segunda-feira, maio 06, 2024

Aretha is back...?

 

Há coisas do além. Há vozes do além. Por entre a banalidade e mediania por vezes erguem-se coisas ou pessoas que parecem ser de um outro mundo.

GOLDEN BUZZER for Taryn Charles' SENSATIONAL Aretha Franklin cover | Auditions | BGT 2024


Campeões!

 



Dois dos meus netos já estão no Marquês, com o pai, a festejar. Aqui em casa, há pelo menos um coração verde que bate de alegria. E digo 'pelo menos' pois, não sendo entendida em futebol ou fanática do que quer que seja, não posso deixar de me sentir feliz pois isto é coisa que faz vibrar, e de que maneira, os ânimos aqui em casa.

Hoje de tarde, todos cá em casa, dia de afecto, churrascada e alegria, os sportinguistas já antecipavam os festejos.

E agora que vejo as imagens do Marquês, à pinha, uma imensa festa verde, pasmo com tantos jovens, tantas crianças, tanta miúdas. Isto é o que garante a vitalidade das organizações. Muito bem está um Clube que tem esta capacidade de mobilização, de festejo, de rejuvenescimento. Fantástico.

Os benfiquistas, bons desportistas, têm pena de não ser eles mas respeitam a alegria dos adversários e amigos.

A todos os meus Leitores em cujo peito também bate um coração verde dou os Parabéns! 

E viva o Sporting!



domingo, maio 05, 2024

Que falta de atavio militar...!
-- A palavra ao meu marido --

 

O Governo atual revela uma falta de competência e de ética assustadoras. 

Quando comparamos com o Governo anterior, de que tantos diziam mal, este fica a muitas milhas de distância. Em todos os capítulos: da competência, da ética, do "savoir -faire" e da natureza dos objetivos e, sobretudo, da capacidade de os atingir. 

O António Costa e a maioria dos ministros do anterior governo dão, no mínimo, dez a zero ao Luís e aos atuais ministros. O PM não fala porque não sabe o que dizer, a única ideia que deve ter é "vamos a eles" -- ou seja, na sua óptica, é preciso é ser belicoso porque "a malta vai gostar". 

Cumprir as promessas eleitorais não deve ser coisa que passe pela cabeça do Luís. Antes pelo contrário, tenta é encontrar subterfúgios para não fazer o que prometeu. No caso das pessoas, mentiu descaradamente no caso do IRS. Conseguir diminuir o IRC para aumentar os lucros das grandes empresas parece ser a única promessa eleitoral da qual ainda não desistiu. 

O Ministro da Defesa, acompanhado pela MAI, pretende fazer das Forças Armadas um estabelecimento correcional para onde vão os jovens delinquentes. E, no intervalo, fala do Tratado do "Atlético" Norte. Como dizia ontem Pedro Vieira no final de 'O último apaga a luz', é surpreendente como um pequeno clube da zona de Alcântara é responsável por defender a Europa. 

A Ministra da Justiça, quando lhe perguntam sobre o documento para a Reforma da Justiça subscrito por 50 personalidades, responde com "a chuva que entra nos tribunais" e outras costumeiras trivialidades completamente irrelevantes para o caso. No entretanto, a primeira reunião que fez foi sobre a corrupção, para fazer  a vontade ao Chega e como se esse fosse este o principal problema da Justiça em Portugal. 

A Ministra do Trabalho exonera de de forma absolutamente inqualificável -- mas que revela  bem o carácter de quem praticou este saneamento -- a Provedora da Santa Casa e esqueceu-se que deveria ter alguém para a substituir. Agora vem com ameaças de processos se Ana Jorge não continuar a gerir a Santa Casa. Seria cómico senão fosse absolutamente trágico. 

A Ministra da Saúde, antecipando os procedimentos da Ministra do Trabalho, fez os possíveis para que o diretor executivo do SNS se fosse embora e quando ele se demitiu ficou surpreendia por ele não continuar a trabalhar. Afinal, depois de todo o estardalhaço que fez, parece que a responsabilidade pelo plano é da DGS e, por acaso, até já estava feito e publicado. É de gargalhada!

A cereja no topo do bolo é o Sarmento. Veio, com aquele ar de menino bem comportado apanhado em falta, dizer um conjunto de mentiras sobre o estado do orçamento português baralhando tesouraria com orçamento. Não pode ser apenas desconhecimento técnico, enquadra-se no padrão do governo. Para o governo vale tudo para tentarem atingir os fins em cada momento. Neste caso o Fernando Medina deu-lhe cinquenta a zero. Quando se compara o Sarmento com o Medina, qualquer pessoa sensata -- como deve ser um bom pai de família --, deve arrancar os cabelos e pensar que pior é impossível.

Não admira que os tradicionais apoiantes da AD, nomeadamente os comentadores que andaram os últimos anos a denegrir o trabalho do Governo Socialista, a empolar cada pequeno problema, a fazer crer que o país estava no caos, e, ao mesmo tempo, a preparar o caminho ao PSD, agora não consigam esconder a desilusão e a estupefacção perante a incompetência do Governo AD. 

Quanto ao Hugo Soares, talvez até pudesse ser um bom chefe de claque de uma equipa de futebol. Líder parlamentar é que não. Mais que isso, não estou a ver. Qualquer dia, ainda o veremos a atirar tochas na AR.

O descaramento do PSD alastra a todas as áreas. Até o Moedas perdeu a vergonha e vem agora acusar o PS dos maus resultados da Câmara de Lisboa, a Câmara da qual é presidente. Como é isto possível? O despudor é total. 

No meio disto, navega o Marcelo da forma mais irrefletida  e desajustada de que há memória. O José Miguel Júdice afirmou, e bem, que o Marcelo é o pior Presidente da história da Democracia mas uma coisa é certa: este Governo não lhe fica atrás.

O plano de verão que a ministra da Saúde pediu a Fernando Araújo é, afinal, da competência da DGS — que já o fez — e do ministério...?

[É o que o Expresso diz]

 

Mas isto é para a gente se rir ou quê? 

Que gente mais desqualificada e impreparada e doida-varrida é esta...?

Transcrevo:AD, 

A ministra da Saúde disse que o CEO do SNS se recusou a elaborar o Plano de Contingência de verão do Serviço Nacional de Saúde e mostrou-se surpreendida pelo facto de o documento ainda não existir. Porém, segundo um despacho de 2023, não compete à Direção-Executiva elaborar o plano. A Direção-Geral da Saúde já publicou o referencial orientador a 30 de abril e agora as unidades de saúde têm um mês para se pronunciarem (...)

sábado, maio 04, 2024

Se estes aparecessem numa entrevista para se candidatarem a um emprego, dava-lhes uma valente corrida em osso

 

Confundem tesouraria com contabilidade. Confundem o andamento mensal da caixa com a execução contabilística orçamental. Se falarmos em distinguirmos geral de analítica, disso, então, nem nunca devem ter ouvido falar.

