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sexta-feira, abril 28, 2023

Sobre o vídeo com Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e outros: nada.
Prefiro os trabalhos de Gerhard Haderer

 

Mais uma vez tivemos um caso a preencher o dia. Todos os dias as televisões têm que ter casos para terem pretexto para nos enxamear os ecrãs com comentadores e toda uma chusma de opinadores que tanto opinam sobre finanças como sobre companhias de aviação como assuntos jurídicos ou sobre o preço das batatas. 

E, quando não há casos, a comunicação social cria-os. A seguir, cinicamente, vêm sugerir a dissolução da Assembleia por causa da sucessão de casos e casinhos. Claro que, a bem verdade, há que dizer que, a seguir, vem Marcelo também alimentar o tema 'dissolução'. Um círculo vicioso.

A divulgação do vídeo feito na Assembleia da República quando Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e outras pessoas conversavam, entre eles, informalmente, é de uma imperdoável canalhice. 

Recuso-me a comentar uma conversa breve e inócua entre pessoas que se conhecem há muito tempo e acho uma coisa de vizinhas, de gente desocupada, tudo o que se diga em torno do que eles conversavam entre eles.

E concordo que se apurem as responsabilidades para se descobrir quem fez a pulhice de divulgar uma conversa cuja gravação e divulgada não foi autorizada.

Quanto às reacções do Chega e do IL são o que são, são aquilo a que nos vêm habituando, populismos exacerbados, palhaçadas, cegadas que poluem o espaço público, que visam minar a credibilidade da democracia. 

O que penso sobre isso já aqui o tenho vindo a dizer: não digo que se lhes corte o pio senão vão vitimizar-se. Digo apenas que, em minha opinião, pela vacuidade e pelo desrespeito que mostram pelas instituições democráticas, o pio deles merece desprezo e não palco.

A bem de uma respiração saudável no espaço público, os círculos viciosos têm que ser travados.

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O que me parece digno de realce são os trabalhos do caricaturista e cartoonista austríaco Gerhard Haderer. O mundo actual passa todo por aqui e melhor faríamos todos se parássemos para pensar um bocadinho no que andamos para aqui a fazer.











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Desejo-vos uma bela sexta-feira

Saúde. Cabeça fria. Olhos abertos. Paz.

segunda-feira, setembro 30, 2019

Read my lips: a Catarina Martins é uma populista. Muito cuidado com ela.


Tenho a televisão ligada na RTP 1 e estão a passar imagens da campanha. 

A Cristas, com o seu séquito a reboque, anda pelas feiras e mercados e não sei se hoje algum militante do CDS terá dito o que disse no outro dia, que quer toda a ciganada a votar no PS. Aquela mulher não pode ser levada a sério. É alarmista, é desbocada, é despropositada, o pé está sempre a pedir-lhe chinelo. Desagradável.

Não vi nada no PSD. Não sei se o Rio estará a ver para que lado há-de aparecer virado na próxima aparição ou em que costas há-de espetar mais um punhado de facas ou se fui eu que estive distraída e não os vi em campanha. 

Vi o Jerónimo, digno como sempre, inteligente, com um discurso conciliador, civilizado. Posso não me identificar com a ideologia que têm no ADN mas reconheço no PCP um registo de parceria fiável. Já o disse e volto a dizer. Jerónimo de Sousa é um senhor. E só não escrevo senhor com maiúscula porque, apesar de simpatizar com ele, acho que também não é caso para o equiparar a Deus Nosso Senhor.

Vi o PS e estavam em Matosinhos, num espaço enorme, cheio de gente. Prestei relativa atenção ao Augusto Santos Silva e uma vez mais pensei que, apesar de ser uma pessoa inteligente, culta e de ser dono de um espírito suculentamente irónico, não faz bem o meu género. Ele gosta de uma boa polémica e de a agarrar com truculência. Seria uma boa pessoa para duelos aparatosos, supimpamente relatados por quem bem manejasse a pena. Só que os adversários de hoje não são gente de ir à luta de peito feito, são gente de falinha mansa, mamar doce. Por isso, não sei se o estilo Augusto Santos Silva terá a eficácia necessária.

