Mostrar mensagens com a etiqueta Joaquim Miranda Sarmento. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Joaquim Miranda Sarmento. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, novembro 14, 2024

Cada cavadela sua minhoca: afinal os jovens licenciados ficam em Portugal
-- A palavra ao meu marido --

 

Ontem o Mário Centeno, numa intervenção que fez na conferência do Banco de Portugal dedicada à educação e qualificações, proferiu afirmações que, pela sua relevância, espero que sejam devidamente apreendidas e comentadas: afinal, a percentagem de retenção de jovens portugueses licenciados em Portugal é superior à que se verifica em vários outros países europeus

Deu o exemplo de uns quantos países na Europa em que a taxa de retenção é inferior ao que acontece em Portugal e recordo-me que referiu que a taxa de retenção em Portugal era mais do dobro do que na Alemanha, na Dinamarca ou nos Países Baixos. Também a taxa de atração de jovens estrangeiros licenciados é bastante grande. Afirmou ainda Portugal tem conseguido ser um receptor líquido de diplomados com o ensino superior.

Referiu concretamente que o país vive focado numa realidade que é descrita com números enganadores.

Assim sendo, neste contexto, uma das grandes bandeiras eleitorais da AD e agora do Governo prende-se com políticas públicas baseadas em dados incorretos. Logo, são políticas públicas que não se justificam.

Tendo a direita, em conluio com a comunicação social, feito uma lavagem ao cérebro à malta com a, afinal, pseudodesgraça que era a saída de jovens licenciados do País, conclui-se que, mais uma vez, se enganaram.

Assim se esfuma um dos pilares da campanha eleitoral da AD e da politica do governo. Se a primeira formulação do IRS Jovem apresentada pelo Governo AD não tinha ponta por onde se pegasse também a nova versão do mesmo não se justifica. Por isso, não deve ser aprovada no debate na especialidade do orçamento. 

Como não é provável que o Mentenegro & Companhia assumam o logro em que suportam as  medidas do IRS Jovem, espera-se que os deputados da oposição atentem na realidade do País e chumbem a proposta do governo. 

Aliás, as políticas do governo para os jovens, nomeadamente, para  a habitação têm atingido os "objetivos" a que se propunham: o preço das casas aumentou, os empreendedores têm mais lucro e os jovens com mais rendimentos compram casas mais caras, isentos das contribuições, enquanto os que têm mais idade têm que pagá-las. Tudo ao lado. É aquilo que  se chama equidade de direita!

O Leitor Américo Costa escreveu um comentário que agradeço e com o qual estou inteiramente de acordo. As responsabilidades da ministra da saúde centram-se em dar cabo do SNS e ela vai tentar cumprir estas responsabilidades integralmente, custe o que custar. Naturalmente, os meus agradecimentos são extensíveis  a todos os leitores que fazem comentários sobre os textos publicados. Obrigado.

terça-feira, outubro 29, 2024

O Ministro Sarmento para além de não gostar muito da verdade, de misturar alhos com bugalhos (confunde, por exemplo, gestão de tesouraria com gestão orçamental) e de dizer que as cativações dele não são bem cativações, tem uma outra particularidade: não sabe falar. Por exemplo, diz "póssamos". É abaixo de mau.
Para compensar, peço muita desculpa mas tenho mesmo que invocar Puttin' on the Ritz

 

Foi a minha filha que me chamou a atenção e, como eu não tinha visto, até me enviou um vídeo que fez. Só que, por nabice minha, não consigo aqui incorporá-lo. Mas é uma cena verdadeiramente badalhoca: o Sarmento parece dirigir-se a esse outro que, com o que tem feito e dito, tem evidenciado ser uma nódoa na nossa democracia. Às tantas, com aquele seu arzinho ladino de chico-esperto, Sarmento diz: 'Quando descobrirmos qual o programa eleitoral que o Chega defende, talvez póssamos falar de programas eleitorais'. Ventura ri-se.

E eu só tenho pena de não poder correr com ambos, um do Governo e outro da Assembleia. É que não se aguenta. É mau de mais.

Já houve um tempo em que o Governo era formado por gente culta, inteligente, competente, e em que os deputados eram gente de bem, os melhores representantes da população, gente digna, séria, bem educada, bem formada. Agora é isto. Claro que haverá gente de bem, claro, uns quantos que ainda se aproveitam (felizmente), mas depois há um rebotalho que é isto. 

O que as televisões nos mostram é uma dor de alma: uns são mentirosos, outros mentalmente desonestos, outros broncos, e agora até isto, gente que nem falar sabe. Caraças. E há casos em que a mesma pessoa consegue ser isto tudo ao mesmo tempo. Um desastre.

A democracia, ao contrário da tirania, é benevolente, inclusiva, tolerante, avessa a linhas vermelhas. Portanto, gentilmente fecha os olhos às violações, aos atentados contra os seus mais valiosos princípios, abre as portas a quem tudo faz para a desgastar e, talvez, devorar.

Um dia ainda se fará essa reflexão. 

Esta queixa-crime colectiva contra André Ventura e Pedro Pinto é um bom passo nessa direcção. Não deveríamos deixar passar actuações como as destes dois. Mas muito mais se deveria fazer. 

E deveria haver também uma qualquer acção pública de denúncia contra os crimes contra a língua portuguesa praticados por gente paga com o dinheiro dos nossos impostos e que supostamente nos representa e/ou governa.

_______________________________________________

Como fico doente com isto, tenho que respirar outros ares.

Pode ser isto.

Morecambe and Wise - Puttin' On The Ritz (1960s)


terça-feira, outubro 22, 2024

Os tipos do PSD são mal educados e arrogantes, não têm ética, são incompetentes e têm alergia à verdade
-- A palavra ao meu marido --

 

Após o congresso laranja, após a novela do orçamento (que me parece ir continuar na especialidade), após as acusações entre o Ventura e o Montenegro, após a atuação do PSD e do governo, confirmo a minha opinião de que esta gente não sabe  governar, muito menos na situação de minoria em que se encontra (situação essa que ainda não interiorizaram).  

Senão, vejamos:

Como é possível que o líder parlamentar do PSD seja constantemente mal educado e arrogante para as oposições? O que ele afirma e como afirma são de uma arrogância e de uma falta de educação que dizem bem da forma como o PSD se posiciona. 

A birra do  Rangel com chefias da Força Aérea, em público, revela que não deve ser ministro quem quer. É preciso saber estar e não mimetizar, nas cerimónias públicas, os histerismos exibidos anteriormente em comentários televisivos. Deplorável!

Mas a arrogância é também constante nos discursos do Montenegro (por exemplo, o que disse sobre os jornalistas teria dado origem a uma revolta das redações no passado recente), na forma como se recusa a responder aos jornalistas quando não lhe interessa abordar assuntos difíceis ou nas intervenções parlamentares.

O Moedas é outro exemplo acabado do mesmo.

A falta de ética revela-se em muitas coisas, como por exemplo, no que o Sarmento disse e contradisse sobre as contas públicas. 

Mas nada me parece mais desprezível do que apropriarem-se de medidas do PS afirmando "à cara podre" que são do PSD, sem referirem nem ao de leve que as mesmas já existem. O Montenegro voltou a fazer a mesma coisa no congresso do fim de semana. 

Mas não se ficam pela apropriação de ideias e iniciativas do PS. Como estão a apostar em eleições, também apresentam medidas suportadas em "ideias" do Chega, sem o referirem, para ver se conquistam os votos da  extrema direita. Para o PSD tentar ganhar eleições vale tudo, até "tirar olhos".

Sobre incompetência também estamos falados. Basta relembrar as Ministras da Saúde e da Administração Interna e os Ministros da Defesa e da Educação (afinal bastava mudar de governo para não haver problemas no início das aulas e continuamos  a ter dezenas de milhares de estudantes sem professores). 

