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quinta-feira, novembro 21, 2024

O triunfo dos porcos

 

Há aquela cena que rematava os filmes do Hitchcock em que se via uma cabra a comer a 'fita' que estava na bobina e a dizer, com ar entendido: 'prefiro o livro'. Lembro-me desta cena com alguma frequência.

Neste caso, também vos digo que o livro é melhor. Imperdível. Um livro que toda a gente deve ler e a que se deve voltar com alguma frequência pois permite declinações diversas: seja a dos Estados Unidos do alucinado Trump, seja o trauliteiro e incompetente governo Mentenegro (ou as suas diferentes derivadas, como a tóxica equipa que está a dar cabo da nossa saúde), sejam muitas outras situações.

Se aqui partilho este vídeo é apenas porque é uma síntese visual de curta duração, supostamente como é indicado neste espaço. Mas, se não conhecem o livro, se puderem leiam-no, por favor.

Animal Farm trailer

Baseado no livro de George Orwell


terça-feira, março 26, 2024

Um político que diz tudo o que pensa

 

Ia para comprar um livro e, bas*, acabei por trazer quatro. Mas como quero falar deles com algum vagar e agora estou aqui com vontade de partilhar o vídeo abaixo, deixo a literatura para amanhã ou depois.

E quero aqui deixar o vídeo como contraponto à avalancha comentadeira com que os canais estão inundados, quase tudo com gente de direita. O mais à esquerda que vi -- e digo esquerda sabendo que, no caso, esquerda não é propriamente o caso --, é o Adalberto Campos Fernandes. 

Mas a impante figura do fulano do Chega (e vamos lá a ver se não o teremos como vice-presidente da AR) agora ali está a lançar a confusão, o Rangel completamente entusiasmado, leia-se à beira do histerismo, a fazer de conta que chega bem para o dito Pedro Pinto que, como formação, tem o ter frequentado o curso de Relações Internacionais e, como profissão, tem dedicar-se à organização de espetáculos tauromáquicos e que, como curiosidades, tem as que aqui transcrevo da Wikipedia:

. Em julho de 2022, foi noticiado que, nesse mesmo mês, Pedro Pinto, num corredor da Assembleia da República, tentou encostar a sua testa à de Nuno Saraiva, assessor do PS, num tom provocatório, enquanto ameaçava partir-lhe a “tromba”, chamando-o de "anão".

. Em junho de 2023, foi reportado que Pedro Pinto tinha sido visto, nesse mesmo mês, a agredir um árbitro de futebol de 18 anos e a tentar agredir um outro da mesma idade num torneio infantil de escalões de sub-11 e sub-13, em que também participava a equipa do seu filho, o Futebol Clube do Crato

Napoleão 
[Quem é o Napoleão?]

E, faça-se o zapping que se fizer, a malta toda fala à volta do Chega, o que é que o Chega faz ou deixa de fazer ou se prepara para fazer.

Lá se abre uma excepção para comentar o clima de cortesia entre Marcelo e Costa. E uns dizem isto e outros aquilo. E o que eu digo é que Costa, uma vez mais, mostrou que está num patamar acima das tricas, é um estadista, é um senhor. Acho que fez bem ao, neste momento, não trazer para o palco mediático o que, num plano institucional, iria aumentar a confusão. Portanto, os dislates e os graves deslizes de Marcelo que prejudicaram gravemente a estabilidade e, certamente, a paciência de Costa, ficaram para trás. Viu-se que Marcelo estava comprometido, certamente com medo que Costa não se aguentasse e deixasse sair uma boca que o entalasse ainda mais. Aliás, mal acabou de falar, raspou-se atabalhoadamente. Parecia que estava com medo que alguém lhe chamasse o 'dissolvente' (como o Carlos Magno lhe chama) ou o Desestabilizador-Mor. 

Mas isto para dizer que eu, vendo tanto comentadeiro e comentadeira a opinar e desopinar, a ovar e a desovar sapiências a metro, só me apetece arejar a cabeça com um político como deve ser, um que diz tudo o que pensa. 


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(*) bas = business as usual
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Desejo-vos uma boa terça-feira
Saúde. Atenção. Cabeça fria. Paz.

quinta-feira, setembro 21, 2017

Bruno de Carvalho vai ser pai e anunciou-o nos ecrãs do Estádio de Alvalade
-- depois de, obviamente, o ter divulgado no Facebook --


Já lá vai o tempo em que eu, na minha santa ingenuidade, pensava que quem ocupava lugares relevantes nas organizações -- nas empresas, nos clubes, nos partidos políticos... e mesmo à frente dos países -- era o que havia de melhor. Os melhores de entre os melhores.