E isso leva-me ao Bloco de Esquerda. Farejo perigo quando pressinto um populista. E esta Catarina tornou-se um concentrado de populismo. O que ela diz, naquela sua voz suave e bem cadenciada, é música para os ouvidos de quem a ouve. Se está numa terra em que fecharam serviços, ela diz que os quer abrir. Se for a um sítio em que a população tem rendimentos baixos, ela fala do apoio que o governo deu aos bancos. É como se uma foice tivesse cegado toda a compreensão económica e todo o sentido de responsabilidade que alguma vez pudesse ter tido e a única coisa que agora valesse fosse a palavra que cai bem. Se me vierem dizer que a reforma vai passar a ser aos cinquenta e que quem trabalhar mais do que isso receberá uma bonificação por cada ano a mais e se eu não fosse pessoa razoavelmente informada, se calhar também ficava cativada e me bandeasse para o lado dela. E o receio é este: que os menos informados caiam na esparrela das palavras ilusórias.

Além disso, tem mostrado ser desleal, uma pessoa que mostra querer o poder a todo o custo. Não era assim, ela. Dá ideia que lhe subiu o poder à cabeça. Ela e o Bloco a reboque dela. Tentam agarrar qualquer pessoa, até apelam ao voto nos descontentes do CDS (como, no outro dia, em Viana do Castelo). Ouço-os e fico arrepiada. Tomara que as pessoas percebam a tempo e lhes mostrem que em política não vale tudo. Este não é o Bloco do João Semedo. Nem o do Miguel Portas. Esta é uma degeneração, uma deriva populista. Já não são de esquerda nem de direita, são, simplesmente, populistas.

Aliás, estou em crer que um dos males do mundo e uma das maiores ameaças ao desenvolvimento sustentável e harmonioso dos países é a chaga do populismo.

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Entretanto, começou a entrevista ao Costa, na sede do PS, e a sua segurança e maturidade, a sua visão equilibrada e humanista e o seu vasto conhecimento da realidade nas suas diversas vertentes, confirmam porque é que vou votar no PS. Além do mais, pelos frutos os conhecemos.

terça-feira, abril 17, 2018

Marcelo, um pinto calçudo no meio da realeza espanhola
Uma reportagem fotográfica da UJM, enviada especial ao serviço da ¡HOLA!


Bem. Estava eu a ir de carro quando ouço alguém a falar espanhol com um sotaque macarrónico. Apurei o ouvido. O converseio e a voz eram-me familiares. Pensei: 'Mas querem lá ver que agora já por aí anda a discursar em espanhol?' Exacto. Era mesmo. O nosso incontornável Marcelo estava a dar uma aula numa universidade em Madrid. Louvava a geringonça com todo o salero de que era capaz e com um à vontade de quem estava em casa. Pimbas. Espanha já no bolso.

E que à noite ia jantar com os reis, dizia o repórter. 

À vinda, ouço as notícias das oito. O Marcelo já estava no banquete.

Curiosa para ver a cena, fui ao site da ¡HOLA! e, olé!, já lá estavam. Marcelo como se, de novo, também em casa a distribuir charme. Dona Letizia, como sempre, apenas esboçando um ar de simpatia não vá o sorriso causar-lhe alguma indesejada ruga, e firme e hirta, o garfo ainda entalado no gasganete. Dom Filipe igual a si próprio, esfíngico, simpático e nulo.

Mas o que me chamou a atenção foi que alguém emprestou a farpela ao nosso Marcelo e ninguém se deu ao trabalho de ajustar as peças ao recheio. Calças largueironas e a cairem-lhes aos folhos pelos artelhos abaixo. Lá está. Em linha com o que dizia há pouco, se isto fosse festa de pobrezinhos, não faltaria quem lhe alinhavasse uma bainha, quem o fizesse andar para ver como ficava, etc, ninguém querendo que o pobre coitado fosse fazer má figura. Assim, toda a gente caguou para o pormenor (calma: não disse nenhuma grosseria, fui fina no trato, disse caguou): vai com as calças de rojo e vai fantástico.


