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domingo, outubro 27, 2024

A pessoa por detrás do Peçanha

 

Não se espantem por eu andar a passar ao lado dos temas da actualidade mas estou mais numa de peace and love, por exemplo a ver cogumelos (que irrompem aos montes por todo o lado -- uns gigantes como naves espaciais, outros gordos como farófias, outros pequenos e robustos como anõezinhos bem alimentados, outros que não parecem o que suponho que sejam), a andar a ver os reflexos de luz nas límpidas gotas de água que pendem das folhas, a fotografar tudo o que mexe e tudo o que está imóvel. 

Para além disso, de noite ouvimos um barulho não identificado e, acto contínuo, o cão desatou a ladrar freneticamente. Assustei-me, claro, o meu marido foi passar revista à casa e etc. Não descobriu nada mas ficámos intrigados. Com isso, claro que fiquei sem sono. Só voltei a adormecer já quase amanhecia. Por isso, agora que liguei o computador e me instalei no sofá, estou só a adormecer, estou com o computador no colo há séculos e tem sido uma luta, a maior parte do tempo a dormir.

Praticamente não tenho vi televisão, pois não se aguenta. Li o Expresso de ponta a ponta, por vezes em rápida diagonal, outras vezes bem devagarinho. 

E agora à noite estive a ver alguns vídeos bem interessantes, entre os quais uma entrevista a António Tabet, um dos meus preferidos da Porta dos Fundos.

Como sempre, só posso concluir que quem vê caras não vê corações. A vida dele, um miúdo pequeno a cuidar do pai com cancro, a mãe, viúva (na altura com um filho bebé, para além dos mais velhos, o António, na altura com 15 e outro com 13), que se passou e mandou o filho de 13 para casa dos avós e a ele para fora de casa, depois a andar de casa em casa, não foi nada fácil. Como tudo foi incorporado até se tornar um humorista como ele é é extraordinário.

A entrevista é longa, e ainda bem, e ouve-se de gosto do princípio ao fim, por vezes a rir. Por exemplo, como se viu livre de um ameaçador grandão que estava a barrar-lhe a passagem, incorporando a personagem do 'policial Peçanha' é de gargalhada.

Antonio Tabet fala sobre relação difícil com a mãe, personagem Peçanha e trote no 1º emprego

O roteirista e ator Antonio Tabet é o convidado desta semana do “Desculpe Alguma Coisa”, videocast da escritora Tati Bernardi em Universal UOL. Tabet conta como foi expulso de casa aos 16 anos, após perder seu pai para um câncer agressivo no cérebro. Humorista, ele relembra o policial que inspirou seu personagem “Peçanha”, esclarece seu posicionamento político e diz que o humor paga um preço que nenhum político pagou com a polarização política.  


E agora acho que vou mesmo dormir.

(Obrigada pelos comentários e não levem a mal não responder a cada um, está bem?)

quinta-feira, julho 18, 2024

O estado da nação aqui por casa
(aqui por casa e não só...)

 

Pois é. Continuo cheia de afazeres e, em todo o lado, a ter que esperar horas para ser atendida. Chego a um sítio e está um cliente com um funcionário em cada balcão ou secretária. E assim ficam, os mesmos, por mais de meia hora, se não mesmo uma hora. Não sei se as pessoas andam carentes e vão confraternizar para os espaços de atendimento ao público. Fico possessa, apetece-me ir mandar vir, insultar, desafiar as pessoas a irem conversar para outra banda. Depois respiro fundo, interiorizo que não ganho nada em estar enervada, forço-me a ser zen. O tempo passa, ninguém se despacha, sinto-me a desesperar e eu nada, caladinha. Por vezes penso que, em situações assim, seria normal que alguém se passasse, desatasse aos berros, aos pontapés, puxasse pelos cabelos os clientes que se sentam a conversar na maior das calmas. Avalio se poderia acontecer isso comigo. Concluo que não, sou demasiado atada para dar escândalo, não tenho voz para gritar de forma que imponha respeito. Ainda me saía um gritinho de falsete que pusesse toda a malta a rir à gargalhada.