Infelizmente, os tempos que correm provam que estava enganada. E ponham enganada nisso. Redondamente enganada.

Sendo eu ferverosa democrata, reconheço que alguns mecanismos regulatórios precisavam de ser afinados para não levarem onde isto nos está a levar. Tais como estão, dão no que se vê: num falhanço. Dá ideia que a democratização levou a uma razia nas elites, reduzindo tudo à mediania. E isto de forma decrescente. Primeiro arrasam-se os melhores, depois os medianos rejeitam os que, ainda assim, são melhorzinhos, depois a média já é a mediocridade e, sendo a mediocridade a camada dominante, há uma indução no sentido de se escolher o pior de entre os piores.

Vimos o que aconteceu em Portugal. Parece mentira mas durante quatro anos uma abécula impreparada e néscia (tendo como número dois um chico-esperto) governou o país, empobrecendo-o, vendendo as melhores empresas, tentando anular os direitos dos trabalhadores, tentando espatifar a coesão social e separando família -- ao fazer emigrar muita gente, em especial os jovens adolescentes. E vimos também quem presidiu a este pobre país durante um ror de anos: um ressabiado empertigado que só sabia ser simpático para com cagarras e vacas e que, no resto do tempo, se entregava à auto-promoção, escrevendo absurdos 'roteiros', à paranóia e às conspirações de meia tigela. Tivemos também à frente da Comissão Europeia uma alforreca peganhenta que destruiu a credibilidade duma instituição que deveria ser um bastião da democracia e liberdade e que, às suas mãos, mãos de concièrge da grande casa dos poderosos&velhavos, se viu arrastada para um humilhante papel subalterno, um barco à deriva que, por não ter comandante, acabou a entregue a burocratas acéfalos.  Um pouco por todo o lado, também um atraso de vida. Estamos agora a ver à frente dos EUA um narcisista estúpido, um perigoso palhaço, um inacreditável demente.

E à frente de grandes empresas...? Vimos os cagões burlescos que foram condecorados por bimbos e pacóvios... Zeinal Bava, por exemplo. E o que dizer do António Mexia...? Eu não digo nada mas há quem diga. Ou o Granadeiro ou o Berardo ou o Jardim Gonçalves ou... tantos, tantos.

E, portanto, se assim é, como posso eu admirar-me por, à frente do Sporting, estar um fulano que se não é um parvalhão encartado, parece.

Como é sabido, aqui em casa os ventos sopram a favor dos verdes.

Mas aqui em casa havia a ideia, quiçá um bocado lírica, que o Sporting era um clube onde a malta era discreta, direi mesmo a modos que distinta. Nada de rufias, capangas, pintarolas. Isso eram os outros (if you know what I mean)

Pois bem. Ilusões. Reconheço, reconheço.... Ilusões, puras ilusões.

O Sporting está entregue a uma maltosa que nem se percebe.


Aquele Bruno de Carvalho é uma coisa que não se explica. Misto de arruaceiro e de badameco. Misto de palhaço e de ordinarão. Nem sei. Sempre que o vejo ou ouço, há uma palavra que logo me ocorre: rasca


Pois bem.

Sendo como é, não espanta que se ache. E acha-se o maior. E, como todos os pequenos narcisos com pouca cabeça, acha que é tudo dele.


E vai daí, Bruno de Carvalho não apenas usa a gravidez da mulher para se auto-promover, para se colar ao Cristiano Ronaldo, para se armar em engraçadinho parodiando o Sócrates -- como, para cúmulo do dislate, resolve usar os recursos do Sporting para tratar todos os apoiantes do Sporting como seus amigos do Facebook.


E eu, ao ler tão insólita notícia, só me ocorre que estamos a bater no fundo. O mundo parece que está a andar ao contrário, parece que estamos a caminhar para o fim dos tempos. Isto não pode acabar bem.

Veja-se para se acreditar.


