Há aquela cena que rematava os filmes do Hitchcock em que se via uma cabra a comer a 'fita' que estava na bobina e a dizer, com ar entendido: 'prefiro o livro'. Lembro-me desta cena com alguma frequência.
Neste caso, também vos digo que o livro é melhor. Imperdível. Um livro que toda a gente deve ler e a que se deve voltar com alguma frequência pois permite declinações diversas: seja a dos Estados Unidos do alucinado Trump, seja o trauliteiro e incompetente governo Mentenegro (ou as suas diferentes derivadas, como a tóxica equipa que está a dar cabo da nossa saúde), sejam muitas outras situações.
Se aqui partilho este vídeo é apenas porque é uma síntese visual de curta duração, supostamente como é indicado neste espaço. Mas, se não conhecem o livro, se puderem leiam-no, por favor.
Lê-se e não se acredita. Será uma rábula? Será para os Apanhados?
Isto sim deveria incomodar a presidente do Parlamento Europeu. Eu pergunto: se não lhe incomoda que haja um impedimento da livre expressão? Se não a incomoda que ande a assassinar a população e o povo da Ucrânia, com o desenvolvimento desta guerra, e que muito resulta deste poder nazi?
Palavras de um doido varrido?
Pois, se calhar.
Mas, se lermos toda a notícia, ficamos a saber que:
O PCP perguntou esta terça-feira à presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, se não fica incomodada com um poder em Kiev sustentado em "forças de cariz nazi" que "assassina a população
e que as palavras lá de cima são também de Paula Santos, a excêntrica líder parlamentar do PCP que levou a excentricidade a ponto de acusar Roberta Metsola de ter uma "atitude de arrogância e ingerência", mas também de "profunda hipocrisia", defendendo que a União Europeia (UE) tem procurado "alimentar e instigar a guerra", em vez de tentar pôr fim ao conflito.
Nem mais.
Não sei em que planeta esta bizarra criatura vive ou se padece de algum problema, quiçá de foro mental. Não sei. Alguma coisa é pois nada disto me parece normal.
Quem consegue manter a calma é Roberta Metsola que desafiou na sexta-feira a deputada comunista Paula Santos a falar no Parlamento de Kiev perante os deputados ucranianos.
"Eu decidi falar no Parlamento da Ucrânia no dia 01 de abril de 2022. Peço-lhe [deputada Paula Santos] para que diga o que disse aqui em frente aos deputados ucranianos. Para falar com esses deputados que não falam com as mulheres durante semanas, cujos filhos não podem ir à escola (...). Isto não se trata de ficar sentado à mesa e fazer com que as pessoas negoceiem, isto é sobre fazer com que a Rússia saia da Ucrânia. Nem mais nem menos", disse Metsola dirigindo-se à deputada do PCP.
Se alguém conseguir explicar-me que estranha forma de cegueira é esta, de que padecem as pessoas do PCP, gostava de saber. É uma cegueira que se manifesta a propósito de muitos assuntos mas, de forma absoluta e letal, neste tema da guerra ´que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia.
Contra todas as evidências, eles desencantam argumentos absurdos, como se só eles vissem o que o resto do mundo não consegue ver.
Uma tristeza. Desonram, vergonhosamente, o passado do PCP e atentam, de forma inexorável, contra o futuro do partido.
Vou descobrindo todo um mundo do qual sempre passei ao lado.
Contudo sei bem que as descobertas a que me refiro não são apenas insignificantes, são também modestas. Parece que o mundo agora existe é no instagram ou no facebook e eu continuo a querer manter-me à margem. Portanto, a realidade de que vou tomando conhecimento é uma ínfima pontinha de um imenso iceberg que se desloca em volta dos seres vivos, mostrando-se apenas aos aderentes.
Também não frequento o TikTok ou o Twitter. Por muito aliciante que seja saber tudo a toda a hora, ver vídeos divertidos, coreografias hilariantes, tutoriais altamente instrutivos, fotografias e stories sobre toda a gente, prefiro estar fora. O tempo já não me chega para o que quero, faria se estivesse sempre a ver o que os algoritmos me quisessem dar a comer. Não, dessa papa não manjo eu.
Continuo a manter o hábito de apenas à noite me permitir o deslize de espreitar algumas das novidades do dia.
[Sobre o bandido do Putin continuo a desejar que os próprios russos resolvam o problema. Terem um assassino, um psicopata, um mentiroso cruel à frente de um país é pesadelo e sofrimento que não se deseja a ninguém.
Louvo, mil, mil, mil vezes louvo, a bravura dos ucranianos que, com a vida, defendem a liberdade e o direito a serem um país independente. Com o seu sacrifício defendem toda a Europa e nunca lhes agradeceremos o suficiente. Lamento que não façam parte da Nato pois, se fizessem, o patife não teria ousado invadi-los.
E acho vergonhoso e miserável (e meço as palavras que uso) a reacção do PCP sobre a vontade de Marcelo agraciar Zelensky com a Ordem da Liberdade.
Por muito que o PCP faça ou venha a fazer a bem dos portugueses (e cada vez os vejo a fazer menos, já não passam de uma franja muito marginal da sociedade), nada apagará a sua torpe posição sobre a invasão e sobre a guerra desencadeada por Putin.
Não é razoável que continuem a desculpabilizar a Rússia nem é aceitável que, fingindo-se de pacifistas, defendam a rendição da Ucrânia.
Sinto-me agoniada de cada vez que ouço o que o PCP diz sobre esta hedionda guerra e não consigo compreender a hipocrisia, a cegueira, a estupidez que revelam. Embora finjam criticar a Rússia, a verdade é que colam a sua posição e os seus argumentos aos do Putin, esse assassino para o qual não pode haver perdão.
