mas sobre Mikhail Khodorkovsky falo a seguir.

Aqui, agora, a conversa é outra.


Não vou falar do imenso mar de gente em Paris, na grande marcha republicana em que mais um milhão de pessoas saíu à rua para mostrar o seu apego à liberdade, pois se, por um lado, acho emocionante que tanta gente se junte em torno de um dos mais cruciais pilares da democracia, por outro tenho a convicção de que pouco vai mudar e de que muitos dos governantes que ali estiveram, o estiveram apenas porque, enfim, noblesse oblige. Ver a cara de manequim dos fanqueiros do Passos Coelho umas filas lá para trás, irrelevante e inútil, sempre de tacha arreganhada, uma cara a rir no meio de um mar de rostos consternados, diz bem do exemplo do que é um governante que ali foi apenas para fazer número.


O galito Hollande com a sua patroa, a matrafona Merkel, Sarkozy logo ali e mais uma data de gente importante no actual panorama político - obviamente Passos Coelho não se vê, estava lá para trás, no lugar destinados às concierges
(mas na televisão, quando o focaram, juro que o vi a rir, provavelmente das gracinhas que a inconsequente Esteves ia dizendo)



Que foi uma manifestação histórica não tenho dúvidas mas que foi inútil temo bem que o tenha sido e, portanto, pouco mais tenho a dizer que isso. A psicologia de massas é isto mesmo: grandes comoções, um frémito de fraternidade emocionada a percorrer os corpos, a sensação de que tudo é possível. Mas, logo que o grupo de desfaz, tudo volta ao que é - a menos que à frente dos destinos dos países esteja gente capaz de interpretar os anseios do povo e capaz de o traduzir em actos, com garra, líderes de verdade, gente com visão de estadista. Mas o que ali vi deixa-me de pé atrás, especialmente no que se refere ao território político em que me insiro, a Europa*: Hollande é a fraca figura que se sabe, um homenzinho que vive em função da imagem e da opinião pública, Rajoy outra fraca figura, Merkel uma contabilista luterana (que tem a particularidade de ter uns grandes tomates - and sorry for my french), o malabarista Juncker, etc, etc, e Passos Coelho, a nódoa que tão bem conhecemos. 

Por isso, vou ficar-me por aqui no que a grandes temas da actualidade diz respeito. E, se me permitem, vou passar para o registo das pequenas coisas do dia-a-dia.


Meryl Streep, com uns anos de diferença mas sempre com a mesma beleza luminosa


Meryl Streep é hoje uma estrela inquestionável no mundo da representação e não há filme em que ela não brilhe com aquela luz que parece emanar dos seres especiais.


Meryl Streep em África Minha


Ela é tudo o que há para ser: namoradinha inocente, grande fazendeira africana, bruxa, mãe devota, amante divertida, executiva implacável, mulher apaixonada, governante reformada com Alzeihmer, o que se quiser - e, em qualquer papel, é perfeita.


Meryl Streep em As Pontes de Madison County


E, logo de nova, a excepcionalidade da sua arte de representar se tornou muito evidente e, desde então, não foi por ser loura, morena, alta, baixa, nunca pela perfeição simétrica do rosto ou beleza sensual do corpo que a sua arte se impôs: sempre foi a mulher que ela encarnava que se impunha.

Toda a gente que trabalha com ela refere a forma osmótica como a personagem se apodera dela, levando-a a adquirir a voz, os mais específicos sotaques, os tiques, quase a personalidade da personagem que representa.


Meryl Streep em O Diabo veste Prada


Mas, antes de tudo isto, ela foi rejeitada. Era feia, não servia para o papel, disseram-lhe. Custa a acreditar porque feia ela nunca foi. Tinha, então, 26 anos, foi a um casting para o papel feminino do King kong e Dino de Laurentiis disse que ela era che brutta, feia demais. O papel foi para Jessica Lange.



Jessica Lange em King Kong


O vídeo abaixo mostra Meryl Streep, na semana passada, como ela sempre é - segura, divertida, resplandecente na sua beleza intemporal - descrevendo esse episódio.


Meryl Streep ‘Not Pretty Enough’ To Be In King Kong - The Graham Norton Show




Para se ver o que são as coisas. A relatividade das coisas, quero eu dizer. A relatividade de tudo, vendo bem as coisas.