Bruno de Carvalho anuncia o seu terceiro filho, desta feita com Joana Ornelas, a sua actual mulher



Eu admitiria que, face a tão ridículo desconchavo, os sportinguistas dariam um murro na mesa e que alguém iria ter com a criatura, pegá-la-ia pelos colarinhos, dar-lhe-ia um pontapé no traseiro e diria simplesmente xô! para que tão desclassificado animal tão cedo não voltasse a aparecer-lhes à porta.
Não que eu ache que se deva usar violência física com animais. Não. Nem pensar. Poderia, pois, o pontapé ser metafórico, tão metafórico como aquele fumo que ele deitou para a cara do senhor do Arouca.
Mas não. Parece que a maioria das pessoas acha isto normal. Vê-se uma nescidade destas e a malta assobia para o lado. Quando o mundo estiver nas mãos de láparos, portas, trumps, brunos de carvalhos, durões barrosos, cavacos, relvas, cristas, burros, estúpidos, populistas, lambe-botas, psicopatas, palermas encartados, exibicionistas, galinhas carecas, trogloditas e outros animais que tais... sempre quero ver...

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É que não é por nada mas eu não gostaria de viver num país entregue a porcos


Mas, enfim, isto se calhar não passou de uma macacada que não tem nada a ver, capaz de ter sido só coisa de um tal Orwell que parece que embirrava com o Estaline e assim

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terça-feira, setembro 22, 2015

Passos Coelho explica que está tudo melhor e que até já sofremos menos com as pulgas [e as sondagens até parecem mostrar que os carneiros estão a gostar e que até o aplaudem por ele já andar em duas pernas]




Entretanto, a vida não era fácil. O Inverno decorria tão frio como o anterior e a comida era ainda mais escassa. Mais uma vez, todas as rações foram reduzidas, excepto as dos cães e porcos. Uma igualdade demasiado rígida nas rações, explicou Squealer, seria contrária aos princípios do Animalismo. De qualquer modo, não teve dificuldade em provar aos outros animais que, na realidade, não havia falta de comida, apesar das aparências. Na verdade, agora fora considerado necessário fazer um reajustamento nas rações (Squealer falava sempre em 'reajustamento', nunca em 'redução'), mas, em comparação com o tempo de Jones, o progresso era enorme.

Lendo-lhe números, em voz rápida e esganiçada, provou com pormenores que tinham mais aveia, mais feno, mais nabos do que no tempo de Jones, que trabalhavam menos horas, que a água que bebiam era de melhor qualidade, que viviam mais tempo, que a mortalidade infantil era menor, que tinham mais palha nos estábulos e sofriam menos com as pulgas. Os animais acreditavam em tudo. Em boa verdade, Jones e tudo o que ele representava quase desaparecera das suas memórias. Sabiam que a vida agora era dura e triste, que muitas vezes tinham fome e frio e que, quando não estavam a dormir, estavam sempre a trabalhar. (...)


De algum modo, parecia que a quinta enriquecera sem que os animais se tornassem mais ricos - exceptuando, claro, os porcos e os cães. (...)


Um dia (...) os animais tinham terminado o trabalho e regressavam aos edifícios da quinta, quando se ouviu, vindo do pátio, o terrível relincho de um cavalo. Era a voz de Clover. Relinchou de novo e todos os animais desataram a correr, precipitando-se para o pátio. Viram, então, o que Clover tinha visto.

Era um porco andando sobre as patas traseiras. Sim, era Squealer. (...)


Fez-se um silêncio de morte. Espantados, aterrorizados, todos muito juntos, os animais observavam o longo cortejo de porcos marchando vagarosamente pelo pátio. Era como se o mundo se tivesse virado de pernas para o ar. Depois, passou o primeiro choque e, apesar de tudo - apesar do terror dos cães e do hábito, desenvolvido ao longo dos anos, de nunca se queixarem, nunca criticarem, acontecesse o que acontecesse - poderiam ter pronunciado algumas palavras de protesto.


Mas, precisamente nesse momento, como que a um sinal, todos os carneiros desataram a balir altíssimo:

- Quatro pernas bom, duas pernas melhor! Quatro pernas bom, duas pernas melhor! Quatro pernas bom, duas pernas melhor!




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O texto que leram é composto por excertos de 'O triunfo dos porcos' ('Animal Farm' no original) de George Orwell, publicado em 1945 e reportando-se a circunstâncias que não as que se verificam no Portugal de hoje. Contudo, vá lá saber eu porquê, ocorreu-me trazê-lo aqui, neste início de campanha eleitoral.


Algumas das imagens foram pescadas na net sem que eu saiba a sua proveniência original enquanto outras provêm do saudoso We Have Kaos in the Garden.

