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domingo, março 09, 2025

Alô, alô, senhor ministro Pinto Luz: não faça o número gago do agarrem-me senão eu bato-te. Fica ridículo.
Se, como diz, "O PSD não quer eleições, o primeiro-ministro não quer eleições e os portugueses não querem eleições", porque é que o seu chefe entregou na AR uma moção de censura?
Já pensou que o melhor para o País seria o PSD livrar-se do Montenegro? Ora puxe lá um bocadinho pela cabeça.

 

A narrativa que o PSD arranjou para tentar fazer-nos uma lavagem ao cérebro aí está no terreno, a toda a força. Tudo o que é papagaio anda a propagandear, com a ajuda da comunicação social, que a culpa de tudo é do PS.

Eu só espero que, maioritariamente, os portugueses não sejam tão acéfalos como estes papagaios sem vergonha na cara e mostrem, veementemente, que não engolem tudo o que lhes dão a comer. E que mandem o Montenegro -- que depois de se ter escondido atrás da mulher e dos filhos, agora anda a esconder-se atrás destes ministrecos -- de volta para Espinho para poder fazer fretes à vontade à Solverde, à gasolineira do pai do candidato à Camara de Braga, por sinal, marido da célebre Inês Patrícia, e a outros clientes do género.

Alguém devia fazer ver a esta gentinha que andar a poluir o ar que respiramos não é uma boa estratégia.

É pena que as vozes inteligentes sejam tão poucas e tão pouco escutadas. Pena, pena.É que, de uma coisa, não subsistam dúvidas. Como muito bem diz C.: "Por mais piruetas que as agências de comunicação façam, é esse rosto de chico-esperto que  vai ser impresso nos cartazes."

E qual o papel dos jornalistas? Transcreverem ipsis verbis a lenga-lenga engendrada para enganar os pacóvios ou exercer um mínimo de contraditório? Não sabem o que é exercer o contraditório? E são descerebrados a ponto de não serem capazes de desmontar retóricas enganosas?

Muito do que é o populismo ou votos dados a quem só anda cá para enganar o Zé Pagode deve-se a esta Comunicação Social que vai atrás de todos os ossos que lhe atiram.

De facto a estupidez é um mal generalizado e, pior, para o qual ainda não se descobriu o antídoto. Caraças.

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[E, se estiverem para aí virados, queiram, por favor continuar a descer pois há mais aqui, onde se fala da longa manus e do alter ego, do Montenegro -- como tão bem Vital Moreira escreveu]

segunda-feira, fevereiro 10, 2025

A teoria da estupidez
-- e como a estupidez controla a sociedade --

 

Os exemplos são inúmeros. Por todo o lado a gente vê gente estúpida, muitas vezes estúpida a ponto de eleger quem, assumidamente, os vai prejudicar.

Por exemplo, uma parte significativa de imigrantes votou em Trump apesar de ele anunciar uma guerra aos imigrantes que não tinham os documentos em ordem. Imigrantes indocumentados votaram em Trump. Convenceram-se que, por viverem e trabalharem há anos nos States e de aí fazerem os seus documentos, pertenciam à casta dos imunes. E, esquecendo-se dos anos de dificuldade, apoiaram a sanha de Trump contra os mais indefesos. Agora andam à nora, sentindo-se duplamente estúpidos, em risco de perderem tudo e irem de vela, pois, segundo Trump e a bonequinha escolhida para sua porta-voz deixam bem claro, quem não tem papéis em ordem é criminoso e, se é criminoso, vai ser corrido dos Estados Unidos. 

Estúpidos. É como Musk. Uma das filhas mudou de sexo. Inclusivamente mudou de nome pois não quer ter nada a ver com o pai que apoia a sanha de Trump contra quem muda de sexo. Qual é mais estúpido? Trump ou Musk? Ou quem os apoia?