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E chega de coisas. Por agora, fico-me por aqui que esta segunda-feira a coisa promete, afazeres de toda a espécie e feitio, incluindo familiares que a coisa não anda especialmente fácil. Por isso, adiante antes que se faça tarde.
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* - Sobre a Europa, recomendo a leitura de um artigo (que em comentário abaixo foi deixado por  Fernando Ribeiro) da autoria do neo-convertido, o polifacetado Moita Flores. 


O artigo intitula-se: 

Europa terrorista - A quadrilha que vai liderar a manifestação de Paris prostituiu a Europa, matou os projetos de Vida.


Lê-se e não dá para acreditar. Também tu Moita Flores...?

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Relembro: sobre uma figura da qual, por cá, pouco ouvimos falar mas que me palpita que um dia destes será bem conhecida falo já a seguir - alguém que sabe do que fala quando fala de liberdade ou não tivesse estado preso durante alguns anos.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira. 
Saúde, sorte e afecto é o que vos desejo.

E que, por um qualquer milagre, a PT não seja condenada ao esquartejamento, isto é, que não seja vendida.


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quinta-feira, dezembro 18, 2014

Valérie, a mulher abandonada que escreveu 'Obrigada por este momento' (o livro que Hollande não queria que ela escrevesse)


No post abaixo já festejei. Andava sem saber que era feito do meu Lombinha dos Briefings e não é que acabei de o ver? Está na mesma, benza-o Deus.

Mais abaixo ainda, fiz-me eco de anedotas, safadices, brejeirices e terapices de casal

Mas isso é a seguir.

Aqui, agora, a  conversa é outra.


L'amour - pela voz de uma ex-Primeira Dama

Carla Bruni, a antecessora



Tenho andado a ler o livro de Valérie Trierweiler, a ex-companheira do galã Hollande que, como é sabido, a trocou pela actriz Julie Gayet.


Andava curiosa por conhecer Valérie, 49 anos, esta mulher com quem a França nunca estabeleceu uma relação empática pois sempre a viu como uma arrivista, aquela que se intrometeu entre François Hollande e Ségolène Royale, a mãe dos seus quatro filhos.

Valérie sempre teve um sorriso que parecia forçado, sempre mostrou uma pose altiva e sempre apareceu aos olhos da opinião pública como uma mulher possessiva (a ponto de a tratarem por Rottweiler) que se tinha colado a um político com ar de homenzinho vulgar que, como por milagre, ascendeu a presidente de França.

Tendo conseguido chegar até ao Palácio Presidencial, Valérie não chegou a aquecer o lugar. Nem dois anos tinham decorrido e já a traição de Hollande com Julie aparecia exposta na capa dos tablóides - ainda por cima, uma coisa ridícula, o Hollande à porta da amante, de capacete para não ser reconhecido. A imprensa do mundo inteiro acompanhou a cena em tempo real: os comprimidos tomados por Valérie, o internamento por esgotamento nervoso, as crises de choro e fúria. 


E, pouco depois, ouviu-se falar do livro, Obrigada por este momento. Parecia daquelas mulherzinhas que, traídas e de cabeça perdida, tudo fazem para dar cabo da vida ao ex e à nova consorte.

Li, na altura, que ela fazia revelações que o deitavam por terra, mostrando-o como uma criaturinha egocêntrica, parva, fútil, mentirosa.

Balançando entre achar que o livro não devia ser coisa que se aproveitasse pois não devia passar de uma vingançazita vulgar, e uma cusquice difícil de controlar, quando vi o livro à venda, folheei-o para ver se me convencia a deixar lá ficá-lo. Mas não. Trouxe-o mesmo.

O livro não está extraordinariamente bem escrito, o que me causa admiração. Valérie tem estudos e é jornalista e, ultimamente, para evitar constrangimentos, tinha deixado de escrever sobre política, área na qual era especializada, para passar a escrever sobre livros. Seria, pois, de esperar uma prosa mais escorreita. Mas também não é horrorosa, note-se. Bem pior é a escrita de José Rodrigues dos Santos, por exemplo.