A fralda também demasiado de fora mas, enfim, por um ou dois dedos a mais também não vou fazer caso. Agora as calças, senhores, no mínimo um número acima na barriga e um palmo a mais no tamanho.

Consta que a tiara da Rainha também é especial, um tal Diadema de Cartier. Coisa quase a roubar a atenção do arejamento que o vestido apresenta nas cavas.

Ana Pastor, então, foi mais longe e arejou os bracitos todos. Pelo ar da guapa señorita, o malandreco do Marcelo devia estar a dizer-lhe um piropo, deixando os senhores da direita da foto a fofocarem, meio incrédulos.


Pelo contrário, a senhora que ia com Mariano Rajoy (e que não creio ser a mulher mas, talvez, a sogra) vai bem agasalhada. Não se esmerou foi muito no penteado que aquilo mais parece o carrapito de uma minhota que se penteou à pressa, com um gancho de cada lado.


Quem avançou formosa e segura foi a Tejerina, mais concretamente Isabel García Tejerina, ministra da agricultura e das pescas. É ver o olharzinho encantado do nosso ministro Augusto Santos Silva, olhando a forma sinuosa do corpinho deslizando pela passadeira, todo ele com um sorrisinho de quem está a ensaiar uma boquinha filosófica para se armar ao pingarelho na primeira oportunidade.

E quem me parece ver ali com um traje meio estranho, saia justa em beige e camisa de renda preta com o cinto caído saia abaixo é a Teresa Leal ao Coelho, talvez na qualidade de Embaixatriz já que me parece ver a cara redonda do Embaixador a assomar por detrás da paisagem.


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E, dado o adiantado da hora, me quedo por aquí. As fotos são, como referi, da ¡HOLA!

Amanhã, com vossa licença, falo sobre a reportagem relativa ao Caso Sócrates. Não falei hoje porque quero deixar assentar. Prefiro servir a coisa depois de a ter assimilado, destilado, processado, whatever.  

E queiram continuar a descer que, já a seguir, tenho um grande texto sobre a Síria que vivamente recomendo. Não foi escrito por mim mas tenho pena: enviou-mo Leitor amigo que sabe da coisa.

Logo a seguir, tenho umas certas e determinadas Divinas, coisa com alguma transcendência.

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quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Alô, alô António Costa, Mário Centeno, Augusto Santos Silva! A hora é de negociar e de ser firme! Não de baixar as calcinhas, ouviram? É deixar as maria-amélias, as vizinhas e as concubinas mais a seita de comentadores avençados carpir, ameaçar, censurar e fazer a intrigalhada deles. Essa é a praia pafiana, não a dos portugueses patriotas.


Ora bem. Depois daquele título quilométrico pouco mais deve haver para dizer. Mas, enfim, palavrosa como sou, cá vão mais uns quantos recadinhos:


1. A hora é de negociar, dizia eu lá em cima. Em primeiro lugar negociar ao mais alto nível: com os presidentes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, do BCE. E com a Itália, com a Grécia, com a França, com os socialistas espanhóis e com quem provavelmente eles farão governo, com a esquerda democrática europeia, e, que remédio, também com a Popota, vulgo Merkel.


As opções agora são de cariz político e é a esse nível que, em primeiro lugar, a discussão deve ocorrer.

