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quinta-feira, agosto 29, 2019

A professora Carmo Miranda Machado na TVI e o valente coice que o Jumento lhe envia


in TVI
Com família em casa, incluindo crianças, obviamente o tempo dedicado à televisão é mínimo. Ontem à noite, de raspão, passou-se por um canal onde uma professora mal encarada e manifestamente maldisposta questionava António Costa, fazendo-lhe perguntas fúteis, como se o mundo, mormente o Primeiro Ministro do Governo de Portugal, tivessem que cuidar de lhe mudar a disposição de intragável para minimamente aceitável. 

Todos os que ali estavam em minha casa, com exceção dos miúdos, trabalham. Nenhum, por acaso, trabalha para o Estado ou em empresas públicas. Todos nós, em dado momento das nossas vidas profissionais, precisámos (e, certamente, precisaremos) de nos auto-motivar para ir trabalhar. E, quando estamos de férias, ainda mais temos que apelar à nossa auto-motivação para sair do regime livre do dolce far niente para ingressar na disciplina de dias com horários, obrigações e contrariedades. Curiosamente, nunca a nenhum de nós ocorreu solicitar aos nossos patrões que nos forneçam argumentos para conseguirmos ir trabalhar e, claro, só se fossemos burros de todo, quereríamos que o Primeiro-Ministro se preocupasse com tal coisa.

Claro que nem dois minutos conseguimos suportar a má catadura da senhora questionando António Costa com argumentos não apenas fúteis mas, até, pueris.
Volto a dizer o que neste blog já disse muitas vezes: não haverá classe profissional que não tenha razões de queixa seja do que for. No público ou no privado, a lidar com crianças ou com velhos, com saudáveis ou com doentes, com inssurrectos ou acamados, com gente mal educada, seja das barracas, seja da Linha, com vagabundos ou com meninos do coro (não é piada para si, Francisco...), com incompetentes ou convencidos, não haverá gente cem por cento feliz da vida no trabalho que tem. Ou as condições de trabalho não serão as melhores, ou o que ganham será insuficiente, os os colegas uns estafermos, ou o chefe um anormal, ou o local de trabalho distante de casa ou mal amanhado, etc. Tudo certo. Portanto, quem se queixa, seja do que for, terá sempre a sua razão. Mas daí a cada um se achar o centro do mundo, com direito a que toda a gente se preocupe consigo e a ter direitos especiais, pretendendo, inclusivamente, que o Primeiro-Ministro ajude a que a sua beleza não se canse tanto, é coisa que não lembra a quem tenha dois dedos de testa.
Hoje, ao espreitar os blogs aqui ao lado, foi com curiosidade que li o post do Jumento, perfeito na sua acutilância, e onde mostra a dita senhora professora, Carmo Miranda Machado de seu nome (se bem percebi do que vi no site da TVI), toda contente da vida, acocorada ao lado de uma vietnamita, em pose gaiteira para se exibir ao mundo em toda a sua auto-motivação.

O texto do Jumento chama-se ESTRATÉGIAS AUTOMOTIVACIONAIS PARA IR TRABALHAR e recomendo que o vejam.

Caso tenham curiosidade googlem também o nome da senhora e escolham a opção de ver as imagens para verem as poses esparramadas, cinéfilas ou artísticas da dita senhora professora que, pelos vistos, sempre que não trabalha está toda motivada. Tem graça. Provavelmente está também tudo no facebook mas não me apetece gastar o meu precioso tempo com pessoas que gostam de mostrar ao mundo a sua futilidade e falta de cabeça (até porque facebook é coisa que não frequento).

E, de novo, assoma ao meu espírito a desagradável dúvida: estaremos mesmo, inexoravelmente, a caminhar para tempos em que a maioria das pessoas é egoísta, fútil e estúpida?