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Muito gostaria de vos convidar a descerem até ao post seguinte onde partilho um vídeo interessante e que bem poderia merecer a atenção de todos nós. Fala das razões da impensável crise europeia com os refugiados a invadirem as cidades, dos desmedidos riscos que corremos (ou não), dos deveres que sentimos (ou não).

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E hoje gostaria também que me visitassem no meu outro blog, o Ginjal e Lisboa, onde canto a abundância da minha impiedade, levada pela mão de Catarina Mendes de Almeida ao som de Dvořák.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.
Be happy.

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quarta-feira, janeiro 15, 2014

Depois da revolta dos leitões da Mealhada contra o CDS, para quando a revolta dos frangos da Guia contra o PSD? Ou a das enguias da Lançada contra os Césares das Neves desta vida? Ou a dos pastéis de Belém contra os Cavacos? Tudo com sobretaxa em cima para gente que apoie o Governo! Já! Paguem! Paguem! Paguem!




E eis que, quando já todos estávamos a dar por adquirido que o Napoleão e outros que tais haviam irremediavelmente tomado conta da quinta (ou seja que estava declarado o Triunfo dos Porcos na Quinta dos Animais), nos chegam novas que nos dão conta da inesperada revolta dos leitões.





Denúncia no Facebook

Transcrevo do DN:

Militantes do CDS/Algarve queixam-se de restaurante da Mealhada que lhes cobrou mais refeições que aquelas que consumiram. Quando detetaram erro, um responsável justificou-se que era por serem apoiantes do Governo.


No domingo à tarde, depois do Congresso do CDS, em Oliveira do Bairro, Aveiro, um grupo de militantes centristas do Algarve parou para almoçar num restaurante da Mealhada, Meta dos Leitões. Agora queixam-se de terem pago mais refeições que aquelas que consumiram por serem apoiantes de Governo "que rouba".


"A justificação do responsável pelo restaurante foi a seguinte: tendo-se ele apercebido que eram do CDS e como tal apoiantes do governo, e aqui cito 'ipsis verbi' as palavras proferidas 'desse governo que nos rouba, então para me defender eu também os roubo a vocês'", escrevem os militantes do CDS na sua página do Facebook, onde relatam a peripécia.

Pagaram o que consumiram, garante gerência. Na sequência da polémica, a mesma fonte assevera ao DN que o livro de reclamações foi disponibilizado, esteve em cima do balcão, mas não ficou registada qualquer queixa.

"O senhor que pediu o livro de reclamações queria assinar com os dados da carta de condução. Isso não é permitido. Ele disse que ia buscar o Bilhete de Identidade ao automóvel, saiu e nunca mais voltou", apurou o DN.


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Acho graça a isto. Cá por mim, se em cima da conta, lhes aplicaram uma CES, uma TSU e mais um IVA agravado, só posso aplaudir.

A ver se aprendem.

E a ver se tudo o que é comércio lhes segue o exemplo.

Então aos que aparecerem de bandeirinha na lapela podem em cima disso tudo ainda aplicar-lhes Imposto de Selo, IMI, IRC e mais uma valente derrama. E ainda lhes podem roubar a carteira e dar uma valente carecada.

Aplaudirei.

Aplaudiremos quase todos (e digo quase porque, certamente, o Henrique Monteiro, o José Gomes Ferreira, o Henrique Raposo, o João Miguel Tavares e outros que tais devem achar que isso não é coisa que se faça).


E os pensionistas, reformados e idosos em geral, esses então, vão rebolar-se a rir!



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quarta-feira, agosto 14, 2013

Palhaçadas de verão à portuguesa. Em dia em que Cavaco, por via das dúvidas, manda os despedimentos na Função Pública para o Constitucional (que o Governo de corrécios que ele protege gosta de agir à margem da lei, pelo que ele tem que o manter sempre sob vigilância), sabe-se que Moita Flores, depois de não ter feito nada em Santarém, com a maior cara de pau, vai mesmo conseguir apresentar-se a votos em Oeiras; que Poiares Maduro diz que isso da Reforma de Estado do Portas talvez um dia destes, umas coisas naquela base, mas que já têm andado a dar uns toques e coiso; e que agora vêm aí uns quantos sábios, organizados em Comité, para governar o País e fazer baby sitting aos ministros, secretários de estado, assessores e outros lombinhas. Não seria era de os meter a todos numa piscina e soltar lá dentro um cardume de pacus?, pergunto.