Mas, para além da forma como escreve, há a linha condutora da narrativa que é um bocado caótica. Ela vai escrevendo à medida que as coisas lhe vão vindo à memória e, portanto, o livro não é sequencial e vê-se que é escrito com a emoção à flor da pele e sem grandes cuidados de revisão e edição.

Ainda assim é um livro que prende, tanto mais que fala sobre factos recentes, fala de um presidente em funções e fala dela própria, revelando-se de uma forma muito genuína.

Quando acabar de ler, contar-vos-ei. Para já, entre muitas outras coisas, fiquei a saber que Valérie provém de uma família extremamente pobre, mas mesmo muito pobre, e que, extraordinariamente, conseguiu sair do círculo de pobreza que geralmente aprisiona os muito pobres e conseguiu estudar, ganhar o gosto por ler, e evoluir, sempre trabalhando, muitas vezes sofrendo. Impressionou-me o episódio que contou relativo ao dia, um primeiro dia de aulas, em que, tendo verificado que os sapatos tinham deixado de lhe caber, teve que levar calçados uns sapatos largos do irmão e que, nos intervalos, ficou sentada, com a mala em cima dos pés, envergonhada, a chorar.

Fiquei também a saber que, a pedido de Hollande, tinha deixado o seu trabalho na televisão, ficando apenas com o trabalho no Paris Match (ou seja, tinha renunciado a dois terços do seu rendimento) e que, ao ser posta fora da vida do presidente, receou pela sua autonomia financeira, tendo este lavado as mãos. Pôs-se então a escrever o livro não tanto para ganhar dinheiro mas como catarse. Pensou que ia vender bem mas nada do que se tem vindo a verificar, nunca imaginou que fosse o best-seller internacional que está a ser. Imagino que fique rica com os proventos deste livro e fico contente por isso. A lembrança dos tempos de extrema pobreza estão ainda muito presentes na memória de Valérie.

Hoje, ao fim do dia, fui a uma feira de livros e, por acaso, dei com um pequeno livro sobre Ségolène Royale.


Lê-lo-ei a seguir. Não que queira compará-las tanto mais que, justamente, essa comparação atormentou a relação entre Valérie e Hollande, mas, depois do que estou a ler, fico também curiosa em relação a essa outra mulher que igualmente se enfeitiçou por aquela figurinha por quem eu não daria um chavo.

Entretanto, descobri uma entrevista muito recente, com menos de um mês, à BBC, na qual Valérie Trierweiller fala abertamente pela crise pela qual passou. Achei interessante e, por isso, aqui a partilho convosco. Imagino que não tarde esteja de volta à televisão pois tem uma presença forte e, por ela e pelos filhos, tomara que isso aconteça.



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NB: Muito gostaria ainda de poder escrever sobre o importante passo no sentido da normalização de relações entre os EUA e Cuba mas já não dá, o tempo não estica. Mas aqui deixo nota da minha alegria.
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Relembro: sobre o Lombinha e o chefe e o regabofe da televisão e sobre cantadas, disputas e outras cenas que requerem uma boa terapia de casal é favor descer até aos dois posts seguintes.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quinta-feira.
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domingo, dezembro 07, 2014

Mas quem é que teve a ideia peregrina de usar aquele saco de papel manhoso para transportar o Expresso? Rompeu-se na hora e, de cada vez que pegava nele, ficava com outro bocado na mão. E é que isto do invólucro conta... Olhem o Hollande dentro do sobretudo que o do Cazaquistão lhe ofereceu: ficou a parecer o Borat, ainda mais ridículo do que habitualmente. A embalagem conta muita, então não conta?


No post abaixo falo de animais de espécies superiores à humana. Um dos vídeos é tocante e o outro mostra a maravilha que é a natureza no seu estado mais selvagem.

Mas isso é a seguir.

Aqui, agora, para começar, é um alerta ao Expresso. 


saco papel expresso todo rasgado

Saco de papel do Expresso quase despedaçado apesar dos cuidadinhos que tive com ele


Ó senhores do Expresso, mas que coisinha má vos passou pela cabeça?

Quando formulava aquela pergunta que está no título da mensagem, o meu marido respondeu-me: 'Não sabes...? Deve ter sido a malta do Marketing. Muita ideia, muita conversa mas os assuntos práticos passam-lhes sempre ao lado'. De facto, do que lhes conheço, assim costumam ser e não me refiro, em concreto, aos da Impresa. 