É hora de abordar também a galinha tonta da Lagarde -- mas ir munido dos mil relatórios dos directores do FMI em que eles provam que os programas que impuseram estavam errados e falharam. É que a galinha bronzeada esquece-se muito, mais vale levar-lhe um best of do que foi dito pelos seus próprios colaboradores

Depois dessa cama estar feita, ajeitar então uma ou outra medida com os técnicos de Bruxelas para que eles achem que têm algum poder e não chateiem muito. Os burocratas, formatados segundo uma certa cartilha, são gente tinhosa. Não se deve mostrar que se tem medo deles, convém mantê-los no lugar senão julgam que mandam. Mas também não se deve subestimar essa gente: ladram que se farta, mordem as canelas, chateiam à brava. Convém ir-lhes dando alguns ossos e é bom que ninguém se esqueça disso. Nada de mais, só isso: mantê-los entretidos e satisfeitinhos.

Em síntese e para acabar este ponto: é importante que Portugal não baixe a guarda, não baixe a cabeça, não baixe as calças.
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Mas, se não se importam, vamos com música que vamos melhor.


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2. A lástima que são as manifestações dos capachos dos fundos especuladores e dos investidores selvagens (e não digo nomes porque são muitos e deixaria certamente alguns de fora) apenas nos devem dar dó. 

A indigência dos comentários das gentes que padecem do síndroma de Estocolmo e que choram por mais austeridade, mais sopa dos pobres. mais desemprego e mais emigração também nos deve dar dó.

A cacafonia dos comentadores e dos jornalistas-papagaios que invocam medos ancestrais e enchem a boca com défices estruturais e outros indicadores que ignoram
(a sério: não há ninguém que se vire para um dos que tem a boca a deitar por fora de défice estrutural e lhe pergunte o que é isso, que explique como se calcule, quanto foi nos últimos quatro anos? Havia de ser um fartote, uma daquelas cenas que se tornaria viral num abrir e fechar de olhos) 
apenas nos deve fazer rir.


3. Outra coisa, agora a ver com comunicação.

PR= Public relations
O que é feito dos spin doctors deste governo ou da coligação que o apoia?

Estão as televisões, jornais e blogs da treta cheios de campanhas negras, tudo a dizer que vem aí o lobo, que os burrocratas nos vão dar tautau, e os anjinhos do governo não são capazes de lançar uma onda de informação a sério, didáctica, desdramatizada? E outra, paralela, a desmascarar os anti-patriotas, as maria-amélias, os caguinchas, as vizinhas, as rameiras, os vendilhões e os vendidos? A desmascarar e a gozar com essa gente.

Não há spin doctors de esquerda?!


4. E mais. Era bom, ó senhores socialistas, que alguém fizesse uns videozinhos simples a explicar como se faz um orçamento, daqueles videozinhos que correm pelo facebook e que estão disponíveis no youtube. Uma coisa explicada como se fosse para crianças de 4 anos ou para mariazinhas que gostam de encher linhas inteiras com uma única letra e que no fim batem palminhas de satisfação e lol, lol, lol.

Uma coisa assim. Se eu ganho 100 e tenho encargos de 40 e mais 50 e mais 20, tenho um défice.

Se eu não quiser ter défice, posso cortar nos gastos mas, ó gente, também posso ganhar mais.

Por exemplo. Se eu na minha casa recebo 100 e quero gastar 50 com os meus filhos, 30 com a casa, 10 com transportes e outras despesas, 10 para mim e outros 10 para amortizar uma dívida, posso:
  • Cortar nas despesas, ou seja, impor austeridade, ou
  • Trabalhar mais e ganhar mais do que 100, ou seja, actuar ao nível da receita.
E outros videos a explicar este tipo de coisas (ex: dívida, impostos, etc) para mostrar que a aritmética é simples mas que gerir um orçamento não é uma coisa determinística, em que as parcelas são fixas, quiçá obra divina: não, há sempre opções. E que optar é próprio de gente livre.


5. Tinha mais coisas para dizer mas, para não cansar a vossa beleza, fico-me por aqui. Mas, antes de acabar, digo ainda só mais esta: o orçamento vai passar e vai mostrar que é possível fazer diferente. Um toque para aqui e outro para ali mas os compromissos serão respeitados e António Costa saberá mostrar que o povo que elege quem governa é soberano (ou, pelo menos, merece ser tratado, com respeito, como tal). E, viva Portugal!