Hoje, antes de mim, entrou  uma figura. Primeiro estive sem perceber se era um binário ou uma não-binária. Não estou a gozar, estou a falar a sério. O ser estava vestido de uma forma bizarra. Tudo em branco, uns calções largos abaixo do joelho, uma blusa branca, larga, de alças, com uma abertura nas costas e com um capuz. E um penteado que não dá para acreditar, empeçado, ripado, uma ponta para cima, outra para baixo, outras para o lado, cada ponta de seu tamanho, e como se contivesse carradas de laca ou, então, sujidade. Quando se virou, pareceu-me que seria um homem novo ou, então, uma mulher jovem em processo de transição. Ou vice-versa. Ou poderia não ser nada disso e estar simplesmente maquilhad@ ou, então, nem sei bem dizer. Uma figura que, vistas bem as coisas, até tinha a sua graça. E tinha uma argola no nariz e piercings variados numa das orelhas. E por todos os braços, costas, peito e pescoço, tatuagens de monstros, caras assustadoras como se a gritar, de boca aberta, algumas com sangue a escorrer dos dentes. Quando ficou, de novo, de costas para mim vi que tinha tatuada no pescoço a palavra humanoid. Tinha um ar infeliz. Fiquei intrigada. O que estava aquele ser a fazer ali? Claro que não se pode concluir nada pela aparência mas, fazer o quê?, uma pessoa, mesmo sem querer, tem preconceitos. Quando se virou de novo, fiquei com a impressão que é alguém conhecido aí do mundo artístico. Ou, quiçá, do mundo dos influencers. 

Quando chegou a vez, dele temi que fosse uma alma atormentada à procura de amparo e que tão cedo não desamparasse dali. Afinal não, nem um minuto, pelos vistos tinha ido ali ao engano. Lá se foi, cabeça baixa. 

Mas com isto e com aquilo, a verdade é que, nos últimos três dias, tenho saído de casa de manhã, regresso de tarde, e hoje, como havia outros compromissos, ainda foi pior. Eram para aí umas oito e tal, talvez nove da noite, enfiei-me na banheira para um duche a pensar que estava mesmo a precisar de me refrescar e de me sentar a descansar. Eis senão quando o meu marido apareceu à porta a perguntar se íamos fazer uma caminhada. A minha vontade foi dizer que nem pensar, que não conseguia. Mas depois lembrei-me que ainda não tinha andado, que se calhar até me saberia bem caminhar ao lusco-fusco. 

E assim foi. Soube-me bem, sim senhores.

Conclusão: jantei às dez da noite. E, para vossa informação, o meu jantar foi:

Salada de alface, cenoura ralada, um pêssego cortado aos bocadinhos, sementes daquelas que se compram para saladas, queijo fresco de cabra, tudo temperado com orégãos e com azeite. E fiquei bem. Para sobremesa, um pequeno quadrado de chocolate preto.

Portanto, como poderão compreender, não tenho nada a dizer sobre o Montenegro, sobre o Estado da Nação, sobre a legionella que se alojou na Presidência ou sobre a covid que veio atrapalhar ainda mais o Biden. E não tenho nada a dizer simplesmente porque não tenho informação, só tenho sono.

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E como, uma vez mais, o post padece desta pobreza franciscana, para tentar que não vão daqui com vontade de reclamar o preço do bilhete, partilho uma conversa que tem bolinha no canto não porque o tema seja cabeludo mas porque aquele ali não levou pimenta na língua quando era pequeno.

Mas, agora que escrevi que o tema não é cabeludo, estou aqui a pensar que é cabeludo, sim. Aliás é, até, chifrudo. 

Vade retro Satana.

Antonio Tabet tentou SALVAR a Jéssica na entrevista de emprego! 
| Que História É Essa, Porchat?| GNT


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Dias felizes