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sexta-feira, maio 29, 2020

Nesta so hot and starry night até poderia dizer que I'm melting for you.
Mas fico-me pela economia pós-confinamento e pela cor e corte de cabelo mais adequados a cada signo.






Tanto calor. O dia fechada em casa, em reuniões, sem quase me aperceber do calor estival. Depois, o fim de tarde a banhos, tão, tão, tão bons, e agora, nesta noite tão quente, à janela, a ver o rio, a sentir o silêncio fresco que sobe das escuras águas. Olho as luzes da cidade, tento ver se algum barco atravessa o rio, procuro a lua. Mudei de mundo, estou agora num outro planeta.

Voltei a pôr máscara. Voltei a esquecer-me de ir a correr lavar as mãos ao chegar a casa. Voltei a sentir-me confinada, atrofiada, condicionada.

Mas comi uma maravilhosa pizza de alcachofras e presunto. Soube-me a outra vida. Vieram entregar cá a casa. O meu marido pôs a máscara para a receber. Eu retirei-a la caixa e fui pô-la a desinfectar no forno. Coisas desconhecidas no campo. Lá ninguém vai a nossa casa, não precisamos de máscara nem de nos desinfectarmos. Mas a pizza estava tão boa. 

Agora estou cansada, com sono, desfeita de calor, à beira de me derreter. Quando acabar de aqui estar vou beber um copo gigante de água gelada, vou lavar as pernas, os braços e a cara com água fria.

E não tenho falado nisso mas fui, uma vez mais, colocada perante um desafio. Não é a primeira vez nos tempos mais próximos. Tenho evitado decidir-me. Sei o que poderá estar à minha espera. E sei o que o o corpo e a mente parecem estar a pedir-me. Mas desta vez não posso continuar a fazer de conta que não percebo que um sim ou um não estão pendentes. Qualquer das opções tem riscos e consequências. Nunca fui de ambições mas o trabalho sempre me perseguiu. E digo-o com um certo cansaço. Sempre fui de me deixar aliciar por desafios mas agora o desafio que estava a apetecer-me era o de não estar sempre metida em trabalhos.

Enfim. Não posso continuar a desconversar perante quem quer convencer-me porque agora já estou quase entre a espada e a parede. 

Como cá em casa não estão para aturar estes meus dilemas e eu também não tenho paciência para sopesar prós e contras, resta-me o horóscopo. Desde que me confinei, vai para dois meses e meio, nunca mais tinha tido curiosidade. Agora fui ver. A coisa do costume: Travail intensif, dynamisé par votre sens du devoir et des responsabilités. O costume. Uma seca.

Tirando isso, a imprevisilidade do que aí vem. Do lado da Europa podem estar para vir boas notícias (isto se todos estiverem de acordo, o que pode a ser outra seca já que aqueles flausinos apertadinhos acham sempre que não é de bom tom dar esmola aos pobrezinhos). Mas agora, verdade seja dita, não é o momento de atirar dinheiro para cima dos problemas, agora é tempo é de perceber qual a verdadeira raiz dos problemas e agir aí, na raiz. Não na conjuntura mas na estrutura.

Mesmo recuperando bem, não irá recuperar totalmente, pelo menos não a curto prazo. Então, como absorver os que ficam de fora? E ficarão, disso não tenhamos dúvidas, alguns ficarão de fora.  Os mais pobres, os mais indiferenciados, os mais descartáveis ficarão de fora. É dos livros e é da sabedoria popular. Quando a coisa dá para o torto, há uma cascata de pouca sorte que se desenrola e quem apanha com o jorro em cima são os que estão cá em baixo.

E isso vai acontecer porque nós agora somos outros, parte da nossa maneira de ser foi-se, e, mesmo retomando, não retomaremos completamente.

Que outras actividades vamos, então, inventar? E como vamos evitar que um valente estouro nalguns sectores económicos -- por exemplo, das empresas que exploram grandes edifícios, sejam eles espaços comerciais, hoteleiros ou escritórios -- se traduza, de novo, num outro estouro financeiro que, por sua vez, fará tremer os alicerces da sociedade?

Nestas coisas a gente vê que aquilo do bater de asas de uma borboleta no cu de judas provocar uma tempestade na casa da mãe joana não é lorota -- não senhor, é mesmo verdade. Pode parecer coisa do capeta, e é, mas é também muito verdade. Um vírus passou dum bicho (ou dum laboratório) para um homem qualquer não se sabe exactamente onde e é o que se vê: o mundo a ajoelhar e sem saber bem como se levantar.