Que o líder parlamentar não faça ideia do que diz não me admira: sempre foi mais trauliteiro do que inteligente. É que não é por ser de Direito pois há-os que percebem alguma coisa, ou até muito, de números e de contas. Mas este não. Ou é isso, isto é, não faz ideia do que diz, ou é um arruaceiro e atira para o ar tudo o que lhe parece que lança confusão.

Mas já me admira que o próprio ministro da área se troque todo, misture alhos com bugalhos, revele uma ignorância que até dói. Há quem diga que, se ele não sabe, peça ajuda à equipa. Ora a julgar por um ou outro que lá estão e que sabem menos do assunto que o meu neto com sete anos feitos há pouco, também não seria por aí que lá ia. 

Uma cambada de anhucas. Não sabem nada de nada. É que nem sequer sabem disfarçar que não sabem, nem sequer são capazes de ser ou de parecer responsáveis, não sabem minimamente portar-se à altura dos cargos que ocupam.

Lançam confusão, dão cabo da imagem do País nas mais diversas instâncias nacionais e internacionais. Não são fiáveis, não são confiáveis, não são críveis. Não é gente capaz.

Provavelmente a única coisa de que são capazes é de fazerem baderna, dizerem disparates, vitimizarem-se e fazerem figuras tristes.

O que pode esperar-se disto?

Dramático, no entanto, é os jornalistas, igualmente ignorantes e, pelo que se vê, também sem vontade ou capacidade para aprender, apresentarem as asneiras do ministro e a explicação técnica do anterior como se fosse uma guerra de palavras. Santa paciência. Um diz asneiras como se não houvesse amanhã, outro tenta explicar as coisas como se estivesse a explicar a uma criança de 4 anos. E os jornalistas põem tudo em pé de igualdade. E chamam toda a espécie de gente abstrusa para se pronunciar como se houvesse o que comentar.

Imagine-se que um dos muitos broncos do governo aparecia, todo espavorido, a dizer que o resultado de sete vezes nove era trinta e cinco. E aparecia alguém, idóneo, com muita paciência, a dizer que não, não senhor, o valor correcto era sessenta e três. E, a seguir, jornalistas e comentadores, cheirando-lhes a divergência, desatavam a especular sobre quem é que tinha razão, incapazes de perceberem que o primeiro era um cábula ignorante e o outro era uma pessoa conhecedora e competente.

E é a isto que estamos reduzidos.

Como é que se sai disto? Alguém me diz?

Diz que não está caquético

 

Pode ser, não digo que não. Mas, se estivesse, perceberia que estava? Pergunto.

Tenho ideia que, nestas coisas, a opinião que conta costuma ser a dos médicos. Não é?

sexta-feira, maio 03, 2024

Quais as semelhanças entre o Governo e o MP? Respondo: não têm ética nem competência
-- A palavra ao meu marido --

 

O Ministro das Finanças (industriado pelo PM? ou em roda livre?), com o objetivo de não cumprirem o que a AD prometeu na campanha eleitoral sobre os aumentos das condições de vários sectores da administração pública e, provavelmente também, por ainda não ter percebido quais são as diferenças entre tesouraria e orçamento veio, com as habituais rudeza, arrogância e má fé que têm sido apanágio da AD, dizer cobras e lagartos do anterior equipa da finanças omitindo os factos e utilizando mais um dos subterfúgios que têm sido típicos nas chico-espertices desta malta que está no poder. 

O Fernando Medina respondeu-lhe de forma clara e concisa. De facto, só podemos estar perante uma mentira, má fé ou uma manifesta impreparação técnica da equipa das finanças da AD. 

Dia sim, dia sim o Governo e quem o suporta dão mostras de uma impreparação e de uma má fé a que os portugueses deveriam ser poupados. 

Ainda estávamos perplexos com a forma absolutamente deselegante como foi feito o saneamento político da Provedora da Santa Casa e vem o Sarmento arranjar mais lenha para se queimarem. 

Vamos ver como corre a ida da Provedora da Sta Casa ao Parlamento mas será que o descarrilamento da Misericórdia de Lisboa não começou no tempo do Santana Lopes? Veremos.

Mas qual a semelhança entre o Governo e o MP? Na minha opinião têm o mesmo padrão de comportamento. Falta de ética. Não olham  a meios para atingirem os fins e, em tudo, são incompetentes. 

Pasmo ao ver que, ao fim de todos estes anos, o Moita Flores foi ilibado e o próprio MP confirme que não tem provas de que tenha havido um saco azul no caso Luís Filipe Vieira. Mas como, neste último caso, o MP tem a "convicção" que existia um saco azul, pugna para que o caso seja julgado. 

Fiquei perplexo. Então, afinal, para julgarmos e eventualmente condenarmos pessoas, não são precisas provas? Bastam as convicções de um Procurador do MP? 

Pensava que já tínhamos batido no fundo, mas receio, para mal da Justiça em Portugal, que tal ainda não tenha acontecido. 

O que mais iremos saber? Veremos se, no final do caso Sócrates, não confirmaremos que  as motivações do MP são outras que não as de se fazer Justiça.

De facto, a AD não está preparada nem sabe ser Governo. De facto, o único bom serviço que  a PGR faria ao País seria demitir-se. Estão bem uns para os outros.

quinta-feira, maio 02, 2024

Um cravo é um cravo é um cravo

 

No outro dia vieram cá umas amigas. Estando nós a atravessar o cinquentenário do 25 de Abril, acordei nesse dia a pensar que queria oferecer-lhes um pregador (não sei porquê mas não me dá jeito dizer broche) com o formato de cravo.

Pensei, na minha ingenuidade, que era coisa que deveria haver a pontapé. Portanto, nesse dia, antes que elas chegassem, resolvi ir, num instante, a um centro comercial, daqueles em que há todas as lojas, pois poderia comparar os diferentes formatos e trazer o ou os mais indicados. Uma das minhas amigas tem uma personalidade algo boémia e outra é a serenidade e equilíbrio em forma de gente. Portanto, ou era um cravo adaptado a cada uma ou era um que fosse ambivalente.

Pois, pasme-se: nem um. Corri todas as lojas de bijuteria que se possa imaginar, t-o-d-a-s, nada, depois passei para as lojas de vestuário que também vendem adereços, nada, segui para as lojas que vendem pedras preciosas ou semi-preciosas, nada, e, por fim, já estava a espreitar ourivesarias. Nada. N-a-d-a. 