Relativamente à "alergia â verdade" o rol é extensíssimo mesmo que nos detenhamos apenas no Montenegro. 

O que disse e desdisse sobre o choque fiscal, sobre o tempo necessário para a resolução dos problemas da saúde e da educação, sobre o crescimento da economia na legislatura em que assentou todo o programa económico (e que em seis meses passou de 3,4% no último ano para 1,8% e cuja média é inferior à media durante os governos do PS, mesmo tendo havido uma pandemia), a desfaçatez com que toma como suas medidas alheias  ou "o não é não" que afinal termina numa proposta de acordo com o Chega (estou convencido que neste caso quem falta menos à verdade é o Ventura) são as exemplos mais do que suficientes para confirmar que existe uma enorme "alergia à verdade" neste governo.

Eu sei que a comunicação social tem levado o governo ao colo e que a única coisa que o Montenegro tem feito é distribuir dinheiro a torto e a direito. A comunicação de direita presente nos meios de comunicação que desancou e desanca o PS continua ativa e nos mesmos sítios, mas caramba, será que a oposição, em vez de se deixar enredar pelo PSD e pela comunicação social, não tem bastas razões para fazer politica à séria e demonstrar a ineficácia e a vacuidade do governo? Tem com certeza!

quinta-feira, outubro 03, 2024

Se empatia é calçar os sapatos dos outros, então, santa paciência, não sou nada empática

 

Para começar não sei se empatia é isso dos sapatos. Tenho dúvidas. Segundo o Priberam, empatia é a forma de identificação intelectual ou afectiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa. E não vejo aqui qualquer referência a sapatos. 

Mas, ironias à parte, tenho que confessar que me faz impressão calçar sapatos usados por outra pessoa. Roupa, desde que limpa, não me importo. Mas mesmo assim prefiro conhecer a pessoa que a usou. Usar roupa sem saber se a pessoa que a usou era limpinha, lavadinha, isso faz-me alguma impressão. Ou seja, não sou o público ideal para as lojas de roupa usada. 

Quanto à empatia, tenho ideia que sou empática. Os assessments a que fui sujeita enquanto trabalhava (e com muito gosto o fui, pois ser analisada, escrutinada, avaliada e etc. sempre foi pratinho que me soube bem) diziam que sim, era empática, sim senhor. 

Mas, afinal, pelo menos na minha vida civil, não sei se sou assim tanto. Ou melhor: se ainda sou. 

Por exemplo:

  • A minha capacidade para me identificar com os tontos do Governo que se papagueiam uns aos outros, mesmo que seja para papaguearem disparates e nulidades, é limitada. 
  • A minha capacidade para achar graça à humilhação a que a Joana Marques gosta de infligir às suas vítimas, em particular quando o faz em público, expondo o humilhado à multidão enquanto goza com ele, é muito, muito limitada. 
  • A minha capacidade para perceber o ponto de vista da Ana Moura que, numa cerimónia (que pode ser questionada pelo seu valor, pelo seu préstimo, pela sua credibilidade mas que, para todos os efeitos, é uma cerimónia -- em que quem lá vai deve respeitar o dress code), se apresentou em trajes menores, zero de confecção, zero de côuture, zero de bom gosto, com os seios e os próprios mamilos à vista, é muito limitada. 
  • Identicamente a minha capacidade para tolerar o desbocamento torrencial da fonte de Belém também se esgotou. Desde há muito.
  • E a minha capacidade para aturar a histeria presidencial, da AD, das televisões e de tutti quanti que querem à viva força obrigar o PS a enfiar o Orçamento pela goela abaixo, seja o que for que ele contemple, é deveras limitada. Deveras.
  • E, agora, até o FMI vem dizer que o IRS Jovem é a ideia mais burra que alguma burra algum dia pariu. Face a isso, o Montenegro vai tirar o tapete ao Sarmento? Não, senhor. Em vez disso vai fazer de conta que está a fazer a vontade ao PS, através de uma proposta irrecusável. E eu, perante isto, aqui confirmo: a minha capacidade para aparar chico-espertices destas já foi ultrapassada há algum tempo.

Por isso, em dias como o de hoje, um dia cinzento, uma persistente chuvinha molha-tolos, interrogo-me: seria eu capaz de calçar os sapatos do Montenegro, da Senhorinha da Administração Interna, da baderneira-mor da Saúde, do Lentão que até dá dó, do inteligente Sarmento, do Dissolvente... e por aí vai...? Ou seria eu capaz de calçar sapatinhos como os que aqui mostro?










Resposta à pergunta lá de cima: Não, não creio.

(Mais sapatinhos aqui)

_____________________________________________________________

E não vale a pena virem aqui dizer que este post é disparatado. Eu sei que é. Mas vou falar ajuizadamente a que propósito? Ah pois é, bebé. 

Portanto, passo já para a secção musical.

In Hell I´ll Be in Good Company 

(metal cover by Leo Moracchioli)


Dias felizes para todos

quarta-feira, setembro 25, 2024

A falta de ética e de tino do Rambo Montenegro e a incapacidade dos ministros do seu Governo não auguram nada de bom para o OE2025.
E não deve ser o PS a pôr-lhes a mão por baixo.
-- A palavra ao meu marido --

 

A tese do Montenegro sobre os "interesses que sobrevoam os incêndios", desmentida pelas polícias, confirma o que já aqui escrevi. O Montenegro quer ser como o Rambo não só fisicamente mas também na perspicácia e na inteligência. Se admitirmos que esta nova tirada do Montenegro não resulta de uma enorme falta de ética, aproveitando mais uma vez uma tragédia para fins políticos, só podemos concluir que esta tese resulta de manifesta incapacidade para entender a realidade e estudar os dossiers. 

O culminar desta pantomina foi uma reunião na qual, com toda a pompa e circunstância, o  PM, a Ministra da Justiça e a MAI (que é manifestamente inadaptada para a função) vieram dizer-nos que  as medidas para minorar os efeitos dos incêndios (que segundo os especialistas sempre existirão e fazem parte do ecosistema) serão da responsabilidade da GNR, da PSP, da PJ e do MP.  Absolutamente inqualificável e inimaginável. Quando o Montenegro afirma que já falou mais de cem vezes na prevenção dos incêndios não devem restar dúvidas que o fez na sua casinha de Espinho quando a mulher põe a frigideira ao lume com óleo para fritar o peixe. Não se poderia referir aos incêndios rurais porque manifestamente não percebe nada do assunto.

Para além de:

  • termos que levar com o Joaquim Sarmento a vangloriar-se dos resultados financeiros do primeiro semestre, para os quais dificilmente terá contribuído, depois de ter zurzido o PS pelo estado em que tinha deixado as finanças públicas, 
  • com o "arrastado" Lentão Amaro nas conferências de empresa após o Conselho de Ministros que são incompreensíveis, 
  • com a ministra da Saúde a "amandar" a culpa do estado caótico das urgências para cima de tudo e de todos, confirmando, nas intervenções televisivas, com os trejeitos que faz, que descendemos dos símios, 
  • com as intervenções da MAI que deviam ser proibidas (nunca se viu tanta incapacidade), 
  • com a Ministra da Justiça a sacudir a água do capote, 
  • com  o ministro da Educação  a vangloriar-se (pasme-se) de haver ainda mais de 200 mil alunos sem aulas e a dizer que anda a fazer experiências que não faz ideia que resultados terão na resolução dos problemas da educação, 
  • com o Nuno Melo a querer reconquistar Olivença 
  • e com o Rangel a fazer "desafirmações" sobre o cargueiro que transporta explosivos,

vem o Montenegro e zás, no domingo, decide escrever uma carta que revela mais uma vez a habitual enorme falta de ética e de rigor. Como tinha reuniões  marcadas com o Chega e com  a IL, não se importou de faltar à verdade para tentar justificar estas reuniões. Diz-se, com razão,  que para o Ventura vale tudo. Será que também não vale tudo para o Montenegro...?