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Entretanto, recebi, através de comentário (ver abaixo), o link para mais uma extraordinária pérola da mal-encarada professora que precisa que o Primeiro-Ministro a ensine a auto-motivar-se:

https://www.facebook.com/carmo.machado/posts/10157239465558749?hc_location=ufi

Ver para crer.

quinta-feira, julho 20, 2017

Sócrates, Hugo Soares, Rocha Andrade e os outros Secretários de Estado, António Mexia, Comandantes variados, Miguel Abrantes et al.
-- ou como o Caso Marquês se cruza com o Galp Gate, com o assalto a Tancos, com as rendas da EDP, com o caso Zeus, com o caso dos bloggers da seita socratina e etc. --
(ou como, na verdade, isto anda tudo ligado)


Os três ex-Secretários de Estado foram constituídos arguidos e vão ficar sujeitos a termo de identidade e residência. O suposto crime que os investigadores do DIAP vão tentar comprovar prende-se com terem ido à bola a convite de um dos patrocinadores da Selecção. É daquelas ficções em que se conhece, à partida, o crime. O suspense prende-se com o making of

Como é que receberam os bilhetes? Como é que foram para o avião? A pé ou de taxi? Se de taxi, quem pagou o taxi? E como é que compensaram o ofertante por tão imensa prebenda? Perdoaram dívidas de milhões? Foram passadas concessões de exploração de petróleo em Massamá? Se não foi isso, então o que foi? 
Muitas pistas a seguir, muitas linhas de investigação. Muito agente disfarçado, muito infiltrado, muita escuta, muitas provas a coligir. Volumes e volumes de informação a tratar. Dossiers infinitos. Coisa para Joana Vidal ir perdoando adiamentos e deixar rolar a coisa durante dez anos. Percebe-se: o caso é grave. Devia era ter-lhes posto pulseira electrónica que o caso não era para menos.

Entretanto, a Operação Marquês soma e segue. Mais dois arguidos. Agora é malta das Estradas e nova frente de investigação foi aberta: agora também o TGV. Aquela malta que trabalhava com Sócrates e que o dizia um trabalhador incansável, não dando descanso a ninguém, não devem ter percebido que ele, afinal, tinha um clone que, enquanto o genuíno tinha reuniões e visitas oficiais, o outro andava a tramar esquemas para sacar uns trocos a toda a gente possível e imaginária. E, trocos a trocos, o manganão foi enchendo o papo, alugando, como cofre, a barriga do anafado amigo.


Portanto, certamente, mais uns meses de investigação. Também se percebe. Aquilo é um novelo. Não há cabeça que aguente tanta pista. Nem o algoritmo da google daria conta de tamanho emaranhado.


E eu, com pena de tão diligentes cromos a quem chovem pistas como cães e gatos em dia de enxurrada e a quem, por cada pedra que levantam, lhes saltam minhocas, suspeitos e crimes às mãos cheias, vendo os anos a passarem sem que, pobres, pobres coitados, consigam deslindar coisa alguma, aqui me predisponho a dar uma ajuda. É o meu lado de musa de Tiepolo: santinha, santinha, santinha. Assim, para que não continuem a aparecer aos olhos da opinião pública feitos baratas tontas ou a aparentar que têm tempo de sobra ou severa carência de neurónios, daqui levanto o véu sobre mais uns quantos factos que, cá para mim, têm tudo a ver.