Mas custa-me tanto o que está a acontecer e tudo o que o rodeia que não quero conversar sobre isso. Prefiro sugerir-vos que leiam, por exemplo, "a paZ! a paZ! a paZ!" segundo Der Terrorist]
Por isso, depois de tentar informar-me, desvio-me, vou distrair-me, vou ver coisas leves, levezinhas. Perdoem-me, pois, a desconversa que se segue]
Uma das coisas que gosto de ver é como algumas mulheres do mundo do cinema ou da moda cuidam da sua pele. E fico sempre espantada. Por exemplo, pensava eu que a Julianne Moore seria uma 'cara lavada'.
Até há pouco tempo eu julgava que tinha cuidado com a minha pele. De manhã, lavo a cara e ponho um creme adequado à minha condição: agora aplico um creme que supostamente é para peles maduras. Não ponho esse à volta dos olhos. Nessa zona ponho um creme específico para a pele em volta dos olhos. Faço-o pois não me faz arder os olhos. E mais nada. Julgava eu que isso era cuidar da pele. Mais: se vou passear para a praia nestes dias de frio ou se vou caminhar à noite e está vento, ponho creme nívea (daquele creme branco que está na caixa azul). Sinto-me bem, sinto a pele fresca e hidratada.
Depois, ponho uma sombra suave nas pálpebras superiores e, agora que já não tenho que me disfarçar de executiva, apenas de vez em quando um tonzinho nos lábios. E, se achar que estou descolorida demais, passo o baton ao de leve nas maçãs do rosto e esbato com os dedos. E está a festa feita.
Mas, quando vejo o que a Julianne Moore põe, fico de boca aberta. E fico sem perceber como é que a pele absorve aquilo tudo. E como é que aquilo não reage tudo entre si, deixando-lhe a cara a arder. E como é que ela tem paciência para ali estar a pôr camada sobre camada sobre camada sobre camada.
E fico a pensar: será que isso é o correcto? Deveria eu começar a ter mais cuidado com a minha pele?
Li também que cada vez mais pessoas fazem tratamentos de rádio-frequência, que têm um fantástico efeito no combate às rugas. E fico a sentir-me uma estético-excluída. Não sei o que é, não sei se é coisa que se faça em casa ou se tem que se ir a uma clínica ou coisa do género.
É todo um mundo que desconheço. E essa é que é essa.
Tenho para aqui umas dúzias de comentários que me chegaram entre ontem e hoje e que não publicarei. Poderia limitar-me a fazer o que fiz, marcá-los como spam. Mas, apesar de todo o desrespeito com que em alguns sou tratada, eu acho que devo o respeito de uma explicação aos seus autores. Por isso, caso ainda não tenham percebido, peço que tenham em atenção o seguinte
Não mais publicarei aqui, ainda que indirectamente, ainda que através da publicação de comentários aos quais sou alheia, propaganda a favor de criminosos de guerra nem de quem os defende.
Não mais publicarei toda a espécie de violentos arrazoados por eu não apoiar a rendição da Ucrânia, isto é, a vitória da Rússia.
Não mais publicarei propaganda a favor de regimes corruptos, ditatoriais e que favorecem oligarcas mesmo que, em vez de o enunciarem explicitamente, o disfarcem de ódio à NATO, aos EUA ou à UE.
Não mais publicarei insultos que me são dirigidos, embora alguns sob a forma de conselhos, por não apoiar a lógica do pensamento único e a hipocrisia de quem diz defender a paz quando apenas pretende a vitória de quem pratica a guerra.
Não publicarei as ofensas, obscenidades, ordinarices inqualificáveis, velhacarias impensáveis e, por vezes, até ameaças que me são dirigidas por anónimos que assim reagem de cada vez que critico o PCP.
Por isso, escusam de me encher a caixa de comentários com o que considero lixo. Escusam de insistir, deixando comentários atrás de comentários, de uma maneira quase impositiva e mal-educada.
É que uma coisa é contestar civilizadamente ou trazer argumentos válidos para a discussão. Outra coisa é parasitar blogs alheios para aqui vir depositar ovos de serpente carregados de veneno, argumentos repetidos ad nauseam por quem se limita a papaguear acriticamente a cartilha hipócrita e malévola difundida pelo Kremlin e acarinhada pelo PCP.
Como é possível? Estão a falar para quem? Para gente que vive noutro planeta e que pode ser enganada? Ou para mentecaptos? Ou julgam que conseguem fazer dos outros parvos? Ou acreditam mesmo no que dizem?!
Não foi a Rússia que começou a guerra? Não é a Rússia que, com as patas a pingar sangue e enfiadas em solo ucraniano, está a prolongar a guerra? Não é a Rússia que tem dizimado um país independente e com direito a ser livre, matando, destruindo, arrasando vidas e património, impedindo o funcionamento das suas infraestruturas e causado uma brutal crise mundial? Não é a Rússia? Não é a Rússia que merece repúdio? Não é o ímpeto imperialista de um psicopata como Putin, que age como um criminoso à solta, que merece ser vaiado, punido, isolado? Não é?!
Mais do que cegueira, esta posição do PCP é estúpida, tão estúpida que é incompreensível, tão estúpida que até dói.
Leio isto (e há pouco ouvi um pouco na televisão) e sinto uma repulsa quase física. Quase não: completamente física. Uma profunda repulsa.
Esta gente do PCP é gente alienada, alucinada... ou hipócrita? São mentirosos e manipuladores, como Putin... ou é gente perturbada?
Se o Putin resolvesse invadir e dizimar Portugal, colocar-se-iam do lado de Putin? Se Putin alegasse que o fazia porque pertencemos à Nato e porque temos cá uns grupelhos nazis, usariam os argumentos do criminoso para o desculpar e para defenderem a nossa rendição? Provavelmente, sim. Se pedíssemos ajuda para nos defendermos, tudo fariam para que a ajuda nos fosse negada? Se calhar, sim. Se víssemos as nossas casas destruídas, a nossa família espalhada pelo mundo, se nos matassem os filhos, continuariam a dizer que a culpa era nossa por não nos termos rendido às mãos dos russos? Continuariam a dizer que quem viesse para nos ajudar estava a prolongar a guerra? Se calhar, sim. Parece-me crueldade a mais mas, se calhar, é assim que são as pessoas do PCP.