Relativamente à aprovação do OE, se o Chega concorda com as propostas do IRS Jovem  e do corte do IRC, força. A IL já disse, e bem, que não concorda com o IRS Jovem, propondo antes a baixa geral do IRS, o que contraria a proposta da AD pelo que provavelmente não votará favoravelmente a proposta defendida pela AD e Chega. Portanto, o Montenegro e o Sarmento que resolvam o que querem fazer.

Não se pode pedir/pressionar o PS para que concorde com o IRS Jovem que é injusto, ineficiente, descrimina negativamente os mais pobres e vai dar cabo das contas públicas. 

A atração dos jovens mais qualificados faz-se aumentando os salários e criando melhores condições para viverem e criarem os filhos. 

Aqui os empresários têm uma palavra a dizer. Ainda ontem o Conselho de Finanças dizia que em Portugal, ao contrário do que acontece na Europa, os empresários em vez de acomodarem os aumentos de salários nas margens de lucro, optam por aumentar os preços em vez de diminuírem os lucros. É a atuação típica do típico empresário tuga. 

Relativamente à baixa do IRC sabe-se que só vai beneficiar as grandes empresas que objetivamente não precisam. 

Ambas as medidas só servem para desbaratar recursos financeiros.

O PS deve manter a sua posição e não permitir que estas duas medidas sejam incluídas no orçamento. 

Relativamente ao PR, que esteve silencioso perante a gravidade dos incêndios, devia era manter-se "fisgado" no silêncio e não continuar  a chatear os mesmos. 

Não haverá nenhuma forma do Marcelo sair ao mesmo tempo que a Lucília Gago?

quinta-feira, julho 11, 2024

O bonequinho das Finanças diz que está a contar com o ovo no cu da galinha e tudo, segundo ele, consequência do "pacotão".
Uma espécie de segunda derivada na lógica do dito bonequinho

 

São onze e tal (da noite) e, ao tentar perceber se o planeta Terra ainda existe e, em particular, se o nosso mini e fofo rectângulo ainda está a salvo da sanha dissolvente do super-comentador Marcelo, dei com a bizarra notícia de que o conhecido Mãozinhas, aka Sarmento, está a contar com um excedente orçamental neste e no próximo ano. Apesar de andar a dar massa a quem pede e a dar borlas fiscais a quem pode (com p), pensa ele que, face ao bodo aos ricos, estes soltarão a franga e desatarão a investir e a aumentar o pagode e que, qual milagre, o pão transformar-se-á em rosas e a água em vinho e, apuradas as contas, vai sobrar dinheiro que será um fartote.

Que o Marcelo se fia na Virgem já a gente sabe e também estamos todos carecas de saber no que a coisa tem dado. Agora o Montenegro fiar-se no bonequinho já me parece risco a mais.

__________________    __________________

Provavelmente toda a gente sabe qual o novo significado da palavra bonequinho. Eu, até ontem, não sabia. E porque pode haver por aí, a ler-me, mais gente também desactualizada, eu explico.

Conversando com o meu neto mais velho, um galã que já teve várias namoradas e que tem agora a teoria de que com a dedicação ao futebol (é guarda-redes já na competição o que o obriga a treinos diários e jogos ao fim de semana) e com a necessidade de levantar notas (ah pois), dizia-me ele que, a partir de agora, não vai ter tempo para namoros. Enfim, raparigas isso vai continuar a haver, claro, agora namoros a sério não, não tem tempo e, para ser franco, elas cansam-no um bocado. Presumo que se refira às combinações de idas ao cinema, à praia, aos passeios, aos lanches, às mensagens. E que não percebe isto de alguns amigos, aos 15 anos, acharem que encontraram o amor da vida deles e já pensarem que aquela é a pessoa com quem vão casar. 

Achei muito pragmático. Ao contar à minha filha, disse-me ela que ele já lhe lhe tinha comunicado isso mas que, por acaso, neste momento supostamente namora uma. Mas, portanto, conclui-se que esta deve ser uma das 'raparigas', que isso continua a haver, mas em relação à qual não haverá compromisso.

Mas, continuando a conversar comigo, para ilustrar o excesso de romantismo de alguns colegas, contou que tinha um colega de escola e de futebol, um tipo todo bonequinho. E que se tinha apaixonado por uma miúda também toda bonequinha. Para ter tempo para namorar, o amigo largou o futebol. Imagine-se a maluquice. Vai a miúda, ao fim de três meses, largou-o por o gajo ser obcecado. Por isso, ficou sem namorada e sem futebol. Ganda burro.

Eu ouvi e estava intrigada por ele definir os outros como bonequinhos pois não costuma adjectivar na positiva, muito menos usar termos carinhosos. Perguntei se eram bonitos. Ele muito admirado: 'Não!' 

'Mas bonequinhos não significa serem bonitos?'

'Não. Não. São tipos assim... muito... como dizer...?, assim esquisitinhos... Não estou bem a encontrar a palavra...'

'Nerds?', sugeri eu.

'Não, não. O gajo não é nerd... Não, não é isso. Bonequinho, estás a ver...? Assim todo coisinho...'

'Cromo?', lembrei-me eu.

'Exacto. É isso. Tipos esquisitinhos. Cromos, é isso.'

______________________________

Portanto, sobre o Sarmento  tenho dito. O Montenegro que não ponha as barbas de molho que vai ver no que dão as fezadas do bonequinho que lá tem nas Finanças.

terça-feira, maio 28, 2024

Sobre a putativa borla fiscal que os cromos das Finanças da AD (com o Montenegro pela trela) querem dar a quem tem menos que 35 anos, aqui estão mais umas singelas observações

 

Para não sei quantos milhões de contribuintes (sejam eles trabalhadores no activo ou pensionistas) os 'artistas' da AD, afinal, têm apenas trezentos mil euros de alívio fiscal para oferecer.

Contudo, ficámos a semana passada a saber, para um pequeno grupo, os cerca de quatrocentos mil que têm até 35 anos, os totós das Finanças da AD têm, imagine-se!, mil milhões de euros de alívio fiscal.

Coisa mais iníqua e estúpida não pode haver.

Supostamente é para atrair e reter jovens até aos 35 anos. 

Mas, pergunto eu, passa pela cabeça de alguém que uma pessoa com trinta e tal anos e a ganhar bem no estrangeiro, muda a sua vida para Portugal, com o transtorno que isso provoca, para, passado um ou dois anos (quando fizer 36 anos), sofrer um agravamento fiscal de 30%? Os totós das Finanças não percebem que os ordenados em Portugal são, em média, mais baixos do que em vários outros países? Portanto, os jovens, segundo os totós das Finanças da AD, vêm para Portugal ganhar menos porque vão ter uma borla fiscal... E quando fizerem 36 anos? É que a borla fiscal nos ordenados da ordem dos 5.000€ (valor que, em certos países da Europa não são nada por aí além), só em IRS, é da ordem dos 30%. Portanto, quando fizerem 36 anos, azarinho, vão ser alvo do mesmo esbulho fiscal que os que têm mais que 36.

É que a medida e toda estúpida, toda. De uma ponta a outra. Os totós das Finanças da AD não percebem que o devem fazer é baixar globalmente todos os impostos? 

No Expresso, cingem-se ao absurdo de que a borla, só em IRS (ou seja, não contando com a borla, que também terão, em IMT e Imposto de Selo quando comprarem casa), pode chegar aos 19.000 €/ano (Jovens mais “ricos” podem poupar até 19 mil euros por ano no IRS).

Descontos no IRS não discriminam: salário milionário ou baixo, todos os jovens beneficiam. Quem está no último escalão de IRS enfrenta a taxa marginal máxima de 48% mas beneficia dos descontos nos escalões inferiores. Desportistas, ‘influencers’, consultores fiscais, advogados, engenheiros, jornalistas, pilotos, todos estão são abrangidos pelo alívio proposto pelo Governo aos jovens (...)