Read my lips:
1 - É ou não verdade que os três ex-Secretários de Estado conhecem Sócrates? E, em caso afirmativo, que tipo de conhecimento é esse? O bíblico penso que está fora de questão mas, então, que expliquem tudo muito bem explicadinho. 
2 - É ou não verdade que, por trás da manobra dos convites para a bola, está, afinal, a mão emboscada do silencioso amigo de Sócrates? 
3 - É ou não verdade que, no avião, como leitura, as hospedeiras distribuíram aos passageiros livros do Sócrates? 
4 - É ou não verdade que no camarote, no célebre dia do fatídico jogo, foi avistada uma mulher que alguns juraram ser a cara chapada da ex-mulher de Sócrates enquanto outros, para disfarçar, disseram ser Marcelo Rebelo de Sousa disfarçado de Nossa Senhora de Fátima? E quem eram esses outros? 
5 - É ou não verdade que o primo de Sócrates foi visto de óculos escuros num carro conduzido por alguém que parecia ser o motorista Perna nos arrebaldes de Tancos? 
6 - É ou não verdade que Lalanda, Bataglia e Salgado foram avistados, em dias diferentes, em lugares diferentes, tentando simular que não se conheciam? 
7 - É ou não verdade que Mexia (o da EDP) costumava mandar sms a Sócrates a perguntar informações sobre o alfaiate como se toda a gente não percebesse que isso era código e que, na verdade, estava a referir-se às caixas de robalos que oferecia à filha do Vara, numa altura em que estava zangado com a Guta? 
8 - É ou não verdade que Zeinal Bava foi avistado a falar com um jardineiro que é compadre de um sargento que geria uma messe da Força Aérea e que, dias depois, o mesmo Bava se cruzou na autoestrada, embora em sentido contrário (para disfarçar) com Sócrates? 
9 - É ou não verdade que o SIRESP foi visto a falar ao telefone com a Fernanda Câncio, ex-namorada de Sócrates? 
10 - É ou não verdade que o Granadeiro foi ouvido um dia a insinuar que a Manuela Moura Guedes merecia que lhe reduzissem o tamanho da boca, tendo depois vindo a descobrir-se que o interlocutor era admirador da Cristina Ferreira e que, através dela, iria minar as audiências da TVI e tudo para agradar ao Sócrates? 
11- É ou não verdade que os mails do Benfica não são inocentes e contêm, subliminarmente, ordens de pagamento a favor da manicura da mulher do amigo de Sócrates? 
12 - É ou não verdade que foram avistadas umas personagens muito suspeitas a jantar numa casa de fados, parecendo estar todos com cabeleiras postiças louras e lentes de contacto demasiado azuis para serem credíveis, falando em voz muito baixa, tendo um espião que por lá pára, conhecido no bas-fond por Lima do Sótão, deixado cair para a imprensa que ouviu referir um filósofo grego e que se tratavam uns aos outros por Miguel Abrantes, Valupi e Jumento?
13 - É ou não verdade que é muito, muito, suspeito que Hugo Soares tenha sido eleito como líder parlamentar do PSD? Não seria de investigar qual a mão que manobrou atrás do arbusto para que tal inverosímil facto tenha acontecido? Não está bom de ver que é coisa deliberada para enxovalhar a honra laranja e que isso só vai servir para lançar a confusão no argumentário político e, dessa forma, baralhar os jornalistas e, por conseguinte, beneficiar a estratégia de defesa de Sócrates?


E podia continuar a dar pistas. Mas vou com calma, fico-me, para já, pelo número da sorte para não fundir a mente do nosso querido Saloio de Mação, o Super-Judge Alex, ou a do Procurador Rosarinho Teixeira, sempre tão eficaz, ou a dos outros que devotam a sua humilde vida a perseguir nobres causas e que, nessa senda, coitados, mal têm tempo para refeiçoar ou para pensar.


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A ver se com esta minha preciosa ajuda conseguimos finalmente chegar ao mega-julgamento pelo qual tão impacientemente aguardamos




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Um dia risonho a todos quantos aí estão desse lado

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domingo, novembro 15, 2015

Os lobos entraram em Paris - a palavra ao Xilre, ao Pipoco mais Salgado, ao Jumento e ao João Ramos de Almeida no Ladrões de Bicicletas





Xilre


Os que são contra a chegada dos refugiados, encontrarão nos atentados motivos de validação das suas posições; as fronteiras no espaço europeu ir-se-ão fechar, definitivamente; os que fugiram de um dia a dia, nos seus países, idêntico aos horror que ontem se viveu em Paris, continuarão a morrer aos milhares na travessia do Mediterrâneo ou no trajeto por terra; se lá permanecerem, provavelmente morrerão também — porquê ficarem?; os bombardeamentos irão aumentar na Síria, no Líbano, no Iraque; os que sobreviverem a tudo, sobretudo os mais jovens, só conhecerão como horizonte a vingança, o ódio, o desespero, a violência — não terão qualquer perspetiva de educação, de futuro, de normalidade em países inteiramente arrasados. Sem modo de vida na sua terra, traumatizados por anos de guerra (alguém fará ideia do que será crescer em Aleppo?) que farão? Que adultos se tornarão? Onde, e quando, se irão fazer explodir?


in História do Futuro





e

Eu penso em você, minha filha. Aqui lágrimas fracas, dores mínimas, chuvas outonais apenas esboçando a majestade de um choro de viúva, águas mentirosas fecundando campos de melancolia,

tudo isso de repente iluminou minha memória quando cruzei a ponte sobre o Sena. A velha Paris já terminou. As cidades mudam mas meu coração está perdido, e é apenas em delírio que vejo

campos de batalha, museus abandonados, barricadas, avenida ocupada por bandeiras, muros com a palavra, palavras de ordem desgarradas; 

