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sábado, novembro 05, 2022

Ando devagar porque já tive pressa

 

Tive que me levantar muito cedo. Madrugar desconjunta-me para o resto dia. Faço por parecer que não mas, por dentro, o corpo dá-me sinais. Tento ignorá-los mas sinto que eles estão lá. Por isso, agora que é quase meia-noite, estou com um sono que não vos digo nem vos conto. 

O dia também foi complicado. Parece que deixam para sexta-feira para despejar baldes cheios de problemas por cima da minha cabeça. Alimento sempre a esperança de que as sextas-feiras sejam neutras, como se já estivesse em regime de quatro dias. Mas há gente que parece que queria era voltar às semanas de sete dias e, não podendo, condensa. À sexta, dão à costa chatices que davam para três dias, tudo para infernizar a vida dos outros. 

À hora de almoço, depois de mil chatices, um telefonema. Eu: poças para isto; que é que fazemos? E, do outro lado, ele: sei lá, talvez fugir. Rimo-nos. Para ambos a melhor solução seria mesmo essa: fugirmos. Mas devemos ter perna curta pois a verdade é que não vamos a lado nenhum.

Ao fim do dia, o meu marido quis ir, mais uma vez, fazer uma caminhada longa, à beira-mar. Não apenas diz que gosta como acha que é o que gasta mais energia ao nosso ursoto. Assim, estafado, à noite, aqui na sala, desejavelmente não fará aquelas mil tentativas para nos pôr a brincar com ele. 

Mas estava frio e algum vento. Nós bem agasalhados e alguns surfistas nocturnos a saírem da água, a porem-se em tronco nu. Ou algumas jovens atletas de top desportivo, de alças, sem frio. Gente de outro planeta, cá para mim.

Mas, se calhar, isto de andarmos à noite com aquele frio e aquele vento contribuiu para moer ainda um pouco mais o meu corpo. Acresce que, para acompanhar o peixe assado do jantar, veio vinho branco e, talvez por andar um pouco desabituada, parece que bateu um pouco. Bem bom. Douro, fresquinho, frutado, civilizado. Por isso, estou aqui capaz de me encostar e deixar-me adormecer. Mas ainda vou dar um pouco mais de luta, ainda é cedo para dormir.

Claro que, com isto, não vi as notícias nem agora me apetece ir à procura. 

Por acaso, há pouco ia para entrar num site e não sei que troca de mãos fiz que me apareceu o cmjornal, ou seja, o site do correio da manhã. Desastres, crimes. Fugi. Há vários mundos paralelos, disjuntos. Não gosto da maioria.

Agora, no zapping, uma vez mais passei pela 3 e uma vez mais lá está aquela dominatrix, encharcada em ideologia, insuportável, mal vestida, mal pintada, mal penteada. E não sei se é ignorante ou uma desenfreada demagoga. Diz parvoeiras que não lembram ao careca e tudo cuspido sem hesitação, com insuportável sobranceria. Não se aguenta. Coitados dos restantes paineleiros que há anos têm que aturar aquela verborreia arrogante e destemperada. 
Agora, ao escrever o que escrevi, estava a falhar-me a palavra 'verborreia'. Só me ocorria 'gonorreia', mais propriamente, 'gonorreia falante'. Mas, entretanto, lembrei-me do que queria dizer: verborreia arrogante e não gonorreia falante.
[Há que manter o nível. Nem sempre uso as palavras que a minha mente me quer ditar. Imponho-me algum respeito, forço-me a arranjar sucedâneos socialmente melhor aceites.]

Bem. 

Sei que vai por aí vai muito fuzuê com o maluco do Musk e com a baderna que está a arranjar no Twitter. Não quero saber, não me assiste. Não frequento. Passo muito bem sem. É chato que esteja a despedir a malta toda e que ainda não se perceba bem qual a dele. Mas, por mim, que tenha muitos meninos. Aliás, neste capítulo, já vai em oito e bem pode continuar a fazê-los pois ainda tem muito por onde improvisar em nomes. Tem uma a que deu o fofo nome de Exa Dark Sideræl e outro que se chama simplesmente X Æ A-12. Um excêntrico e perigoso exalouco, este Elon. 

Mas, portanto, desisto. Hoje não quero saber de notícias para nada. Estou a modos que um bocado cansada, quer do sono quer da saturação que a maluquice circundante provoca em mim. I rest my case.