Musk tomou a máquina americana de assalto e despede, fecha, corte, ameaça, ri, salta a pés juntos em cima. Mas era de prever pois já o fez antes e, de resto, anunciou que iria fazê-lo. E milhões, muitos milhões de pessoas, ainda assim, votaram em Trump que andou o tempo todo com o Musk ao colo.

Mas o mundo é isto, um ninho de estúpidos. Ainda no outro dia, uma pessoa que nunca fez quaisquer descontos na vida falava, toda ela indignação, contra 'pretos e ciganos' que não fazem nenhum, vivem de subsídios, vivem à nossa custa. Ouvi, estarrecida, incapaz de encontrar palavras acertadas e não ofensivas para rebater o argumento pois só me ocorria dizer: 'Mas, ó sua grande estúpida, quem é que vive à sua custa se você nunca pagou 1 cêntimo de impostos ou descontou o que quer que fosse para a segurança social?'. Mas como não sei falar com estúpidos de forma cordata ou pedagógica, fiquei calada. Mas a roer-me por dentro.

E este é o grande mal. Os estúpidos, ignorantes sobre a sua ignorância, afoitos, marimbando-se para questões éticas, usam toda a espécie de argumentos estúpidos e ofensivos.

Os outros, entre os quais (talvez inocentemente) me incluo, são todos punhos de renda, todos nove horas, não querem ofender, não querem ser desagradáveis. Portanto, não se fazem ouvir. E não sabem desmontar de forma eficaz os argumentos dos estúpidos.

Mas vejam, por favor, o vídeo abaixo. Explica tudo bem explicado:

The Theory of STUPIDITY | Dietrich Bonhoeffer

In this video, we explore Dietrich Bonhoeffer's thought-provoking Theory of Stupidity, a fascinating concept that delves into human behavior, intelligence, and the nature of societal dynamics. From the origins of Bonhoeffer's ideas during World War II to their relevance in today's world, this video covers everything you need to know about his profound insights into how ignorance and thoughtlessness impact individuals and communities. Discover the subtle differences between intelligence and wisdom, the surprising power of influence in shaping actions, and why Bonhoeffer believed stupidity to be more dangerous than malice.


Desejo-vos uma boa semana
(de preferência longe de gente estúpida)

quarta-feira, fevereiro 05, 2025

É que é tudo tão estúpido que até quase dá vontade de rir

 

Podemos ficar estupefactos, estarrecidos, perplexos com o monte de decisões parvas, absurdas, ridículas, ingratas, mesquinhas, maldosas, podemos pensar que não dá para acreditar, mas a verdade é que está tudo a acontecer, está mesmo.

O que vale é que, pelo menos, quem faz paródia não é atirado pela varanda ou envenenado.

Trump's Destructive Weekend | Canada Is Booing Us | Tariffs Will Cause "Pain" | Going Back To 1913

Buckle up as Stephen Colbert goes through the laundry list of disastrous moves made over the weekend by President Trump, which included slapping tariffs on Mexico and Canada and giving Elon Musk access to the Treasury Department's payments system. 



domingo, novembro 03, 2024

Este mundo é um lugar perigoso porque cerca de metade das pessoas são estúpidas e tão ignorantes que nem percebem que são ignorantes e estúpidas

 

Só isso explica que cerca de metade das pessoas, mais coisa menos coisa, vote em criaturas absurdas, perigosas, incompetentes, incapazes, mal intencionadas, aldrabões, vigaristas, corruptos, vis, criaturas que espalham o mal à sua volta.

E se isto vale para muitos países, é agora grotescamente visível nos Estados Unidos.

Até fico doente quando vejo imagens dos comícios de Trump ou entrevistas a pessoas que votam nele. Um horror.

quinta-feira, maio 16, 2024

Calma aí... Sei de um maluco, mas maluco encartado mesmo, que agora se filiou no Chega e não me admiro nada que ele adore o Tânger...