É chocante, não é? Já o tinha abordado aqui e aqui  (post escritos na sequência deste outro).

Claro que é chocante. Mas é estúpida por mais razões do que apenas essa. É estúpida e iníqua até porque a política fiscal não deve desonerar uns por sobrecarga de outros. Quando há cidadãos a pagar acima de 40% de IRS (podendo chegar aos 48%) e não há 'folga orçamental' para descer para uma percentagem menos onerosa mas há para descer para outros, é porque os primeiros estão a financiar os segundos.

E é estúpida porque não vai resolver o problema do País. Não vai resolver um único problema do País. Para reter jovens ou para atrair jovens qualificados é preciso que os salários subam, é preciso que (todos) os impostos baixem, é preciso que haja mais creches gratuitas ou a baixo custo, é preciso que haja mais médicos de família, é preciso que haja horários mais flexíveis para quem tem filhos pequenos.

Além disso, segundo fiquei hoje a saber o Governo PS já tinha medidas para fixar jovens, uma das quais bastante inteligente.

Mais de 158 mil jovens recém-formados já se candidataram ao prémio salarial de valorização das qualificações, que se traduz no pagamento de um apoio entre os 697 e os 1500 euros anuais a quem fica a trabalhar em Portugal.

Será que os totós da AD sabem desta medida? Se calhar não.

Só espero, e espero mesmo veementemente, que a oposição decente se una e em peso não deixe passar esta barracada da borla fiscal.

Enfim, uma desgraça. Depois do totó-mor andar a clamar contra as contas que encontrou, a falar em caos e colapso (mostrando que, das duas uma, ou não percebe nada da área que tutela ou não tem vergonha na cara e mente com quantos dentes tem), agora esqueceu-se disso e adoptou a política da perna-aberta. Quem quiser alguma coisinha, tem dele tudo o que quiser. Ele dá até mais do que pedem. Dá sem fazer contas. Agora parece estar numa de 'quem vier atrás que feche a porta'.

Claro que grande parte da comunicação social e das comentadeiras de serviço (de todos os sexos) ou não tem capacidade para perceber as coisas ou está ali para fazer o frete e não denuncia isto com todas as letras. Portanto, contra toda a racionalidade e lógica, continuo a ouvir elogiar o lindo serviço que este governo tem andado a fazer. Isto quando na prática pouco tem feito e o que tem tentado fazer é mais m... do que outra coisa. 

Pardon my french.

domingo, maio 26, 2024

E os jogadores de futebol do Sporting, do Benfica, do Porto e etc. e os treinadores que tenham menos que 35 anos também são abrangidos pela borla fiscal que a AD quer dar, certo...?

 

Gostava de ter resposta. Só para saber. 

E, volto a dizer, como eu, o meu marido e os meus filhos temos mais do que 35 anos, seremos nós a financiar a borla fiscal em IRS, IMT e Imposto de Selo (e sabe-se lá o que por aí virá mais...) que este desGoverno destrambelhado quer dar a quem tem menos de 35 anos. 

É que podia ser anedota mas já se percebeu que o Joaquim, o Luís, o Hugo e outros ADs que por aí andam não devem muito à inteligência. Por isso, são bem capazes de estar a pensar fazer a gracinha de que um jogador que ganhe uns 100.000€/mês só vá pagar 15% de IRS enquanto uma qualquer outra pessoa que ganhe 5.800€ mas tenha 36 anos vá pagar 48%...

Ou um treinador a ganhar 200.000€/mês, mas que tenha até 35 anos, não apenas só vai pagar 15% de IRS como só pagará IMT sobre o valor de uma casita de 2 milhões, subtraída de 650.000€... 

Faz sentido, não faz?

E, respondendo a um Leitor que, pelos vistos tem algumas dificuldades de compreensão, explico. Sobre os impostos, eu acho duas coisas:

-> quem os paga, paga demais

-> há muita gente que não paga impostos e devia pagar, e há muita gente que paga apenas sobre uma parte e escamoteia a outra parte e, logicamente, devia pagar sobre a totalidade

-> ou seja, se todos pagassem o que deviam, quem os paga pagaria muito menos

Por exemplo:

  • Vou a muitas lojas, nomeadamente restaurantes, que só passam factura se lhes pedirmos. 
  • Há várias actividades (liberais, por exemplo)  em que os profissionais só passam recibo se lhes for pedido
  • Há vários profissionais que, para fugirem aos impostos, criam empresas onde caem todos os custos (combustível da viatura, portagens, estacionamentos, restaurantes, estadias em hotéis, o custo de aquisição da própria viatura, electricidade, telemóvel, etc) e que lhes suportam ordenados baixos sobre os quais quase não pagam impostos
  • Por exemplo, que eu saiba há muitos, muitos mesmo, professores que dão explicações. Quantos pagam impostos sobre essa actividade? Talvez seja melhor refrasear: há alguns explicadores que paguem impostos sobre a verba que levam nas explicações? 
  • Há trabalhadores que querem receber dinheiro por fora para não pagarem impostos sobre ele, recebendo-o como subsídio de deslocação, kms em viatura própria, etc. Ou seja, pagam impostos apenas sobre uma parte do seu rendimento

Ou seja, há mil subterfúgios que permitem a meio mundo fugir ao fisco. A Autoridade Tributária não sabe disto? O Governo não sabe disto?

Segundo a AT, há uma percentagem mínima de pessoas que tem um valor anual de rendimentos superior a 80.000€. São os tansos. Os totós. Os que pagam impostos sobre tudo o que recebem. 

Contudo há milhares de casas que custam para cima de várias centenas de milhares de euros, já para não dizer mesmo 1 milhão de euros ou mais, há milhares de pessoas que têm brutos carrões. A Autoridade Tributária não estranha isso? De onde vem todo esse dinheiro?

Portanto, o que é que eu acho?

1 - A Autoridade Tributária deve montar processos de pesquisa eficazes para detectar fuga ao fisco e montar mecanismos para a impedir 

2 - Simultaneamente deve baixar o IRS a toda a gente, em todos os escalões *

3 - o Governo não deve dar borlas fiscais em função da idade. Este 1 milhão que este governo de totós diz que tem para dar a quem tem menos de 35 anos deve ser 'dado' a toda a gente e não apenas a quem tem menos que 35 anos

* Quando acho que se tem que baixar os impostos a toda a gente, incluindo a quem hoje paga 48%, é porque impostos desta ordem são esbulho, roubo, e, claro, incentivam a fuga ao fisco. 

E volto a dar um exemplo de um outro efeito de impostos abusivamente altos: tenho vários amigos médicos que poderiam continuar a trabalhar (e gostariam de fazê-lo) mas ou deixaram completamente de fazê-lo ou trabalham apenas uns 2 dias por semana pois dizem que os impostos levam-lhes o dinheiro todo e não lhes compensa o esforço. Ora com a falta de médicos, isto não é um absurdo? E quem diz os médicos diz outras profissões em que poderiam continuar a descontar para a Segurança Social mas, logicamente, não estão para isso. 

Portanto: 

  • não à fuga ao fisco, 
  • não às borlas fiscais, 
  • não aos descontos para meninos ou para classes profissionais específicas... 
  • ... e não ao esbulho fiscal.
Só espero é que haja quem consiga travar a estupidez, a iniquidade, a aberração que é esta ideia da borla fiscal para quem tem menos de 35 anos. 

Já agora, alguém me sabe dizer: esta área das Finanças da AD é um coito de gente sem noção ou quê...?

___________       ___________


NB: Este post vem na sequência e em complemento deste (escrito pelo meu marido) e deste outro

___________       ___________

sábado, maio 25, 2024

Vivam os "pobrezinhos" com menos de 35 anos que ganham 5.800 € por mês
(5.800 que, comparativamente com os que têm mais que 35, são quase líquidos!)

-- A palavra ao meu marido -

 

Está história do IRS Jovem é de loucos. 

