Inicialmente a TVI24/ IOL intitulou o vídeo como:
Paulo Portas 'histérico' na tomada de posse dos novos Secretários de Estado (cito de memória).
E cito de memória porque, como acima referi, a TVI 24/IOL mudou o título. Agora o que lá aparece é:
Os cumprimentos efusivos de Paulo Portas
Vice-primeiro-ministro muito satisfeito na cerimónia de tomada de posse dos secretários de Estado
Percebe-se. Chamar histérico a um vice-primeiro ministro pode não cair lá muito bem.
Mas chame-se-lhe histérico, efusivo, radiante, para o caso vai tudo dar ao mesmo.
O que eu pasmo é com a falta de vergonha desta gente. Há uns dias Paulo Portas demitia-se irrevogavelmente do governo de Passos Coelho, dizendo que ficar no governo seria uma dissimulação. Pelo que ele dizia, a causa da birra teria sido a escolha da pinókia albukerke para ministra da austeridade.
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Paulo Portas, Passos Coelho e Cavaco Silva, a união nacional em versão cagarra |
Passados uns dias, o outro com quem ele não podia nem com ervilhas, deu-lhe mais poleiro e eis Paulo Portas todo emproado, numa agitação frenética, íntimo da pinókia, todo ele sorrisos, todo na maior abertura e felicidade.
E ela, contradições em cima de contradições, todas desmascaradas, as provas da mentira por todo o lado - e ela, sonsa, descarada, como se não fosse nada com ela.
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A Pinokia Albukerka, fez um swap entre a verdade e a mentira
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Esta gente não tem vergonha. Enquanto eles riem, satisfeitos por enganarem (ou pensarem que enganam) mais uns quantos, mais umas quantas pessoas ficam desempregadas, mais uns quantos jovens emigram, mais uns quantos velhos não têm dinheiro para aviar os remédios na farmácia.
Por isso, riem de quê?
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Paulo Portas aparentemente chefia o Pântano e, vá lá saber-se porquê, em vez de chorar, ri-se, ri-se muito, quase salta de tão feliz que anda |
E tenho aqui que dizer uma coisa. Já aqui disse algumas vezes que tinha como que uns mixed feelings em relação a Paulo Portas. Achava-o um político errático, um artista que dizia o que lhe vinha à cabeça conforme o contexto em que estava, pouco credível, portanto. Mas achava que, lá no fundo, ele nem deveria ser má pessoa, que deveria ser uma boa companhia, inteligente, com sentido de humor. Politicamente sempre o zurzi mas, já como pessoa, custava-me fazê-lo. Os meus amigos censuravam-me, diziam que eu misturava a simpatia que sinto pela mãe dele com alguma vontade de não a magoar, que isso adoçava o que, por vezes, dizia dele. Não sei, talvez fosse. Pela mãe e pelo pai. Custa-me aceitar que duas boas pessoas tenham um filho tão diferente deles. Ou custa-me dizer mal do filho de uma pessoa, quando simpatizo com os pais. Mas não sei se era isso.
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Paulo Portas, o Revogável, o Dissimulado, o Homem-sem-Palavra |
O que sei é que, face às últimas peripécias a que assistimos, tenho que dizer de forma muito clara que, depois disto, acho que Paulo Portas não tem desculpa. Não presta como político, não presta mesmo. Pessoas assim jamais deveriam poder ocupar lugares de relevo nos órgãos institucionais do país.
Posso perdoar muita coisa mas não perdoo a falta de palavra, a falta de carácter.
Paulo Portas agora, a meus olhos, está ao nível do Relvas, do Passos Coelho e de outros seres que deveriam ser banidos da política a bem da moral, da ética, da honradez - e da higiene social.
Ah, é verdade, se quiserem ver a performance de Paulo Portas e de Maria Luís Albuquerque na tomada de posse de algumas de mais umas quantas alimárias (e com isto não digo que todos o sejam, já que não tenho elementos para ajuizar), é clicarem aqui.
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As imagens são, uma vez mais do inspirado blog We Have Kaos in the Garden.
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Em princípio ainda cá volto hoje.
Até já.