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terça-feira, outubro 04, 2022

Como funciona o orgasmo nas mulheres?

 


Pode acontecer que todas as mulheres e todos os homens sejam letrados em orgasmo feminino. Se calhar longe vão os tempos em que o tema era tabu, se calhar o tema já virou mainstream ou, dizendo de outra maneira, já viralizou.

Capaz até de, levado o tema a debate na televisão, os omnipresentes Helena Matos, João Miguel Tavares, Raquel Varela, Francisco Louçã, Jovem Bugalho, Pedro Marques Lopes, Ana Drago, Manuela Ferreira Leite, Majores e Tenentes Coronéis de todos os ramos das FA opinarem erudita e convictamente sobre clitórís, lábios vaginais et al. Sabem de tudo. Aposto que tiram isto do orgasmo feminino de letra. 

Ando por fora dos Faces, dos Instas, dos Tik Tok, dos Twitters e, por isso, não faço ideia dos trilhos por onde o tema já anda: capaz de haver stories, vídeos macaquinhos, danças capapé-tirolirolé, vai de ladinho e bate o pé, tudo com as perninhas do bichinho. 

[Sim, que o clitóris não é só aquele botãozinho que foi cantado e recantado por poetas que se ficaram pela superfície em vez de mergulharem fundo. Não é só botãozinho, não, não é mesmo: é bichinho pernudo mesmo (pernudo e danadinho para a brincadeira)].

Mas, pronto, se por aí, desse lado, é tudo gente escolada e doutorada em prazer feminino, o vídeo abaixo não trará novidade. Mas, ainda assim, arrisco. 

Arrisco porque pode acontecer que haja por aí alguém que ainda não saiba exactamente alguns pormenores. Ou pormaiores -- como quais as zonas erógenas no corpo da mulher -- e tenho cá para mim que alguns ficarão surpreendidos. Olhem, eu fiquei. 

Há uma zona que a mim não me tinha ocorrido. Não vou dizer qual é pois, na volta, toda a gente já estava fartinha de saber menos eu... e algum maldoso ainda vem aqui dizer que, ignorante desta boa maneira, mais valia ingressar num convento. Ora.

Também penso ser relevante conferir se há maneira de alguém saber se a mulher atingiu ou não o orgasmo ou se é verdade isso dos orgasmos múltiplos nas mulheres. E pode um homem ser competente a ponto de também conseguir ter orgasmos de seguidinha? Pode...?

E, lá está, perdoem-me se aqui estiver a trazer matéria que já se ensina na pré-primária. Não é só das redes socias que ando desfasada, é também dos programas escolares.

Do you know how orgasm is in females? female body and biology


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Um dia bom
Saúde. Animação. Paz.

terça-feira, junho 01, 2021

O clitóris perdido e solitário: porque é que são tão poucas as pessoas que sabem onde encontrá-lo?
(Artigo do The Guardian)

[E, ainda: o mistério do controverso Ponto G inequivocamente desvendado]

 

Vai em itálico para se perceber que não é obra minha. Gentileza do Guardian. E confesso: estava com vontade de me divertir. Inicialmente o tradutor automático devolvia aberrações com que me fartava de rir. Pensei: vou meter isto na máquina a ver que macacadas saem daqui. Afinal não... uma ou outra incongruência e, em alguns casos, tão inofensivas que até me apetece emendar. 

Apenas a primeira imagem provém do artigo. O resto descobri por aí: imagens, vídeos e, claro, a cançãozinha. De vez em quando, o espírito do serviço público desce em mim.



Numa pesquisa recente, mais de um terço das pessoas no Reino Unido rotulou incorretamente esta parte vital da anatomia feminina. Então, onde está - e para que serve?

Nome: O clitóris.

Idade: Tão velho quanto os homens e - possivelmente mais importante - as próprias mulheres, você reconheceria Adão e Eva? Mais antigo ainda, para não criacionistas.

Como assim? Na mitologia grega, depois que o profeta Tirésias foi transformado em mulher por sete anos - como punição (!) por incomodar cobras (!) - ele foi questionado por Hera e Zeus sobre quem tinha mais prazer nas relações sexuais, homens ou mulheres.

E? Ele disse mulheres.

Por causa de seu clitóris? Possivelmente.

O que Hera achou disso? Não muito, ela o cegou.

Mas esse é o ponto, certo? Prazer sexual? Bem, o clitóris ativa uma série de respostas sexuais - a menos que você seja uma hiena-malhada fêmea, caso em que você urina, acasala e dá à luz através de seu clitóris (reconhecidamente e, felizmente, maior).

Então, não são apenas as mulheres humanas que os têm? Outros mamíferos também. E avestruzes.

E quão grande é, em humanos femininos? Bem, a frase “do tamanho de uma ervilha” é muito difundida, mas este é outro exemplo de como o órgão tem sido mal compreendido ao longo dos tempos. Seus nervos e vasos sanguíneos se estendem extensivamente na pelve, na verdade cerca de 90% de seu volume está abaixo da superfície ...