(Olha, até quase versejei)

Soou piroso eu dizer Viva Portugal?
(Paciência. Acho mesmo que falta de auto-estima é um dos problemas deste país.)

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quarta-feira muito feliz.

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quarta-feira, julho 15, 2015

Não vi a entrevista de Passos Coelho pelo que não sei se disse alguma coisa de jeito nem se a Clara de Sousa, para além de elegante, esteve bem na função. O que tenho a dizer é que não percebo porque é que a SIC continua a convidar o Joaquim Aguiar para comentar o que quer que seja. Senhores! O homem não acerta uma, não atina, tudo o que diz é ao lado. E o que também não tem explicação é que tenham cancelado o programa de hoje, na TVI 24, com o Augusto Santos Silva. Censura?


Ando a chegar a casa a horas impróprias para consumo. Ao contrário do que um Leitor escreveu num comentário ao post a seguir a este, acho que não é que eu seja estranha ou doente. Bem, quer dizer, estranha sou capaz de ser um bocadinho. Vocês que por aqui me acompanham sabem que sim, acredito que, volta e meia, deitem às mãos à cabeça exclamando entredentes, 'caraças, que mulher estranhíssima...' Mas doente eu acho que não estou. Pelo menos, espero que não... Agora tenho-me é visto ultimamente metida em situações de que não consigo escapar-me a tempo e horas. Mas, enfim, há sempre um lado bom nas coisas: hoje, por exemplo, fui poupada ao desgosto de ver o primeiro-ministro deste país. Bem... não estou a falar completamente verdade. É que, se estivesse em casa, acho que não veria na mesma. Para já porque masoquismo não é prática que me assista (como dizia aquele do skate viral) e, por outro lado, mesmo que me desse para me auto-punir, aposto que o meu roommate diria um par de palavrões e o mandaria bugiar em três tempos. 

Portanto, enquanto estávamos a jantar, ligámos a televisão e vimos o Ricardo Costa de um lado, à beira de, com as suas certezas sabichonas, enervar um bocadinho o José Miguel Júdice, o qual esteve bem, sempre muito bem, um senhor, lúcido, sereno, inteligentíssimo e, em frente, aquela criatura que, pelas interpretações que tece, mais me parece alguém que tenta parecer normal mas que nitidamente tem uma grande pancada naquela cabeça, o Joaquim Aguiar. 


As coisas que aquela criatura diz... Hoje saíu-se com mais umas quantas pérolas: que o Passos Coelho não tem ninguém por baixo, por trás, pelos lados, não tem raízes, nada. Olha quem... E continuou a dizer coisas fora da mãe, sem uma que se aproveitasse. Já no outro dia o vi a desfiar umas cenas que tiraram completamente do sério o José Miguel Júdice o Eduardo Paz Ferreira.

E o que espanta é como as televisões continuam a convidar como comentador uma pessoa que não acerta uma, que só lança confusão, que a única coisa que faz é baralhar e dar de novo -- mas tudo cada vez com menos nexo.

Entretanto, o meu marido disse que às 10 estava o Augusto Santos Silva na TVI24. Mudámos para lá. Qual quê? Lá estava o Paulo Magalhães com o João Cravinho e o Ângelo Correia. Gente até interessante, conversa até boa. Mas o Augusto Santos Silva, viste-o. Leio agora que, uma vez mais, a TVI voltou a portar-se mal. Ele já reagiu, censura, censura!, diz ele,  e os jornais online já se estão a fazer eco de mais esta desfaçatez da TVI (muito mal nisto, a direcção de informação da tvi (as letras minúsculas são de propósito). 


Enfim, é a televisão a que, pelos vistos, temos direito.

Quanto ao que o inteligente Passos Coelho disse na entrevista, não faço ideia. Mas também não quero saber já que dali nunca vi uma em que se pudesse acreditar ou que valesse a pena registar.