Não consigo perceber. Juro que não percebo. Ou estão em pleno exercício de suicídio político colectivo? Move-os a atracção pelo abismo?
É este o fim político que Jerónimo de Sousa vai ter? Vai querer acabar como um mentiroso, um apoiante de criminosos, um manipulador, um perigoso populista?
Que incomodada fico com isto... Acreditem que não é exagero ou metáfora: fico mesmo fisicamente nauseada com estas atitudes do PCP.
Não sei como é possível. Não percebo. Acho que não há explicação para isto.
Gente assim é perigosa. De gente assim deve guardar-se distância.
Gerou celeuma na caixa de comentários eu ter dito que, do que tinha visto das (creio que) duas vezes em que fui à Festa do Avante, me tinha parecido sobretudo um encontro de campistas e excursionistas. Mas é, na realidade, a ideia com que fiquei: excursionistas e campistas todos cumprimentando-se por não se verem desde o ano anterior, todos numa de camaradas para aqui, camaradas para acolá.
Tão assim que até a mim, quando me apanharam a jeito, me trataram por camarada. Juro. E por tu. Tudo na maior intimidade. Contei isso, algures por aqui. A mim que me faz imensa impressão que pessoas que não conheço de lado nenhum me tratem por tu, imagine-se, 'Camarada, queres fria ou natural? Ok, toma lá. Tens trocado?'. Isto quando fui comprar uma garrafa de água ou coisa do género. Aquilo ali é como se fosse tudo deles. Não descansei enquanto não me raspei de lá, claro.
Coisa a atirar para o quase deprimente, desfasada da realidade, uma coisa muito na base do público do 'domingão', pela faixa etária dominante tudo mais na base do encontro de reformados e, quase todos, seguindo um dress code muito peculiar, um temático demasiado vintage, quase cómico.
Pois bem, diz Rui Bebiano (historiador, professor de história contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. Atual diretor do Centro de Documentação 25 de Abril) no seu post Quatro tópicos sobre a Festa do Avante!:
A Festa é em larga medida a romaria, o farnel, o convívio, o namoro, a música, as exposições, e só depois outra coisa.
Isso. Exposições tenho ideia que vi uma razoável mas mal apresentada. De resto, feira de artesanato do mais banal que há. A parte política nunca frequentei, já seria demais para a minha capacidade de encaixe.
Em conversa posterior com outra pessoa e lembrando-me das pessoas que lá vi
-- umas de boina à Che, outras de echarpe aos quadradinhos pretos e brancos à OLP, quase todas ataviadas com adereços evocando um tempo passado em que ainda havia quem acreditasse que por onde o comunismo se instalou não tinha havido ditaduras, restrições à liberdade (de expressão e físicas) já para não falar em assassinatos à descarada e, tantas vezes, em larga escala --
ocorreu-me que, no fundo, era uma coisa folclórica muito parecida com aqueles encontros que há nos Estados Unidos entre os amantes do Elvis. Uns acreditam que ele está vivo, outros acham que foi do melhor que houve, quase todos também se arranjam evocando os adereços típicos do Elvis. No fundo é a mesma coisa.
Com a excepção de aqui, na Festa!, é mais grave, aqui não é coisa de brincadeirinha, aqui apoiam mesmo regimes de fugir, daqueles que faz favor.
De novo a palavra a Rui Bebiano no mesmo post:
(...) de acordo com a suas fidelidades políticas, o partido acolhe na festa representantes de regimes censórios, repressivos e de partido único, como tem acontecido, de uma forma particularmente questionável pelos da Coreia do Norte, da China ou mesmo de Cuba, entre outros. (,,,)
E já nem falo sobre a hipócrita posição do PCP sobre os miseráveis e inaceitáveis crimes de guerra de Putin contra a Ucrânia. Passo antes, de novo, a palavra ao Prof. Rui Bebiano.
Este ano a Festa tem a pairar sobre si os fantasmas levantados pela guerra de invasão da Ucrânia pela Rússia. O mote escolhido «Pela Paz! Contra o imperialismo, o fascismo e a guerra!» sublinha a posição oficial do PCP, que contra o imperialismo norte-americano exclui do seu universo de crítica o russo e o chinês, que adere à narrativa de Putin sobre o governo «nazi» de Kiev, que culpabiliza pela situação apenas o chamado Ocidente e que chega ao ponto de considerar a Ucrânia o país agressor. Uma posição muito pouco justa e racional, que não pode ser ignorada.
Enfim. Adiante. É o que é. Há gostos para tudo. Também não há aqueles encontros das Testemunhas de Jeová? Também não se acham todos uns iluminados? Que com eles é que o mundo era melhor? E vá lá a gente tentar convencê-los que nada do que dizem faz sentido... É o tipo de crenças que vira do avesso a cabeça de algumas pessoas. Parece mentira mas é verdade.
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A propósito de Rui Bebiano, cujos textos me parecem sempre de meridiana clareza, permito-me ainda transcrever parte de um outro que também me pareceu interessante e cuja leitura integral recomendo:
(...) Já o prosélito tende a persuadir o conformista. O proselitismo representa uma forma de conversão de pessoas ou grupos, entendido por quem a pratica como uma incessante missão, destinada a obter um apoio integral a determinada causa, doutrina, ideologia ou religião. O seu objetivo supremo é gerar outros prosélitos, pessoas convertidas à sua orientação, que depois continuam junto de outros a missão de convencimento. Encontramos sobretudo duas grandes formas de proselitismo, a religiosa e a política, que recorrem a técnicas de persuasão antiéticas e muito agressivas, não hesitando com frequência em mentir, deturpar ou caluniar, denegrindo outras ideias e convicções, para de forma mais rápida e eficaz, através da catequização e da total ausência de um verdadeiro diálogo, alcançarem os efeitos que procuram.