Não houve uma alma, uma, que se tivesse lembrado de fazer um pregador em forma de cravo, seja ele gráfico, realista, seja metafórico, metafísico, intemporal, abstracto. Nada. Zero.

Acabei por escolher umas florzinhas meio desmaiadas, levemente encarnadas, mais para as margaridas coradas do que para os rubros carnations. Tinha metido aquela na cabeça, não poderia recebê-las sem um flor para porem ao peito.

E, pensando no assunto, pasmo. Não sei como não se transformou já o cravo em símbolo, quiçá a par do Galo de Barcelos ou outros como o das Caldas. Deveria haver peças alusivas ao cravo sejam Bordalo Pinheiro ou Vista Alegre, sejam peças em prata, ouro, plástico, qualquer coisa,  sejam ímans, sejam bugigangas para todos os gostos. E, que eu saiba, nem a grandiosa Joana Vasconcelos se inspirou para produzir uma hiper-mega peça em forma de cravo libertário.

Fiquei com vontade de comprar papel plastificado encarnado, tule encarnado, coisas com que eu própria faça peças para oferecer a quem venha visitar-me e para eu própria ter aqui em lugar de destaque.

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O vídeo abaixo tem legendagem em inglês mas também se pode escolher a tradução automática para português. 

Portugal - Cravos contra a Ditadura

Portugal: Carnations against Dictatorship | ARTE.tv Documentary

In April 1974, left-wing factions in the Portuguese military staged a coup against the authoritarian regime which had been in power for half a century. The uprising was largely peaceful and went down in history as the Carnation Revolution. But the path to a democratic Portugal was not easy and not without obstacles.


quarta-feira, maio 01, 2024

Estes gajos não têm jeito para serem ministros
-- A palavra ao meu marido --

 

Manifestamente os tipos que estão a governar-nos não sabem o que é ser ministros. Comecemos pelo Luís. Para além de desdizer o que afirmou e reafirmou sobre os impostos na campanha eleitoral ouvi-o dizer, com a maior ruralidade, na sessão de apresentação do júnior Bugalho “que está mesmo  a gostar de governar” como se governar fosse uma espécie de play station que se joga quando dá gozo e se põe para o lado quando já não temos paciência. E quando o Luís deixar de gostar de governar, pira-se? Se assim for, espero que se farte depressa. Mas, entretanto, vai fazendo umas diabruras e contradizendo-se em cada frase. Então não é que para  justificar o saneamento da Provedora da Santa Casa, após dizer que não estávamos perante um caso de saneamento, referiu. para justificar a exoneração, “que é normal que quem não está politicamente alinhado com a política do governo seja exonerado”...?  Não restarão dúvidas que as palavras ditas pelo Luís são a definição de saneamento. E nem falo na deselegância da forma. É até quase inédita a forma abrutalhada e pouco civilizada como estão a agir. 

E já vão dois: primeiro, o diretor executivo do SNS, que não foi corrido directamente mas, inequivocamente, levado a isso, e, agora a Provedora da Santa Casa. 

O Nuno Melo, apoiado pela MAI, veio dizer que o castigo a aplicar aos jovens delinquentes era “metê-los” na tropa. Esta “tirada” é uma falta de respeito e um desprestigio para a instituição militar e nem consigo entender como pode ser dita pelo Ministro da Defesa. Espero que os militares mostrem o seu desagrado como, aliás, já começaram a fazer. 

Mas existem outras duas dimensões que vale a pena relevar: 

  • Primeiro, esta ideia, completamente reprovável, é estupidamente próxima do que aconteceu na Rússia para recrutarem soldados para a guerra da Ucrânia, o que naturalmente nenhum País civilizado gostaria de  copiar.  

  • Em segundo lugar, é bafienta e recorda o que acontecia no Estado Novo. Muitos jovens estudantes portugueses que andavam nas faculdades antes do 25 de Abril, porque protestavam contra o regime. eram incorporados compulsivamente e mandados combater nas colónias e, assim, eram castigados. E estes Ministros conseguiram ter esta ideia na semana em que se comemorou o 25 de Abril e centenas e centenas de milhares de pessoas vieram para a rua festejar a Liberdade, a Democracia e gritar “fascismo nunca mais”. Lastimável!

Finalmente, vamos ao inqualificável Hugo Soares que, apesar de não ser ministro, merece, pelos piores motivos, uma referência. Não sei se o PR pensa que ele também é rural mas eu penso é que ele mal educado e arruaceiro. Tem sentido e é razoável um líder parlamentar que, “para inglês ver”, de vez em quando fala em diálogo, chamar “histéricos” aos deputados do PS? É este o clima que o PSD quer criar ou estão a “trabalhar” para serem corridos porque pensam que em novas eleições conquistam mais votos? Não sei, mas acho que acima de tudo esta direita não é educada, na verdadeira acepção do termo, não sabe estar, é arrogante e arruaceira. 

terça-feira, abril 30, 2024

Há razões para optimismos com o actual quadro político e institucional em Portugal?

 

Não quero ser pessimista. Por natureza não o sou. Mas estou a encontrar alguma dificuldade em ser optimista.

Um país funciona bem quando as suas principais instituições funcionam bem, de forma articulada, sensata, inteligente.

Agora quando temos um Presidente que parece estar descompensado, desbocado, desprovido de bom senso, um Governo que parece funcionar na base do improviso (e não é só Marcelo a queixar-se), sem se articularem com os outros partidos (veja-se a barracada da eleição para presidente da AR ou agora, mais recentemente, do diploma do IRS), sem pensarem (vide a descabelada questão de mandarem os meliantes para as forças armadas, pelos vistos seguindo a prática de Prigozhin que ia à cadeia buscar os bandidos para o grupo Wagner) e sem se coordenarem entre eles, e com um Parlamento todo salteado, sem equilíbrios virtuosos, o que se pode esperar?

Um disparate constante.

Salva-se deste panorama -- até ver -- José Pedro Aguiar-Branco a quem tenho visto tomar atitudes assertivamente civilizadas. Mas que pode ele fazer perante o pot pourri em que a AR está transformada sem que do lado do Governo minoritário pareça haver habilidade e inteligência para negociar e sem que o líder da bancada da AD pareça ter cabeça, elegância e savoir fair para estabelecer pontes...?