(...) e penso em Paris que enfim me rende, na bandeira branca desfraldada, navegantes esquecidos numa balsa, cativos, vencidos, afogados... e em outros mais ainda!


in Carta de Paris (citando Ana Cristina César, Poética)





Pipoco mais Salgado


Isto não aconteceu em França, aconteceu-nos a nós e à nossa maneira de viver. Isto é connosco, os que podemos escolher se nos apetece ou não crer num Deus e, escolhendo crer, podermos optar pelo Deus que mais nos convém, isto é connosco, que escolhemos gastar o nosso dinheiro em livros, em todos os livros, a conhecer outros mundos ou a dançar tango, olhando nos olhos as mulheres com quem dançamos. Isto é connosco, os que não temos medo do que ainda não conhecemos nem dos que não pensam como nós ou não fazem como nós, os que aceitamos as diferenças porque serão sempre as diferenças que nos inspiram a avançar, mais sábios e mais capazes, os que não têm medo de véus nem de barbas compridas nem de livros estranhos nem de quem nos vem tirar os trabalhos que nunca quisemos ter, os que não precisámos de Paris para saber de que fogem os refugiados.



O Jumento


(...) O Estado Islâmico foi o grupo terrorista que mais foi apreciado pelo Ocidente, ajudou Israel a livrar-se do seu grande inimigo e, muito provavelmente, a anexar definitivamente os Montes Golan, daí que sejam muitos os que apontem o dedo à Mossad. Ajudou a Turquia a matar curdos e xiitas. (...)Os inimigos do Irão, da Rússia ou da Síria, do Hezbollah  ou dos palestinianos  são amigos do Ocidente, de Israel, da Turquia e da Arábia Saudita. Desde que as coisas não passem para a comunicação social podem matar indiscriminadamente, podem matar livremente os alauitas e curdos na Síria, podem fazer desaparecer os Houttis do Iémen, podem eliminar xiitas na Síria, Iraque, Líbano, Israel.

Recordo-me de ver os mesmos chechenos que hoje são os mais extremistas entre os extremistas do Estado Islâmicos serem recebidos na Europa Ocidental como democratas e libertadores vítimas da tirania russa, os fascistas ucranianos que querem fazer desaparecer culturalmente quase metade da população ucraniana e que tiveram um passado de apoio ao nazismo serem agora aclamados como grandes democratas

Só que os terroristas são mesmo terroristas e não hesitam fazer como a aranha Viúva Negra, não resiste à tentação de se alimentar do seu próprio parceiro. Os franceses não foram apenas vítimas dos terroristas, foram-no também de governos feitos de gente suja, para quem tudo vale. Isto é a versão em política internacional do mesmo a que estamos a assistir na economia e em todos os domínios da sociedade. Estas são as consequências da transformação da velhacaria em ideologia do Ocidente. (...)






Ladrões de bicicletas
 - João Ramos de Almeida

(...) Em cada época, cada guerra é devidamente preparada para enlevar a população. Agora é Hollande, um político socialista, que acaba de afirmar que a guerra foi declarada a França. Espera-se mais uns milhões de contratos de armamento, uma expectável maior ousadia militar (sobre a triste figura feita pela França, leia-se o último número de Le Monde Diplomatique). Mais mortes a prazo.

E tudo isto acontece precisamente no mesmo momento em que terminavam as conversações em Viena, nomeadamente com a administração norte-americana e o governo russo, fixando um cessar-fogo na Síria, com um acordo de 3 páginas, prevendo um governo de transição de 3 meses e eleições em 6 meses.  

As guerras podem ser paradas por quem as combate. E nós somos soldados sem o saber. Morremos como soldados, como peões adormecidos na nossa vida pequena.(...)


in Triste Europa


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Serge Reggiani interpreta Les Loups Sont Entrés Dans Paris

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[As notícias que me chegavam à medida que eu ia escrevendo sobre os atentados de sexta feira, 13 de Novembro de 2015 em Paris, podem ser vistas no post seguinte]


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