Alterando rapidamente o curso, para estibordo ... O clitóris é etimologicamente interessante, assim como anatomicamente? Sim, por acaso. Provavelmente deriva do grego kleitoris, que foi traduzido como “pequena colina” e “esfregar”, talvez sugerindo um jogo de palavras.

Mas isso é realmente uma questão de localização, não é? Sempre. Localização, localização, localização.

Difícil de encontrar, não é? Vá em frente, quais são as últimas? A maioria das pessoas no Reino Unido não consegue nomear todas as partes da vulva. Em uma pesquisa, metade dos britânicos não conseguiu identificar a uretra, enquanto 37% etiquetaram incorretamente o clitóris ...

Homens, provavelmente. As mulheres pesquisadas não se saíram melhor. Pobre clitóris solitário, ninguém pode te encontrar.

Bem, é difícil ver, lá em baixo. Sempre há espelhos. E amigos. Você já experimentou o Google Maps?

Eu tenho agora, e eu encontrei! Monte Clitoris, em Luzon, nas Filipinas. Há até uma igreja católica em suas encostas mais baixas, perfeitamente. Maravilha

Diga: “Nossa falta de conhecimento sobre a anatomia da mulher levanta questões importantes sobre a saúde da mulher e deve ser discutido com seriedade e sensatez.”

Não diga: “Vou apenas configurar o gps.”

[Não percebi qual o autor do artigo]

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Uma das várias flores de Georgia O'Keeffe

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E continuando numa de serviço público, um vídeo que me pareceu esclarecedor

Foram precisos 2.000 anos para que a Ciência descobrisse o clitóris

In the history of sexual anatomy, the clitoris has long been dismissed, demeaned, and misunderstood. Here is a view of the clitoris you've probably never seen.


Quanto ao ponto G... got it?

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Dias felizes

terça-feira, janeiro 14, 2020

Astrologia e ciência. Uma vela que diz que cheira à vagina dela. Um robot vivo feito a partir de células de sapo. E os camelos que bebem água que faz falta às pessoas e que, por isso, já eram.

Hei-nos chegados ao admirável mundo novo.





Alguém fez um estudo usando as Big Data desta vida para estabelecerem correlações entre o que diziam os astros e os desenvolvimentos científicos. Gostei de ler. Há mil anos, nos tempos em que ninguém fazia ideia de que viria a haver dados a potes, já eu andava à volta de algoritmos e de correlações e a ler livros que analisavam as previsões baseadas em astrologias com estatísticas e probabilidades. 

E mais. Só para se ver o desaparafusamento aqui da je: andava eu enredada em modelos que me punham a cabeça em água, tantos os milhares de restrições e condições que se empecilhavam umas nas outras, fui uma vez à Buchholz para espairecer, como tantas vezes ia, e dei lá com uma coisa sobre construção de cartas astrais através de uma aplicação. E o livro trazia uma disquete. Coisas que hoje parecem do além. Aos jovens que nasceram nos tempos modernos talvez isto das disquetes soe e pré-história. Mas sou pré-histórica mesmo. Até cassetes eu tinha gravadas para ouvir música no carro. Tudo coisas assim, palpáveis. Portanto, em casa tinha um computadorzão, com um monitor maior que sei lá o quê, e enfiava lá a disquete. E punha-me a registar data e hora de nascimento, local, e mais não sei o quê. E aquilo dava o retrato da pessoa. E parece que batia sempre cedo. E já não me lembro como mas aquilo também dava para fazer previsões. Mas, às tantas, eu já nem lia os resultados, já dizia por mim. Aquilo dava-me pica. Não sei explicar porquê mas dava. E, portanto, andava por um lado a construir modelos que reproduziam a realidade com um rigor que eu aferia até à quinta casa, modelos que detectavam tendências e calculavam ocorrências futuras, a apresentar as minhas conclusões a gente incrédula, e, em casa, a fazer cartas astrais que, se necessário fosse, como se fosse uma brincadeira, apresentava depois às mesmas incrédulas pessoas. E tudo isto aconteceu mesmo. Parece que foi numa outra encarnação, num outro tempo. Mas era eu que ali estava, disso não tenho dúvida.

E isto era para dizer qualquer coisa que, entretanto, se me varreu.

Só sei é que hoje, entre um dia e outro, aqui chegada, à noite, fui espreitar as notícias e ou é que estou vesga ou está tudo maluco. Ah, já sei o que ia dizer. É que fui em demanda dos astros: é refúgio que conforta. A gente afogada no presente e vem um horóscopo gentil e leva a gente para o futuro. Mas isto é karma, sempre notícia de novos projectos, de trabalhos que se abrem deixando para trás obstáculos de longa data. Até tremo porque até pode ser. Estou entre reuniões e temas que fazem abalar os meus alicerces e eu nem quero pensar no que pode aí vir. Mas se o que os astros têm para me oferecer é projectos e trabalhos do caraças então batatas. Quero outra coisa, rêverie, poesia, coisinha boa. 