O prosélito é socialmente nocivo e perigoso, uma vez que se aproxima do fanatismo e do pensamento único, contrariando as ideias ou escolhas que, por pouco que seja, desmintam o seu programa e as suas certezas. Deste modo, é com frequência um promotor ou um defensor de ditaduras e regimes autoritários, sejam os do passado ou os do presente, e um inimigo dissimulado ou declarado das formas de democracia, se bem que frequentes vezes declare falar em nome desta. Desenvolve a sua missão em nome de ideais sedutores que podem parecer positivos aos olhos do cidadão comum, como os de fé, de salvação, de igualdade, de solidariedade, de justiça, de resistência, de povo, de pátria, de nação, de paz, de progresso, de ordem ou de liberdade, mas que na sua boca acabam sempre adulterados ou diminuídos.
Através da história, encontramos casos de proselitismo sobretudo entre adeptos fanáticos e irredutíveis de certas religiões, ideologias ou causas, ou de determinados partidos e movimentos políticos, em particular entre aqueles que recusam dialogar com todos os que escapam ao seu círculo de influência e aos seus critérios de verdade, rejeitando desde logo os que, por um dia terem dialogado com as suas convicções e delas terem divergido como apóstatas, mais perigosos se tornam para as suas certezas e objetivos táticos. Contra eles estão até dispostos a usar a maior violência, seja esta verbal ou, se as condições o permitirem, mesmo física. (...)
E para que não se pense que desvalorizo o Elvis, o original, aqui o afirmo a pés juntos: não desvalorizo, não senhor. Um rei. Ainda por cima um rei com sentido de humor.
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E, sim, volto a dizer (para que não voltem a lembrar-mo), não me esqueço nem nego o valor do PCP na luta contra o fascismo antes do 25 de Abril. Não é isso que está em causa. Há umas décadas atrás o PCP fez sentido (actuando muitas vezes de forma questionável, com aquilo dos controleiros e etc., já carregados de ortodoxias, já não querendo ver que a utopia que defendiam tinha pés de barro e mãos sujas de sangue -- mas, enfim, adiante).
Também considero que o País precisa de partidos de esquerda, mais à esquerda do que o PS. Mas falo de uma esquerda moderna, aberta aos desafios do tempo presente, sabendo interpretar o futuro. Não é o caso do PCP que, tal como hoje é, não faz falta nenhuma ao País.
Nota: Claro que no espaço de Rui Bebiano, A Terceira Noite, não há cá gifs ou macacadas: as imagens que aqui aparecem são, como é bom de ver, escolha minha. As suas palavras são as que neste post aparecem em itálico. E, claro, fui eu que resolvi destacar duas das palavras, não ele.
Não sei se deveria dizer comunismo se marxismo. Sei que há comunismo que não é marxista -- maoista ou trotskista, por exemplo --, mas como, na verdade, acho que o comunismo já não é nada pois de sonho virou ilusão e, de ilusão virou desilusão, adiante. Todos os regimes que poderiam servir de modelo viraram desapareceram. Ou viraram capitalismo selvagem, covil de gente doida ou ditadura pura e dura.
Mesmo a cena da ditadura do proletariado que ainda é bandeira do nosso PCP virou coisa duplamente sem sentido, primeiro porque ditadura é coisa que não está nem nunca esteve com nada e, segundo, o proletariado de que os comunistas ainda falam é uma mescla de tantas situações que já nada tem a ver com o que ainda têm na cabeça e nos slogans deles. Os problemas e as aspirações dos mais desfavorecidos de hoje não têm muito a ver com o que os comunistas defendem.
As pessoas, em geral, para além das boas condições de vida, querem tolerância, justiça, compreensão, felicidade, um planeta para as próximas gerações. Não querem a conversa de luta na rua nem o tom agressivo que usam os comunistas, não se revêem em nada do que eles falam, nem na forma como falam.
Há trincheiras no discurso e nas mentalidades dos comunistas e há rancor nos argumentos que usam contra quem está do outro lado. É gente que, de forma geral, quando contrariada, vira má onda. Penso que só devem estar bem quando estão com os seus, urdindo as suas conspirações, alinhando argumentos contra 'inimigos'. Não é gente inclusiva, compreensiva, generosa.
As observações que ouço a Bertrand Russell batem muito certo com o que penso.
E os seus conselhos às gerações futuras também.
[É curioso como o algoritmo do YouTube, de entre os milhões de vídeos que tem em arquivo, detecta aquilo que me agradará. Fico sempre surpreendida. Os vídeos que diariamente tem para me sugerir revelam bem a inteligência dos programadores que o desenvolvem.
Por exemplo, hoje estava numa de reflectir um bocado sobre isto tudo, no que tudo isto é, no perigo que corremos sem nos darmos conta, no potencial de perigo que há dentro de pessoas que julgávamos parecidas connosco. Coisas assim. Isto da Ucrânia e isto da Rússia veio desenhar um outro mundo. Várias linhas vermelhas foram postas a descoberto e o mundo, de certa forma, tornou-se diferente. O amor à liberdade, o respeito pela liberdade de opinião dos outros, o respeito pelo direito à autodeterminação dos povos e, sobretudo, o amor e o respeito pela vida humana em toda a sua integridade vieram desenhar uma nova geografia. Putin não percebe nada disso e os que, dizendo que não, na prática o defendem também não. Putin vai cair e os putinistas e os comunistas ficarão sem chão. Se souberem deixar as suas ortodoxias, talvez tenham o bom senso de perceber que o melhor é reconverterem-se e integrarem-se no mundo real.