Com vossa licença, vou mas é ouvir musiquinhas boas, vou ver casas e jardins, vou alimentar o meu eu lírico e bucólico.

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As fotografias não têm a ver com o texto mas têm a ver com o que me apetece ver. 
São algumas das belas fotografias de The week in wildlife – in pictures no Guardian
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Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Almir Sater recebe Maria Beltrão em seu refúgio no interior de São Paulo 

| É De Casa | TV Globo


Desejo-vos um dia bom
Saúde. Bom descanso. Boa diversão. Paz.

sábado, junho 04, 2022

Antes um sentido e canino dó de peito do que as atoardas da Raquel Varela

[Sobre o que escreve e diz o Cavaco, não tenho nada a acrescentar. Acho que a opinião das múmias só interessa à comunicação social]



 

Contei há pouco tempo como o meu urso felpudo virou lobo uivante num dia em que o alarme disparou. Cabeça ao alto, longos e intensos uivos. Nunca o tinha visto ou ouvido assim.

Afinal, descobri hoje, há quem o ultrapasse e ainda consiga a proeza de lhe juntar um inspirado acompanhamento musical. 

Mas já lá vou. Antes, uns little apartes.

Há pouco, numa de zapping, à espera que chegasse o MasterChef Australia, o meu marido passou pelos omnipresentes gémeos que arranjam, compram e vendem casas. Apanhámos o episódio no fim pelo que não percebemos o que se passava com a protagonista, creio que a compradora ou a dona da casa que os manos arranjaram. Falava com voz de desenho animado. Ao princípio, não estando a olhar para lá, nem percebi se era uma criança, se alguém a fazer-se passar, na brincadeira, por criança. Percebemos depois que era filha do senhor que também lá estava. Olhei para tentar perceber melhor que voz era aquela. Às tantas o meu marido disse-me: 'Tem a orelha virada'. Respondi: 'Ah, sim? Então é isso... '. O meu marido reforçou: 'Ajeita-a'. Deixei de perceber. Apontou para o lobo cabeludo que estava sentado aos meus pés. Tinha uma das orelhas virada. Esclareci: 'Pensava que a rapariga é que tivesse um problema na orelha, talvez de audição, que fosse surda. Sei lá'. Encolheu os ombros, como se a minha ideia não colhesse. Quem também estava intrigado era o lobo felpudo, se calhar por isso é que virou a orelha do avesso. Geralmente não liga patavina à televisão mas naquela altura estava espantado a olhar, certamente também sem perceber de onde vinha tão curiosa voz. 

Enfim.

Agora que o MasterChef acabou e passei pelo O último apaga a luz, uma vez mais constatei que a Raquel Varela não é apenas populista, antipática, arrogante e putinista: é também mal informada e pouco inteligente. Apanhei-a no momento em que, de olho arregalado e esgar labial sobranceiro, interpelava o paciente Joaquim Vieira sobre a razão de ter que haver gente que trabalhe ao fim de semana. 'Para que é que é preciso?', perguntava ela com o sorriso de superioridade que os néscios costumam exibir. O pobre Joaquim Vieira tentava recordá-la de algumas funções críticas. A destituída Raquerela não se demoveu e continuou sorrindo e insistindo: 'Mas porquê?! Porque é que há pessoas que têm que trabalhar ao fim de semana? Porquê?!'. Joaquim Vieira continuou a tentar esclarecer o óbvio: 'Algumas fábricas que são de laboração contínua...'. Mas nada demoveu a dita intelectual: 'Mas porquê? Porque é que há fábricas a trabalhar ao fim de semana?'. E ele, com aquele sorriso de quem nasceu para sofrer aturando burros armados em inteligentes: 'Porque é muito caro retomar a laboração' (e se não usou estas exactas palavras, foi este o sentido do que disse).