 

  • Vi o debate e até dói ver como candidato a deputado europeu uma pessoa como o Tânger Corrêa. Não se percebe qual a ideia do Ventura. O senhor é daqueles em que não se aproveita uma. Daqueles que, se eu encontrasse num recinto a dizer disparates daqueles, se estivesse com vontade de me rir e de perceber o que é o ground zero da estupidez humana até era capaz de ir até lá. Mas, em condições normais, nunca me aproximaria. A criatura não dá uma para a caixa.

Quanto aos demais:

  • A Catarina foi a Catarina. Competente na comunicação mas, a meu ver, não acrescenta. Será sempre boa oradora, será sempre fiel aos seus princípios. Mas não vejo nela rasgo nem apetência pela descoberta e pela modernidade. E o Parlamento Europeu precisa disso.
  • O jovem fofinho do PAN, de que não fixei o nome, também não me parece que risque.
  • De quem gostei outra vez bastante foi do Francisco Paupério, do Livre: sabe do que fala, tem boas ideias, tem boa atitude. Acrescenta.

Não dou votos, não pontuo. Só digo que, a ter que votar em alguém de entre os que hoje debateram, votaria no candidato do Livre. 

No dia das eleições é outra coisa e, para falar muito sinceramente, é decisão ainda em aberto.

E uma coisa me parece, mas sem dúvida alguma: é que, se os jovens que hoje não veem televisão, não leem, não se informam, e andam a votar com os pés (leia-se: no Chega ou, mesmo, na AD), tivessem contacto com a conversa arejada, equilibrada, temperada com os ingredientes do futuro do Francisco Paupério votariam, muito provavelmente, no Livre.

Volto ao parágrafo do início e ao que escrevi em epígrafe. Conheço, embora sem proximidade, um ex militar, pessoa que, em meu entender, deve ter alguns traumas. 

[No entender dele, se soubesse que eu acho isto, tenho a certeza que diria que maluca sou eu por achar que ele pode ter algum trauma]. 

Adiante. Este meu conhecido acha-se um machão, é todo militarista, mas militarista 'à antiga', acha que o país -- porque, segundo ele, anda entretido com os gays, com as mariquicices LGBT e com outras larilices do género --, não dá o devido valor aos verdadeiros cidadãos que, se necessário, darão o peito às balas. Quando fala, a conversa é um misto de revanchismo, marialvismo, nacionalismo exacerbado, conservadorismo bacoco. Pois bem, desiludido com o frouxo do Montenegro (palavras dele), anunciou há dias que se fartou de esperar que isto vá lá com conversinhas da treta e, vai daí, filiou-se no Chega. E eu tenho cá para mim que se identifica bastante com a conversa do Tânger. 

E, do que se vê e ouve por aí, não são só os malucos com vontade de acertar contas e que, volta e meia, até se mostram saudosistas da velha ordem salazarista... O que não falta é gente que não sabe nada de nada, que tanto acredita numa coisa como no seu contrato, que fala sem fazer a mínima do que está a dizer. Para gente assim, um Tânger marcha que nem ginjas.

Portanto, a ver vamos se nas Europeias não vamos assistir a um deslizar de votos da AD para o Chega...

(E será que não do PS para o Livre...?)

quinta-feira, janeiro 19, 2023

As lições de vida, aka Talks, de Cristina Ferreira.
Os medos, as lágrimas, os sapatos de Cristina

 

Já vinha desconfiando mas agora esbateram-se-me as dúvidas: o mundo está perdido.

Bem. Se calhar estou a ser dramática. Se calhar não é o mundo, se calhar é só Portugal.

Bem. Se calhar não é todo o Portugal, se calhar são só 10.000 pessoas. Talvez mais. De facto, parece que 10.000 de cada vez.

10.000 pessoas pagaram 19 euros para ouvir Cristina Ferreira. 

Dá para acreditar? 

Eu acho que não.

De facto, parece-me uma coisa do além. E, isto da coisa do além não é uma piada à Nossa Senhora que desta vez não apareceu em cima de uma azinheira mas, pasme-se, dentro dos Louboutins da grande filósofa Cristina Ferreira. Milagre e dos bons.