E então, estava eu neste comprimento de onda, aparecem-me estes vídeos com as palavras de Bertrand Russell. E é isto mesmo.
Bertrand Russell - Mensagem para o futuro
Bertand Russel dá dois conselhos para as gerações futuras baseado no que aprendeu. O primeiro conselho é sobre aceitar o que os factos mostram. O segundo conselho é sobre a importância do amor acima do ódio.
E a quem esteja mais afim de cenas algo extravagantes e queira saber o que é que liga a Kim Kardashian a Marilyn Monroe só posso sugerir que desça até ao post seguinte
Tenho-me lembrado desta adivinha a propósito do negacionismo e da inacreditável posição do PZP a propósito da invasão e da destruição da Ucrânia por parte da Rússia.
Pergunta: Porque é que são precisos pelo menos seis escuteiros para ajudar uma velhinha a atravessar uma rua?
Resposta: Porque a velhinha não quer atravessar a rua.
Os comunistas têm engendrado a mais inqualificável narrativa para defender os actos criminosos de Putin: que os ucranianos também foram uns filhos da mãe com os russos na Crimeia, que os ucranianos é que provocaram a guerra querendo aderir à UE e à Nato. Sei lá.
Ou seja, os comunistaz portugueses parece que ainda não perceberam uma coisa: os ucranianos não querem deixar de ser ucranianos, não querem ficar sob o jugo russo. N-ã-o q-u-e-r-e-m!
Se os russos, a mando de um criminoso, pensam o contrário e, contra todas as normas do direito internacional, invadem a Ucrânia, os ucranianos têm todo o direito a defenderem-se como podem. Poderiam defenestrar os vendidos, os miguéis de vasconcelos e os pachecos desta vida, poderiam correr com os invasores à espadeirada, poderiam ser como a nossa padeira de Aljubarrota ou como a valorosa Joana D'Arc -- e, se calhar, têm feito um pouco de tudo isso. Perante as mais tenebrosas ameaças, há quem tenha a coragem de fazer o que pode para defender o país e a liberdade. E felizmente há heróis que, perante os golias, continuam a lutar, a dar a vida até à última pinga de sangue pelo seu país.
O nosso PZP não percebe isto? Não percebe que os ucranianos querem ser ucranianos e querem ser livres?
O que advoga o PZP?
Defendem que os ucranianos deveriam ter-se deitado no chão para as tropas de Putin passarem por cima? Que servissem cafezinhos aos russos? Que se pusessem todos à janela a acenar com lencinhos brancos para receber os invasores? Ou o PZP acha que quem fale russo deve ser russo? É isso?
Felizmente não falo russo senão ainda seria condenada pelo PZP se me defendesse (apedrejando os bandidos ou fazendo o que estivesse ao meu alcance), caso os russos resolvessem destruir-me a casa ou dar-me tiros à queima-roupa por eu não querer ser russa.
Pasmo com isto. Estou muito desiludida com os nossos comunistas. Nunca pensei assistir a isto. Tinha-os, globalmente, em relativamente boa conta. Um bocado (ou bastante) politicamente autistas mas, ainda assim, gente de boa cepa.
Agora, com as cobardes e hipócritas posições que os vejo a tomarem, já ponho toda a minha ideia sobre eles em perspectiva. Acho até que quem assim pensa é gente perigosa. Aparentemente serão os primeiros a render-se e a vergar caso o país seja invadido e agredido, serão os primeiros a trair os mais sagrados valores da democracia. E, pelo que tenho observado -- vendo-os a usar os argumentos mais insanos e vendo a agressividade que usam na sua argumentação -- até admito que seriam capazes de denunciar aos russos todos os que não se vendessem ou não fossem alistar-se nas milícias pró-russas.
Caraças.
Como é que não percebi antes que era gente capaz de tanto ódio à liberdade e tanta submissão perante a tirania?
Desonram o seu passado. Desonram os que deram a vida pela liberdade.
Não serão todos, acredito. Acredito que muitos se desliguem do partido. Acredito que muitos, por honrarem o seu passado, se demarcarão do que o PCP hoje representa.
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Os desgraçados que se vêem nestas fotografias são os belicistas desta história? São!?
Vejam bem, demorem o tempo de que precisarem, e depois respondam. Mas respondam ao espelho, a olharem-se nos olhos.
No vídeo abaixo, Putin dá ordem ao seu Ministro da Defesa de não deixar passar nem uma mosca num local onde estão, isoladas, milhares de pessoas (militares e civis), decretando assim que morram à sede e à fome, sem água, sem luz, sem comunicações.
Mas Putin não está a dar ordens para o seu Ministro actuar dentro das fronteiras do seu próprio país: não, está a esmagar, a pulverizar um outro país, condenando ao êxodo os que conseguem sair e condenando à morte os que não conseguem.
É isto que o PZP defende?
São belicistas os ucranianos que ficam sem casa, sem familiares, que se refugiam seja onde for e que, em alguns casos, são deportados para campos (de concentração?) na Rússia? São belicistas os que lutam até à morte?
Que vergonha, senhores comunistas, que vergonha, que vergonha tão grande.
Russian troops to blockade Mariupol 'so that a fly can’t get through' says Putin
É isto que defendem, senhores e senhoras que não são capazes de condenar Putin?
Pela parte que me toca, quando agora vejo alguém do PCP na televisão a pôr-se ao lado de ditadores, criminosos e facínoras, mudo de canal. É mais forte que eu: sinto-me nauseada com as suas palavras, não aguento.
Putin, o criminoso, já o declarou claramente: acha que a Ucrânia não existe como estado independente, quer anexá-la. Depois, inventou a narrativa para convencer o público interno (a população russa) de que a Ucrânia está tomada pelo nazismo e que a Rússia tem que ir lá libertá-la. Depois, e também já o anunciou, antevendo a sua vitória sobre a Ucrânia, e podendo anunciar que baniu a governação nazi, diz que ficará a Ucrânia desgovernada. Portanto, a seguir, tem ele que lá pôr um governo. Ou seja, um governo fantoche.
