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quinta-feira, janeiro 29, 2015

Se eu fizesse a prova a que os professores contratados tiveram que se sujeitar chumbava. Só gente com pancada é que deve acertar em todas aquelas charadas absurdas. Que raio de país é este que aceita que alguns professores tenham que se sujeitar a uma indigência e indignidade daquelas? [Para verificar, pode aceder à Prova Completa a partir daqui]


No post abaixo falei, uma vez mais, do estado periclitante da saúde pública em Portugal. O que se passa nas urgências é inacreditável e o esforço que é pedido a médicos e enfermeiros para além de desumano é um perigo. Para falar com maior conhecimento de causa, dei a palavra a um médico.

Mas, sobre isso, falo no post seguinte.

Aqui, agora, falo daquela ultrajante prova a que os professores contratados têm que se sujeitar se quiserem ter a possibilidade de poder ter lugar num próximo concurso.



Vi a prova e não queria acreditar. Parece uma brincadeira de mau gosto.

Já o disse aqui algumas vezes: fui professora do secundário durante dois anos e picos. Entrei por concurso, com habilitações próprias e fiquei colocada na escola que tinha colocado em 1º lugar. Tinha uma boa média na faculdade. Durante esse curto espaço de tempo acho que fui boa professora pois, anos depois, alguns alunos encontravam-me na rua e contavam que tinham continuado a estudar ou que tinham seguido o curso tal e tal pelo que tinham gostado das minhas aulas.

Depois disso comecei a trabalhar em ambiente empresarial. Nesse contexto, fui durante vários anos orientadora de estágios curriculares universitários. Na empresa onde trabalho exerço funções de responsabilidade.

Ou seja, modéstia à parte, não me considero burra nem os que lidam comigo o consideram.

E, no entanto, li as perguntas e a sensação que tive foi que provavelmente não acertaria nos mínimos. O sentimento que qualquer pessoa com um mínimo de dignidade provavelmente sente perante aquelas perguntas é de revolta e, perante isso, duvido que subsista a concentração necessária para tentar descortinar a forma de responder àquelas perguntas ridículas. Questiono-me: em que é que a resposta a estas perguntas parvas prova se uma pessoa está apta a dar aulas?


Transcrevo do Público:

Os 2490 professores que em Dezembro fizeram a componente comum da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) tiveram especiais dificuldades em responder a alguns dos 32 itens de escolha múltipla (que correspondem a 80% da cotação). O PÚBLICO foi ver quais as três questões em que a percentagem de acerto foi inferior a 30 % e, portanto, as que mais embaraçaram estas pessoas com qualificação profissional para a docência, mas que não são do quadro. Os que chumbaram na prova (34,3%) já não farão as provas específicas, em Fevereiro, e ficam impedidos de se candidatar a dar aulas no próximo ano lectivo.


A questão em que a percentagem de acerto foi mais baixa (21,1%), segundo os dados fornecidos pelo Instituto de Avaliação Educacional (IAVE) nesta segunda-feira, foi a número 6. Nesta prova 78,9% não souberam responder ao seguinte:

“O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol. Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar: (a) que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes é inferior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; (b) superior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; (c) igual ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos; ou (d) não se relaciona com o número de grupos diferentes de jogadores efectivos (d)?
A resposta certa era “igual ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos”.


Parece-vos normal uma pergunta destas? A mim não. Isto quase parece uma prova de tortura psicológica. Revoltante.

A prova completa pode ser vista  fazendo o download aqui mas, a título de exemplo,  permitam que transcreva mais uma pergunta:


No plano de evacuação do avião, está previsto meio minuto, em média, para evacuar um passageiro por uma saída de emergência. A cada lugar corresponde uma saída de emergência, determinada pela fila e pelo lado do corredor.

Num certo voo, viajam 20 passageiros nas seis primeiras filas do avião, metade de cada lado do corredor.

Em caso de necessidade, estes passageiros terão de ser evacuados pela saída de emergência localizada no topo da classe executiva. Os 25 passageiros que viajam nas restantes filas, 12 de um lado do corredor e 13 do outro lado, serão evacuados pela saída de emergência que está localizada sobre a asa do avião.

As quatro saídas de emergência funcionam em simultâneo.

Quanto tempo está previsto demorar a evacuação dos 45 passageiros deste voo?

(A) 22 min 30 s      (B) 22 min 50 s       (C) 6 min 30 s       (D) 6 min 50 s


Se bem percebo, com estas charadas crivam-se os candidatos a professores sejam eles de que disciplina forem. Parece-vos normal? Uma vez mais o digo: a mim não. A mim, repito, revolta-me. Parece-me uma humilhação gratuita, parece-me uma boçalidade, uma verdadeira alarvidade. 



Este C-rato incomoda-me, palavra que incomoda. Não respeita os outros, em especial os professores.


do blog We Have Kaos in the Garden


Alguém me tire este sujeito da frente se faz favor, não o quero ter como ministro do meu país. Não consigo suportar a ideia de que uma criatura destas continue a humilhar alguns conterrâneos meus. Em vez de por aí andar a encher a chamada salsicha educativa de que o eloquente láparo em dia inspirado falou, que vá pentear macacos, caraças.