Diz ela que leu aquilo como um sinal. Em vão tenta o Goucha perceber. 'Sinal de quê?'. E aí é que está. Sinal do além quando aparece não tem que ter propósito ou significado. Goucha ficou na mesma mas ela, toda sentenciosa e emocionada, mostra que sinal que é sinal não carece de explicação.

Por exemplo, hoje ao despir umas calças caiu-me ao chão um talão de uma compra. Também li como um sinal, sinal que guardo coisas não sei para quê e que, ainda por cima, mal as guardo esqueço-me delas. Só que a Cristina Ferreira pegou nos sapatos e foi com eles na mão para os exibir aos espectadores. Eu não. Eu apanhei o talão e deitei-o no lixo e peguei nas calças e coloquei-as em cima de uma cadeira.

E, lá está, só por isto se vê porque é que não consigo fazer 190.000€ para dizer chachadas e ela é num abrir e fechar de olhos. 

Mas digam-me vocês: quem é que paga 19 euros (ou 1 euro que fosse) para ir ouvir a inspiradora e transformadora Cristina Ferreira...? Quem, senhores...?!

Cristina Talks | 14 janeiro 2023

O evento em que a apresentadora e empresária Cristina Ferreira se apresenta ao público para revelar segredos, incentivar mudanças e partilhar muitas das suas lutas e conquistas. Convidados inspiradores vão juntar-se num momento de partilha único e transformador.

Cristina Ferreira e o seu símbolo de conquista, os seus sapatos de 490€!

Cristina Ferreira recorda momento em que encontrou imagem sagrada nos sapatos | Goucha

No «Goucha», Cristina Ferreira, diretora de entretenimento e ficção da TVI, fala-nos sobre o momento em que encontrou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima dentro dos seus sapatos. 

Só visto

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Um dia bom
Saúde. Tino. Paz.

quinta-feira, outubro 13, 2022

O terror e o desespero que Nina Khrushcheva observa agora no seu país

 

Conheço uma pessoa que tem algumas particularidades e esclareço, desde já, que estou a falar de uma pessoa real. 

Volta e meia, quando quer dizer alguma coisa que, segundo ele, requer mais coragem, dissocia-se de si próprio e começa a falar na terceira pessoa. Por exemplo, diz assim: 'É pa dizer a verdade? É que, se é, atão o Nuno vai dizer a verdade'. E, a seguir, diz uma mão cheia de coisas óbvias. E o ridículo é que as diz com ar de quem está a revelar os planos para deitar abaixo as Torres Gémeas. Depois remata com sorrisinho satisfeito: 'Se calhar, não gostaram de ouvir. Mas, já sabem, o Nuno é assim, se é para falar, o Nuno diz tudo o que tem a dizer.'. E percebemos que, lá no entendimento dele, marcou uma data de pontos. 

No outro dia, depois de mais um chorrilho de banalidades, saiu-se com esta: 'Se calhar não tavam à espera que o Nuno viesse aqui atirar uma bomba pa cima da mesa, mas, desculpem lá, tinha que ser'. Quem o ouve fica sem perceber se o tipo é parvo ou se come alguma porcaria às colheres. É que, para além da atitude quase apatetada, revela sistematicamente que não percebe nada do que se passa. Atira com aquelas grandes verdades com ar de quem atirou uma granada e a gente fica sem saber o que dizer. Não vamos dizer que vá dar banho ao cão. É que nem valeria a pena dizer isso pois não perceberia, iria concluir que não tínhamos aguentado com a força do petardo. Vê-se como um paladino da verdade quando não passa de um asno retardado.

A semana passada contaram-me que, depois de mais uma daquelas suas intervenções tontas em petit comité, veio cá para fora gabar-se que tinha avançado com a artilharia toda e que 'Paciência, se calhar ouviram o que não queriam ouvir... mas teve que ser. Se não gostarem, não comam, mas depois não venham dizer que o Nuno não avisou'. Ouvi isto e nem fui capaz de dizer nada pois a única coisa que me ocorria dizer era imprópria para consumo. Suspirei e fui piedosa. Limitei-me a dizer: 'Ah... foi? Ele fez isso tudo...? Olhe... pois não dei por nada...'