Temos pena, Caro Leitor do tal comentário, mas é verdade: o meu santo não cruza com o santo do láparo. Mas não é só embirração, não pense.
Tenho sempre para mim que, nisto, devem seguir-se os ensinamentos apostólicos: pelos frutos os conhecemos. E, caraças, os frutos do láparo são desemprego, mais dívida, exportação de gente nova e qualificada, atentados sistemáticos contra a classe média, desrespeito para com os reformados e mais desprotegidos, etc, etc. Pode alguém gostar disto, oh meu Caro Leitor...? Olhe, eu não gosto. Temos pena.

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quarta-feira, julho 08, 2015

Augusto Santos Silva na despedida ao comentário semanal na TVI: a coragem das palavras abertas contra a cobardia dos actos escusos. A sua explicação (dita com os nervos à flor da pele) na TVI 24, perante um Paulo Magalhães também nervoso. E, na despedida de Maria Barroso. Xácara das Bruxas Dançando


No post abaixo falo de Francisco Seixas da Costa, Ricardo Paes Mamede e Mariana Mortágua: três pessoas inteligentes, convincentes e com as ideias arrumadas. E, como contraponto, refiro o Arnaut, um exemplo acabado do que é um PaF em estado puro, um trauliteiro chapado que só engana quem gostar de ser enganado (que há gente assim, então não?: são os chamados cornos mansos). Vi-os na TVI e, pudesse eu ser conselheira da 'esquerda portuguesa' (e as aspas são intencionais já que, para mal dos pecados dos portugueses, não há essa tal coisa da 'esquerda portuguesa'), a ver se a 'esquerda portuguesa' não dava um memorável baile à coligação dos direitolas canhestros que por aí andam, convencidos que estão para ficar.

Mas, enfim, sobre eles falo no post seguinte. Aqui, agora, continuo pela TVI 24 e com Paulo Magalhães, desta vez na presença de Augusto Santos Silva: os porquês da política. E os porquês dos critérios televisivos.



Os porquês da esperança ou a ironia das circunstâncias da vida. 
Paulo Magalhães e Augusto Santos Silva juntos em livro agora que as televisão os apartou




Foi um Augusto Santos Silva nervoso que nos apareceu nos ecrãs. A voz trémula, denunciava a emoção e uma certa raiva contida. Com aquele seu mocking smile, disse ao que vinha. Tendo visto o seu contrato com a TVI unilateralmente denunciado, fez questão de explicar as suas razões. Fez bem. Foram palavras de coragem como são sempre as suas. E contrastam com o silêncio (cobarde?) da TVI.

E eu, ouvindo-o, percebo a sua perplexidade e desconforto. Devo também dizer que simpatizo com Sérgio Figueiredo e que aqui dele já referi as suas crónicas. Muito, mas mesmo muito, me espantou a sua decisão. Não parece dele. Ficar-lhe-á como uma nódoa incómoda, um acto do qual talvez se venha a envergonhar -- a menos que existam razões ponderosas; mas, nesse caso, seria de homem que as expusesse.

Augusto Santos Silva era a única voz socialista com um espaço de comentário fixo na televisão. Mas não era fixo, era aliás do mais móvel que existia. Aqui em casa não atinávamos com o horário que lhe destinavam. Ultimamente era um horário errático que desrespeitava a paciência dos telespectadores. Fez ele muito bem em protestar.


Disse acima que ele era a única voz socialista porque não consigo incluir António Vitorino nesse grupo. Não suporto aquele António Vitorino: é um habilidoso dos jogos florais, tem uma conversa adiposa, um paleio redondo que gira em torno de lugares comuns e graçolas inconsequentes. Sabendo-o criatura que saltita de administração em administração, de negócio em negócio, vejo-o como uma outra face do arnaut: um é alto e outro é mignon, um é bem parecido e outra é charila, um tem cabelo e outro parece que não -- mas, tirando isso, movem-se nos mesmos espaços. Para mim, se é para aparecer como exemplar socialista, mais valia que não aparecesse.
Adiante. De resto, depois da chazada inicial, Augusto Santos Silva esteve bem - como sempre. Atirou flechas e acertou sempre, mostrou a sua inteligência, a sua ironia, a sua cultura. 