O pior é que, na minha demanda, só me aparece pepino, abacaxi, macacada.

Por exemplo: a  Gwyneth Paltrow está a vender uma vela perfumada.

Até aí tudo bem. Se lhe deu para vender cenas é lá com ela. Mas a que é que ela diz que a vela cheira? Se o nome da vela é literal então cheira à senaita dela (agora que aprendi o neologismo, não vou largar). This Smells Like My Vagina - é o nome da vela. Esgotou. Como a malta não tem oportunidade para chegar o nariz à boca do corpo da Gwyneth, então vá de ir a correr comprar a vela. Na literatura que acompanha o produto lê-se que a dita cuja cheira a gerânio, bergamota, cedro e rosa damasco. E só não fico a pensar que deve ser assim que cheiram as perseguidas -- outro bom nome -- das nossas senhoras ou das divas de hollywood porque me palpita que é jogada de marketing. Ademais parece que esta loura anda armada em médica ou paramédica ou paradoida e dali só sai mezinha maluca. Já em tempo tinha vindo com banhos de vapor, coisa capaz de depenar qualquer passarinha, mas agora veio com ovos vaginais de jade. Segundo ela são para ser usados todo o santo dia, apertadinhos, coisa para muscular os interiores da coisa. De tal maneira a recomendação deu brado que foi multada e desmentida pelos médicos que aconselharam as mulheres com dois dedos de testa a não irem na conversa de gente maluca. Agora uma coisa é certa, a vagina da Paltrow inspira-a e é uma fonte de rentabilidade.

E li ainda outra do além: cientistas fizeram um robot vivo a partir de células estaminais de sapo. Li não. Aflorei. Aflorei e fugi a sete pés. Não quero saber. Pode até vir a ser uma grande coisa. Mas os riscos são tantos de que a coisa derrape para o lado cretino da existência que mais valia que estivessem quietos. Qualquer dia esta bicheza inteligente, carregada de inteligência artificial, tem mais poder do que nós, humanos marretas que para aqui andamos.

Agora que os oceanos estão a dar mostras de estar a aquecer mais rapidamente que o previsto e que o aquecimento já está a fazer o que se sabe, os humanos já nem sabem que fazer com animais que se reproduzem mais do que a falta que fazem e que bebem água que é tão preciosa e, vai daí, vão matá-los. Li: 10.000 camelos vão ser mortos. Estorvam. E eu penso: chegará o dia em que os robots, feitos de célula de sapo ou de barata e possuídos por algoritmos, vão matar humanos aos magotes. Os humanos também se reproduzem, também bebem água. Melhor dito: também nos reproduzimos, também bebemos água. Daninhos, raça magana. Bons para abater.

Virei-me para os blogs do lado e sai-me outra. Um comunicado do Livre que é de uma pessoa se atirar para debaixo da mesa. Conta o Linguagista que a desgraça bateu no fundo. Grau zero. Uma moção apresentada por cinco intrépidos militantes reza assim:
Hei-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo LIVRE parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser [sic] a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política.
Um desgosto ler uma anormalidade destas. O Livre vai acabar não tarda. Coitado do Rui Tavares, acho que não merecia uma palhaçada destas.

Enfim. Só, só desgraças. Mas desgraças pífias, coisas parvas, abaixo de macacadas. E não me refiro ao fim do Livre que isso, apesar de tudo, é para o lado que durmo melhor, mas à ignorância crescente da malta. Na volta a coisa resolvia-se era com um implante de células de macaco na cabeça deles, daqueles cinco. E dos outros todos também. E por todos quero dizer a humanidade. Contudo, acho que menos de mim que não preciso: já cá tenho os genes todos, obrigada. Dependo de bonobo com muita honra. E, sobretudo, com muito prazer.


Preferia notícias simples e só me sai disto. Vou mas é deslargar-me de ler o que não devo e procurar artigos sobre decoração, culinária, jardinagem. Não há pachorra. Na volta está é na hora de me entregar à escrita de um novo folhetim. Desta vez um erótico. Hot, hot. A fumegar de bom.

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Fiz as fotografias no domingo, enquanto passeava por Lisboa e observava as suas belas montras -- ao Príncipe Real, Chiado, Camões -- e as flores da florista da Garrett. Lá em cima, Kate Woolf interpreta Poet's Heart sobre fotografias de Henri Cartier-Bresson.

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Desejo-vos um belo dia.

domingo, novembro 10, 2019

Viva a Vulva


de Jacqueline Secor
É cálida flor
E trópica mansamente
De leite entreaberta às tuas
Mãos

Feltro das pétalas que por dentro
Tem o felpo das pálpebras
Da língua a lentidão

Guelra do corpo
Pulmão que não respira

Dobada em muco
Tecida em água

Flor carnívora voraz do próprio
suco
No ventre entorpecida
Nas pernas sequestrada.