Não sei se é tema para uma noite quente, presumo que não, mas gostava que vissem este vídeo. Está bem explicado.


Para tirar o sentido de coisas que me trazem a modos que apreensiva, fui ver qual o corte de cabelo adequado ao meu signo. O corte e, já agora, também a cor.

(Tudo a ver com o tema deste post, certo? Mas é o que é. Quem disse que não sou loura? E das burras...?)

Antes, tentando não me deixar influenciar, fui ver de qual gostava mais. Este aqui abaixo. Depois fui conferir. Bingo.


Era mesmo. Dizia, como explicação, que “Un segno ad alto tasso di femminilità: la donna Cancro ama le acconciature classiche e rassicuranti, meglio se con un tocco romantico e retrò. Perfetta una coda bassa tenuta da un nastrino di seta rosa oppure trecce morbide. Bandite le colorazioni shocking: vincono i biondi e castani cenere”.


E, para terminar o dia com palavras mais consentâneas com o corte de cabelo, deixem que partilhe convosco um daqueles vídeos que me predispõem para a leveza.


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A segunda e a terceira fotografias são da autoria de Stella Asia Consonni na série Melting for you 
Não sei quem foi o autor da fantástica primeira fotografia que vi na Vogue italiana.
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E um bom dia a todos. Saúde e boa disposição, valeu?

quinta-feira, abril 16, 2020

Dona Helena, de quarentena, ensina como se faz a vacina.
O Economist também fala nisso mas não tem a mesma graça


A Dona Helena, ainda e sempre de quarentena, preocupada com o devir e sempre pronta a intervir, conta como soube a receita milagrosa para a vacina e, amiga de seu amigo, corre todos os riscos para vir aqui contar. Dona Helena é gente informada, relaciona-se com conhecidas que fazem parte de grupos onde se troca muito conhecimento, sabem de informação quente, coisa comprovada.

Partilho o vídeo onde poderão tirar a receita e fazer em casa. Claro que poderão não obter todos os ingredientes. Em altura de confino, nem sempre é fácil arranjar elementos científicos para confeccionar o preparo.

Portanto, sequenciei, contrastei pela lente da inteligência artificial e modelei com vista a arranjar sucedâneo. Coloco aqui e, tal como Dona Helena, peço para partilhar que é para viralizar.

Prestem atenção:
Pestana de chinês, tinta garnier asa de corvo, pingo de licor beirão (ingrediente sagrado que não pode falhar no remédio anti-covid), hóstia moída -- mas dentro do prazo (atenção que consta que andam a dá-las a eito mas é porque estão fora de prazo) --, bolor de pão esquecido num canto, pingo de óleo fula, duas sementes de chia, sabão azul e branco e leite de burra. Prensam bem, misturam tudo, levam ao micro-ondas, separam em tacinha para ter uma dose diária. Todos os dias, passam o besunto na pele para afastar piolho, carraça e corona. Tem como efeito secundário que a pele vai ficar mais macia que a de Dona Cleópatra mas isso é coisa em que nenhum Marco pode botar defeito.



A conversa do Economist é capaz de ser mais seca que a quarentena da Dona Helena e não sei se a gente, a partir do que eles dizem, consegue reproduzir as receitas aqui em casa mas, para quem aprecia o género, aqui fica o vídeo.

How to treat covid-19


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Saúde e um xi para os meus amigos

quarta-feira, outubro 23, 2019

Podem as notícias falsas enfraquecer a democracia?
--> Por exemplo, será que conseguem identificar quais as entrevistas falsas que aparecem no filme aqui mais abaixo do The Economist?