Mas, enfim, não faço ideia se foram ou se deixaram de ser nem isso interessa, não se deve crucificar ninguém por cometer um erro, devem é tirar-se ilações: não houve uma amostra, não foi testada a resistência do papel, a Direcção do Expresso não se certificou de que essas cautelas foram seguidas?


Bom, pelos vistos não.

Só agora, pela fotografia, vi que aquela lástima de saco de papel que tentava transportar o Expresso era suposto ser publicidade ao Azeite Oliveira da Serra. Pouca sorte: ninguém deve ter reparado no azeite, toda a gente deve ter andado como eu, à nora a ver se conseguia que os cadernos não se espalhassem completamente pelo chão. 


Mas, enfim, toda a gente erra e, da minha parte, o que espero é que este desastre não se repita.


E, de resto, campanhas publicitárias que correm mal não são inéditas. Veja-se esta do Café Conquistador, outro desastre.


Conquistador Coffee Campaign - Monty Phython




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E, por falar em desastre...

Hollande, quentinho, não se percebe se de roupão para ir para a caminha com um gorrinho e tudo,
se aperaltado para ir rodar um filme cómico.
O Eliseu  está danado com este carinha de palerma e percebe-se.


Esta do saco do Expresso até me fez lembrar a barraquinha que está armada com o totó do Hollande, armado em Borat e motivo de risota por todo o lado, vestido com o casaco que o presidente do Cazaquistão, esse pândego, lhe ofereceu (na volta para gozar que nem um perdido com a figurinha que já imaginava que o François ia fazer). A gente olha e nem acredita que aquilo ali é o presidente de um país tão importante e civilizado como a França. Deve ter achado que devia fazer um agrado ao outro e mascarou-se como se fosse protagonizar um filme cómico.


E é por uma coisinha destas que as mulheres se babam...! Não dá para acreditar.

Mas estou eu aqui a gozar e, na volta, a esta hora, está a bela Julie toda derretida com o seu amorzinho mais lindo, mais texuguinho, e a Valérie, essa mulher de uma fogosidade violenta, toda ciumenta por já não poder ser ela a despi-lo todinho, de alto a baixo, todo, todo.

Isto dos gostos é mesmo um mistério.

E aquela mãozinha inocente ali no casaquinho, coisinha mais fofa. Só faltou enfiá-la no casaco e fazer uma pose de Napoleão. Ganda maluco. Mas, enfim, este ainda faz rir o povo enquanto a gente, com o Cavaco, nem isso.

Mas, enfim, é o Expresso a enroupar o jornal num saco de papel que se rasga por todo o lado e é a França com um garanhão maluco à frente do País que, não contente com a descredibilidade que já o envolve, ainda tem mais esta: embrulha-se em qualquer disfarce que lhe põem à frente.

Desgraças.

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Se me permitem: desçam, por favor, até ao post seguinte onde poderão ver animais em manifestações que demonstram os seus sentimentos mais profundos. uma beleza em estado puro.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo!

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sexta-feira, setembro 05, 2014

François Hollande e as suas belas três mulheres - daqui lanço outra vez o mesmo apelo: alguém me explica qual o segredo do homem? E não me refiro apenas agora à Valérie Rottweiler que, roída de ciúmes, não descansa enquanto não fizer sangue. Não, refiro-me mesmo a elas todas.








Ora bem. Queria falar ontem, não falei, falo hoje. Valérie, 49 anos, mais conhecida por a Rottweiler, fez aquilo que se temia: começou a vingar-se. 

Não sou muito de dar conselhos mas se há um que sempre dou é que há que ter cuidado de uma mulher que seja possessiva e ciumenta. Mulheres assim são um perigo.


Conheço de perto vários casos em que mulheres normais viraram temíveis feras quando se viram trocadas por outra. Temíveis!

Admito que um homem experiente ou com algum savoir faire saiba lidar com a tormenta que pode vir dos lados da mulher enganada mas, mesmo assim, acho melhor não arriscar. Uma mulher que seja focada, que seja de criar dependências emocionais em relação a um homem, torna-se destemidamente perigosa quando se vê abandonada e trocada por outra. Só não fará a vida do homem e da nova mulher num calvário se, pelo meio, se for abaixo.