Mas isto para dizer que, perante a chacina que a Rússia tem vindo a levar a cabo na invasão da Ucrânia, perante a malvadez que Putin tem demonstrado, perante o banho de sangue e perante a destruição de pessoas e bens que tem provocado, perante os brutais atentados ao direito internacional e perante a total desumanidade que assassinamente ostenta, ainda por aí há uns quantos Nunos (e Nunas) que não apenas mostram que o seu lado é o dos criminosos como não percebem nada, nada, nada... e, como se não bastasse, gostam de se armar em espertos. Julgam que tiram cartas da manga ou da cartola e exibem-nas com aquele ar ufano que os mentecaptos exibem quando lhes dão palco. Vê-los provoca aquilo que vulgarmente se designa por vergonha alheia. 

A guerra, esta guerra, há-de acabar, Putin há-de ir para o esgoto da História, a Ucrânia há-de levantar-se das cinzas... e estas araras continuarão acantonadas em torno dos ditadores deste mundo -- com o PCP autisticamente ensarilhado ali pelo meio --, caladinhas que nem ratas a propósito do tirano assassino e, pelo contrário, a dizerem mal dos Estados Unidos, a gozarem com a Ursula von der Leyen e a desfiarem brilhantes teorias da conspiração que não lembram ao careca.

A entrevista a Nina Khrushcheva é muito interessante e reveladora e, por isso, permito-me recomendá-la. 

Quer a mentalidade de Putin, um KGB de quinta categoria que se rodeou de outros KGBs e que, inculta, psicopata e narcisicamente, gere um país da dimensão da Rússia, quer o sentimento da maioria dos russos perante o que está a passar-se são abordados de uma forma contida e informada pela professora Nina Khrushcheva.

Hear what professor who just visited Russia noticed

Professor Nina Khrushcheva discusses Russian President Vladimir Putin's mindset and her observations during her recent visit to Russia


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Um dia bom
Saúde. Paz.

sábado, junho 04, 2022

Antes um sentido e canino dó de peito do que as atoardas da Raquel Varela

[Sobre o que escreve e diz o Cavaco, não tenho nada a acrescentar. Acho que a opinião das múmias só interessa à comunicação social]



 

Contei há pouco tempo como o meu urso felpudo virou lobo uivante num dia em que o alarme disparou. Cabeça ao alto, longos e intensos uivos. Nunca o tinha visto ou ouvido assim.

Afinal, descobri hoje, há quem o ultrapasse e ainda consiga a proeza de lhe juntar um inspirado acompanhamento musical. 

Mas já lá vou. Antes, uns little apartes.

Há pouco, numa de zapping, à espera que chegasse o MasterChef Australia, o meu marido passou pelos omnipresentes gémeos que arranjam, compram e vendem casas. Apanhámos o episódio no fim pelo que não percebemos o que se passava com a protagonista, creio que a compradora ou a dona da casa que os manos arranjaram. Falava com voz de desenho animado. Ao princípio, não estando a olhar para lá, nem percebi se era uma criança, se alguém a fazer-se passar, na brincadeira, por criança. Percebemos depois que era filha do senhor que também lá estava. Olhei para tentar perceber melhor que voz era aquela. Às tantas o meu marido disse-me: 'Tem a orelha virada'. Respondi: 'Ah, sim? Então é isso... '. O meu marido reforçou: 'Ajeita-a'. Deixei de perceber. Apontou para o lobo cabeludo que estava sentado aos meus pés. Tinha uma das orelhas virada. Esclareci: 'Pensava que a rapariga é que tivesse um problema na orelha, talvez de audição, que fosse surda. Sei lá'. Encolheu os ombros, como se a minha ideia não colhesse. Quem também estava intrigado era o lobo felpudo, se calhar por isso é que virou a orelha do avesso. Geralmente não liga patavina à televisão mas naquela altura estava espantado a olhar, certamente também sem perceber de onde vinha tão curiosa voz. 