No outro dia uma pessoa com quem lido assiduamente contava-me, com entusiasmo, como se mantém actualizado, como sabe tudo o que acontece, como estabelece contactos com quem interessa (e este 'com quem interessa' foi dito com orgulho, à boca cheia). Terminou questionando com ar desconsolado: Não quer mesmo deixar-se render ao LinkedIn? Abanei a cabeça: não. Penso que era pena o que ele deixou, ao de leve, transparecer. Acredito que pense que o mundo está a passar-me ao lado e tem pena disso.
Tive vontade de lhe dizer que a última coisa que desejo é que mais gente me contacte a nível profissional. Identicamente não quero, de todo, saber o que os outros andam a fazer, se um nosso conhecido teve uma reunião com um ministro de outro país, se fulano celebrou um contrato com sicrano, se saíu notícia de uma parceria não sei onde. 
Não quero saber. Quer dizer: se, por acaso souber, não me incomoda. Mas desperdiçar tempo útil a procurar e a consumir essa informação é que não.  O meu tempo é recurso escasso, tem que ser doseado com aquilo que realmente me interessa. Não com isto. 
Identicamente, com o facebook ou com instagram. Andar a ver fotografias de amigas, colegas ou conhecidos é daquelas coisas que nem me passa pela cabeça. Sou curiosa mas é em relação a outras coisas. Quero cá eu saber se fulana está bronzeada, se esteve a comer sushi no outro dia à noite ou se foi sair à noite com a prima e com um pintas muito pintas. Nas tintas. Quanto ao facebook, idem. Podendo ser um elo de contacto para quem não tem outra forma para chegar a alguém (o que pode ser determinante -- não duvido), a verdade é que, em situações normais e até ver, não me faz falta. Mais: tenho a certeza que me traria mais maçadas que prazeres. Não disponho de tempo nem para me coçar quanto mais estar a receber pedidos de amizade de colegas de quando eu tinha dez anos ou de chatos com quem trabalhei há vinte. Foge.
E, como tenho reiteradamente dito, não é só o não querer saber: é mesmo o que acho que estas coisas têm de perigoso. 

Tecnologicamente tudo é possível. E, havendo total desregulação, os riscos sociais ou psicológicos são grandes, mal avaliados e difíceis de conter.

Milhões de pessoas, a toda a hora, estão a ser manipuladas sem o saberem O que vêem é o que o algoritmo lhes mostra e os motores destas plataformas de partilha são concebidos para criar habituação (e estimular a consulta de links pagos).

Alguém lança uma qualquer ideia, parvoíce ou não, aquilo começa a ser partilhado, propagam-se opiniões e, em menos de nada, já se forjaram certezas sem que ninguém sequer questione de onde aquilo apareceu, se há fundamentação, se foi comprovado. Não. A coisa propaga-se imparavelmente como facto inquestionável. E ai de quem queira provas. Logo será trucidado. Pois se toda a gente sabe, como é que aparece alguém a duvidar...?
E mesmo as notícias começam a mimetizar o primarismo dos julgamentos primários das redes sociais. 
No outro dia, naquela coisa do Sexta às Nove, vi a Sandra Felgueiras a pretender passar estraçalhar o João Galamba. Apanhei aquilo a meio mas, do que ouvi, tudo me pareceu uma macacada sem ponta por onde se lhe pegasse. E, no entanto, o que ela gritou e acusou e insinuou. Estava desenfreada. Justiceira. Só lhe faltou escoicear para cima do pobre convidado. Se fosse comigo acho que não tinha pachorra e lhe diria: ouça lá, sua malcriada, convida-me para vir aqui para me sujeitar a este chorrilho de acusações? Oh pá, vá lá babar-se com putativos (ou comprovados? já nem sei) homicidas, e deixe-me em paz. E bye bye.
[A propósito deste episódio, leia-se o que o Jumento escreveu, que está devidamente descodificado]
Enfim. Uma estopada, o rumo que isto está a tomar. Só hibernando, caraças.


Mas já chega de choradeira. Deixo-vos com o vídeo abaixo que merece ser visto com atenção. Infelizmente não está legendado mas, mesmo quem não pesque bem da língua de Sua Brexitada Majestade, poderá ver pois vale bem a pena,

Could deepfakes weaken democracy? | The Economist


Videos can now be faked to make people say things they never actually said. Could this weaken democracy...and can you spot ALL the deep fake interviews in this film?

(...) These videos are all deepfakes. Synthesised content created using artificial intelligence. Deepfakes will make for even more complicated arguments about what is fake news and what is real. And if seeing is no longer believing the very real question is could deepfakes weaken democracy?
Bill Posters is the artist behind these deepfake videos known as the Spectre Project. To test Facebook’s response, Bill posted the deepfake videos on Instagram, a social-media platform owned by Facebook. The company downgraded the videos’ visibility. But that didn’t stop this fake clip of Facebook boss Mark Zuckerberg, going viral. That showed the potential for spreading disinformation online through deepfakes. A danger that’s likely to increase as long as tech companies and politicians remain unsure how to deal with it.
Image manipulation is already exploited by autocratic regimes. It’s a dark art that goes back to Joseph Stalin who made his enemies disappear. AI today is capable of making deepfake videos like this where comedian Bill Hader morphs into Tom Cruise. As the technology advances the danger is that deepfakes will be used to mislead voters in democratic countries. (...)


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Prefiro não saber nada disto.

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