Tudo isto é público e, se não fosse triste e ridículo, seria de gargalhada. É que os russos, coitados, que estão fechados ao mundo e apenas têm acesso informação falsa, talvez acreditem nesta narrativa lunática.
Mas todos nós, que vivemos num mundo livre, conseguimos cruzar informação de muitas proveniências e facilmente conseguimos validar o que é verdade e desmontar o que é mentira.
O que é bizarro é vermos pessoas que habitam em Portugal, onde a net é livre e se pode aceder a todo o mundo, onde temos acesso a órgãos de comunicação social de todo o mundo, paparem, com incompreensível ingenuidade ou doentia cegueira, a propaganda russa.
Da mesma forma é de loucos culpar a Ucrânia ou a Nato da invasão da Ucrânia pela Rússia. A Rússia invade a Ucrânia e viramos a história do avesso para culparmos o invadido e não o invasor? A Rússia arrasa a Ucrânia e mata ucranianos aos milhares e os culpados são os ucranianos? É de loucos. Só mentes perturbadas podem acreditar nisto.
Sei que, ao escrever isto, estou a habilitar-me a continuar a receber comentários ofensivos e mal-educados. De cada vez que me mostro intrigada com o apoio do PCP e outras pessoas a Putin, recebo comentários assim. Ou seja, não é apenas Putin que é como é, violento, brutal, animalesco: também os seus apoiantes o são.
Contudo, em tudo há que ver o lado positivo (ainda que seja um positivo manchado de sangue): neste caso fica claro o que é o regime putinista e, por cá, o que é o pensamento comunista.
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Imagens da Ucrânia destruída por Putin
A rescuer walks during a search operation for bodies under the rubble of a building destroyed by Russian shelling in Borodyanka, Kyiv region, Ukraine April 11. REUTERS/Zohra Bensemra
SENSITIVE MATERIAL. THIS IMAGE MAY OFFEND OR DISTURB Medical workers assist evacuated and wounded people that arrived by special train from Bakhmut and Slovyansk for treatment, amid Russia's invasion of Ukraine, in Lviv, Ukraine April 10, 2022. REUTERS/Roman Baluk
Residents stand with their belongings on a street near a building burnt in the course of Ukraine-Russia conflict, in the southern port city of Mariupol, Ukraine April 10, 2022. REUTERS/Alexander Ermochenko
A man looks out of his window that was broken during Russian shelling in Borodianka, Kyiv region, Ukraine, April 11. REUTERS/Zohra Bensemra
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E esta é a narrativa de Putin, é assim que Putin fala da chacina que está a levar a cabo
Vladimir Putin has described the invasion of Ukraine as 'inevitable' during a visit to the Vostochny cosmodrome in Russia's Amur Oblast region. The Russian president also repeated his previous remarks about Nazism, which have dominated Russian state media as a justification for the military campaign, as well as saying his country could not be isolated from the rest of the world
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E aqui está a cartilha que Putin está a seguir: anexar a Ucrânia, encorajar o Reino Unido a sair da União Europeia, tornar o Irão um aliado. Dar os passos necessários para dar corpo à Eurásia.
Aleksandr Dugin: o teórico da ultra-direita que está por trás do plano de Putin
[E pode ser que o assassino queira anunciar a vitória a 9 de Maio mas com que custo o anunciará? Só desejo que lhe saiam trocadas todas as voltas e que saia da Ucrânia o mais tardar por essa altura mas que saia derrotado, humilhado e, se possível, desmascarado perante a população russa]
A título pessoal o que posso dizer é que nunca peguei numa arma e que sou defensora acérrima da paz e, portanto, acerrimamente contra a guerra. Temos uma caçadeira herdada do meu sogro que quero sempre muito longe de todos e na qual nunca peguei. O meu filho, já crescido, gostava de praticar tiro às latas e às garrafas e eu odiava essa brincadeira.
Nesta casa, algum tempo decorrido de cá vivermos, ligou-me a antiga proprietária: tinha-se esquecido cá de uma pistola. Fiquei perplexa. Toda a gente circulava por toda a casa e ninguém a tinha descoberto. Disse-me onde estava e... lá estava mesmo. Era pequenina, mais pequena que a palma da mão, uma arma até bastante bonita. A casa tinha estado entregue a uma equipa de pintores durante dias. Podiam circular e mexer onde quisessem. Felizmente ninguém a tinha levado e felizmente estava no lugar onde a tinham deixado.
Quando cá veio buscá-la, a anterior proprietária andava com ela na mão, no seu estojinho elegante, enquanto conversava comigo e enquanto eu lhe mostrava as minhas decorações. Não sei quanto tempo mas provavelmente mais de uma hora de conversa, ela de pistola na mão.
Não sei se, nessa altura, tivesse entrado um ladrão que nos ameaçasse, ela empunharia a pistola. A mim não me imagino de pistola em riste, disposta a atirar.
Mas sei lá, as circunstâncias moldam os nossos comportamentos.
Mas imaginemos que estou aqui em casa com filhos, netos, com a minha mãe, e que entram uns bandidos tresloucados, psicopatas assassinos, conhecidos por destruírem tudo à sua passagem e matarem a sangue frio sem dó nem compaixão. Aí que faria eu, eu que sou da paz? Entregar-me-ia e entregaria os meus para que nos torturassem, violassem e matassem à vontade?
Ou empunharia uma arma e tentaria defender-me e, sobretudo, defender os meus?
Creio não ter dúvidas.
Mais: se eu soubesse antes que vinha aí um bando de assassinos para nos roubar e destruir a casa e matar-nos a nós, não apenas pediria protecção como imploraria que me dessem meios para nos podermos defender.