O Luís e o Sarmento ou não percebem as consequências das opções que tomam ou são loucos. 

Como é possível que pretendam promulgar uma lei em que um "menino" (menino ou menina, naturalmente, e menin@ porque tem menos que 35 anos) que ganha 5.000€ por mês não apenas tenha uma borla de cerca de 30% como passe a pagar mensalmente muito, muito, menos que um que tem 36 anos (e quem diz 36, diz daí para cima)...?

É o que podemos apelidar de verdadeira "justiça" fiscal... E ponham muitas aspas nisso.

Como é possível que, se  o "menino" que ganha 5.000€ e já teve trinta por cento de desconto no IRS comprar uma casa de 615.000€, (eventualmente, um monte para "primeira" habitação perto do Alqueva ou uma casa também para "primeira" habitação situada à beira mar a 250 km do local de trabalho) uma parte substancial do IMI seja suportada pelos meus impostos e pelos impostos do pessoal que tem mais de 35 anos e ainda por cima que o "menino" usufrua  de uma garantia pública para a compra do imóvel...?

Será que o Luís ainda vai propor uma nova lei em que, se @ "menin@" pretender comprar uma Harley-Davidson ou um Tesla novinho em folha, o governo lhe faz um desconto adicional no IRS para @ "menin@" não ter que se "chatear" com as prestações mensais?

O que ouvi sobre a ideia do IRS Jovem e dos novos benefícios para aquisição de habitação é iníquo e absurdo. E revoltante.

Não vejo nenhuma razão, mas mesmo nenhuma, para beneficiar desta maneira pessoas que têm rendimento, várias vezes superior ao rendimento médio mensal, apenas porque têm menos que 35 anos. 

As pessoas podem e devem ser beneficiadas quando têm rendimentos insuficientes para terem uma vida decente. A idade não é o critério. O critério é outro, chama-se justiça social. 

É óbvio que o Luís e seus apaniguados nunca ouviram falar desta "coisa" como se percebe bem pelas propostas que têm feito para o IRS, para o IRS Jovem e para a habitação e, claro, para o que têm dito sobre o IRC. 

A ideia muito em voga em certos setores de que a malta jovem deve ter privilégios que os agora mais velhos não tiveram, não encaixa. 

Por exemplo, 

  • Os estudantes terem que se levantar cedo para irem para a Faculdade não é um drama. Ouço falar em toda a espécie de apoios porque alojamento nas imediações das Faculdades, em especial em Lisboa, são caras. E daí? Sempre foram. Mas porque é que alguém há-de ter que ser subsidiado para se poder dar a esse luxo? Milhares e milhares de trabalhadores fazem isso todos os dias. 
  • Com certeza que não é porque se tem 35 anos que se deve viver no centro das cidades e que alguém com 38 anos e três filhos pode viver na periferia longe do local de trabalho. 

Não encontro nenhuma razão para eu, que sempre paguei os meus impostos, geralmente vivi longe do local de trabalho e o que consegui resultou do meu próprio esforço, ter que suportar através dos meus impostos benefícios indevidos, tenha que idade tiver. 

O IRS Jovem vai custar 1.000 milhões de Euros. É o que vamos ter que suportar todos, mesmo os que auferem os salários mais baixos, para garantir enormes descontos no IRS de quem ganha mais e tem menos de 35 anos. 

Espero bem que todos os que têm mais que 35 anos e pensam pela própria cabeça façam ouvir a sua voz e protestem, alto e bom som, contra a iniquidade desta e doutras propostas da AD. 

É cada cavadela sua minhoca. 

quinta-feira, maio 23, 2024

Montenegro soma e segue -
- a palavra ao meu marido -

 

Ouvi hoje o Montenegro, com a arrogância habitual, a ufanar-se de o governo ter celebrado um acordo histórico com os professores. Mais uma vez, como é habitual, estamos no domínio do embuste. De acordo com as notícias, a FENPROF e o STOP ainda não assinaram nenhum acordo com o governo e o número de professores e funcionários escolares que representam, ao contrário de alguns dos sindicatos que assinaram o acordo, não é "poucochinho". 

O Luís mais uma vez não disse a verdade toda. 

A arrogância do ministro da Educação também ficou ontem bem patente nas declarações que fez sobre a FENPROF. Eu nunca fui fã do Nogueira mas quem quer negociar não hostiliza a contraparte como o fez o Fernando e como habitualmente fazem os outros "cabeças de cartaz" da AD (li hoje um artigo muito interessante do embaixador Seixas da Costa, que me parece muito verosímil,  sobre a postura arrogante da AD que resultará da atual governança do PSD e do CDS ter uma cultura de oposição que não conseguem ultrapassar e que privilegia  a arrogância e o contencioso em vez do diálogo). 

Também valerá a pena referir que, quando numa negociação entre o governo e os sindicatos, o governo ainda propõe mais do que aquilo que os sindicatos pedem (por exemplo, a recuperação de 50% do tempo de serviço no primeiro ano em vez dos 30% pedidos pelos sindicatos) é natural que os sindicatos concordem. O que aconteceu foi uma capitulação e não uma negociação. Parece que o que ainda ninguém disse foi quanto é que isto vai custar. E estranha-se que depois do anúncio do Sarmento da completa "debacle" das contas públicas ainda haja dinheiro para estes "desvarios". Ou será que o Sarmento segue a escola do Luís e também não diz a verdade?

Entretanto, prepara-se um novo embuste. A Fundação do costume, que por acaso até está ligada a uma das maiores empresas portuguesas da área da distribuição, publicou um estudo segundo o qual a descida do IRC faria aumentar o investimento, a competitividade e o consumo. Esta redução até originaria um milagre, no qual só os muito crentes na "bondade" do capital  ou os mais despudorados acreditam, que permitiria aumentar os salários pois as empresas iriam partilhar mais lucros com os trabalhadores. Parece-me bem mais fácil acreditar no Pai Natal, no trenó e nas renas do que nesta conclusão do estudo.

No mesmo estudo  refere-se que  a diminuição da receita do IRC poderia/deveria ser financiada através de  impostos sobre o consumo ou sobre o trabalho, diminuição da despesa pública (SNS, da Escola Pública, ...) ou através de transferências sociais. Propõem-se portanto fazer uma transferência de custos entre o capital e o trabalho. Curiosamente este "pequeno apontamento" não faz parte, de forma explícita, do discurso da direita.

Este assunto vai continuar na ordem do dia porque é de primordial importância  para o capital. A direita vai mais uma vez tentar fazer-nos cair num logro, nunca mencionando explicitamente o que quer fazer mas o que vai acontecer é que os lucros do capital aumentarão e os trabalhadores, uma vez mais, vão lixar-se. 

O Luís, na campanha eleitoral, apregoava -- e de vez em quando ainda o faz -- que tem uma politica de "primeiro as pessoas". A descida do IRC é um bom exemplo do contrário e quem acredite neles que os compre pois é mais do que claro que o que Luís e a AD, em vez das pessoas, preferem o capital.

sábado, maio 18, 2024

Nuno Melo, o fantástico Ministro da Defesa, deixou as calças no ar...?

 

De tal forma já estou por tudo com esta trupe do Governo que leio uma notícia e já dou de barato que foi mesmo o que ali está que aconteceu. Com Nuno Melo, então, espero tudo. É outro sem noção. 

Portanto, ao ler que, sabe-se lá como, o artista da Defesa tinha deixado as calças no ar pareceu-me plausível.

Aliás, e estou a falar a sério, até me pareceu que o jornalista se tinha dado ao preciosismo de dizer qual o tamanho da copa das calças. E isto porque vi ali um F e, vai daí, até admiti que, tal como os soutiens das mulheres têm uma letra para referir a campânula ou copa em que se encaixam os seios, as calças dos homens agora também teriam uma letra para tabelar a dimensão do espaço para ajeitarem a genitália. Face a isso, até pensei: F...? Uau...! Upa, upa...