Valerie Trierweiler é um desses casos. 

Vivia o maravilhoso e irresistível Hollande (agora com 60 anos), ainda com a mãe dos seus quatros filhos, Ségolène Royale (agora também com 60 anos), quando Valérie, jornalista, fazia um trabalho sobre Ségolène. No decurso do seu trabalho conheceu a fera e não resistiu: tamanho era o encanto que ele emanava que a bela Valérie lhe caiu nas malhas. 


França acordou incrédula quando soube que François, o totó Hollande, andava a enganar a bela Ségolène com uma flamboyante femme

Perante a espada ao peito de Valérie e perante a opinião pública, François não teve como não assumir o romance. Ségolène passou à historia (com grande dignidade, diga-se) e a nova Primeira Dama francesa, a que viria a ocupar o Eliseu, foi a sexy Valérie.

Controladora, possessiva, apaixonada pela beldade Hollande, Valérie parecia viver em permanente estado de alerta. As mulheres ciumentas são assim, nunca baixam a guarda e, portanto, nunca estão em paz. A opinião pública nunca foi muito à bola com ela. Mas progressivamente a opinião pública já estava era também enjoada de François Hollande. Um banana, um zé ninguém nas mãos de Merkel, uma desilusão para a esquerda, um pequeno e inútil badameco.

Eis então que a França volta a acordar estremunhada, quase em estado de estupor catatónico: Hollande andava de novo a aprontar. Desta vez com uma artista de cinema, Julie Gayet, agora com 42 anos, gira todos os dias, bem mais nova e, qual adolescente disparatado, aparecem fotografias com ele de capacete, a andar de lambreta, e que o segurança ia levar croissants quentinhos aos pombinhos que, pela manhã, ainda estavam no quentinho do seu ninho de amor.

Tal como toda a França, Valérie soube nesse dia, pelas notícias, que o seu Romeu andava a mijar fora do penico. Com os nervos, tenta enfrascar-se em drunfos, o namoradinho impede-a, ela cai de madura, um piripaque, é internada. E, quando sai do hospício, sai também do palácio presidencial. Disse depois que parecia que um comboio lhe tinha passado em cima. Hollande, a fera, tinha voltado a atacar.

Despeitada e amargurada, Valérie foi curar-se para outro lado.

Curar-se...?

Qual quê? Mulheres possuídas pelo ciúme e pela raiva não fazem por curar-se: tentam por todos os meios, isso sim, fazer a vida negra a quem as faz sofrer.

Trezentas e tal páginas de vingança aí estão, Merci por ce moment: que ele a assediava a torto e a direito, entre uma conversa com Obama e outra com Putin enviava-lhe sms de forma desvairada, queria tê-la de volta, só falava em reconquista, enviava-lhe flores. Chegaram a ser 29 sms por dia, um perfeito assédio. 


Andaria, então, com a sua nova namoradinha e a enviar sms apaixonados à ex. E, em suma, que é um parvo, que é uma criatura que não sabe o que quer. Duplamente parvo: não apenas a ser parvo como a ser parvo por escrito, deixando provas. E que, segundo ela conta, trata os pobres por desdentados. E que mais não sei o quê.

Esta quinta feira as imagens mostravam na cimeira um Hollande acabrunhado, enfiado, pequenino, ao telefone. Imagino, nem devia saber onde se meter. Se fosse outro, ainda alguém poderia achá-lo o galã da UE, agora, com ele, só o podemos achar o totó da UE.

De uma só cajadada, Valérie, a Rottweiler, deixa-o mal perante a Julie, que agora não mais poderá confiar no seu belo Apolo, perante os pares dele que, de cada vez que o virem ao telefone, vão pensar que não é nada a ver com assuntos de Estado, que deve ser assunto é de braguilha, e deixa-o mal perante todos os franceses que ficam a saber, preto no branco, que têm à frente do seu País uma anedota.

E tudo isto poderia ser romanesco, ter um toque de trovadoresco, haver nisto qualquer coisa de glamouroso. 