Nos dois posts a seguir temos motivo de paródia: entre o vice do Farrobo e o naturalmente Poiazinha, chefão do adjunto Lombinha, e a precavida Morais que apareceu com uma pata de coelho escondida na carteira, a gente tem que se esforçar para não se atirar para o chão a rir. Corrijo: rir, claro, se antes tomarmos um calmante e nos abstrairmos das sacanagens que aqueles coiotes andam sempre a tramar. 

Mas isso é a seguir.

Agora, aqui, a conversa é outra. Ora, então, vejamos.


Palhaçadas de verão à portuguesa



#1

Candidatura de Moita Flores à Oeiras foi aceite, dizem as notícias



Mais uma vez estamos no domínio do laissez faire, laissez passer que é como quem diz, deixa andar.

E não é pela história do número de mandatos que isso, quem fez a lei que a refaça para que fique inequívoca porque isto de cada um ler sua coisa e acabar tudo nos tribunais, já parece coisa de república das cagarras, até já mete nojo. 

Aquilo que eu quero aqui assinalar é outra coisa. 

É a seguinte: mas este Moita Flores, que enquanto presidente da Câmara de Santarém escreveu, publicou e fez o roadshow do lançamento de livros, que fez guiões, que está sempre caído nas televisões a opinar sobre tudo e mais alguma coisa e que agora, da última vez, se demitiu ao fim de pouco tempo de presidente da Câmara, pretensamente por motivos de saúde, mas a quem a gente vê em permanência nesse mesmo circuito mediático, tem lá historial que prove a alguém que tem sentido de responsabilidade para ser presidente de alguma coisa? Nenhum. Um baldas. Está nas Câmaras a fazer uma perninha. O que ele gosta é de escrever histórias e andar a bater perna pelas televisões. 




Porque é que a comunicação social,
em vez de andar a papaguear os recados da poiazinha,
não faz investigação e não vai ver o que é que Moita Flores, este artista,
fez enquanto presidente da Câmara de Santarém?

Aí anda meio mundo a discutir insignificâncias
(e agora até me ia fugindo a boca para a expressão catroguiana,
mas, a tempo,
lá a evitei que eu há coisas que não gosto mesmo de ter na boca),
em vez de escrutinarem o verdadeiro curriculum desta tropa fandanga que aí anda enganando uns e outros



Como é que as pessoas não vêem isto e não o mandam dar uma grande volta em vez de andar a gastar dinheiro aos contribuintes? Não era mesmo de ter apenas dois únicos votos (o dele e o da mulher)?


+++

# 2

Em dia de poiazinha briefing, lá veio à baila o assunto da Reforma de Estado



Ouvi-o na rádio e há pouco vi-o na televisão e no vídeo que, no post abaixo, mostro. Com aquela sua vozinha de menina, ainda não percebeu, que, por muito bem pensado que seja o assunto (que não é, mas enfim...), não dá para ser levado a sério. É que uma vozinha de menina aceita-se a uma menina, não a um coisinho com uns pelinhos manhosos salteados na cara, armado em ministro. 

Mas, então, dizia a dita vozinha que a Reforma de Estado haverá de sair à cena quando for oportuno mas que isso será apenas um complemento do que já está a ser feito. Ia sozinha no carro mas desatei-me a rir. 

A dita reforma é aquela batata quente que o Coelho passou para as mãos do irrevogável Portas e que ia estar pronta em Fevereiro ou lá quando era. Depois, como o Portas, não foi capaz de parir uma reforma, o parto foi adiado para Julho. Parece que a lua mudava a 15 porque tenho ideia que a coisa devia dar-se até esse dia. Viste-a. 


Como o Portas não era capaz de parir a coisa, o Coelho tirou-o dos Negócios Estrangeiros para ver se, sem ministério nenhum, ele tinha mais tempo para fazer os trabalhos de casa.




O facto é que não se vê nada e, do que percebo, não há datas. Como o parto dos burros, este está a revelar-se demorado. Mas, prudente como é, este candidato a inteligente, Poaizita de seu nome, já nos veio preparar para o facto de afinal nem um burro vir a aparecer mas sim um simples rato. De facto, ao dizer que a dita reforma é um complemento às coisas que já têm andado a fazer, está a preparar-nos para a insignificância do que o Portas vai parir.