E eu, ao ouvi-la, só pensei que felizmente nunca tive -- e espero nunca vir a ter -- tal ave pela frente senão não conseguiria conter-me: 'Mas fazes ideia, ó estólida Raquerela, de quanto é que custa arrancar com algumas fábricas? Fazes ideia que um arranque pode custar centenas de milhares de euros? Fazes ideia que algumas fábricas, para conseguirem ser rentáveis, têm que conseguir manter uma laboração estável, com um mínimo de paragens?'. E isto não tem a ver com explorar trabalhadores mas com conseguir fornecer continuamente produtos essenciais a valores aceitáveis. E isto no que se refere a fábricas. Mas se a limitada Raquerela não atinge temas industriais, será que também não atinge coisas simples como, por exemplo, os hospitais? Devem fechar ao fim de semana? E os serviços que asseguram o abastecimento de água, luz, gás, comunicações? E os hotéis? E os polícias? E os aeroportos e os aviões? E os transportes públicos?Etc, etc. Nada a trabalhar ao fim de semana? Minha nossa.

Muito néscia, esta intragável Raquel Varela. Uma verdadeira anedota.

Mas o problema não é só dela. O problema é que ainda mais burro que ela é quem a contrata para opinar publicamente ou quem permite que uma pessoa com tantas limitações seja professora.

Mas pronto, já o sabemos, o mundo é tudo menos perfeito.

Seja como for, há que convir: nem o meu lobo a uivar nem a inepta raquerela a bolsar pasquinadelas e babosagens estão à altura do artista aqui abaixo. E essa é que é essa.

 

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PS: 

Quanto ao artigo da múmia nada tenho a dizer. Não li. Não me assiste, como dizia o outro. Temos pena.

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As fotografias provêm de Overheard on the Underground

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Alegria. Paz.

sábado, abril 02, 2022

A doença rara de Marcelo
[E, en passant, um hino para os tempos que correm: Olhar sempre para o lado luminoso da vida -- versão para malucos]

 

No meio de tudo, há sempre extremos que se tocam. Por exemplo, no meio desta crise toda que atravessamos -- com uma guerra devastadora, escassez de algumas matérias primas críticas, inflação a fugir ao controlo, a covid ainda não atirada ao tapete, etc. --, acho divertidas, patuscas mesmo, as tropelias que o nosso inefável Marcelo por aí anda a fazer. Esta da maioria absoluta parece que anda a instabilizá-lo. Deve recear a falta de protagonismo, coisa que, para ele, é pior que ter calos a roerem-lhe os pés, uma dor de alma que não tem atenuante, coisa que deveras o descompensa. Vai daí, deve pôr os neurónios em acção a ver o que pode fazer para puxar os holofotes para si e, ao mesmo tempo, para dar bicadas no Costa que, manganão, lhe furou o esquema. Queria era poder andar com o Rangel ao colo (metaforicamente falando, claro) e, afinal, saiu-lhe tudo ao contrário. Não aguenta.

Agora, ao dar posse ao governo, resolveu ofuscar o momento com uma chalaça, a de que ia estar com o Costa preso por um atilho ao pé da sua mesa. 

E a malta toda nas televisões põe a guerra em background e desata a chamar-se uma à outra para comentar a graçola marcelina. Como se o Costa, se um dia resolver partir para outra, se for prender por causa do atilho do ficcionista Marcelo. E como se os lugares da Europa só pudessem ser ocupados por malta desempregada, que não abandone nada para ir para lá. 

Conversa parola e fútil esta. Se há alguém que está refém de alguma coisa é o imparável Marcelo que está cada vez mais refém da sua hiperactiva e hipercarente maneira de ser e daquela rara de que padece, a de lhe correr vichyssoise no sangue.

Ou seja, esta de o Costa, daqui por uns anos, ir para aqui ou para ali não é tema. Pelo menos, por agora. Pode ser que um dia seja e, nessa altura, logo se atiram foguetes ou apanham as canas. Ou pode ser que nunca seja. Se fosse eu, bem lhes digo como era: mal me visse livre do governo pirava-me era para o campo, para o desfrute do justo descanso, livre das self-macacadas do Marcelo e de outros que tais.

Tirando estas cenas, também achei graça ao Ângelo Correia há bocado na televisão a dizer que, se os ucranianos atacaram os russos, fizeram muito bem deixando a entrevistadora sem saber o que contrapôr. E ele, anafado -- e agora, que está com o cabelo mais branco, incluindo as sobrancelhas, com um ar mais respeitável -- a sorrir com ar matreiro. E eu, ao vê-lo, lembrei-me daqueles gloriosos tempos em que o seu afilhado por aí andou a fazer disparates atrás de disparates, mostrando que, como aluno, não tinha aprendido nada, nem do padrinho nem do amigo, o estudioso relvas. E tão desgraçados foram esses tempos que, depois do láparo, ele próprio uma anedota, só anedotas.