Maria Teresa Horta


de Jacqueline Secor

No seguimento do post de ontem, decidi fazer um post em homenagem a uma das partes mais fantásticas do corpo das mulheres. Já não é a primeira vez que o faço (por exemplo aqui e aqui) e provavelmente não será a última. É uma parte íntima, geralmente escondida, muitas vezes objecto de vergonhas, de tabus, muitas outras vezes transformada em arma de arremesso vernacular. E, no entanto, que delicadeza, que porta de entrada para um mundo de mistérios e prazeres. Felizmente a anatomia colocou-a num lugar em que está ao abrigo de olhares impróprios, protegendo-a de uma banalização que a tornaria menos secreta e menos desejada. 

Por motivos que não alcanço, há quem a associe ao pecado e proíba imagens suas. Eu, pelo contrário, acho que a sua existência deveria ser glorificada e só por pensar que os meus filhos existem porque alguém transpôs esta entrada do meu corpo para no mais interior de mim depositar a sua semente e que ambos chegaram a este mundo descendo por mim e atravessando esta porta abençoada, ainda mais penso que pecado uma ova.

E agora chega de conversa. Vou ali buscar o meu chá, quentinho e bom. Aceitam um bolinho?


E viva a vulva

[O filme publicitário da polémica]


E até já.

quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Eu e a minha vulva.
[Ou deveria dizer: eu e a minha vagina?]




coisas de que uma pessoa bem comportada supostamente não deve falar em sociedade. Nem sequer as donas dessas coisas. Faz de conta que têm em casa um bicho mal comportado, um bicho que lá foi parar nem se sabe como. Não se fala nele não vá os outros acharem mal. 

Coisas. Digo eu. Coisas. Não sei como melhor dizer. Bicho, bicho não será. Flor acho que também não é. Apesar de haver flores que se lhe aparentam, pelo menos algumas flores inventadas por pintores. Mas flor não e bicho, se calhar, também não. Coisa, pois. Coisinha, para uns. Coisona para outros; ou às vezes. Não, coisona não, não me soa bem. As coisas têm que soar bem. Em especial, coisas assim, que foram feitas para o carinho.

Já uma vez aqui falei dela: yoni, a peónia desabrochada, o portão celestial, a origem do mundo. Já falei outras vezes, em especial do miraculoso botãoO meu é maior que o teu...?


Mas não sei muito dela. 

Costumo dizer que quem vê caras, vê pilas. Isto nos homens, bem entendido. Não há duas iguais, digo eu. Basta ver a cara dos donos, digo eu. Melhor: intuo. Sou amiga do rigor científico: para fazer uma afirmação com rigor devo tê-la previamente submetido a experimentação para me certificar da sua veracidade. Ora não costumo mandar despir os cavalheiros com que me cruzo para me certificar da boa qualidade da minha teoria.

Mas isto sobre pilas.

Porque das coisas que aqui falo não tenho teoria, não tenho intuição. Nunca tinha, sequer, pensado no tema. 

Afinal fico agora a saber que é a mesma coisa: não haverá duas iguais. E, na volta, olha-se para a pinta da dona e adivinha-se a pinta da bicha.

Li o artigo no Guardian. Fiquei espantada com a variedade. Maior do que com as rosas. Rosa chá, rosa púrpura, rosa dobrada, rosa singela, rosa brava, rosa branca, rosa perfumada, rosa carnuda. 

Laura Dodsworth fotografou e entrevistou 100 vulvas e respectivas donas. Isto depois de se ter desforrado com 100 pénis e seus dôninhos. Pénis de novinhos, pénis de velhinhos, de robustos, de franzinos, de saudáveis, de doentes, pénis magrinhos, pénis reboludinhos, branquelas, pretões. De tudo. A normalidade é a diversidade. Nada de mais. Novidade mesmo é ser assim também com as vulvinhas. De novinhas, de velhinhas, de branquinhas, de pretinhas, de pétalas perfeitas, desfolhadas, fechadinhas, desenhadinhas, descaradas. De tudo.


Mostrando que ninguém deve esconder com vergonha de ser feio, a autora explica que normal é tudo. Não há feio nem bonito. Há diferente. Diferente uns dos outros, umas das outras. Uma das fotografias é a da autora mas não faz diferença. É de uma mulher que é mulher como todas as mulheres.


Tem razão a Isabel: não se deve generalizar. As mulheres não são todas iguais e ser diferente não é ser bom ou ser mau: é, apenas, ser o que é. Ponto.

As vulvas também não. E contam histórias. Embora geralmente sejam silenciosas, misteriosas, não gostam que se saiba dos seus segredos.


Mas eis senão quando o The Guardian volta à carga com: Why it matters to call external female genitalia ‘vulva’ not ‘vagina’

É que parece que um qualquer veio chamar a atenção para que não se deve dizer vulva mas, sim, vagina. Ora toda a gente lhe caíu em cima e bem: vagina é a interioridade, o canal que vai do exterior ao interior, ao passo que vulva é o rosto da dita boca do corpo, incluindo lábios, botão de rosa e as aberturas propriamente ditas.