Mas, afinal, não foi bem isso. Ou, se calhar, na prática e a prazo até foi. Mas isso se verá... 

Para já o que se passou foi que: "Ministro da Defesa deixa caças F-35 no ar, mas abre caminho com Finanças para equiparação de militares e polícias". Caças. 

Mas se o momento alto da notícia não foi o das calças, a verdade é que o seu teor também tem graça. Aliás, até, sem querer, deixei soltar uma gargalhada. Gostava de ter sido mosca. Nuno Melo levou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a uma reunião do Conselho Superior Militar, para definir os passos legislativos a dar para “dignificar” as carreiras dos militares na mesma medida das polícias. Deve ter sido giro. 

Há alguns ministros que são activos tóxicos deste Governo mas, de entre esses, há uns que são ainda mais tóxicos que outros.
.

 

Para já destaco dois: 

Joaquim Miranda Sarmento, o mestre das bocas bacocas e desasadas, um cromo que parece que não sabe a quantas anda nem faz a mínima das matérias que tutela. Lança confusão e pouco mais e atrai anticorpos a uma velocidade vertiginosa.

Maria do Rosário Ramalho, gémea separada à nascença da Marisa Liz mas em versão não cantante, que não apenas se porta de forma malcriada, rude, grosseira e grotesca, que ofende, insulta, maltrata e, ao que parece, anda por ali a pairar sem ter bem noção de qual seria suposto ser o seu propósito.

Há vários outros que não são grandes espingardas e de quem se sabe à partida que não há muito a esperar. Mas os dois acima referidos ou são rapidamente postos com dono ou é Montenegro que qualquer dia está contaminado (mais ainda do que já está),

domingo, maio 05, 2024

Que falta de atavio militar...!
-- A palavra ao meu marido --

 

O Governo atual revela uma falta de competência e de ética assustadoras. 

Quando comparamos com o Governo anterior, de que tantos diziam mal, este fica a muitas milhas de distância. Em todos os capítulos: da competência, da ética, do "savoir -faire" e da natureza dos objetivos e, sobretudo, da capacidade de os atingir. 

O António Costa e a maioria dos ministros do anterior governo dão, no mínimo, dez a zero ao Luís e aos atuais ministros. O PM não fala porque não sabe o que dizer, a única ideia que deve ter é "vamos a eles" -- ou seja, na sua óptica, é preciso é ser belicoso porque "a malta vai gostar". 

Cumprir as promessas eleitorais não deve ser coisa que passe pela cabeça do Luís. Antes pelo contrário, tenta é encontrar subterfúgios para não fazer o que prometeu. No caso das pessoas, mentiu descaradamente no caso do IRS. Conseguir diminuir o IRC para aumentar os lucros das grandes empresas parece ser a única promessa eleitoral da qual ainda não desistiu. 

O Ministro da Defesa, acompanhado pela MAI, pretende fazer das Forças Armadas um estabelecimento correcional para onde vão os jovens delinquentes. E, no intervalo, fala do Tratado do "Atlético" Norte. Como dizia ontem Pedro Vieira no final de 'O último apaga a luz', é surpreendente como um pequeno clube da zona de Alcântara é responsável por defender a Europa. 

A Ministra da Justiça, quando lhe perguntam sobre o documento para a Reforma da Justiça subscrito por 50 personalidades, responde com "a chuva que entra nos tribunais" e outras costumeiras trivialidades completamente irrelevantes para o caso. No entretanto, a primeira reunião que fez foi sobre a corrupção, para fazer  a vontade ao Chega e como se esse fosse este o principal problema da Justiça em Portugal. 

A Ministra do Trabalho exonera de de forma absolutamente inqualificável -- mas que revela  bem o carácter de quem praticou este saneamento -- a Provedora da Santa Casa e esqueceu-se que deveria ter alguém para a substituir. Agora vem com ameaças de processos se Ana Jorge não continuar a gerir a Santa Casa. Seria cómico senão fosse absolutamente trágico. 

A Ministra da Saúde, antecipando os procedimentos da Ministra do Trabalho, fez os possíveis para que o diretor executivo do SNS se fosse embora e quando ele se demitiu ficou surpreendia por ele não continuar a trabalhar. Afinal, depois de todo o estardalhaço que fez, parece que a responsabilidade pelo plano é da DGS e, por acaso, até já estava feito e publicado. É de gargalhada!

A cereja no topo do bolo é o Sarmento. Veio, com aquele ar de menino bem comportado apanhado em falta, dizer um conjunto de mentiras sobre o estado do orçamento português baralhando tesouraria com orçamento. Não pode ser apenas desconhecimento técnico, enquadra-se no padrão do governo. Para o governo vale tudo para tentarem atingir os fins em cada momento. Neste caso o Fernando Medina deu-lhe cinquenta a zero. Quando se compara o Sarmento com o Medina, qualquer pessoa sensata -- como deve ser um bom pai de família --, deve arrancar os cabelos e pensar que pior é impossível.

Não admira que os tradicionais apoiantes da AD, nomeadamente os comentadores que andaram os últimos anos a denegrir o trabalho do Governo Socialista, a empolar cada pequeno problema, a fazer crer que o país estava no caos, e, ao mesmo tempo, a preparar o caminho ao PSD, agora não consigam esconder a desilusão e a estupefacção perante a incompetência do Governo AD. 

Quanto ao Hugo Soares, talvez até pudesse ser um bom chefe de claque de uma equipa de futebol. Líder parlamentar é que não. Mais que isso, não estou a ver. Qualquer dia, ainda o veremos a atirar tochas na AR.

O descaramento do PSD alastra a todas as áreas. Até o Moedas perdeu a vergonha e vem agora acusar o PS dos maus resultados da Câmara de Lisboa, a Câmara da qual é presidente. Como é isto possível? O despudor é total. 

No meio disto, navega o Marcelo da forma mais irrefletida  e desajustada de que há memória. O José Miguel Júdice afirmou, e bem, que o Marcelo é o pior Presidente da história da Democracia mas uma coisa é certa: este Governo não lhe fica atrás.

sábado, maio 04, 2024

Se estes aparecessem numa entrevista para se candidatarem a um emprego, dava-lhes uma valente corrida em osso

 

Confundem tesouraria com contabilidade. Confundem o andamento mensal da caixa com a execução contabilística orçamental. Se falarmos em distinguirmos geral de analítica, disso, então, nem nunca devem ter ouvido falar.

Que o líder parlamentar não faça ideia do que diz não me admira: sempre foi mais trauliteiro do que inteligente. É que não é por ser de Direito pois há-os que percebem alguma coisa, ou até muito, de números e de contas. Mas este não. Ou é isso, isto é, não faz ideia do que diz, ou é um arruaceiro e atira para o ar tudo o que lhe parece que lança confusão.

Mas já me admira que o próprio ministro da área se troque todo, misture alhos com bugalhos, revele uma ignorância que até dói. Há quem diga que, se ele não sabe, peça ajuda à equipa. Ora a julgar por um ou outro que lá estão e que sabem menos do assunto que o meu neto com sete anos feitos há pouco, também não seria por aí que lá ia. 

Uma cambada de anhucas. Não sabem nada de nada. É que nem sequer sabem disfarçar que não sabem, nem sequer são capazes de ser ou de parecer responsáveis, não sabem minimamente portar-se à altura dos cargos que ocupam.

Lançam confusão, dão cabo da imagem do País nas mais diversas instâncias nacionais e internacionais. Não são fiáveis, não são confiáveis, não são críveis. Não é gente capaz.

Provavelmente a única coisa de que são capazes é de fazerem baderna, dizerem disparates, vitimizarem-se e fazerem figuras tristes.

O que pode esperar-se disto?