Uma pena que a TVI o tenha tratado assim.

Mas estou certa que a esta hora já algum outro canal estará a contactá-lo e não tarda tê-lo-emos de volta, na maior e em grande estilo.

No final do programa, Augusto Santos Silva proferiu umas palavras de despedida em relação a Maria Barroso. Foi contido mas viu-se que sentia com emoção o que dizia.


Eu não consigo dizer muito nestas alturas, aliás, nem muito nem pouco, não sou dada a despedidas, muito menos em relação a pessoas de quem gosto.


Se Maria Barroso partiu em paz, sem sofrimento, 

já Mário Soares está a sentir tudo e, por isso, 

é também nele que penso com preocupação e muita pena.


Mário Soares é uma força da natureza mas era junto de Maria Barroso, 
essa mulher forte apesar de pequena e de aspecto frágil, que ele se completava


Não vou pôr-me com votos de pesar ou louvor porque tenho grandes dificuldades nesse registo. Limito-me a deixar aqui a voz de Maria Barroso lendo poesia. Nessas alturas, ela agigantava-se e mostrava a mulher de fibra que era e de que tantas evidências deu ao longo de uma vida imensa, intensa, ímpar.


Maria de Jesus Barroso - "Xácara das Bruxas Dançando"

do livro/CD "Geração do Novo Cancioneiro" (2010). Poema de Carlos de Oliveira. Música de Luísa Amaro.



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta-feira. 
Sejam felizes e sintam como eternos os momentos mais belos da vossa existência.

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quarta-feira, junho 03, 2015

Augusto Santos Silva na TVI 24 e Francisco Seixas da Costa na RTP 2. E, de raspão e em contraponto, O piqueno polegar também conhecido por pequeno Bruxo de Fafe, a Senhora Cristas e o Paulinho, o Larápio das farófias e a sua biografia, o super-Alex, o pai da criança e outros. E, dito isto, e sem saber se em Portugal ainda há alguma coisa que seja dos portugueses, tenho que ir para a Porta dos Fundos.


Este é o meu 4º post desta noite. Os três que se seguem usam matéria que recebi de Leitor a quem agradeço e a que, depois, acrescentei o meu tempero pessoal.
Quem por aqui me veja assim, toda produtiva e eficiente, não poderá imaginar como, a esta hora do dia, nem posso já ouvir falar de tais palavras. Mas, enfim.
Ando numa fase que não dá para explicar e de que nem gosto de falar para não azucrinar a cabeça a quem gostava de ter trabalho e não tem (e, que fique claro, não me estou a queixar pois tenho é que dar graças por ter trabalho; razões de queixa têm todos quantos gostariam de trabalhar e não encontram onde).

Mas, pela fase que atravesso, não sei de notícias, não sei de nada e, aqui chegada, nem paciência tenho para me ir pôr a ler notícias pífias que envolvem criaturas pífias. E de tal forma tenho a cabeça feita em água que, no carro, só consigo ouvir a Antena 2 e, vá lá, vá lá, de vez em quando a Smooth FM.
No entanto, enquanto escrevo estou a ouvir o Augusto Santos Silva na TVI com o Paulo Magalhães. Dá gosto ouvir gente inteligente. Irónico, truculento, arguto, Augusto Santo Silva é daquelas pessoas que dão gosto ouvir. Não as poupa, dispara certeiramente e, se necessário for, a seguir esboça um sorrisinho de quem está mais do que pronto para outra.
Hoje, ao vê-lo a disparar, num só movimento, contra Cavaco, Governo, e Carlos Costa só me fez lembrar o Jake de Silverado



Queria aqui colocar
aqui uma fotografia
de Seixas da Costa
mais desconstruída mas não encontrei.
Tive eu que lhe dar um toque,
warholiando um pouco as cores.