Quando vejo Montenegro, com comportamentos trauliteiros, a ver se provoca arruaça, em vez de se portar condignamente tentando estabelecer uma linha de entendimento com as outras forças do Parlamento, fico sem perceber qual é a dele. É a atitude de um frangote com a mania que é um galo capão? É a atitude de um rural-lento (Marcelo dixit) que, não conhecendo mundo, se acha mais capaz do que todos os outros com quem tem que lidar? Ou nunca pensou ganhar as eleições e, não se achando capaz, está a ver se se põe a andar?

E outra coisa, agora ao nível das Europeias: ao ver o Bugalho, de peito feito, impante, desafiador, provocador, já a saltar a pés juntos em cima do Marcelo, a sua arrogância e ambição já a saltar-lhe do corpo para fora, pensei que não tarda está a disputar a liderança ao 'lento'  e 'rural' Montenegro e a disputar o lugar do mais populista ao Ventura. Não se me afigura nada de bom, devo dizer. Vejo o Bugalho a espalhar confiança e um hiper-convencido donaire neste seu novo papel e, confesso, sinto um bad feeling.

Poderia sentir-me confiante com a liderança do Pedro Nuno Santos. Mas não sinto. Também o acho lento, palavroso, cauteloso, agarrado a uma ideia demasiado colada à esquerda-esquerda de uma sociedade que já se moveu daí. Falta-lhe ímpeto, visão a longo prazo, calo, mudo. Falta-lhe golpe de asa. Pode ser que ainda a ganhe. Mas não sei.

Portanto, a ver vamos.

Intuo que as eleições europeias vão trazer inputs que vão revirar as expectativas e baralhar as contas. Os desaires e os embustes da AD e a forma canhestra como conduzem os assuntos têm causado péssima imagem. Por isso, a ver se não vem de lá um cartão amarelo.

Enfim...

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Para pro memoria aqui fica o link para o vídeo que, como muito bem diz o João Lisboa, vai ficar para a história por revelar o real dimensão da demência:

Marcelo janta com jornalistas e fala, fala, fala durante 4h: “O que é que eu disse? Que o Costa é lento, a procuradora maquiavélica e o meu filho um idiot…?”

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segunda-feira, abril 29, 2024

Os "amigos" do Marcelo, a PGR e os "jovens" de 35 anos
- A palavra ao meu marido -

 

Os comentadores "amigos" do Marcelo referem amiúde quando ele diz um disparate que "é o Marcelo, já o conheço há muitos anos e ele sempre foi assim, desbocado".

Ora o que o Marcelo diz quando se levanta ou quando acaba de jantar em casa é irrelevante. Mas já o que o Marcelo diz como PR tem que revelar sentido de Estado e bom senso. Portanto, senhoras e senhores comentadores "amigos" do Marcelo, quando o PR faz afirmações, no mínimo disparatadas sobre os abusos sexuais na Igreja, sobre os cartazes dos professores nas manifestações, sobre as atitudes dos jovens "defensores" do clima, sobre o João Galamba, sobre  a possibilidade de dissolver o Parlamento (ameaça constante durante o Governo do António Costa), sobre a ruralidade e sobre a forma pouco pensada como o PM toma decisões (o que, como é costume, os jornalistas se esqueceram de relevar), sobre a raça do António Costa, sobre a forma maquiavélica como o MP atua (sem tirar quaisquer consequências)... não pode nem deve ser menorizado porque "o Marcelo sempre foi assim". 

O Marcelo é o PR e tem que se comportar como tal. Senão, tem que dar lugar a outro que o saiba fazer.

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Como é possível que  a PGR, apenas defendida pelo extrema direita e pela corporação MP, não esclareça os Portugueses e não se demita? Prestou um péssimo serviço ao País e quer manter-se no cargo apesar das críticas dos mais variados quadrantes e da enorme confusão em que se tornou a Justiça em Portugal. Felizmente, parece, que os Juízes mantiveram uma postura consentânea com o exercício das suas funções. 

Como aqui tenho escrito, considero que não é tolerável que a PGR se mantenha no cargo.

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O governo da AD quer isentar de IRS a maioria dos jovens até aos 35 anos (e limitando este imposto, nos casos de não isenção, a 15%) e isentá-los, também, do pagamento de IMT e Imposto de Selo na compra da primeira habitação. 

Sou contra esta medida na qual não consigo encontrar qualquer racional. Se um jovem com 35 anos comprar uma apartamento por 500 mil Euros em Lisboa não deve pagar IMT e imposto de Selo? E se tem dinheiro para adquirir uma casa por 500 mil Euros não deve pagar IRS ou, no máximo, pagar 15%? E se adquirir uma casa por 1 ou mais milhões de Euros também continua a ser um pobre a precisar de amparo e a não pagar impostos? E quantos pais vão passar  a comprar habitações em nome dos filhos para não pagarem o IMT e Imposto de Selo? Já para não referir que não encontro nenhuma razão para fixarem os 35 anos como data limite da medida.

E, já agora, fui no outro dia visitar amigos que moram numa zona onde o valor da habitação ronda justamente 1 milhão de Euros, senão mais. Não foram poucos os jovens adultos que ali vi, uns a fazerem corrida, outros a andarem de bicicleta, outros saindo de casa em grandes carros, outros passeando com filhos pequenos. Virão a estar quase isentados de IRS? E outros que ali venham a instalar-se estarão isentos de IMT e Imposto de Selo?

Não me parece nem razoável nem justo que a isenção do imposto sobre o rendimento singular seja feita com base na idade  e não no montante do rendimento. 

Em Portugal o problema é que poucos pagam impostos e muitos recebem muito mais do que declaram. Se todos pagassem o que deviam é seguro que o valor médio da carga fiscal diminuiria. 

E já agora qual a razão para ainda não terem corrigido os acréscimos nos impostos resultantes da troika para as pessoas que auferem mais rendimentos enquanto trabalham e para os pensionistas com pensões mais elevadas, que nem sequer são atualizadas de acordo com  a inflação. 

Justiça fiscal é todos pagarem impostos proporcionalmente ao que de facto auferem.

Se querem, e devem, promover a fixação dos jovens em Portugal continuem a aumentar a rede de creches, aumentem os subsídios para quem tem filhos, legislem sobre uma maior duração das licenças de maternidade e paternidade, ... e, naturalmente, criem condições para que a economia cresça e os salários aumentem (o que me parece impossível com a politica anunciada pelo governo da AD que parece que assenta sobretudo na diminuição do IRC). 