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Sobre Paulo Macedo, outro que tal, e sobre a opinião do médico José Gameiro sobre a forma como a Urgência de alguns Hospitais Públicos está a trabalhar falo no post já a seguir.

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terça-feira, setembro 23, 2014

Paula Teixeira da Cruz e Nuno Crato, concorrentes na Casa dos Desgovernos, vão ao confessionário contar à Teresa Guilherme o que andam a fazer respectivamente com a salsicha jurídica e com a salsicha educativa. É capaz de não ser coisa deles, é capaz de ser missão ditada pela Voz (que, pelo tom de barítono, se suspeita ser Passos Coelho em pessoa)





Na Casa dos Desgovernos, Teresa Guilherme chama ao confessionário Paula Teixeira da Cruz.



- Paulinha, filha, então como tem passado?
Bem… 
- Bem? Não me parece...
- Bem… Tem razão: bem, bem não será. Alguns transtornos.
- Transtornos? Não me diga que esteve com o TPM, querida.
- O que é isso, Teresinha…?
- Ó filha, não me diga que não sabe… Toda a gente sabe o que é o TPM, querida. Ora veja lá se adivinha, puxe lá pela cabecinha.
- Ai Teresinha, como é que quer que eu adivinhe uma coisa dessas… TPM… TPM... Totó do Primeiro Ministro…? Não me faça rir, Teresinha. Está-me a perguntar se eu estive com o Totó do Primeiro Ministro…? Ai Teresinha, não seja assim, tão mazinha.
- Não, filha! Transtorno Pré-Menstrual, filha.
- Ai Teresinha, que ideia. Não, nada disso. Estive foi com alguns transtornos na salsicha.
- Credo, filha! Repita lá! Na salsicha...?!
- Sim, Teresinha, na chamada salsicha jurídica.
- Jurídica? Salsicha jurídica...? Ai filha, essa eu nunca lhe tinha ouvido chamar.
- Ai Teresinha, sempre a pensar no mesmo: sexo, sexo, sexo. 
- Ai filha, que assim ainda mais ajuda a dar mau nome às louras, filha. E não era para revelar já o seu segredo… Ai, todos tão burrinhos. Vá-se lá embora, querida. Para que é que já foi falar na sua salsicha? Ai, cabecinha oca... Olhe, querida, quer mandar beijinhos?
- Quero, Teresinha! Beijinhos para os senhores juízes, para os senhores advogados, para os réus, para as testemunhas, para todos, todos tão amigos dos seus amigos, e quero pedir desculpa pelos transtornos que a minha salsicha jurídica tem causado. nunca pensei que ela fosse engrossar tanto, juro, juro, Teresinha, nunca pensei, juro pela saúde do meu laparoto de estimação.
- Vá lá, filha, vá lá. E chame o Nuno.





Teresa Guilherme com Nuno Crato no confessionário


- Então Nuno, conte-me coisas.
- Sim, Teresa, diga lá o que quer que lhe conte. Mas antes deixe que lhe diga que está uma brasa, esse vestido fica-lhe a matar. Olhe, aqui só para nós, se a apanhasse à mão de semear, papava-a toda. E o babete capaz de até dar jeito. 
- Credo, filho, que me deixa sem jeito. Papanços são dentro da casa e é para se despacharem que a gente quer é cenas que dêem canal. Mas só o vejo a engonhar. A ver se passa à acção, ouviu?
- Ouvi, Teresa, mas com quem?
- Ai isso eu não sei, com qualquer uma ou qualquer um. Olhe, não gosta da Paulinha...? Mas já lá chegamos. Agora vamos começar pelo principio. Então, conte-me coisas: como é que tem passado?
- Bem, Teresa, sempre na maior. Sabe como é…
- Sei filho…? Não sei. Conte lá…
- Já sabe que eu sou um engatatão, ninguém escapa ao meu mamar doce.
- Alto! Pára tudo!
- Então, Teresa, o que foi…?
- Mamar doce? Conte, conte, que estou a gostar. Quem, quando, onde? Conte-me tudo. Não me poupe aos pormenores sórdidos. Tudo!
- Espere aí, Teresa, em que é que já está a pensar? 
- Eu, querido? Eu, nada. Você é que disse.
- Era uma maneira de dizer, Teresa, não sei bem o que aquilo quer dizer mas sua-me bem.
- Não é sua-me, querido, é soa-me.
- Se a Teresa o diz. Mas então, o que eu queria dizer e que já comecei a fazer lóbio.
- Lóbio? Mas o que é isso, Nuno? Eduquês?
- Fazer lóbio é facilitar, lubrificar, não sei se está ver, Teresa.
- Não querido, não estou a ver. Conte lá: quem é que você lubrificou?
- Mandei uma boneca com cara de Avoila ao Nogueira, mandei uma bandelete ao Santana Castilho, mandei alpista para os papagaios da televisão e, a títalo simbológico, mandei uma chamada salsicha educativa ao Fiolhais.
- Credo, filho! A títalo? Simbológico? Cruzes. E ao Fiolhais?! Ao Carlos Fiolhais? Uma salsicha? Mandou uma salsicha ao Fiolhais
- Esse mesmo. Mandei a mando da Voz mas mandei entregar em mão. Em mão, não. Pela goela abaixo, a ver se o gajo e os outros todos se calam com essa gaita da investigação e da avaliação e de andarem sempre a pegar no meu pé, que já nem os posso ouvir. Chiça! Cambada de pica-miolos!
- Ai, filho, que você é mesmo mauzinho.
- Não sou nada mauzinho, Teresa, a salsicha era pequenina. Já era antes mas, nas minhas mãos, ainda mirrou mais.
- Mas mesmo assim, e mesmo que seja missão ditada pela Voz, você é mauzinho. Andar a maltratar o pobre do Fiolhais e os outros cientistas, investigadores, professores com salsichas educativas, por muito mirradas que sejam, é ser mauzinho, ó Nuno.
- Não sou mauzinho, sou é maoista.
- Maoista, querido? Mas disse isso aqui....?! Esse não era o seu segredo? Ai, credo, que burrinho me saíu, todos tão burrinhos, parece que foram escolhidos a dedo, credo. Olhe, quer mandar beijinhos, filho?