Portanto, é de vulvas que a autora do livro de Laura trata. Tal como é de vulvas que Hilde Atalanta também se ocupa, pintando-as sem parar. Ou seja, não faz pinturas em cima de vulvas de verdade. Quero eu dizer que faz desenhos delas, pintando-as como se de florzinhas se tratassem. Uma graça.

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E, apesar de pouco ter dito, por hoje pouco mais tenho a dizer a não ser que quero acabar este post com o vídeo de uma exibição de uma ginasta excepcional a todos os níveis: não é levezinha, não é magrinha, não tem o típico corpo das atletas. Mas, apesar disso, é única. Já aqui falei dela: foi das melhores, foi-se abaixo, e, quando menos se podia esperar, ressurgiu.

Por estes dias voltou a arrancar um 10. Voa, salta, dança, ri. Um corpo elástico e jubiloso.

Dedico estas imagens de graça, energia e superação a algumas das minhas Leitoras ou autoras de blogs que sigo: à JV, à Gina, à Isabel, à Bea, à Leonor, à Célia, à Isabel, à Ms Tree Lover, à Ana Vasconcelos, à Luísa B, à ~CC~, à Lucília, à Alice, à Teresa, à Olinda, à Penélope, à Yvette, à Helena, à Anabela, à Luísa, à Elvira, à Ana, à Graça, à Maria, à Eugénia, à Maria Sofia, à Mãe Preocupada, à Miss Smile, à Matéria dos Livros, à Flor, à Estela, à Ana de Amsterdão que espero que esteja bem, e a todas as outras de que, por sono, imperdoavelmente agora me esqueci.

Dedico também a todos os Leitores homens que gostam de mulheres. Os que gostam de homens ficam para outro dia que isto aqui hoje é mesmo na base do gineceu e dos que gostam de dele se acercar.

Katelyn Ohashi (UCLA) 2019 Floor vs Washington 10.0



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Um dia feliz a todos quantos por aqui passam.

quinta-feira, julho 12, 2018

Vaginas com estilo




Pronto. Ninguém conseguiu descobrir a adivinha. Eu também não descobriria mas isso sou eu e eu sou eu e sou limitada -- e, ademais, desconhecedora da realidade alheia. Pelo menos, desta realidade alheia. Doutras ainda vá que não vá mas desta matéria, confesso, não sou conhecedora prática. Bronca, bronca. Bronquinha de todo. E da teoria fiquei a conhecer agora. Antes não fazia ideia. Mas, bolas, com tanto Leitor aí desse lado e nenhum foi capaz de descobrir...? E acham-se cultos e informados...? Está bem, está. 

Relembro a adivinha: 


Antes de dizer, contextualizo. Já se sabe que gosto de contextualizar. Ocorreu-me formular a pergunta depois de ter visto as imagens que ilustram os seis estilos possíveis.

E isto quando estava a ler um artigo onde se dizia que, para as mulheres, o sexo com outra mulher é, na maior parte das vezes, mais gratificante do que com homens.


Já agora, no inquérito realizado junto de 7.000 mulheres, em Junho, no Reino Unido, apurou-se que cerca de metade das mulheres entre os 25 e os 34 anos não apreciam a sua vida sexual. Curiosamente a percentagem reduziu-se para 29% entre as mulheres entre os 55 e os 64 anos. Comentava-se, no artigo, que o sexo melhora com a idade. Não é novidade mas é reconfortante vê-lo confirmado em números. Contra números não há conversa fiada.

Contudo, este estudo não segmentou as respondentes segundo a sua orientação sexual.

Em 2017, um estudo mais completo abrangeu 53.000 americanas e aqui concluíu-se que as lésbicas atingiam mais vezes o orgasmo do que as hetero: 86% versus 65%.

E isto verifica-se em todos os inquéritos. Quando se tenta perceber a razão, as justificações parecem óbvias: as mulheres conhecem melhor o seu corpo do que os homens (mas agora ressalvo eu: do que os homens pouco instruídos) e que, portanto, mais depressa sabem onde tocar e o que fazer.


E é no artigo onde li isto [Do lesbians have better sex than straight women? de Hannah Jane Parkinson no The Guardian] que, às tantas, ao recomendar-se que, para melhores resultados, cada mulher se conheça e se dê a conhecer, que o texto remete para um outro site.

O site é o de Betty Dodson, uma sexóloga que, para além do mais, é dada ao desenho e à pintura. O site é feito em conjunto com Carlin Ross e chama-se Betty Dodson with Carlin Ross e tem como 'slogan': Better Orgasms. Better World. Quem tenha problemas ou, simplesmente, tenha vontade de se instruir deverá consultá-lo.