Dramático, no entanto, é os jornalistas, igualmente ignorantes e, pelo que se vê, também sem vontade ou capacidade para aprender, apresentarem as asneiras do ministro e a explicação técnica do anterior como se fosse uma guerra de palavras. Santa paciência. Um diz asneiras como se não houvesse amanhã, outro tenta explicar as coisas como se estivesse a explicar a uma criança de 4 anos. E os jornalistas põem tudo em pé de igualdade. E chamam toda a espécie de gente abstrusa para se pronunciar como se houvesse o que comentar.

Imagine-se que um dos muitos broncos do governo aparecia, todo espavorido, a dizer que o resultado de sete vezes nove era trinta e cinco. E aparecia alguém, idóneo, com muita paciência, a dizer que não, não senhor, o valor correcto era sessenta e três. E, a seguir, jornalistas e comentadores, cheirando-lhes a divergência, desatavam a especular sobre quem é que tinha razão, incapazes de perceberem que o primeiro era um cábula ignorante e o outro era uma pessoa conhecedora e competente.

E é a isto que estamos reduzidos.

Como é que se sai disto? Alguém me diz?

sexta-feira, maio 03, 2024

Quais as semelhanças entre o Governo e o MP? Respondo: não têm ética nem competência
-- A palavra ao meu marido --

 

O Ministro das Finanças (industriado pelo PM? ou em roda livre?), com o objetivo de não cumprirem o que a AD prometeu na campanha eleitoral sobre os aumentos das condições de vários sectores da administração pública e, provavelmente também, por ainda não ter percebido quais são as diferenças entre tesouraria e orçamento veio, com as habituais rudeza, arrogância e má fé que têm sido apanágio da AD, dizer cobras e lagartos do anterior equipa da finanças omitindo os factos e utilizando mais um dos subterfúgios que têm sido típicos nas chico-espertices desta malta que está no poder. 

O Fernando Medina respondeu-lhe de forma clara e concisa. De facto, só podemos estar perante uma mentira, má fé ou uma manifesta impreparação técnica da equipa das finanças da AD. 

Dia sim, dia sim o Governo e quem o suporta dão mostras de uma impreparação e de uma má fé a que os portugueses deveriam ser poupados. 

Ainda estávamos perplexos com a forma absolutamente deselegante como foi feito o saneamento político da Provedora da Santa Casa e vem o Sarmento arranjar mais lenha para se queimarem. 

Vamos ver como corre a ida da Provedora da Sta Casa ao Parlamento mas será que o descarrilamento da Misericórdia de Lisboa não começou no tempo do Santana Lopes? Veremos.

Mas qual a semelhança entre o Governo e o MP? Na minha opinião têm o mesmo padrão de comportamento. Falta de ética. Não olham  a meios para atingirem os fins e, em tudo, são incompetentes. 

Pasmo ao ver que, ao fim de todos estes anos, o Moita Flores foi ilibado e o próprio MP confirme que não tem provas de que tenha havido um saco azul no caso Luís Filipe Vieira. Mas como, neste último caso, o MP tem a "convicção" que existia um saco azul, pugna para que o caso seja julgado. 

Fiquei perplexo. Então, afinal, para julgarmos e eventualmente condenarmos pessoas, não são precisas provas? Bastam as convicções de um Procurador do MP? 

Pensava que já tínhamos batido no fundo, mas receio, para mal da Justiça em Portugal, que tal ainda não tenha acontecido. 

O que mais iremos saber? Veremos se, no final do caso Sócrates, não confirmaremos que  as motivações do MP são outras que não as de se fazer Justiça.

De facto, a AD não está preparada nem sabe ser Governo. De facto, o único bom serviço que  a PGR faria ao País seria demitir-se. Estão bem uns para os outros.

quinta-feira, abril 18, 2024

Contra os anhucas do MP, do Governo da AD e todos quantos fazem porcaria atrás de porcaria, que avancem os conselhos para melhor namorar e para mais prazer ter:

Amor, poliamor, sexo e tudo o que vem por acréscimo

 

Em vez do Ministro das Finanças a explicar a barracada do IRS, apareceu o chegado do Corporate, External & Legal Affairs da Microsoft Pedro Duarte, que, do que percebo, jamais na vida teve que lidar com impostos para além dos que pagou, presumo. Portanto, continuamos a assistir aos brincalhões da AD a ver se nos fazem passar a todos por totós.

Para ver se não caem no total ridículo de aparecerem com uns trocos de 176 milhões que nada são quando comparados com os 1.340 milhões do PS, a habilidade chico-esperta agora é dizer que afinal o alívio do PS é mais pequeno e, vai daí, transferem a fatia que que 'sacam' ao alívio do PS para o do PSD. Não apenas soa a estúpido como parece infantil. Daria vontade de rir se não fosse quase deprimente.

Mas, com o Sarmento e o Montenegro a rabearem ao largo, pelos vistos sem secretários de estado ou gente capaz de dar a cara pelas artolices que andam a fazer, continuamos sem saber em que consiste, afinal, o enorme choque fiscal que vão fazer como resposta ao alívio poucochinho, pipi e betinho do PS (nas palavras do joker LM).

Por isso, nada mais consigo dizer.

Também surreal -- e isto para não dizer enxovalhante para o MP -- é a decisão dos desembargadores da Relação ao esvaziar o flop Influencer. Desembargadores concluíram que não há provas de pressão do ex-primeiro-ministro para acelerar o projeto do Data Center de Sines. E que o alegado “plano criminoso” defendido pelo Ministério Público não passa de “um conjunto de meras proclamações assentes em deduções e especulações"

E, face a isto, a madama Gago, do alto da sua impância deve continuar a dizer que não tem nada a dizer, que não faz ideia de nada e, na prática, que cagua de alto para tudo isto. 

Pelos vistos, conseguiram o que queriam: fizeram a vontade ao Marcelo quebrando o Galamba qual ramo morto), infectaram a opinião pública, deram cabo da vida a António Costa e, de caminho, com a bênção de Sua Excelência, conseguiram que o Primeiro-Ministro se demitisse e, como se não houvesse outra solução, ficámos sem Governo e com a maioria absoluta socialista apeada. 

E agora, como aliás se sabe desde o início, confirma-se que não há indícios de coisa alguma e que os 'suspeitos' agiram no exercício das suas funções, a fazer o melhor que sabiam e podiam.

E o Marcelo, face a tamanha barracada...?

Feito ladino, portando-se como um vulgar videirinho, assobia para o lado e dá a entender que ainda bem, que se calhar assim o Costa até vai para o Conselho Europeu.

Cansa-me, isto, cansa-me.

Portanto, com vossa licença, falemos do que nos pode fazer felizes:

How to date, mate, and find fulfillment | Helen Fisher & more

Is polyamory a sustainable model for societies? Do partners really need to maintain the "spark" to have a healthy sex life? And should sex, romantic love, and attachment be viewed as phases of a relationship or as systems in the brain?

As modern science continues to illuminate the timeless experiences of sex and love, we're learning more about the nature of healthy relationships and the often counterintuitive ways individuals can maximize both sexual pleasure and fulfillment in relationships.

In this Big Think video, we explore all of the above through insights from anthropologist Helen Fisher, journalist Louise Perry, sex educator Emily Nagoski, primatologist Frans de Waal, and author Richard Reeves who examine sex and relationships across three key domains: your brain, your bedroom, and your society.


E que venham dias felizes

domingo, abril 14, 2024

Para sempre estampada na pedra, a fraude da AD ao anunciar como sua uma descida de impostos já em curso e posta em prática pelo PS

 


Já aqui falámos, eu e o meu marido, sobre a pantomina fiscal de Montenegro -- A inventona governamental da descida do IRS, na expressão de Vital Moreira -- que fez do choque fiscal a sua bandeira levando muitos eleitores ao engano, muito provavelmente, conseguindo ganhar as eleições (apesar de ser por uma unha negra) à custa desse embuste.