Enfim.

Agora que o MasterChef acabou e passei pelo O último apaga a luz, uma vez mais constatei que a Raquel Varela não é apenas populista, antipática, arrogante e putinista: é também mal informada e pouco inteligente. Apanhei-a no momento em que, de olho arregalado e esgar labial sobranceiro, interpelava o paciente Joaquim Vieira sobre a razão de ter que haver gente que trabalhe ao fim de semana. 'Para que é que é preciso?', perguntava ela com o sorriso de superioridade que os néscios costumam exibir. O pobre Joaquim Vieira tentava recordá-la de algumas funções críticas. A destituída Raquerela não se demoveu e continuou sorrindo e insistindo: 'Mas porquê?! Porque é que há pessoas que têm que trabalhar ao fim de semana? Porquê?!'. Joaquim Vieira continuou a tentar esclarecer o óbvio: 'Algumas fábricas que são de laboração contínua...'. Mas nada demoveu a dita intelectual: 'Mas porquê? Porque é que há fábricas a trabalhar ao fim de semana?'. E ele, com aquele sorriso de quem nasceu para sofrer aturando burros armados em inteligentes: 'Porque é muito caro retomar a laboração' (e se não usou estas exactas palavras, foi este o sentido do que disse).

E eu, ao ouvi-la, só pensei que felizmente nunca tive -- e espero nunca vir a ter -- tal ave pela frente senão não conseguiria conter-me: 'Mas fazes ideia, ó estólida Raquerela, de quanto é que custa arrancar com algumas fábricas? Fazes ideia que um arranque pode custar centenas de milhares de euros? Fazes ideia que algumas fábricas, para conseguirem ser rentáveis, têm que conseguir manter uma laboração estável, com um mínimo de paragens?'. E isto não tem a ver com explorar trabalhadores mas com conseguir fornecer continuamente produtos essenciais a valores aceitáveis. E isto no que se refere a fábricas. Mas se a limitada Raquerela não atinge temas industriais, será que também não atinge coisas simples como, por exemplo, os hospitais? Devem fechar ao fim de semana? E os serviços que asseguram o abastecimento de água, luz, gás, comunicações? E os hotéis? E os polícias? E os aeroportos e os aviões? E os transportes públicos?Etc, etc. Nada a trabalhar ao fim de semana? Minha nossa.

Muito néscia, esta intragável Raquel Varela. Uma verdadeira anedota.

Mas o problema não é só dela. O problema é que ainda mais burro que ela é quem a contrata para opinar publicamente ou quem permite que uma pessoa com tantas limitações seja professora.

Mas pronto, já o sabemos, o mundo é tudo menos perfeito.

Seja como for, há que convir: nem o meu lobo a uivar nem a inepta raquerela a bolsar pasquinadelas e babosagens estão à altura do artista aqui abaixo. E essa é que é essa.

 

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PS: 

Quanto ao artigo da múmia nada tenho a dizer. Não li. Não me assiste, como dizia o outro. Temos pena.

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As fotografias provêm de Overheard on the Underground

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Alegria. Paz.

quinta-feira, outubro 21, 2021

Sobre a estupidez

 


Não sei o que vocês acham mas tenho para mim que o pior do pior da espécie são os estúpidos. Não é coisa irrelevante, não é perigo menor, não. A estupidez é coisa para se levar a sério.

Uma pessoa quando se vê confrontada com um estúpido sente-se perdida: para começar, um estúpido não percebe que é estúpido. A conversa fica desigual. Ficamos em desvantagem. Nós temos pruridos, eles não. Um estúpido acha-se sempre o maior. Pode estar a dizer as maiores cavalices que avança sem vacilar. Não se inibe, não hesita, não se intimida. Nada. 

