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terça-feira, abril 16, 2019

A vida dos pobrezinhos é um mistério




Sou completamente avessa a conversas miserabilistas em que se invectiva quem ganha razoavelmente ou condena quem faz uso do que ganha para ir a um bom restaurante, comprar meia dúzia de livros ou passar férias num bom hotel. Sou avessa porque racionalmente isso não faz sentido até porque, se não houver quem tenha poder de compra, a economia soçobra pois a classe média é o verdadeiro motor da economia. Um país em que a classe média é débil descamba em desemprego e em miséria. Percebo que quem ganhe mal olhe para quem ganhe bem com algum despeito mas é uma reacção que tem mais de emocional do que de racional.

Dito isto, tenho que dizer que penso que deveria haver limites para as disparidades. Não sei se deve haver limites legais mas, seguramente, limites éticos devem existir.

E, caso a ética não seja intrínseca aos bafejados, então a condenação social pode dar uma ajuda.

Concretizo.

Acho escandaloso -- e, sendo escandaloso, acho que deveria ser inaceitável -- que elementos das administrações ganhem cem (ou duzentas ou trezentas!) vezes mais o salário mínimo (ou médio) praticado na empresa que administram.  Acho escandaloso que elementos das administrações de empresas ganhem chorudos bónus (de centenas de milhares de euros) quando a grande maioria dos funcionários da empresa que, no seu conjunto contribuíram para os lucros, ganham esquálidos bónus da ordem das poucas centenas de euros que não dão sequer para pagar o seguro ou a reparação do carro em segunda mão.

Acho inconcebível que se gastem fortunas a pagar principescamente a meia dúzia de pessoas (já para não falar nas fortunas que se gastam a pagar projectos de fachada, alguns supostamente destinados a fomentar a felicidade dos trabalhadores) quando parte dos ditos trabalhadores anda a pedir adiantamentos de subsídios de férias para pagar explicações dos filhos ou de subsídios de natal para pagar o material escolar das crianças ou algum arranjo em casa.

Refiro-me, sobretudo, às grandes empresas seja qual for o seu ramo de actividade -- bancos, distribuição e retalho, saúde, energia, aeroportos, etc. Estas empresas são os grandes empregadores do país e as práticas que seguem definem os standards que alimentam o benchmarking que quase tende a ser lei. 

Quem vê a sua conta bancária aumentar escandalosamente todos os meses e, ao mesmo tempo, consegue alhear-se das dificuldades pelas quais passam os trabalhadores que ganham menos na empresa que administra perdeu forçosamente a noção da realidade.

E às tantas temos as Fundações financiadas por essas empresas a fazerem estudos sobre como regular a vida dos pobrezinhos, de forma a terem sustento quando forem velhinhos. E esquecem-se que, se cortarem nos seus escandalosos rendimentos e aumentarem os ordenados dos trabalhadores ou as contribuições para a Segurança Social, isso, sim, seria uma ajuda para resolver o problema (se é que há problema). E se o egoísmo ou a estupidez tal não lhes permitir, pois que fiquem calados. É que é isso: se é para dizerem, escreverem ou financiarem estudos que são meras alarvidades, melhor seria que ficassem sossegados.

Talvez por isso, bato palmas a esta congressista democrata desejando que a prática se propague -- e peço que vejam o vídeo porque é exemplar:
California Democratic congresswoman Katie Porter spelled out to JP Morgan's CEO, Jamie Dimon, the real-world implications of the low wages his bank pays its junior employees at a senate hearing on Wednesday. After running Dimon through the numbers, Porter found that a single mother on the bank's starting salary for a teller would be $567 in the red at the end of each month. Asked how a woman in that situation could get by, Dimon said, 'I don't know'

Congresswoman grills billionaire CEO over pay disparity at JP Morgan



Um exemplo a seguir, o de Katie Porter.

sábado, agosto 06, 2016

Dinheiro, dinheirinho, money, moneyzinho, amor, amorzinho


Só imagens e canções que hoje estou de poucas palavras.

O deslumbrado que até tem muita consciência social. Tanta que emprega gente quando podia usar bestas de carga.



Focado, lutador, determinado, assim é o verdadeiro homem de sucesso. Sem trabalho e esforço nada se consegue.

E no fim, quando tudo tiver ardido, ficam só eles, os mais ricos. 
No topo de um mundo escaqueirado.


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Liza Minnelli e Joel Grey interpretam Money makes the world go round, no filme Cabaret.

As imagens são trabalhos do inglês Steve Cutts para quem a insanidade humana é uma fonte inesgotável de inspiração e que é o autor da animação Man que já foi vista mais de 19 milhões de vezes.

Man


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo sábado.

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