E pergunta a minha ignorância: mas e a que outras coisas se refere ele? Que outras coisas é que eles têm estado a fazer para além dos roubos e atentados ao conceito constitucional de justa causa de despedimento, o regime dos direitos, liberdades e garantias e o princípio da proteção da confiança (Cavaco dixit, ao confessar temer isto relativamente ao que agora voltou a mandar para o Tribunal Constitucional)?


Segundo o que uma colega minha toda tiazona no outro dia disse, já desbocada como uma gaja dos subúrbios, o que esses pulhas têm andado a fazer é um conjunto de javardices.




Porco Napoleão, esse grande estadista,
(ao que por aí corre, o guru dos ministros do governo de Passos Coelho, himself included)


Ou seja, já não estaremos no domínio dos burros nem dos ratos mas, sim, dos porcos. E, aqui chegados, só posso, uma vez mais lembrar-me de Napoleão, essa distinta figura de Estado.


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#3

Comité de sábios?



Diz a poiazinha que agora é que vai ser bom, que os sábios vêm aí para dizer como é que é. Menos mal se vão criar um grupo de gente com alguma senioridade. Mas pergunto eu: por que raio de carga de água é que é isso necessário? Os ministros, secretários de estado, adjuntos de secretários de estado, assessores e toda essa tropa que vive à custa do erário público não tem cabeça para tratar de coisa nenhuma?

E esse grupo de sábios vai reportar a quem? À Poia Madura, que tem a responsabilidade pelos fundos? Ou ao Pires de Lima da Economia, supostamente para o que os fundos comunitários se destinam em primeira mão, área esta supervisionada pelo Portas? 

O que a mim me quer parecer é que se vão multiplicando as comissões, os grupos, os assessores, e, às tantas, daqui a nada, num governo cuja orgânica é uma confusão, verdadeiramente desestruturado e sem liderança, vai tudo estar mais ensarilhado do que até aqui. 

Ou melhor, se até aqui o governo tem estado em estado comatoso, um dia destes, vai perceber-se que os tubos de oxigénio, os de soro e toda essa tubagem que vai permitindo ao governo fingir que está vivo, está tudo enleado, um com o tubo de soro a entrar-lhe pelo rabo, outro com o tubo de oxigénio a vir não da botija mas do tubo de esgoto, outros com os tubos a serem bombados directamente das condutas do City, enfim, a maior baderna. A gente já nem percebe quem é que faz o quê, tantas as nomeações para as coisas mais díspares. Tudo o que é sábio, cão e gato, jota, blogger e amigo do peito, entra numa coisa qualquer. A ver se, no meio da confusão das contratações, não se enganam e ainda contratam um pacu... (por isso, se um dia destes, nos aparecer por aí um pacu com os testículos de um deles na boca, não nos devemos admirar).



Pacu

(Os dentes destes pacus são nojentos, parecem dentes de gente, credo, dentes de quem nunca fez uma destartarização)

Olhem que uma dentada dum animal destes nos testículos não deve ser coisa agradável (qual Teresa Morais, até a mim me dói só de pensar nisso, credo).



Até aqui, tenho ideia que não tenho falhado muito nas minhas previsões (o que não é difícil: estas criaturas que nos desgovernam são tão básicas, tão previsíveis, que até uma pedra da calçada é capaz de adivinhar o que se vai seguir). Mas enfim: este governo recauchutado está tão mau ou pior que a versão com Gaspar. Por isso, com tanto amadorismo e incompetência, as crises vão ser permanentes (até à crise final, quiçá depois do orçamento aprovado, com a coboiada das autárquicas pelo meio). A rentrée promete, pois, vir quente, fogosa. Vocês depois me dirão.


***


Hoje, com tanta conversa fiada por aqui, esgotei o meu tempo de antena. Já não tenho cabeça para ir agora pregar para o meu querido Ginjal

Relembro: abaixo deste há mais dois posts. A culpa não é minha, é destes pândegos da trupe do Coelho (Coelho este agora já com uma pata a menos, conforme refiro no post abaixo) que não me dão descanso.