E foi, justamente por estas bandas que fiquei a conhecer os diferentes tipos de que ontem vos falei.

Clássica
Gótica
Art-Déco ou Coração
Moderna

Barroca
Renascentista









Não é por nada mas cada um é como é. Não desfazendo, eu sou mais dada a tangos como estes que acima se dançam e, por isso, é assim que entro no dia de hoje. Como se sabe, é uma dança cá muito das minhas preferências. O meu par não me tira para dançar mas não faz mal. Pode ser que, um dia que a gente tenha tempo, o convença a ir comigo para uma escola de dança. Enquanto isso não acontece, vou ficcionando ou observando. Quem não tem cão, caça com gato. 

E haja saúde, alegria, amor, descaramento e, sempre que possível, algum glamour e charme à mistura.
E uma vida longa e feliz para todos os que por aqui me acompanham.

quarta-feira, junho 20, 2018

'Entre as onze horas e a uma, obtemos muitos sorrisos' dizia a Enfermeira Beverly Whipple




Começo pelo fim: gosto de me chegar à frente, de me atravessar. Como no outro dia já contei, declararam-me (de papel passado e tudo e, por acaso, no primeiro ponto até contrariando o oftalmologista), sou de ver ao longe e movo-me bem é fora da caixa. Portanto, não querendo saber de riscos ou de ciências analíticas, às duas perguntas que se possam formular eu poderia arriscar e atirar-me já de cabeça para a dupla afirmativa. Sim e sim. Mas hoje estou de pianinho. Portanto, vou com calma.

E vou caminhando, mansinha, entre inocentes e vulvícas flores.


Retomo, então, o fio e dirijo-me para o começo. O post começa agora. E começa assim: não sou cientista. Já tinha dado para perceber, mas, para os mais distraídos, nunca é demais assegurar que as premissas estão bem entendidas: não sou cientista.

E mais: também não sou especialista, nem disto, nem daquilo nem daqueloutro. A ser alguma coisa, serei generalista, salta-pocinhas, maria maluca -- ou a bissectriz entre tudo isto, se é que se consegue traçar uma bissectriz entre coisas deste género.

Portanto, gostando eu de me poder aventurar pela temática que se me afigura de basto interesse público, sinto que me falta competência. Claro que poderia usar o truque que uso quando não tenho bases para elaborar um raciocínio bem sustentado, ou seja, poderia falar da minha experiência pessoal. Mas aí, algum daqueles eremitas que gosta de se esconder na moita com um barreto na cabeça, haveria de saltar para o palco e, com os guizos a saltarem-lhe dos miolos, haveria de decretar: 'Cá está, é narcisista, sim senhor'. Ora como eu hoje estou naqueles dias em que um diabólico cansaço se me apresenta disfarçado de santidade, tolhendo-me os dedos -- e, também, para não despertar maus olhados ou conclusões asininas -- deixo-me aqui estar, beatinha, no meu canto.


Podia até evitar o assunto que é tema que não interessa à comunidade bem falante, aquela comunidade que gosta de grandes causas e despreza as miudezas da raça humana. Eu também reconheço que, na escala das causas, esta é daquelas que não se vê.
Vejo assim a escala das causas: há as grandes até demais para serem abarcadas pela infeliz mente de nós outros, depois as grandes mas de tamanho comportável, depois as grandes mas invisíveis, depois as passageiras, depois as mixurucas, depois as merdices, lá no fim as paneleirices sem história e, no fim de tudo, as pequenas misérias humanas de que mais vale a gente nem saber.
Este tema que aqui me destraz hoje é daqueles de que não reza a história e que toda a gente prefere fazer de conta que é invisível.

E tanto assim é que meio mundo opina mas nada que fique assertivado em artigo da Nature ou que a Science perfilhe. Aliás, a Nature já por lá andou mas não consigo ler o artigo todo para poder aqui botar abstract conclusivo.

O que sei é que uns afirmam categoricamente que não existe, outros, mais cautelosos, não garantem que exista ou inexista e outros, a medo, dizem que parece que sim mas que está por provar.


A temática é dupla: por um lado, duvida-se da existência de um certo G e, por outro, da existência de múltiplos O's.

Para abreviar os preliminares, aponto para um artigo do The Guardian. Para a coisa ficar ainda mais robusta, deveria dizer: do insuspeito The Guardian. Reza assim: The search for the multiple orgasm - does it really exist?