Um estúpido invariavelmente acha que os outros é que não estão a ver bem ou que, intencionalmente, estão a querer deixá-lo ficar mal. Não vale a pena tentar provar a um estúpido que o que diz revela ignorância, deficiente raciocínio ou deficiente interpretação dos factos. Não vale a pena. Um estúpido jamais vai reconhecer que os outros podem ter razão. Para um estúpido os outros têm sempre uma visão distorcida e só eles, os estúpidos, captam a verdade. Os estúpidos quando confrontados com a sua estupidez não se detêm nem por um instante para tentar perceber se os outros têm razão. Não. Para eles os outros nunca têm razão. Pelo contrário, ou se vitimizam, achando-se injustiçados, ou partem para o ataque, ofendendo e destratando quem tenta chamá-los à razão.

É um erro subestimar os estúpidos, achando que um dia vão perceber a estupidez dos seus pensamentos ou actos ou achando que são inofensivos. Nem uma coisa nem outra. Jamais percebem as suas limitações nem como são afoitos exibindo a sua ignorância como se fosse sapiência. E não são inofensivos pois têm a esperteza suficiente para manipular os mais fracos ou menos informados. Há sempre uma legião de inocentes e/ou de broncos dispostos a darem-lhes razão.

Um estúpido atrai sempre outro estúpido. É, pois, frequente encontrar estúpidos aos pares. 

O dicionário da Priberan define estupidez como falta de inteligência e de delicadeza de sentimentos. Há também a definição da wikipedia, em inglês: Stupidity is a lack of intelligence, understanding, reason, or wit

Nos últimos tempos tenho tido algumas cenas para esquecer, tudo por conta de gente estúpida. A gente diz tomato eles percebem potato, a gente diz que não, que dissemos tomato e eles que não, que têm provas de que dissemos potato. E a gente tenta explicar que nada a ver, que a conversa é sobre tomato e vamos falar sobre tomato e eles, cheios de teorias e teimosias, que a gente falou foi em potato. E invocam um historial ficcionado de não-eventos que, segundo eles, comprovam as suas inenarráveis teorias de cão de caça. Não se cansam. Convictamente apresentam argumento, citam artigo, dizem toda a espécie de disparate, envolvem a conversa em testemunho que toda a gente percebe que é inexistente ou deturpado... e prosseguem, resolutos, perante a estupefacção de quem assiste. 

O melhor, nestes casos, é a gente deixar para lá, deixá-los a falar sozinhos, deixar que aos poucos vão ficando isolados. Mas, por vezes é mais forte que nós, queremos demonstrar que estão errados, queremos que vejam o que toda a gente informada vê. No fundo, genuinamente queremos ajudá-los. Mas é tempo perdido. Deturpam o que dizemos, inventam, caluniam, ofendem, não conhecem limites. E não saem da deles, mesmo que em prejuízo próprio. Há qualquer coisa de grande burrice nos muito estúpidos.


Em síntese: de gente estúpida o melhor é guardar distância.

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E, no meio destes meus pensamentos, eis que o meu amigo algoritmo adivinha as agruras pelas quais tenho passado às mãos de um ou outro exemplar do género e, sem que eu tenha feito qualquer pesquisa nos motores de busca que o leve a extrapolar e a sugerir-me 'literatura' sobre o tema, me aparece com isto que aqui, agora, convosco partilho.

John Cleese on Stupidity

Cleese explains why extremely stupid people do not have the capability to realize how stupid they are.

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Bonhoeffer‘s Theory of Stupidity
Dietrich Bonhoeffer's argues that stupid people are more dangerous than evil ones. This is because while we can protest against or fight evil people, against stupid ones we are defenseless — reasons fall on death ears. Bonhoeffer's famous text, which we slightly edited for this video, serves any free society as a warning of what can happen when certain people gain too much power.

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E a ver se esta quinta-feira tomo uma decisão acertada e espero que definitiva em relação a um caso de estupidez aguda com o qual tenho estado a ser confrontada. Não vai ser fácil. Por isso, a mim própria desejo boa sorte.

E, para vocês aí desse lado, um belo dia.
Saúde. Bom senso. Humildade. Boa disposição.