Mas eu olho para isto e só vejo uma série cómica. Um fenómeno, um coiseco perante quem mulheres fascinantes tombam apaixonadas.


E olho para três mulheres belas, de personalidades fortes, e interrogo-me: caraças, mas o que é que o Hollande tem?

É que o pior é que quem convive com ele diz que o tipo não tem préstimo, que não resolve nada, quer agradar mas que nem se percebe o que diz ou pensa porque se especializou em dizer coisas que não o comprometem.

O ministro da Economia que recentemente se demitiu e ia provocando uma crise, Arnaud Montebourg, disse dele as piores coisas. Nada que causasse espanto.

Ora, mesmo que, por absurdo, o segredo da coisa estivesse num inesperado tesouro guardado por trás da braguilha, mulheres inteligentes costumam apreciar homens inteligentes, com carisma, ideias fortes, capacidade de decisão, não apanhados em verde como o Hollande..

Não é estranho? Se fisicamente é o que se vê, se em termos de carácter é o palerma que toda a gente descreve, então, caraças, o que é que estas três mulheres vêem nele? 

A Ségolène continua a defendê-lo, a Valérie por aí anda possuída e a Julie parece que continua apaixonada e namoradinha.


Alguém me explica este fenómeno?


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Hollande, le ridicule



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A música lá em cima é J'ai deux amours numa interpretação de Madeleine Peyroux porque, enfim, assim como assim, admito que, apesar da robustez, Hollande não costume ter mais do que dois amores de cada vez. mas já não digo nada.


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Por vezes sou traída por mim própria: tinha fotografias de casais e de barcos e de uma marinheira de se lhe tirar o chapéu, já para não falar da vida de Sebastião Salgado que anda pendente há dias, mas chegámos tarde do centro, os restaurantes cheios, cheios, com fila para entrar, não dá para acreditar, e depois pus-me a ver a Quadratura do Círculo e atrasei-me, comecei isto muito tarde e, depois, escolher fotografias e vídeos e mais não sei quê para isto que acabaram de ver e agora dou por mim e já passa bem da uma e meia. Ora como a alvorada aqui no quarto é cedo e, logo depois do pequeno almoço, há caminhada a fazer (esta quinta-feira foram 6 km de manhã e depois mais 3 à tarde), não posso apresentar-me na formatura a dormir em pé. Por isso, com vossa licença, hoje fico-me por aqui mesmo.


Claro que fico com pena de também não comentar as boas notícias que nos chegam dos lado do Super-Mario Draghi. Parece ser o único homem que não tem medo de Merkel. No meio de uma Europa conduzida por um cherne sem neurónios nem coluna vertebral, no meio da maior burocratização, no meio de gente com interesses contrários e sem liderança, ele lá vai tentando fazer qualquer coisa. As medidas anunciadas são boas, visam o estímulo económico e tomara que os anormais todos que por aí andam a destruir a Europa e, em particular, alguns países, não venham arranjar maneira de tentar neutralizar o que ele está a tentar fazer. Mas, enfim, isso levar-me-ia para outras profundidades e eu, por estes dias, estou mais dada à superficialidade.

Helder Rosalino, o grande Banqueiro Central


(conforme notícia do Expresso)


Ah é verdade, e queria ainda dizer que agora é que vou, finalmente, ficar mais descansada em relação ao Banco de Portugal. Sabido que é que o Charles da Costa Butterfly não dá uma para a caixa, conforme o seu amigo Aníbal fez questão de reforçar publicamente, e sabido que o Pedro Passos Láparo anda a fazer de conta que a embrulhada da Nova Butterfly é coisa só do pai, o dito Charles, era notória a necessidade de reforçar competências, especialmente alguém muito experiente e com tarimba à altura de Teodora Cardoso que está de saída. Ora bem: problema resolvido. O meu grande amigo três cabelos, o Helder Rosalino, vai agora ser a Rosa Linda que lá faltava. Agora a Butterfly já tem onde pousar. Daqui, pois, me manifesto toda cheiinha de júbilo: viva o Rosalino, banqueiro central, viva!


Mas hoje já não dá. Logo organizo uma partyzinha à altura dele um dia destes.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores uma bela sexta-feira. 
E, por favor, que ninguém me recorde que já é sexta-feira. Não quero...


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