E agora, enquanto escrevo, sem saber o que ver na televisão, voltei a passar na 3 justamente quando a Varela se revela mais putinette do que alguns dos putinettes generais e majores-generais que andam pelas televisões. É tão intragável que a Inês Pedrosa, em frente, está encolhida, encolhidinha, de consternação. O Joaquim Vieira está a tentar introduzir alguma racionalidade na conversa mas a dita Varela mostra-se desvairadamente colada ao major-general que defende Putin e parece estar eufórica com os argumentos czaristas e imperialistas de Putin. Aliás, citou Putin que, explicitamente anunciou as suas intenções. O Joaquim Vieira conclui: 'Estás a dar-me razão' mas ela está desorbitada e, aparentemente, não percebe o que está a dizer.

E, por uma vez, estou a concordar com o Moita de Deus que está a gozar com os majores-generais que dizem patetices [sic] e com a dita Varela que fala, exorbitadamente, com ar de quem comeu um rei mas não conhece sequer alguns dos conceitos básicos que regurgita, feita inteligente. 

Só chalaças. 

E, portanto, no seguimento do fantástico vídeo que ontem partilhei e que é do mais real que há, agora sigo o exemplo do guru Ronaldo que apelou a que a malta cantasse, à uma e à capela, o hino e daqui lanço um apelo: bora lá cantar o Always look on the bright side of life e dele fazer um hino. E quem conseguir levantar a perninha e fazer gracinhas, que acompanhe a cantoria com uma destas preciosas coreografias. 

Always Look on the Bright Side of Life - North Korean Edition

E um bom sábado

quarta-feira, março 16, 2022

Raquel Varela é uma putinnete a sair do armário?
Num outro planeta, a humanidade do povo ucraniano e o seu amor pelos animais.
E algumas informações sobre o que se passa pela Ucrânia mártir, sobre como Putin se enredou numa armadilha e como parece difícil desalojá-lo.
E um momento ímpar de coragem e solidariedade que honra a União Europeia

 

No outro dia calhou passar pelo 'O último apaga a luz'. Discutia-se a invasão da Ucrânia pela Rússia e estava a Inês Pedrosa transtornada com o que a Raquel Varela tinha dito. Fiquei admirada. Esperei que a Raquel dissesse qualquer coisa para perceber o que se passava ali. E percebi. A Raquel Varela estava com um discurso a la Putin, na prática culpando os ucranianos pelo que estava a acontecer ou insinuando que tudo não passava de uma cabala ucraniana para desacreditar a Rússia. A Inês Pedrosa ouvia isto em estado de estupor catatónico, quase descomposta tal o descarado desconchavo da outra e eu, do lado de cá, estava igualmente estupefacta.

Nunca nutri simpatia pela dita Raquel, sempre arrogante, sempre naquele deselegante plano de quem se acha acima dos outros. Mas nunca me tinha apercebido da sua costela putineira. Também, confesso, não a acompanho com regularidade até porque, geralmente, quando o tom começa a ferir a minha paciência, mudo de canal. Mas, desta vez, fiquei surpreendida, muito desagradavelmente surpreendida. Uma pessoa inteligente não pensa o que ela pensa. Portanto, ou não é inteligente ou tem o raciocínio perversamente formatado ou está a fazer algum frete (mas, se é isto, um frete a quem? em concreto, a quem?)

Não vou aqui referir a conversa que não há muito tive com alguém com funções relevantes no SIS mas posso dizer que há situações que são tão bizarras que nos deveriam levar a pensar. 

E, pensando, acabamos por colocar as coisas em perspectiva. 

Por exemplo -- e não me refiro agora em concreto à Raquel Varela mas a qualquer situação que, de repente, nos aparece como dificilmente compreensível -- é quase impossível não pensarmos: Há quanto tempo esta pessoa anda a defender, ainda que sub-repticiamente, esses interesses? A troco de quê? O que é que já conseguiu? E a relação é unívoca ou biunívoca: ou seja, limita-se a defender os interesses do Estado X ou da empresa Y (ou o que for) ou passa-lhe também informações?