Eu sempre paguei impostos e os meus filhos também. Não existe absolutamente nenhuma razão para isentar de IRS todos os "jovens" até aos 35 anos. Será que os médicos, os advogados, os consultores, os empregados nos sectores das finanças, nas novas tecnologias, nas telecomunicações, ... que têm menos de 35 anos não ganham o suficiente para pagar IRS e pagar pagar IMT quando compram uma casa? Ganham  e devem pagar. Mais uma medida, que se o governo não desdisser o que prometeu, é profundamente injusta.

domingo, abril 28, 2024

Pinto da Costa não aprendeu o que Aznavour ensina na canção 'Il faut savoir'

 

É preciso perceber quando é chegada a mesa de nos levantarmos da mesa. Pinto da Costa não percebeu. É pena. 

É preciso saber sorrir, quando o melhor já foi
e só resta o pior numa vida em que parece que só há o que chorar
Tem que se saber, custe o que custar, manter toda a dignidade
E, apesar do que custa, partir sem olhar para trás

Il faut savoir encore sourire, quand le meilleur s'est retiré
Et qu'il ne reste que le pire dans une vie bête à pleurer
Il faut savoir, coûte que coûte, garder toute sa dignité
Et malgré ce qu'il nous en coûte, s'en aller sans se retourner

Face au destin qui nous désarme, et devant le bonheur perdu
Il faut savoir cacher ses larmes, mais moi, mon coeur, je n'ai pas su

Il faut savoir quitter la table, lorsque l'amour est desservi
Sans s'accrocher l'air pitoyable, mais partir sans faire de bruit
Il faut savoir cacher sa peine, sous le masque de tous les jours
Et retenir les cris de haine, qui sont les derniers mots d'amour

Il faut savoir rester de glace, et taire un coeur qui meurt déjà
Il faut savoir garder la face, mais moi, je t'aime trop
Mais moi, je ne peux pa
Il faut savoir mais moi, je ne sais pas

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Quando eu era pequena, mas mesmo muito pequena, quando todos à minha volta eram do Vitória de Setúbal ou, vá, do Benfica ou do Sporting, eu dizia que era do Porto. Ninguém tinha explicação para isso e eu muito menos. Durante anos, sentia-me atraída pelo Porto. Havia qualquer coisa de místico, de insondável nisso. Nunca liguei nada ao futebol mas sentia-me ligada ao Porto. Agora que tenho um marido sentimentalmente muito ligado ao Sporting e netos sportinguistas e netos benfiquistas, um filho benfiquista e uma filha que talvez agora penda para o Sporting por via dos filhos, já não sinto que tenha aquele laço invisível que me prendia ao Porto. Contudo, a verdade é que sinto que há ali uma força muito raçuda, muito genuína e muito azul a que ainda não consigo ser totalmente indiferente.

Chegámos agora a casa depois de termos ido ver o espectáculo 'A madrugada pela qual esperei'. As televisões mostram o que Jorge Nuno Pinto da Costa devia pensar impossível: foi substituído por larguíssima margem. Afinal os sócios do Porto não o julgavam insubstituível. Ninguém o é. Deveria ter saído antes de testemunhar, tão flagrantemente, que já não era querido.

Tirando isso, que sejam todos felizes.

sábado, abril 27, 2024

Contra as marcelices que estão na ordem do dia (e outras anteriores), que avancem as calças que se rasgam nas virilhas

 

Tive um dia complicado, enredada nas manigâncias burocráticas de funcionários que me atrapalham a vida com mentalidades e atitudes burocráticas, sem o mínimo de compreensão. Nem falo em empatia. Falo em compreensão básica. Dizem-me que o que é preciso fazer é aquilo que os outros fora das Finanças dizem que é impossível. Há um senhor que diz que se tem que fazer uma coisa que só na Conservatória se faz. E a Conservadora diz, embora com todo o respeito e em linguagem jurídica, que os das Finanças vão mas é dar banho ao cão pois o que querem é tecnicamente impossível. E é taxativa: já disse o que tinha a dizer, não vai dizer mais nada. Face a isso, lá fui outra vez para as Finanças.

Portanto, uma audiência. Uma audiência que me tirou do sério.

Na sequência disso, mal cheguei a casa fiz uma exposição para uma Notária.

E mais umas quantas coisas.

Portanto, não levem a mal mas hoje já não tenho cabeça para me insurgir contra as marcelices que se sucedem em catadupa nem para o que quer que seja que puxe pelo lado sério do meu pensamento.

Até podia falar da entrevista ao Galamba na CNN. Comoveu-me. Ainda não foi ouvido pelo MP. Ainda não conhece o processo. O que sabe, sabe-o pela Comunicação Social. Entraram-lhe pela casa, para fazer buscas, estando as filhas a dormir. Escutaram-no durante anos. Ninguém merece tamanha pulhice. Os danos de toda a espécie que isto causa na vida de uma pessoa... E, disseram os juízes da Relação, tudo porque se esforçou por fazer o melhor para o País. Qual crime...? Num outro dia, eu falaria sobre isto. Esta entrevista merece ser falada. E não tem a ver com a entrevista, pois ele foi até bastante contido, mas também não deve ser esquecido pois não é só uma coisa incompreensível por parte do MP (ia dizer canalhice mas não quero ir por aí), é também tudo muito obra do Marcelo que não descansou enquanto não lhe fez a cama. O que Marcelo pressionou António Costa para correr com o Galamba é coisa que não deve ser esquecida. Mas tem que ser num outro dia. Hoje estou com a cabeça feita em água.

Por isso, deixem-me mas é distrair-me com esta rapaziada aqui abaixo me põe bem disposta.

Calças que se rasgam nas virilhas | Fugiram de Casa de Seus Pais | RTP

Um problema que já lhe causou forte embaraço junto da polícia e que poderá ser resolvido, apenas, se ele tirar as calças. 


sexta-feira, abril 26, 2024

Foi bonita a festa, pá
25 de abril sempre

 

Um imenso mar de gente em festa, em família, entre amigos. Uma festa intergeracional mas, arriscaria dizer, com uma inédita e inacreditável massa de jovens e de crianças. 

Todas as ruas iam dar ao Marquês. Os relvados da avenida e da rotunda cheios de gente. Muita cor, muita alegria. Gente a cantar, a rir, a abraçar-se, a festejar, a gritar gritos de ordem: um hino à liberdade cantado a muitos milhares de vozes.

Muita emoção, uma emoção contagiante, uma vontade de que as ruas nunca percam a alma, que continuem cheias de gente, que não seja só nos 25 de Abril. As ruas querem-se vivas e alegres. É na rua que as pessoas se encontram, se abraçam, se vêem a rir, que cantam em uníssono. Não é na solidão das redes sociais. É nas ruas. É na partilha, no contacto, na felicidade de estar com os outros que a liberdade e a democracia se mantêm vivas e pujantes.