- Não, Teresa, que eu sou muito macho, só mando caneladas  e encontrões, por minha vontade mandava era implodir esta merda toda. E preciso é de me despachar daqui porque parece que a Voz quer que eu vá aumentar o tamanho de algumas salsichas para as mandar entregar não sei bem onde, parece que é ao Palácio das Laranjeiras e ao de Belém. 
- Ai, credo, filho, diga mas é à Voz para ir ao psicanalista. Que é que se terá passado com ele, no passado, para andar com essa pancada das salsichas e de aumentar salsichas, credo? Ele devia era tratar-se,
- Está bem, Teresa, vou já e eu digo-lhe que a Teresa disse para ele ir a um médico de tarados.
- Não disse bem isso, mas isso também agora não interessa para nada, diga o que quiser, querido. Até amanhã. Dê lá beijinhos aos seus colegas da Casa. E vá mas é consolar a Paulinha que me apareceu aqui quase a chorar, a queixar-se de transtornos na salsicha.
- Está bem, Teresa, vou ver se a meto no citius.
- Vá lá, filho, vá, Beijinhos!




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E, já agora, se falamos em aumentar salsichas, em Passos Coelho ou na Casa dos Segredos, let's Think Dirty


(Marty Feldman e a Hot Dog lady - Sexy, Funny, Saucy)





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E, assim sendo, desçam até ao post a seguir, meus Caros, que já aqui abaixo poderão espreitar pelo buraco da fechadura e assistir à sessão de psicanálise da Voz (digo, do putativo barítono Passos Coelho). Vamos ver de onde lhe apareceu esta da salsicha.





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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça-feira 
- e, de preferência, sem trombas de água que é para não culparem o António Costa 
(mesmo que as ruas alagadas sejam as as Caldas da Rainha ou do Porto)


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A salsicha educativa de Passos Coelho leva-o ao divã: há que perceber as origens e a natureza do problema


- Bom dia.
- Bom dia, SôTôr.
- Ora deite-se lá, meu Caro.
- Obrigado. Já está.
- Descontraia-se. Respire fundo. Ora então diga lá o que se passa.
- Não me tome por piegas, mas tenho um problema chato. Não sei porquê, estou a falar e, do nada, sai-me a palavra salsicha.
- Como assim? Salsicha?!
- É isso. Estou a dizer uma frase qualquer e, quando dou por ela, já lá meti a palavra salsicha. Como hoje. 
- Hoje?
- Estava muito bem a falar e, sem dar por ela, saíu-me 'a chamada salsicha educativa'. Só me apercebi quando vi que toda a gente se tinha atirado para o chão, todos agarrados à barriga, a rirem à gargalhada.
 - Essa tem graça.
- Não, não tem graça nenhuma. Depois toda a gente quer saber o que é que eu quis dizer e eu não faço ideia.
- De facto, vendo bem, deve ser uma maçada.
- Sabe lá. 
- Mas então vamos lá recuar no tempo. Desde quando é que anda com a salsicha na boca?
- Salvo seja.
- Claro.
- SôTôr, agora que pergunta, deixe cá ver... Acho que foi por altura da Fatinha.
- Da Fatinha? 
- Sim, a Padinha.
- A Doce?
- Sim. A minha ex.
- Mas, então, em que momento deu por isso?
- Acho que foi por altura daquele problema da Laura.
- Laura? A D. Laurinha? A sua mulher?
- Não! A Diogo.
- Aquela do Reinaldo.
- Pois, daí.
- Ok, percebi. Reinaldo-salsicha, salsicha-Reinaldo. Entendido. 
- E agora como é que isto se cura, SôTôr?
- Fica para a próxima sessão, Iremos tentar perceber se isso é trauma ou se é fantasia.




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Nota: Aos que entrarem vindos do google directamente para aqui, informo que este episódio aparece na sequência deste outro.


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