É o que se passa com a Ucrânia.
Como pode alguém, nomeadamente as pessoas que ainda partilham as opiniões do PCP, dizer que defende a paz e, em simultâneo, não condenar Putin?
E como podem não concordar que, não podendo a Nato defender os ucranianos, mais não se pode fazer do que fornecer-lhes armas para se defenderem?
Claro que também devemos ajudá-los de mil outras maneiras (com medicamentos, com alimentos, com meios para poderem fugir, com equipamento médico, geradores, com mediação política, com apelos à negociação, etc). Mas como não lhes dar armas para tentarem defender-se dos assassinos que estão a destruir o seu país, as suas casas, as suas famílias?
Que hipocrisia ou cegueira é esta dos apoiantes do PCP para continuarem a pôr-se ao lado de um regime corrupto, oligárquico, tirano, assassino?
Como podem não se pôr ao lado de um país que quer ser livre e democrático?
Juro que não compreendo.
E não vale a pena virem dizer que na Ucrânia há fascistas. O que sei é que a extrema-direita teve menos de 2% nas eleições. Mas, mesmo que haja fascistas, isso justifica que venha um outro país arrasar a Ucrânia para dar cabo desses fascistas? Em Portugal também os temos. Vamos aceitar que a Rússia nos invada para os eliminar?
Por exemplo, o Seixal, um dos últimos bastiões comunistas, teve uma percentagem considerável de votos do Chega. Imagine-se que a Rússia resolvia bombardear, esmagar casas e gentes, ocupar o Seixal com o pretexto de dar cabo dos apoiantes do Chega. Faria isso algum sentido? Aceitaríamos isso? Ou, em nome da paz, aceitaríamos ceder o Seixal à Rússia?
Que cegueira é esta das pessoas que inventam mil pretextos para não condenar inequivocamente Putin?
Só há duas alternativas para voltar a haver paz na Ucrânia: ou a Rússia se retira voluntariamente ou é travada pela Ucrânia -- ou os próprios russos ou o mundo.
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Mulheres indefesas que só querem a paz
Liubov Khomenko reacts as she walks through her destroyed house in the village of Andriivka, in the Kyiv region, Ukraine, April 7, 2022.
REUTERS/Marko Djurica
Mariya, 77, whose daughter and son-in-law died under the rubble of a building destroyed by Russian shelling, cries in Borodyanka, in Kyiv region, Ukraine April 8, 2022.
REUTERS/Gleb Garanich
Zinaida Makishaiva, 82, reacts as she recounts how Russian soldiers treated her in Borodyanka, Kyiv region, Ukraine April 11, 2022. Zinaida said "They came to my house and said go to the basement, "bitch". She put a sign on her house reading "there are people here" Soldiers started to shoot around her to scare her. "God saved my life".
REUTERS/Zohra Bensemra
Natalia Titova, 62, walks as she shows her house, which was destroyed by Russian shelling, amid Russia's Invasion of Ukraine in Chernihiv, Ukraine April 9, 2022. Natalia and her family were staying in the basement, "When the rocket hit our house, we ran into the street, it was very scary" she said.
REUTERS/Zohra Bensemra
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Histórias de violência sexual contra mulheres ucranianas por parte dos militares russos - BBC News
As more Russian troops head to eastern Ukraine, horrors are being uncovered, in the villages and towns close to the capital, Kyiv.
The Ukrainian authorities have said they're investigating cases of women being raped by Russian forces during their occupation of parts of the country.
They're documenting the alleged crimes, which are among hundreds of cases of atrocities against civilians.
The Kremlin denies that its troops have committed such offences.
Até a estátua do poeta Shevchenko apresenta as marcas de uma bala na testa
Teen sisters 'raped' as horrors from Ukrainian town cut off for 35 days emerge | ITV News
Ukrainian army engineers had built a pontoon bridge reconnecting this small town with the outside world. The relief of those who’d endured 35 days of Russian occupation was obvious - but it’s only when you hear what they’d gone through that you can understand.
Maryna is the deputy Mayor here - and has heard grim accounts of how Russian soldiers treated women in the area.
Por motivos que mal compreendo, o facto de me sentir indignada com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e chocada e revoltada com a barbárie a que temos assistido, uma destruição e uma chacina impensáveis, tem desencadeado em algumas pessoas que por aqui me lêem reacções verdadeiramente violentas contra mim. Alguns comentários (que não publico) são abjectos, ordinários, violentos e, alguns, ameaçadores. Isto foi exponenciado pelo que escrevi ontem, espantada e incomodada que tenho andado com as reacções do PCP que, envolvendo as suas opiniões em algodão doce, na prática está ao lado de um psicopata assassino, autocrata e cabecilha de um regime de oligarcas, de seu nome Putin. Publiquei dois desses comentários mas não publiquei todos, alguns porque são excessivos e violentos e outros por não usarem linguagem compaginável com este blog.
Contudo, como bem devem saber, sou osso duro de roer. Por isso, de novo aqui o digo e repito: há qualquer coisa de triste na forma como os comunistas portugueses ficarão para a história, colados a um déspota, a um psicopata, a um assassino que ousou invadir um país, que ousou tentar a sua destruição, que violou todas as regras do direito internacional, que é responsável por toda a espécie de crimes de guerra em larga escala.
Poderia acrescentar aqui o lado caricatural de tudo isto: a tareia que uma superpotência como a Rússia está a levar da Ucrânia que, apesar de ferida na carne e na alma, está a resistir e a obrigar a Rússia a bater em retirada de Kyiv e de muitos outras cidades e a sofrer pesadas perdas. Mas isso, neste momento, não é para aqui chamado, isso poderá esperar para quando ficar claro que, se a Ucrânia está arrasada, a Rússia não o ficará menos. E Putin será responsabilizado por isso. Portanto, o PCP ficará colado a um bandido assassino que ficará para a história como um segundo Hitler, um desgraçado que destruiu tudo em que tocou antes de acabar ingloriamente derrotado.