O que sei, e creio que qualquer pessoa que tenha visto a intervenção de Raquel Varela a favor de Putin o saberá também, é que é muito estranho que alguém em seu pleno juízo assista ao que diariamente assistimos e não sinta compaixão pelo pungente drama dos ucranianos e admiração pela sua sobre-humana coragem -- e que, pelo contrário, se empenhe tão acirradamente a papaguear a narrativa do Kremlin.

Fiz zapping, claro, enojada com o que ali estava a passar-se.

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Nos antípodas, o comovente êxodo dos ucranianos deixando toda a sua vida para trás e que, no meio do medo e das incomensuráveis dificuldades, trazem os seus animais de estimação, poupando-os ao abandono e mais do que certa morte.

Penso que uma pessoa que foge daquela guerra dizimadora tem que ter um grande coração para, apesar do pânico, do desgosto, da preocupação, de um esforço esmagador e do risco de vida, ainda arranjar forças para transportar consigo o cão, o gato, o passarinho. Acho tocante. Aliás, tudo nos ucranianos me espanta e emociona. Deveriam entrar já para a União Europeia, mesmo que apenas a título simbólico (pois sei que o processo tem os seus trâmites). Mas deveriam entrar já pois demonstram, uma vez mais, que são europeus de primeira água: defendem o direito à democracia e à liberdade com unhas e dentes, com a própria vida. 

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A young Ukrainian girl talks to her pet bird as she waits at Kraków train station. Charities and human rights groups say they have seen cases of children going missing in the chaos at border crossings.

Photograph: Miloš Bičanski/We Animals Media


A man holds his small dog on his lap at the reception centre in Medyka. He arrived cold and hungry after fleeing his home with only what he could carry.

Photograph: Miloš Bičanski/We Animals Media


A frightened cat looks up from a camp bed at Kraków train station, where a Ukrainian family has stopped for a much-needed rest after fleeing their home.

Photograph: Miloš Bičanski/We Animals Media


A Ukrainian girl from Kyiv carries her cat through a temporary refugee shelter in Przemyśl, Poland. The shelter was hastily set up in a former shopping centre to provide food and a place to sleep for the thousands of Ukrainian refugees arriving in nearby Medyka.

Photograph: Miloš Bičanski/We Animals Media


Anastasia, a Ukrainian refugee, sits with her dog in Medyka. She fled from an area of Kyiv devastated by Russian bombing and left her mother and brother in Lviv. From there, she travelled to the border with only her dog, and plans to continue on to Germany.

Photograph: Miloš Bičanski/We Animals Media

[Mais imagens no Guardian]

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E pro memoria alguns vídeos que, em minha opinião, são relevantes

Ukrainians in Lviv standing strong against growing Russian aggression - BBC News


Putin Has Fallen Into The 'Dictator Trap', Says Professor Brian Klaas


E, aqui, uma resposta (muito pouco animadora) às minhas dúvidas:

Putin being removed from power is ‘impossible’

Sky News host Chris Smith says the way to stop the Russia-Ukraine war is if the “evil megalomaniac” Vladimir Putin loses power.   

“The hope of justice at this time, involving Putin being removed - either internally or externally - looks as impossible as it ever has been,” Mr Smith said.


E, finalmente, um momento único nesta nossa Europa que parece estar a despertar para o que foram os seus princípios fundadores

'You are not alone': Three EU country leaders meet Zelenskiy in Kyiv

The prime ministers of the Czech Republic, Poland and Slovenia arrived in Kyiv in a show of high-level backing for Ukrainian president Volodymyr Zelenskiy, who briefed them on the war with Russia. Polish prime minister Mateusz Morawiecki and deputy prime minister Jarosław Kaczyński, their Czech counterpart Petr Fiala and Slovenia's Janez Janša all spoke after the meeting. Poland's Kaczyński called for a peacekeeping mission in Ukraine. The EU leaders thanked the Ukrainians for defending 'fundamental European values' and sent a message of reassurance, with Fiala saying: 'You are not alone. Our countries stand with you. Europe stands with your country' 
Ukraine will not join Nato, says Zelenskiy, as shelling of Kyiv continues 

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E é isso, querida Susana, desejemos todos muito a Paz, unamo-nos a favor da Paz, não deixemos que a maculem, que a firam, que a matem. Defendamos a Paz.

terça-feira, outubro 16, 2018

Manuela Moura Guedes, uma procuradora que está a tornar a SIC uma bandalheira.
Do caraças também a zaragata entre a Raquel Varela e a Isabel Moreira nos Prós e Contras em torno do #MeToo.
E até lá vi um artista a insinuar que quando quero dar um beijinho a um dos meus pimentinhas estou a assediá-lo e a abrir a porta a futuras violências domésticas.
Foge. A televisão está a tornar-se um verdadeiro manicómio.