E, introduz o tema, desta forma: On-screen depictions of sex show women coming again and again, yet in reality many women never climax during sex. Here’s what we know so far about the clitoris and G-spot


O artigo é extenso pelo que, recomendando a sua interessante leitura, me fico por um little excerto:
A recent documentary on the “super-orgasm” – actually multiple orgasms – found that women who had multiple orgasms had slower alpha waves than the average woman. Their brains were quieter, making more room for pleasure. “The thing about sex of all sorts,” says Martin, “is that sex takes place in the body. It’s very hard to think about pleasure if you are worrying instead of focusing on your body.”
What might you be worrying about? Probably whether you’re going to have an orgasm. Only about 20% of women can reach orgasm by penetration alone; the rest of us need clitoral stimulation. The vagina is marvellous, but it is not packed with nerve endings like the clitoris.
You may think differently about the vagina if you believe in the G-spot. Puppo has little patience with it, and labels anatomical illustrations with: “the invented zone for the G-spot”. It is named after Ernest Gräfenberg, who wrote a paper in 1950 about an erogenous zone on the vaginal anterior wall. This was launched into popular perception by an eponymous 1981 book written by two psychologists and a nurse, and by countless articles since. The nurse was Beverley Whipple, who told the Science Vs podcast that her team had investigated by inserting fingers into women’s vaginas and feeling around the clock. “Between 11o’clock and 1 o’clock,” Whipple says, “we got a lot of smiles.”
(...)


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E esta é a acima referida Enfermeira Beverly Whipple que parece saber do que fala e que explica algumas coisas -- entre as quais uma curiosa, que os homens são um linha (penso que deverei dizer um segmento de recta), enquanto as mulheres são um círculo (pelo desenho, penso que deverei traduzir por circunferência embora, com a riqueza sensorial das mulheres, talvez não seja demais deixar ficar o círculo)


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O primeiro desenho é de Olimpia Zagnoli.
As vaginais flores (desculpem o lapsus: queria dizer as virginais) são de Georgia O'Keeffe
A última pintura é de Júlio Pomar
E, lá em cima, Nina Simone interpreta I wish I knew how it would feel to be free



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E por aqui me fico, mas não sem antes sugerir que desçam à descoberta dos mais lindos chapéus do mundo e sugerir, também, que vão em busca das respostas (conselho extensivo a Leitores de todos os sexos)

quinta-feira, junho 22, 2017

Contra o obscurantismo... marchar, marchar!
[Afinal já estamos no século XXI, caraças. Como ainda tanta cliteracia...? Como, senhores...?]



O tema de hoje não é inédito no Um Jeito Manso. Mas não é de estranhar porque este é um lugar que é quase um gineceu. Bem, talvez não. Os homens são aqui muito bem vindos. Mas, enfim, não levem a mal, apenas como meros voyeurs. Observadores, em português. Ou, vá, como convidados.

Mas, portanto, é tema que me apraz. Por exemplo, faz cerca de um ano escrevi um post cujo título rezava assim: 

As mulheres devem pôr o seu clitóris em cima da mesa?

Ou devem começar por libertar os mamilos?


Pouco tempo depois reincidi e o título foi:




Não que o tema me excite a veia prosaica, muito menos a poética, mas tenho um lado dado à ciência que acha graça ao funcionamento das coisas. Portanto, o interesse é -- digamos assim -- científico. Não tivesse eu divergido no ramo da ciência e talvez a botânica ou a biologia estivessem mais vezes aqui presentes. Assim, limito-me aos bonecos, aos desenhos animados... Ou seja, quase poderia dizer que eu é mais bolos, pastelaria fina, bombons, por exemplo.

Ora bem.


Como não sei nada de história, não posso afiançar que seja mesmo mas li que na Grécia antiga o dito era celebrado. Aqueles gregos não eram parvos nenhuns. Depois, nas Idades Médias, o bichinho foi ignorado. A seguir foi a vez dos cientistas deitarem mãos ao assunto e, quais mineiros por grutas e labirintos, acabaram por descobri-lo. Eureka, eureka, ali estava ele -- um organito, um pequeno botanito. Depois, garimpando com atenção, perceberam que, afinal, o botanito tinha umas perninhas. 


E agora vem Lori Malépart-Traversy e resolve educar o pessoal e faz um filme que está a dar que falar. Para já, já ganhou vários prémios, entre os quais o Best Short Film Award no Festival Vues e o Best Documentary no Chicago Feminist Film Festival 2017.


O filme chama-se:

Le clitoris - Animated Documentary


E, como o nome indica, explica o que é, como é e como funciona o único órgão do corpo humano dedicado exclusivamente ao prazer. E que apareça aqui o primeiro machão a achar que é superior às mulheres que terei que lhe atirar com esta. Foram, por acaso, os homens contemplados com tamanha benesse do Criador ou de quem gizou o big plano desta coisa toda? É o foste...

Ora aprendam, se faz favor, que o conhecimento não ocupa lugar e, volta e meia, desce em mim o espírito do serviço público. Ou isso ou aquela inspiração que me faz sentir uma santinha, a vossa bem conhecida Sta UJM. Aprendamos irmãos (e irmãs, como diria o outro).



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Talvez até já.
E, vou já avisando, depois desta lição, quando regressar, espero encontrar-vos já mais instruídos. Bem.