Em boa hora o meu marido se lembrou de que devíamos ir para a avenida. Estou muito feliz por lá ter estado. 

Desejo que o 25 de Abril se mantenha vivo, cada vez mais festivo, cada vez mais enraizado e pujante, cada vez mais um balão de oxigénio que alimente os nossos quotidianos. E desejo que daqui por 50 anos os meus filhos, os meus netos, os meus bisnetos e trinetos continuem a sair à rua a festejar o dia da Liberdade e da Democracia no nosso querido país.

















































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Nota: Caso algum dos que aparecem nas minhas fotografias aqui não quiser estar, peço o favor de me contactar identificando a fotografia que logo a retirarei

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Galeria de Fotografias do Guardian: clicar (link abaixo) para ver todas

Portugal commemorates the Carnation Revolution – in pictures

Thousands in Lisbon celebrated the 50th anniversary on Thursday of Portugal’s Carnation Revolution, which toppled the longest fascist dictatorship in Europe and ushered in democracy. The almost bloodless revolution was conducted by a group of junior army officers who wanted democracy and to put an end to long-running wars against independence movements in African colonies
Guy Lane
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25 de Abril sempre

quinta-feira, abril 25, 2024

abril que te quero abril

 


Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo

[Sophia]

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25 de Abril sempre

Não há como analisar as capacidades mentais de Marcelo...? Pergunto.

 

O que Marcelo disse, tudo o que disse -- sobre Montenegro, sobre António Costa, sobre a colonização, sobre os processos judiciais e, até, sobre o filho --, parece-me tão descabido, tão insensato, tão grave, tão ofensivo, tão disparatado, tão estranho que me ocorrem dúvidas sobre se não há ali já qualquer coisa que não esteja a funcionar muito bem.

É que não é só ele ir embalado pela própria verve, não é só querer ser engraçado, não é só ser desbocado como sempre revelou ter tendência para ser, é mais que isso. Parece mesmo ser indiciador de que a falta de discernimento, de limites e, nas suas funções, de falta de sentido de Estado são de tal magnitude que seria bom que uma equipa médica analisasse as suas capacidades.

Num momento de baralhação parlamentar, com um governo minoritário inapto que não consegue planear, estudar os assuntos e fazer pontes, parecer-me-ia essencial haver um presidente capaz de agarrar as rédeas. Ora, não apenas foi ele mesmo que arranjou o caldinho de dissolver um parlamento em que havia uma maioria absoluta, como agora que o parlamento está fragmentado e com uma bancada enorme de populistas de extrema-direita, mostra estar desatinado, a sofrer de incontinência verbal desenfreada, inconveniente.

Não sei como se sai disto.

Mas seria bom que, caso o senhor já não esteja bem, se arranje uma maneira civilizada, democrática, consensual e livre de antecipar as eleições presidenciais.

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PS: Apesar do despropósito do que Marcelo disse sobre o Ministério Público, face ao que disse, penso que de duas uma: ou Madame Gago se demite ou Marcelo arranja maneira de a demitirem. Tão simples quanto isso.

quarta-feira, abril 24, 2024

Mesmo na noite mais triste em tempo de servidão há sempre alguém que resiste há sempre alguém que diz não

 

(...)

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das água
para onde vais? Ninguém diz.

(...) 




terça-feira, abril 23, 2024

Montenegro e a falta de ética e de rigor da AD e seus apaniguados
- A palavra ao meu marido -

 

A Governo da AD confirmou ao que vinha. O objetivo fundamental parece ser sobretudo dar mais lucros às grandes empresas, às que não precisariam de mais 'atenções' e diminuir poucochinho, muito poucochinho, os impostos sobre os rendimentos de quem trabalha e de quem já trabalhou. 

Nos intervalos, tenta iludir as classes profissionais e as corporações que se têm mostrado mais reivindicativas com reuniões, aparentemente simpáticas, nas quais, de forma redonda, promete analisar os cadernos reivindicativos. Se bem me recordo da campanha eleitoral, as promessas eram que iam resolver, de súbito, todos os problemas que eram conhecidos. Mais um embuste. A tendência que o PM e o seu séquito têm para deturpar a verdade continua. 

Depois de desdizerem tudo o que disseram na campanha eleitoral sobre o IRS, eis senão quando, o Montenegro na  conferência de empresa da passada sexta-feira sobre o IRS consegue dizer que a maior diminuição da taxa do IRS é feita nos rendimentos das pessoas cujos escalões não são abrangidos pela taxa de IRS. Para além de mais uma falácia, revela, de novo, a falta de rigor e de ética das pessoas ligadas à atual AD e o hábito que têm de iludir as pessoas. 

Os jornalistas, revelando uma preocupante acefalia, não dão ou não querem dar pelos embustes. Que eu tenha visto, apenas o Ricardo Araújo Pereira ontem falou em mais esta mentira. Não deveriam os jornalistas exigir rigor e verdade nas intervenções  do PM e dos seus apaniguados? Deviam!

A falta de rigor e de ética dos ADs e seus "proxies" (expressão que parece que, neste contexto, agora caiu no goto da malta) é uma constante. São as intervenções do Paulo Portas na TVI, é o Nuno Melo  a anunciar comemorações do 25 de Novembro dias antes dos 50 anos do 25 de Abril numa convenção do CDS, são os comentadores de vários programas televisivos a opinarem sem rigor e a reescreverem, sem pudor, a história recente. É um vale tudo vergonhoso.

Outro que merece reparo é o Leitão Amaro (Lentão Amaro, segundo o mesmo Ricardo Araújo Pereira). Também padece da mesma falha ética: depois de o PSD ter atacado fortemente o caso da Alexandra Reis, agora vem defender a Secretária de Estado da Mobilidade quando o caso é análogo. A verba pode ser menos sexy mas os fundamentos são os mesmos. Uma pessoa que recebe indemnização ao sair de uma empresa, a seguir não pode ir trabalhar para outra empresa da mesma entidade empregadora. Neste caso, por maioria de razão, já que os empregadores são empresas da esfera pública. Ora, ao escamotear este facto e ao usar argumentos falaciosos, alinhou pela bitola desta AD.

O Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, afirmou que o programa eleitoral do PS não contemplava nenhum alívio fiscal. Ora basta ler o programa do PS para constatar que o Hugo Soares também mentiu.

E, a propósito de vergonhoso, quando é que a PGR se demite? 

O Prof. Marcelo, depois de ter andado estes anos a ser um dos fatores de maior instabilidade do País, podia fazer alguma coisa de útil e, pelo menos, já que diz que não tem poder para tal, pelo menos podia aconselhar a PGR a demitir-se. Já não seria mau. O ideal era que ele próprio também se demitisse. Depois de mais uma intervenção muito infeliz sobre o desenrolar da atuação do MP que fez cair o Governo e das respetivas justificações, mais uma vez ficou claro que já ultrapassou o prazo de validade. 