Isto, depois dos flamingos, é dose. Mas acho que tem que ser. Eu não queria. Mas sinto que é uma questão de dever. É que estava eu escrevendo sobre aqueles passarinhos cor-de-rosa armados em bailarinas de can-can de perninha de canivete e, na televisão, um pesadelo.

Já antes, ao jantar, querendo paz e sossego, sem querer, fomos dar com uma procuradora a fingir, uma jararaca armada em populista, pré-candidata a qualquer coisa. E atenção ao sinónimo de jararaca porque isto não foi metáfora, não, foi mesmo alerta. Já avisei antes: quando se traz um ovo de serpente para o ninho e se aceita chocá-lo é só esperar a hora em que o bicho vai partir a casca e desatar a sair por aí espalhando veneno, mordendo incautos, fazendo vítimas.

Foi uma luta, incluindo comigo mesma. Queria perceber a dimensão da porcaria que estava a ser aquele espaço de comentário mas, por outro, fui incapaz de suportar tão nauseabundo espectáculo. Não se consegue ver uma coisa assim: é mau demais. Não são apenas os trejeitos, a desbragada desbocagem, os olhares de doninha matreira: é o linguajar, o querer ter a fala do povo, é o avacalhamento da análise política. Se daqui por algum tempo se apresentar a votos, vai ter votos. Haverá sempre gente ignorante que vai achar que ela é frontal, que não tem medo, que vai pôr os safados na linha. E, sabido é, gente ignorante não sabe votar, só sabe é dar tiro no pé. A base eleitoral dos populistas é a gente que eles vão 'fornicar' em primeiro lugar. Cordeiros inocentes.

Vejo o ar apatetado do Rodrigo Guedes de Carvalho e tenho pena. Aposto o que quiserem em como deve interrogar-se mil vezes se tem mesmo que aturar aquilo. Estar ali a fazer o triste número de compère com aquela mulherzinha mal informada e, do que se percebe, mal formada é coisa que uma pessoa decente como o Rodrigo não deveria ser obrigada a fazer. Se alguém da concorrência quer ir buscá-lo é agora a altura certa. Estar ali, no jornal da noite, a dar palco a uma pessoa como a Moura Guedes suja qualquer carreira pelo que acredito que ele esteja mais do que disponível para se mudar para ambientes menos poluídos.

A SIC acha que contratando gentinha como a que tem vindo a contratar -- gente que diz mal gratuitamente de tudo, mesmo das coisas boas, gente que manipula, distorce, 'abandalha' a conversa por tudo e por nada -- vai ganhar audiências, mas daqui aviso: engana-se. Para bandalheiras já há outros canais e, mal por mal, quem gosta mesmo de bocas javardolas, prefere atascar-se na lama a sério. É que, parecendo que não, ter ali o Rodrigo Guedes de Carvalho de ar acabrunhado ainda nos faz perceber que aquilo ainda não bateu completamente no fundo e ainda nos dá alguma esperança que ele, em directo, um dia ainda se levante, atire com os papéis ao chão (os papéis ou o iPad) e diga alto e bom som: 'Bardamerda para o populismo'.

Não consegui ver toda a intervenção da dita procuradora. Não aguentámos. Aquilo é mesmo abaixo da linha de água, aquilo é mesmo uma vergonha.

E, tendo feito zapping à Bocas Moura Guedes, eis que, passado um bocado, chego à sala e dou com um duelo de titãzitas: Raquel Varela e Isabel Moreira em animada zaragata por causa do #MeToo. 