***

E, por isso, assim sendo, despeço-me já. Tenham, meus Caros Leitores, uma grande quarta feira!

sexta-feira, dezembro 02, 2011

O triunfo dos porcos: governam e parecem pessoas mas - reparemos bem - não são! E, mesmo que achem que não tem nada a ver, recordemos o Novecento (1900) de Bernardo Bertolucci e, coisa puxa coisa, façamos coro com os escravos hebreus e gritemos 'Va, pensiero sull'ali dorate'


Hoje não estou para grandes palavreados porque há tanta coisa estúpida a acontecer, cá e mundo fora, e vejo tanta gente estúpida a fazer disparates à tripa forra achando-se empossado para tal (e, caraças! - de facto, foram-no porque quase tudo o que de pior se vê a acontecer, acontece no mundo civilizado, democrático, em que os governantes são eleitos pelo voto popular), que vou deixar-vos com três clips que dão gosto.

1. Já aqui anteriormente referido, O Triunfo dos Porcos ou a Quinta dos Animais do escritor inglês George Orwell foi escrito originalmente para parodiar o regime estalinista. Contudo, a alegoria foi tão bem urdida que pode ser vista como actual e adequada a muitas situações actuais.

A forma como os princípios que eram usados como bandeira antes de tomarem o poder foram totalmente adulterados logo que chegaram ao poder, as críticas aos governantes anteriores e as promessas que foram de imediato metidas na gaveta,  a forma despudorada como usam o poder para seu benefício pessoal, o desprezo que revelam pela população que vai sendo explorada e empobrecida - tudo isto é uma história que conhecemos muito bem. Snowball e Napoleon, dois porcos muito conhecidos.




2. O filme Novecento (1900) de Bernardo Bertolucci, 1976, com Robert de Niro, Gérard Depardieu, Donald Sutherland, Burt Lencaster, Alida Valli, Dominique Sanda, é um filme épico, que não se esquece, e que decorre em Itália num período de guerras, pobreza, exploração, revolta, luta pelos legítimos direitos.





3. Nabucco é uma ópera de Verdi (1813 - 1901) que conta a história do rei Nabudonosor da Babilónia, foi escrita durante a ocupação do norte de Itália pela Áustria. O 'coro dos escravos hebreus' tornou-se quase um hino, a música que os italianos sentiram como o seu grito de amor por Itália, contra os ocupantes. No enterro de Verdi muitos milhares de pessoas acompanharam a sua despedida, entoando as suas músicas e, muito em especial, este 'va, pensiero'. Vai, pensamento, com asas douradas. Vai, pensamento.




««««»»»»


E tenham, meus amigos, uma bela sexta-feira.

sexta-feira, agosto 19, 2011

O triunfo dos porcos ou a quinta dos animais: George Orwell dixit e a malta não faz outra coisa senão rir

Andam de pé, vestem fato, participam em reuniões e em conferências de imprensa… mas serão mesmo o que parecem? 
 

Venceram as eleições com base num conjunto de mandamentos, a saber:
  1. Não haverá jobs for the boys 
  2. Não vamos com sede ao pote 
  3. Não queremos TGV 
  4. Queremos avaliação de professores 
  5. Não subiremos mais impostos 
  6. Não é possível impor mais sacrifícios aos portugueses
  7. Não nos vamos desculpar com o passado
 
E eis que agora, decorridos dois ou três meses, alguém já alterou os mandamentos. O que agora se lê é isto:
 
 
 
  1. Não haverá jobs for the boys se os boys não forem amigos do PSD 
  2. Não vamos com sede ao pote quando já tivermos a barriga cheia dela
  3. Não queremos TGV a menos que mudemos de opinião ou que os espanhóis nos convençam de outra coisa 
  4. Queremos avaliação de professores mas só de 4 em 4 anos e para os professores que o permitam 
  5. Não subiremos mais impostos a menos que não consigamos cortar do lado da despesa 
  6. Não é possível impor mais sacrifícios aos portugueses a menos que a gente se esqueça disso porque, aliás, quem o disse foi o Cavaco
  7. Não nos vamos desculpar com o passado do tempo dos reis até porque não sabemos nada de nada de história 
 
Como é que se chamam: Napoleão? Gargantas?
  
A propósito e não me interpretem mal porque não tem nada a ver, que eu sou fraquinha das ideias, não digo coisa com coisa - mas que é feito do Paulo Portas? Fizeram dele o Bola de Neve?


E pronto, já chega que isto hoje vai por aqui uma jardinagem...! Daqui até lá abaixo - deslizem, deslizem, por favor  - é tudo a rir! A malta rebola-se a rir com isto tudo! Olhem-me este aqui:


Deslizem, deslizem, deslizem até aos posts abaixo: a malta está toda agarrada à barriga, sem conseguir parar de rir.