Veio agora, mais uma vez feito chico-esperto, dizer que todos os portugueses, incluindo os jornalistas, perceberam mal, inventaram e ficcionaram. Fez mal outra vez. 

Ao dizer que os jornalistas ficcionaram, desacreditando-os profissionalmente, abre um fosso de descredibilização para onde atira todos não percebendo que, ao agir assim, é ele que, com isto, se enterra.

Mas mais grave do que o caso em si é a atitude, o carácter de quem age assim, usando conversa enganadora, não se importando de navegar em águas dúbias em que todos os logros são possíveis.

Diz que no documento está escrito que a verba anunciada comparava com o ano anterior. Não digo que não. Não li o documento. Mas a comunicação, em especial quando a matéria é sensível como é o caso de matéria fiscal, deve ser clara e inequívoca. Ora, a ser como Montenegro diz, então a comunicação foi traiçoeira, enganadora, fosca e pantanosa. 

Na realidade, pela cabeça de quem é que passa anunciar como sua grande medida eleitoral uma coisa que, na sua essência e na sua quase totalidade, já está em vigor (ainda por cima, sendo resultante de um orçamento que vetou e posta em prática pelo seu principal opositor)? Penso que só pela cabeça de uma criatura sem vergonha nenhuma, uma pessoa com carácter muito duvidoso. 

Quem age assim é capaz de fazer mais o quê? Quem desrespeita assim a inteligência e a confiança da população e a honorabilidade de uma classe profissional (a dos jornalistas) merece o quê? 

Respondo: merece desprezo.

_____________________________

Escrevo enquanto, em directo, se tenta perceber o alcance da ofensiva do Irão a Israel. Vamos ver no que isto vai dar mas pode não ser boa coisa (to say the least). Mesmo neste capítulo, grave, temo pela capacidade do nosso Governo estar à altura de crises sérias. Pela cabeça de quem passou a ideia de pôr o Rangel em MNE? Pelo amor da santa.

sábado, abril 13, 2024

O mentiroso
- A palavra ao meu marido -

 

Sempre achei e sempre disse que quando olho para o Montenegro tenho a certeza que ele me vai enganar. Aquele riso  cínico de quem está sempre a gozar com a malta não engana. De facto, não me enganei. 

Depois da bandeira da campanha eleitoral e do programa do governo ser o choque fiscal, o Montenegro mandou à RTP um ministro, que tem ar de aluno bem comportado de um colégio da Opus Dei, dizer que afinal o aclamado pelo PSD, pelo CDS, pela comunicação social, pelas "antiguidades" da direita,...,  choque fiscal era o choque fiscal do governo do António Costa. 

Para todos os que o ouviram foi, isso sim, um choque frontal com a verdade. 

O Montenegro e todos os que fizeram campanha pela AD mentiram descaradamente para ganhar o voto dos portugueses e, mesmo com esta, e, pelo andar da carruagem, com outras mentiras, ganharam por  muito poucochinho. 

Que credibilidade tem o Montenegro e os ministros que o acompanharam numa campanha suportada numa mentira descarada para governarem o País? 

Quem acreditará naquilo que dizem e prometem? 

Que credibilidade terá junto dos parceiros Europeus um PM sobre o qual o diretor do principal jornal português escreve que deixou de acreditar? 

A direita dizer uma coisa na campanha eleitoral e fazer outra não é inédito. O Passos Coelho fez a mesma coisa, por exemplo, com os impostos. Já antes Durão Barroso também o tinha feito. 

Mentir despudorada e repetidamente em campanha eleitoral pensava eu que era apanágio do Chega. Afinal a AD fez exatamente a mesma coisa. Indesculpável e chocante.

Os diretores da CNN e do Expresso e outros jornalistas vêm rasgar as vestes quais virgens ofendidas. Preocuparam-se em fazer o trabalho de casa quando se dizia que alguma coisa não batia certo no programa económico da AD? Não, apenas se preocupavam em promover a AD e dizer mal do PS. 

Azarinho, saiu-lhes o tiro pela culatra. 

E o CDS, nomeadamente, o Paulo Portas que tenta sempre passar uma imagem de grande ética, o que pensa desta trapaça? 

E Marques Mendes? Como é que vai tentar defender esta impostura? 

E o Aníbal, com a sua postura inqualificável, como vai justificar ficar ligado a este logro? 

E os ministros da propaganda do PSD, omnipresentes nos vários canais televisivos, vão ser tão ou mais mentirosos que o Montenegro? 

Finalmente o Marcelo, que foi quem causou esta embrulhada,  vai voltar, agora com razão, ao discurso do "ramo podre"?

Será que alguém que repetidamente mentiu descaradamente aos portugueses pode ser PM?

&

Acabo agora de ouvir o Comunicado que o Governo publicou, na prática chamando estúpidos todos os Portugueses, de A a Z, e, em vez de revelar alguma humildade, mantém o tom acintoso, arrogante e provocatório que o tem caracterizado. 

Lamentável. Preocupante. Indesculpável. 

_________________________________________________


Texto escrito na sequência da onda de perplexidade que atravessa o país depois de o Ministro das Finanças ter sido desmascarado na RTP ao ter, de fininho, assumido que a redução de IRS deverá rondar apenas os 200 milhões de euros. Os 1,5 mil milhões de euros anunciados por Luis Montenegro abrangem a redução de IRS em vigor, aprovada pela anterior maioria socialista. Em termos concretos não é nada, trocos pelos quais ninguém dará.

Chico-espertos? Aldrabões? Reincidentes patológicos? Simplesmente parvos...?

 

É só o que pergunto, e, na minha perplexidade, repito: 

São chico-espertos? Aldrabões? Reincidentes patológicos? Simplesmente parvos...?

Ou quê...?



Redução de IRS deverá rondar apenas os 200 milhões de euros. Os 1,5 mil milhões de euros anunciados por Luis Montenegro já abrangem a redução de IRS em vigor, aprovada pela anterior maioria socialista... [No Expresso]







[Vídeo no link]


[Vídeo no link]


Mas que estupidez vem a ser esta?

Julgam que estão a lidar com mentecaptos ou quê?

Montenegro julga que vale tudo?

Que pouca vergonha vem a ser esta?????

E Marcelo? O que tem a dizer disto? Acha bem ter deitado abaixo um governo de maioria absoluta para lá ter agora um governo que, ao que parece, actua na base da charlatanice?

Montenegro está a entrar com pé esquerdo, está a começar mal. Em menos de uma semana perdeu totalmente a credibilidade. 


Reacção do Expresso da sequência de notícia anterior, não desmentida


Inédita a reacção do Expresso, ("Nota do diretor: É mais do que um embuste. É mentir aos portugueses") com João Vieira Pereira revelando, por uma vez, que os tem no sítio  -- o que revela bem a gravidade do que está a passar-se.


Mas não é apenas a Comunicação Social a manifestar espanto e desagrado:


[Ouço jornalistas e comentadores nos diversos canais e a reacção é unânime: isto é de enorme gravidade, deveras embaraçoso, é um embuste, é uma fraude, uma pantomina, um logro, uma trampolinice, uma desonestidade para com os portugueses, a montanha a parir um rato, amadorismo, ridículo, apropriação de uma medida anterior, manipulação grosseira, é gato por lebre, e não vale a pena dizer que o país todo percebeu mal. Por exemplo, enquanto escrevo, ouço agora o Pedro Sousa Carvalho na RTP 3 a dizer que parece que a AD fez campanha eleitoral com base numa mentira, prometendo um choque fiscal que, agora, pelo que se vê, não passa da redução fiscal que o governo PS já tinha posto em prática]


Não me lembro de uma habilidade (ou melhor, desonestidade) desta monta levada a cabo por um Governo. 

Montenegro não vai longe assim. Não vai, não. 

[E não vou aqui falar no tom trauliteiro, arruaceiro e descabido usado pelo Rangel ou pelo Hugo Soares. Não vou falar apenas porque não quero desviar-me do tema principal deste post.)