Na assistência, uma criatura do sexo masculino de longa e lisa cabeleira, óculos redondinhos e ar a atirar para o alucinado saíu-se com uma de que a violência começa logo com a família a fazer com que as crianças sejam vergadas a ponto de darem beijinhos às avós. Se estivesse ao pé dele dava-lhe logo um puxão de cabelos. Criatura mais doida. Ou teve uma avó com bigode à escovinha e verruga cabeluda cujos beijos o deixaram traumatizado até hoje ou foi assediado por alguma velha que lhe fazia lembrar a avó. Só pode. 

No balcão, uma senhora loura, vestida de branco e uma rosa encarnada e espumante ao peito, mostrou-se logo insurgida. Béu, béu, não sei quê. Não sei quem era nem ao que ia mas, pelo ar e pelo tom de voz, palpita-me que seja do movimento Pró-Vida. Se bem que não sei o que é que o Pró-Vida tem a ver com o MeToo. Na volta são movimentos rivais e aquilo ali era mas era um campeonato.

No meio disto a Isabel Moreira, irritada com a Varela, já mal escondia a raivinha estrepitosa que subia dentro dela. E a Raquel Varela, com aquela pose superior, mal disfarçando que dentro dela existe uma feroz fräulein, uma dominatrix de bota de tacão e chicote na mão, levantava o queixo e lançava farpas venenosas às virgens ofendidas encabeçadas pela Moreira.

Não sei quem ganhou porque fugi dali a sete pés. 

No meio daquela luta de galinhas -- rapaz de longa melena incluído -- não faço ideia quem ganhou nem sei bem qual a causa que aquelas ali defendiam. Penso que a Raquel é mais da linha ajoelhou tem que rezar e a Moreira é mais na base do querido foi tão bom até aqui mas agora já chega, faz favor de sair

Também estava lá um senhor com alguma idade e uns papos nos olhos que percebi que devia ser psiquiatra e que, do que vi, atirou algumas ao lado. Mas, lá está, no meio daquela confusão, não sei se a ideia não era mesmo atirar bolas para o pinhal. Só sei que, às tantas, um jovem, não sei se cientista, mostrou umas folhas, uma por cada assediador: um cientista rodeado de mulheres que me pareceu que tinham pouca roupa e um glaciar ou nem sei bem o quê que até mudou de nome para evitar conotações assediantes. Parece que o padrinho que lhe tinha dado o nome tinha tentado meter o bedelho onde não devia. 

Uma maluqueira pegada.

Também reparei na Fátima Campos Ferreira: estava atónita e sem conseguir ter mão naquele cri-cri todo que para ali ia. Dá para perceber. Eu ainda tinha um comando para fazer zapping mas ela, coitada, teve que gramar aquele descabelamento até ao fim. 

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Salvou-me a noite o Zé de Abreu. Anda a dar um belo abre-olhos à tonta da Regina Duarte -- que deve estar toldada das ideias para apoiar o palhaço Bolsonaro -- e não se deixa papar pela safada da Carola e pelo inútil do Remy. 

E disse.

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E queiram deslizar e ir de visita até a um exército de flamands roses. Uns verdadeiros galãs que sabem ter graça na forma como se exibem. 

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segunda-feira, janeiro 05, 2015

Pedro Passos Coelho, "O Homem sem Qualidades" [segundo Raquel Varela]


O homem sem qualidades de quem Raquel Varela fala - e fala bem! - no vídeo abaixo ao nomear o Homem do Ano 2015 não é Ulrich, o personagem do romance homónimo da autoria de Robert Musil (livro que, já agora, levou quase 20 anos a escrever). De facto, ela fala de Passos Coelho, o deplorável Primeiro-Ministro de Portugal. 


No meu subconsciente, Passos Coelho já é carta fora do baralho, uma criatura que a breve trecho será remetida para os fundos da história e que, até lá, vai desdizer o que andou a dizer até aqui com aquela flexibilidade moral que lhe é tão característica. 

Por isso, não quero perder muito do meu tempo com uma criatura que me merece um profundo desdém, talvez até mais desdém do que raiva, já que tenho para mim que todo o mal que ele tem feito a Portugal resulta da sua total impreparação para o desempenho de funções de responsabilidade.

Mas recebi a referência a este vídeo e, porque concordo com a análise feita, aqui o deixo. Merece ser visto.

O curriculum de Passos Coelho
Excerto do programa Barca do Inferno de 22 Dez 2014 - RTP Informação

Vídeo com a intervenção de Raquel Varela



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