Entretanto, a par dos putinistas, dos comunistas, aparem também os negacionistas. Sempre que há qualquer tema mais relevante, cá aparecem eles. São os que se acham mais inteligentes, vendo o que todos os outros não vêem. São os que negam a existência da covid, os que sabem sempre o que o resto do mundo não sabe, são os sabem, de fonte segura, que a terra é plana.
Psicologicamente deve haver explicação para isto: o que leva a que, perante todas as evidências, imagens, testemunhos, validação de informação por fontes isentas e diversas, algumas pessoas se agarrem a narrativas ficcionadas, inverosímeis, ridículas?
Aquando dos picos covid, fomos sabendo de negacionistas que, às portas da morte, se arrependiam das suas campanhas anti-vacinas, pedindo desculpa pelo absurdo do seu comportamento.
Não sei se alguns dos que por aí andam, defendendo Putin* e atacando a Ucrânia ou lançando suspeições ou insultos virão a público reconhecer que se enganaram e pedir desculpa. Se calhar não. Se não conseguiram, até agora, reconhecer o assassino que foi Estaline e o rasto de pavor que espalhou, como irão agora ter a humildade de reconhecer que, uma vez mais, se puseram do lado errado da história ao apoiarem Putin?
[* E não vale a pena dizer que não estão a apoiar Putin. Estão. Ao não serem capazes de condenar inequivocamente Putin, estão a pôr-se do seu lado. )
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De novo, partilho alguns vídeos de quem, no terreno, testemunha o horror e a evidência do que têm sido as práticas das tropas russas. A crueldade humana pode ser excessiva. Em tempos de guerra, mesmo os inocentes perdem a inocência. Parece haver provas de que a violência não terá sido apenas fruto do álcool, do stress causado pelo medo misturado com a adrenalina, mas de algo premeditado para intimidar e fazer vergar a resistência ucraniana. Seja como for, é uma tragédia ilimitada.
Ukrainians say Russian soldiers used them as human shields - BBC News
Clear evidence of Russian troops rounding up Ukrainian civilians and using them as human shields has been found by the BBC.
In multiple interviews, villagers from Obukhovychi, north of Kyiv, have said they were taken from their homes at gunpoint and held in a school gym by Russians trying to stop advancing Ukrainian forces.
Local people also gave accounts of Russian troops shooting civilians and holding others captive in and around neighbouring town Ivankiv.
The BBC’s Jeremy Bowen reports from Ivankiv.
Ukrainian girl vlogs siege of Mariupol: 'My nerves collapsed'
When the Russian invasion reached Mariupol in Ukraine at the end of February, Alena Zagreba, 15, went from filming vlogs with her friends to chronicling the destruction of her home city. While most people hid in bunkers and cellars, Alena and her parents stayed above ground, and her videos are a rare insight into the intense attacks by Russian forces.
Alena melted snow for water while her parents cooked on makeshift fire pits outside. The family survived by moving from house to house as shelling made their home and other shelters uninhabitable. Alena said at one point in the diary that her nerves had been 'destroyed' by the constant bombardment.
After fleeing to the Ukrainian-controlled city of Zaporizhzhia, Alena and her mother moved to Luxembourg, where the teenager has resumed school – while her father is still in Ukraine as men aged 18-60 have been ordered by the government to remain in the country
The Horrors Russia Left Behind | Russia-Ukraine War
After weeks of heavy fighting in Kyiv’s suburbs, residents who had been in hiding returned to the streets to find damage and carnage — land mines, bullet holes and corpses.
On April 4 and 5, video journalists from The New York Times entered the towns of Bucha, Borodianka and Hostomel to talk with witnesses and document the aftermath of the Russian occupation.
Ao mesmo tempo, há qualquer coisa de rudimentar e de incompreensivelmente impreparado na forma como toda esta operação militar russa se tem desenrolado. Numa perspectiva muito diferente, o que abaixo se vê é também de bradar aos céus. Os soldados russos que ocuparam a central nuclear de Chernobyl andaram a cavar trincheiras em solo radioactivo, andaram por ali como se nada fosse. Devem estar carregados de radioactividade. E o que parece é que com a mesma leviandade com que ocuparam a central, também se expuseram, eles próprios, ao risco como se totalmente ignorantes estivessem do que ali se passava.
E tão estupidamente a ocuparam como desocuparam. Não se percebe qual o planeamento e a lógica de muito do que se passa, parecendo evidenciar que não há liderança nas hostes russas, apenas desvario.
'It’s already squeaking showing excess' says a Ukrainian official surveying the trenches dug by Russian forces in the Red Forest exclusion zone surrounding the Chernobyl nuclear plant.
The footage shows members of the State Agency of Ukraine for Exclusion Zone Management walking through former tank positions and trenches.
At one point one of the men can be seen measuring the radioactivity of the area. “It’s already squeaking showing excess,” he’s quoted as saying.
The International Atomic Energy Agency was investigating reports that forces had been impacted by radiation poisoning, but said on March 31 it was unable to confirm and was seeking further information.
The footage was released by Ukrainian Witness on Thursday. Russian troops took control of the plant on February 24 and withdrew weeks later on March 31.
Vladimir Putin’s troops occupied site of the world’s worst nuclear disaster, after they captured it in the early days of their Ukraine invasion.
Dozens of Russian soldiers are said to have been struck down with acute radiation sickness and were taken in seven busses back across the border in nearby Belarus.
The site of the 1986 nuclear tragedy in northern Ukraine was captured in the opening days of the war, sparking fears of a major radioactive disaster as a result of heavy fighting around the plant.
Russian troops dug trenches in the highly toxic Red Forest zone, just a few miles west of the plant, but have now retreated as part of a pull-out from around the capital Kyiv.