E, quanto ao sacrifício do Marques Mendes face ao último Bugalho a sair do saco, o que tenho a dizer é que é sempre a descer... 


Quando as televisões contratavam o jovem Sebastião Bugalho para comentar tudo e mais um par de botas, era em que qualidade ou com que intuito?
Na qualidade de putativo cabeça de lista da AD às Europeias? Ou com o intuito de torná-lo um produto vendável e, qual sabonete, ficar capaz de ser vendido pela AD aos eleitores?
E Montenegro que, depois de ter enganado meio mundo, a seguir chamou estúpidas às pessoas que acreditaram nele e ficcionistas aos jornalistas, agora passou informação errada ao Marques Mendes só para se rir à brava vendo-o a espalhar-se ao comprido...?
Ui....

 

Pergunto.

É que não consigo perceber se esta de sacarem da cartola o tuttifrutti Bugalho para encabeçar a lista da AD às Europeias é de gargalhada, se é a mais última tragédia da ópera bufa montada pela trupe AD. A mim parece-me um valente tiraço no pé mas, caraças, neste mundo de loucos, que sei eu...

Quanto à barracada que fizeram o Marques Mendes dar, pondo-o, em horário nobre, a vender jogo branco parece-me imprudente. Ou insensato.

Ainda há pouco, Hugo Soares, todo pimpão, disse que houve por aí muito bom menino na comunicação social a efabular sobre o assunto. A efabular. Ou seja, segundo eles, mais outros a ficcionarem. Certamente, referia-se ao ex-bem-informado Marques Mendes. 

Agora digam-me: quem é que, com esta banhada, doravante vai acreditar no Marques Mentes? Ninguém. Toda a gente se vai atirar para o chão a rir a bandeiras despregadas quando ele, ladino, se puser com as suas profecias... Toda a gente vai pensar que não passam de mais umas daquelas rasteiraças do Montículopreto. 

Ora, cá para mim, com estas e outras que anda para aí a fazer, não sei se o dito Black Montículo vai ter, por muito mais tempo, razões para andar por aí a exibir com o seu irritante joker smile. 

Qualquer dia é dia... (digo eu). O dissolvente que vá fazendo os seus jogos de tabuleiro que é capaz de isto ir ficando cada vez mais tremido. 

Do alto dos seus imponentes casacos, Madame Gago continua sem se demitir?
A sério...? Ainda não...?

 

Só isso.

Não sei se coloque aqui um relógio a fazer o counting down até que Madame perceba que já acabou, que já devia ter bazado há bué (bazado do verbo bazar, claro). 


segunda-feira, abril 22, 2024

Um milhão de sonhos

 

É precisa muita coragem para ter uma deficiência incapacitante ou deformadora e seguir adiante, arranjar energia e motivação para viver no mundo 'dos outros'. Em situações assim, não se sentir inferior, não adoptar a atitude da vítima, não querer saber dos olhares de viés, não recear encarar o espelho, é sinal de valentia e de uma personalidade forte.

A minha mãe, enquanto viveu, manifestou sempre a sua surpresa por eu não ter nascido com paralisia cerebral ou outra lesão grave. Nasci mais tarde do que devia, o trabalho de parto durou dias, deixando a minha mãe exausta, bastante mal. Não fizeram cesariana nem me arrancaram a ferros. Não sei porquê. Se calhar não tinham meios. Não faço ideia. A minha mãe sempre disse que se assustou muito quando me viu: nasci roxa, quase negra,  coberta de limos verdes, sem respirar, praticamente morta. E, de imediato, tive que levar uma injecção de coramina. 

Em situações assim, de prolongada falta de oxigénio, não é incomum que os que sobrevivem sofram lesões, muitas vezes irreversíveis.

Quando a minha mãe contava isto e dizia que não sabia como é que eu tinha ficado normal, na brincadeira, o meu marido perguntava: 'Mas quem é que disse que ficou...? Acha mesmo que ela é normal...?'. A minha mãe respondia: 'Ah... não diga isso... não brinque...'.

E eu sempre achei alguma graça pois, na verdade, considero-me uma improbabilidade que correu bem, Sinto-me agradecida por tudo, a começar logo no facto de ter sobrevivido e, aparentemente, sem lesões.

Tive um colega na faculdade que sofria de paralisia cerebral. Dizia que era fruto de problemas no parto. Para ele tudo era muito difícil: andar, falar, escrever. Uma luta tremenda. Inteligente mas a ter que suar as estopinhas para que os outros o conseguissem perceber.

O caso de Ravi não tem a ver com isto. Teve um tumor benigno no cérebro mas tão grande e em zonas tão nevrálgicas que, na cirurgia, não conseguiram tirar tudo e, portanto, vive com os efeitos da pressão que o tumor provoca em zonas que afectam a sua expressão e a sua vida.

A sua actuação ao lado da irmã pequenina, dos pais, dos amigos, da equipa médica, de outras crianças com problemas, é uma actuação emocionante.

Não devemos ficar indiferentes ao que é a vida de crianças com problemas e a vida dos pais que veem a sua vida condicionada e que travam uma luta em quartel para que os filhos tenham uma vida tão normal quanto possível num mundo formatado para a 'perfeição'.

Brave 8-year-old, Ravi gets Alesha's Golden Buzzer with POWERFUL performance | Auditions | BGT 2024


A história de Ravi



Desejo-vos uma boa semana a começar já nesta segunda-feira
Saúde. Compaixão. Amor. Paz.

domingo, abril 21, 2024

Coisas boas e bonitas

 


Desta vez, quando atingi um número redondão, não me apeteceu festejar. Estava desinspirada, sem cabeça para pensar em cenas festivas. Por isso, passei pelos 7 milhões como boi por vinha vindimada. (É boi ou cão? - engano-me sempre nos provérbios, Mas tanto dá, boi ou cão, o que quero dizer é que fui deixando passar os dias e os 7.000.000 já vão em 7.146.009 (neste momento)). Por isso, agora, já foram.

Mas, ainda assim, agora que aqui estou, quero dizer que continuo surpreendida por aqui ter chegado, tanto milhão de visualização, e agradecida por ter a vossa companhia. Quero que saibam que não é palavra de circunstância. É mesmo de coração.