Também, há bocado, enquanto jantava, tínhamos a televisão ligada na copa e ouvi outra pessoa que tem um raciocínio e uma linguagem crystal clear: Francisco Seixas da Costa. 


No que ele diz tudo faz sentido, tudo se compreende. Além do mais, estando eu em sintonia com o que diz, ainda maior prazer tenho em ouvir uma pessoa assim. 


Tomara que leve a sua intervenção cívica um pouco além e o tenhamos como ministro dos Negócios Estrangeiros no próximo governo.



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Mas, ia eu dizendo, portanto, que tenho vivido uns dias repletos que nem ovos, meio fora do mundo do dia a dia e das tricas partidárias.

Também não tenho ouvido comentadores, papagaios avençados e outras aves de fraca plumagem. E, portanto, posso estar para aqui descansada e, entretanto, os chineses já terem comprado o Novo Banco e levado o Banco de Portugal com o titubeante Costa e o esperto Varela lá dentro como bónus, ou algum brasileiro já comprou a TAP e levou o super bock Pires de Lima de brinde, ou, sei lá, alguns russos, às tantas, já compraram o Metro e a Carris e levaram o Museu dos Coches e o Palácio de Belém (com o Cavaco, a Maria e um casal de cagarras lá dentro) de bónus. Não me parece nada improvável, nada mesmo.

Não sei também se algum dos pimpolhos da Senhora Cristas já tomou o CDS de assalto e se, a esta hora, o Paulinho das Feiras, destituído, já está algures a vender sorvetes na neve ou, até, se o Láparo não estará numa banquinha da Feira do Livro a autografar a sua biografia ou até, sei lá, a vender farófias nalguma caravana na mesma Feira do Livro. Tudo me parece provável.

Nem sei se o senhor com ar de ciclista reformado que comprou a PT como quem compra uma sapataria de rua, agora que já acabou com o nome da empresa (e quantos rios de dinheiro se esbanjaram, nos good old days, em nome do goodwill da marca PT...), já encontrou alguém para presidente da empresa ou se aquilo já nem de presidente precisa. Ou se está é à espera que a tropa fandanga do desgoverno vá à vida nas eleições e aproveite algum deles, o Sérgio Monteiro por exemplo. É bem capaz de ser isso, às tantas já está a apalavrar algum. Não me parece improvável.

E eu aqui nisto, completamente out, sem fazer a mínima de coisa nenhuma. Sei lá até se o país já foi anexado por alguma organização secreta, aquela que anda a vigiar o super-judge Alex.

Eu sei lá, sei lá (quem é o pai da criança).


Adiante.

Como no sábado também não vi o Piqueno Polegar Show com o pequeno Bruxo de Fafe, não ouvi nem os seus ladinos comentários sobre o sucedido transactamente nem as suas previsões larocas para esta semana. Estou aqui, portanto, completamente, mas completamente, às escuras. 

Por isso, não podendo eu falar sobre nada do que está a dar, vou pregar para outra freguesia. Tenho que ir.

E vou bem acompanhada, com os meus amigos da Porta dos Fundos (e não liguem à cena, que não tem a ver com nada -- já ontem vos disse que ando numa de nada a ver com nada e, quanto mais nada a ver com nada, melhor eu me sinto.)

Ora bem.

O texto de apresentação do vídeo 'Tenho que ir' reza assim:

Vale tudo para garantir uma transa. Quem nunca mentiu sobre quem somos, achou graça em coisas chatas, fingiu que assiste novela ou que curte Jorge Vercilo? O problema é que depois da gozada vem aquele momento de clareza e sobriedade, e você se toca que aquela pessoa já tá com a conchinha armada do seu lado.



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Se me permitem a sugestão, não deixem de ir deslizando por aí abaixo porque há para todos os gostos.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta-feira.

E boa sorte, saúde e alegria para todos.

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