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sábado, abril 01, 2017

Detox vaginal




Acho que já uma vez aqui o contei e, pensando melhor, se calhar mais valia estar calada. Mas, what the hell, conto outra vez. Mas vou já mostrando o disclaimer: nada contra a gaguez. Muito amiga de gagos. Eu própria já fui gaga (durante uns meses, lá para os três anos). Portanto, nada de virem já aí passar sermão.

Eu conto.

Estávamos os quatro no carro, não me lembro exactamente onde, sei que no Norte. Seria no Porto? Amanhã logo pergunto à minha filha que ela lembra-se bem disto.

Quando não sabe o caminho, o meu marido não é de parar para perguntar. É mais de tentar descobrir por ele. Eu sou o contrário. Se não sei, é logo de perguntar. Portanto, deve ter sido depois de andarmos às voltas que ele deve ter acedido a encostar para perguntar. Nessa altura ainda não havia GPS nos carros. Portanto, o meu marido ao volante, os meus filhos no banco de trás e eu, mapa no colo, de janela aberta, pergunto a um cavalheiro que ia no passeio onde era um certo lugar. Com acentuada pronúncia do norte mas gago, ga-ga-go, ga-ga-ga-ga-go, debruçado para dentro do carro, com a cara quase lá dentro, começa a relatar o percurso.

Mas imaginem-me, eu que sou de riso mais do que fácil, eu que, quando tento controlar o riso, fico destrambelhada, só me apetece rir e rir mais, com o homem com a cara ali mesmo, a ga-ga-ga-gue-jar, a tomar balanço para cada palavra, e nisto:
Vai an-an-an-an-dan-dan-do e vê-vê uma ru-ru-u-aa à di-di-di-rei-rei-rei-ta. Mas-mas não-não v-v-v-vai p-p-p-por essa r-r-r-r-rua. E v-v-v-vai an-dan-dan-dan-do até-té-té che-che-che-gar a uma r-r-r-rua que vai para a es-quer-quer-quer-da-dada mas n-n-não vai p-p-p-por aí.
E para dizer isto, le-va-va-va-va mui-miu-mui-to tem-tem-tem-po. 

Começa a dar-me a vontade de rir. Mas, com o homem debruçado sobre mim, não podia sequer disfarçar porque todo aquele esforço dele era para me responder. Começo a sentir a minha filha a rir e fico ainda mais aflita, já quase sem conseguir disfarçar. Olho e vejo o meu marido, que odeia ouvir explicações longas, a tentar atenuar o mau aspecto de eu já me estar a rir por todo o lado. E fico ainda mais louca de riso, as lágrimas a saltarem-me dos olhos.

E o ga-ga-ga-go continuava: e apa-pa-pa-re-re-ce uma r-r-r-r-ua que so-so-sobe m-m-mas n-n-ão v-v-v-vai por aí e de-de-de-de-de-pois anda-da-da-da m-m-mais e apa-pa-pa-pare-re-re-ce uma lo-lo-lo-ja dos co-co-correios nu-nu-nu-numa r-r-r-r-rua que vi-vi-vi-vira à es-es-es-es-querda-da-da m-m-m-m-mas n-n-não liga-ga-ga-ga.

Eu já estava virada ao contrário, o homem a falar e eu de costas para ele, já ria à gargalhada descontroladamente, a minha filha também, eu ouvia-a a rir perdidamente. Tenho ideia que o meu filho que odiava que eu e a irmã armássemos barraquinhas, também já se ria por todo o lado.

Eu já só queria que o gago se calasse ou que o meu marido arrancasse. Imagino o horror para o homem, a querer ser simpático, com uma explicação lon-ga-ga-ga-ga e toda a gente a rir à maluca. Mas não foi capaz de abreviar...

Não me lembro como é que aquilo acabou, só sei que não retivemos uma até porque tudo o que ele dizia era para dizer que não ligássemos ao que tinha dito.

E ainda hoje, ao escrever isto, desato a rir, choro a rir.

E isto a propósito de quê?


E, lendo-o, é na mesma base. Descreve os métodos para fazer uma desintoxicação vaginal para, em cada um, chegar ao fim e dizer que é o mesmo que nada ou que, até, pode ser pior a amêndoa que o cimento, ou seja, para deixarem a vagina em paz.

Vapores vaginais? Chás vaginais? 


Tretas, diz o autor do artigo. As vaginas não precisam cá disso, funcionam tanto melhor quanto mais entregues a si próprias estiverem.


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Como nunca tinha ouvido falar em tal coisa, vapores e chás vaginais, vi um vídeo.
Partilho-o convosco. 

Conclusão?
Frescuras para gente desocupada que anda à procura do santo graal ou de xacras milagrosos
(nem sei se xacra se escreve assim ou xakra ou chacra mas acho que é domínio onde a liberdade seja total)

V- Steam (que é como quem diz V- Vapores)



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As três fotografias que aqui usei para enfeitar o texto não têm nada a ver com ele. Pertencem à série 'Pessoas que se estão nas tintas' e encontrei-as no Bored Panda.
O desenho da yoni não sei quem o fez -- mas é bonito.

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