Penso muitas vezes que nada me obriga a continuar a vir aqui todos os dias pelo que poderia conceder-me (a mim e a vocês...) umas tréguas, umas férias, um descanso. Mas, para mim, estar aqui é estar de férias, é descansar a cabeça. Venho aqui por prazer, não por obrigação. E, muito sinceramente vos digo, espero que convosco aconteça o mesmo.

De vez em quando, ao ver qualquer coisa bonita, fotografo para partilhar convosco ou penso que poderia falar nisso.

Depois, à noite, aqui, penso que são coisas insignificantes, que não faz sentido estar a ocupar espaço e a maçar-vos com banalidades.

Em alturas de guerras, destruições, ou em período de instabilidade política ou degenerescência ética, que sentido falar de pequenas coisas, iguais para todos? 

Mas, também, pode alguém estar permanentemente motivado para falar de coisas sérias e preocupantes? Eu não consigo. Posso ser fútil, mulherzinha desocupada, dondoca (como aquele meu fofo arqui-inimigo me chama). Mas sou o que sou e não me apetece vir para aqui fingir que sou diferente.

Estando com a família estou protegida, rodeada de alegria e boa disposição. Ainda ontem, à conversa com amigo de longa data, pusemos a conversa em dia e, apesar de também falarmos de acontecimentos tristes nas nossas vidas, logo falamos de coisas boas, rimo-nos, combinamos um almoço. E agora estou a preparar outro encontro bom. E tudo isso me transporta para um espaço no qual há paz, canto de pássaros, flores crescendo em liberdade, sorrisos, afectos.

Por isso, por vezes, dói-me sair do aconchego da minha zonazinha de conforto e falar de gente que não me interessa, de gente má, ou, pior ainda, das suas vítimas inocentes.

Por comodismo, fico-me por florzinhas, por vídeos de decoração, pela vontade de abraçar o mundo inteiro e deixar-me ficar a ouvir o canto dos passarinhos, a sentir o perfume dos flores, a ouvir os meus amores e amigos a conversarem à minha volta, envolta em paz e sossego.

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Por exemplo, um vídeo que mostra um lugar muito bonito onde deve ser maravilhoso estar

At Home in Marrakesh with Meryanne Loum-Martin

Join Susanna in Marrakesh, Morocco as she visits renowned hotelier Meryanne Loum-Martin at her stunning property containing both her renowned boutique hotel Jnane Tamsna and her own residential refuge in the heart of Marrakesh’s Palmeraie district. Both places are just seamless steps from one another and resonate with Loum-Martin’s penchant for blending culture, history and design.

Born in Cote d’Ivoire, Loum-Martin worked in Paris as a lawyer before moving to Morocco in 1996.  She built the property in 2001, after creating its buildings and outfitting its unique rooms with furniture and objets culled from her extensive travels. Her ethnobotanist American husband fashioned the native gardens and their bounty helps feed the many guests who seek their generous hospitality from all over the world. 
The hotel’s interiors are as singularity exotic as the rooms in Loum-Martin's home, both filled with art, textiles and antiques and she and Susanna explore each.  You won’t want to miss how Morocco’s only Black female hotelier determinedly brought her vision of creating a destination for world travelers and for her own family, to life.

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Desejo-vos um belo dia de domingo

Saúde. Alegria. Paz.

sábado, abril 20, 2024

O animal feroz está em grande forma e recomenda-se

 

A quem não viu, recomendo que vá à box e ponha na CNN, talvez a começar às 22:00. Grande entrevista da Ana Sofia Cardoso que, com aquela sua tradicional bonomia e sempre sorridente mas sem perder a oportunidade de laçar a presa, conseguiu aguentar-se muito bem ao balanço. 

E Sócrates, sangue na guelra como sempre, um punch como poucos, irónico, sem filtros que é um gosto, não se coibiu de dizer, alto e bom som tudo o que tem a dizer.

Nestes tempos de falácias, verdades escondidas com rabo de fora, conversas politicamente correctas para agradar a gregos e troianos, sabe bem ouvir alguém que mantém o raciocínio veloz, o verbo ágil e a truculência nos píncaros.

Pela forma e pelo conteúdo, belo momento de televisão.

sexta-feira, abril 19, 2024

Sra. PGR pf demita-se

-- A palavra ao meu marido --

 

A resposta da Relação ao recurso da defesa do caso Influencer foi demolidor para o MP. 

Como já se antevia, segundo a Relação, a investigação do MP foi suportada numa visão distorcida da realidade, o que parece ser apanágio dos Procuradores. 

Os Juízes Desembargadores não tiveram dúvidas em afirmar que o que aconteceu foi apenas o resultado da atividade normal dos intervenientes (os supostos suspeitos), fizeram o que era suposto que fizessem no âmbito das suas funções, que não vislumbram nenhum crime nem nenhuma intervenção do António Costa que resulte de algum pedido dos intervenientes no processo. Mais: dizem ou dão a entender que tudo o que ali está é uma ficção, uma incompetência, um disparate do MP. 

Relativamente ao João Galamba -- que foi mais do que destratado na comunicação social e pelo PR -- também referem que a sua atuação se insere no âmbito das funções que exercia. 

Depois destas conclusões, o que faz a PGR? Refere que vai continuar a investigar, que vai continuar a gastar o dinheiro dos contribuintes. 

Isto é demais, Se esta senhora não se demite, alguém devia demiti-la. E já. 

É incompreensível como é que  a PGR não dá quaisquer explicações, mais do que devidas, e o PR -- sempre tão prolixo -- não exige publicamente que ela esclareça os Portugueses.

É que esta senhora deitou um governo abaixo, com  ajuda do PR, o que fez com que tivéssemos um governo em gestão durante seis meses, gastássemos milhões em eleições que não se justificavam e, ainda por cima, o resultado dessas eleições tenha deixado o País mais ou menos ingovernável.

É urgente que a PGR explique porque acrescentou o parágrafo no comunicado (foi "inspirado" por alguém?) e a seguir se demita. 

E o PR tem que fazer o seu "mea culpa" pois, não nos esqueçamos, aproveitou a oportunidade para correr com o PS e, no intervalo, trucidou o João Galamba. 

A honestidade implicaria que o PR assumisse os seus erros. 

Vir agora, com ar de quem não quer a coisa, assobiar para o lado, e, em vez de demitir a PGR por indecente e má figura, pôr-se com bocas ligeiras e despropositadas como se o que aconteceu até fosse bom para o Costa, é muito mau, é muito grave, é inaceitável.

Quanto à Comunicação Social, talvez valha a pena que meditem neste caso e deixem de fazer julgamentos, com culpados pré definidos. Já basta a bandalheira criada e alimentada pelo MP, não é preciso que a Comunicação Social ainda a propale ou empole.