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quarta-feira, abril 10, 2013

Cibinhos de luz, afectos, visitas amigas, palavras como ofertas desinteressadas - e, a todos os meus leitores, os meus muito sinceros agradecimentos. E o efeito terapêutico da música segundo uma investigação da Universidade de McGill (Canadá).


Sobre a mais recente palhaçada do Governo de Passos Coelho - que divulgou um despacho que paralisa o país, deixando todas as aprovações de despesas (salvo óbvias excepções) nas mãos de um sujeito que não se recomenda, o doente Gaspar - falo no post abaixo. Estamos entregues a um bando de gente perigosa e acho que está na hora de pensarmos seriamente na forma de correr com esta gente já que vergonha na cara não têm e já que Cavaco está numa de contenção de esforços (físicos e, sobretudo, intelectuais).

Mas isso é no post a seguir a este. Aqui, a música é outra.





Aqui quero falar-vos de estima. De palavras que nos chegam vindas dos céus, como palavras novas, cibinhos de luz (e eu que não conhecia esta palavra tão bonita...), palavras que lançam pontes, que nos aquecem o coração.




Aqui quero falar de poemas que aqui pousam, deixados pelas mãos amigas de quem aqui vem e deixa palavras cheias de luz como quem deixasse um vaso de flores, um bolo ainda morno.

Aqui quero falar de afectos, dos afectos genuínos e desinteressados de quem por aqui passa e deixa o seu rasto como um perfume que fica no ar.




Não sei como vos agradecer. É tanta a vossa generosidade. 

Ontem reparei que já tinha ultrapassado as 250.000 visitas. Não sei como é possível. Vocês não sabem quem eu sou, não sou conhecida, divulgada. E, no entanto, todos os dias, centenas de pessoas vêm aqui como se viessem sentar-se à minha mesa, conversar um pouco comigo, ouvir as minhas refilices, os meus disparates, os meus desabafos, as minhas opiniões.




E eu ouço o que me dizem, gosto de saber o que pensam. Gostava que isto não fosse virtual. Gostava mesmo de ter um grande banco de madeira em volta de um pinheiro manso com vista sobre o rio e gostava de ter uma mesa também de madeira e gostava de vos poder servir refrescos, vinho, acepipes bons.

E gostava de poder estar mesmo à conversa convosco, uns no banco de madeira, outros sentados em toalhas sobre a caruma. E gostava que alguns dissessem poemas e outros tocassem e outros cantassem.




Gostava que, por perto, houvesse um canteiro de alfazema para que o ar estivesse perfumado com o cheiro doce do alfazema e do pinheiro. Ou do alecrim. Ou que estivesse iluminado com o amarelo lampejante, arisco e impetuoso do tojo.




Ou podíamos estar sentados debaixo de uma figueira cheirosa e fresca, carregada de figos doces como mel.




Gostava também de ter uma casa grande, cheia de recantos com sofás largos e macios, almofadas de penas e veludo, cortinas espessas, pesadas ou coloridas, transparentes, e gostava de aí vos acolher. Trocávamos silêncios, confidências, descansávamos de dias cansados, respirávamos a frescura aconchegante da penumbra.




Sei que alguns dos meus leitores vivem sozinhos, sofrem no silêncio das suas casas silenciosas a solidão dos dias vazios, sei que outros lutam contra a depressão, sei que alguns lutam para viver dignamente com os parcos recursos de que dispõem, sei que outros têm dias preenchidos, cheios de risos de amigos, animados pelos sorrisos de filhos ou netos. Sei que há leitores que adoram livros tanto ou mais que eu, que gostam de passear e guardar o mundo nas imagens que depois partilham com os amigos, sei que alguns mergulham as mãos na terra como quem mexe em fecundas placentas prenhes de vida. Sei que alguns concordam com as minhas opiniões políticas e outros até se enervam por tanto discordarem delas.

E a todos eu gostava de acolher à minha mesa. Com uns gostava de discutir (pois gosto imenso de discutir em volta de ideias políticas), a outros gostava de ouvir e ajudar, com outros adorava rir, com outros gostava de aprender. E a todos gostava de agradecer pessoalmente, do fundo do coração.




Mas não era isto que eu pensava aqui escrever, quando comecei. Vejam bem. As ideias trocam-nos as voltas e, depois, as palavras são como as cerejas, não é?


Hoje queria contar-vos que a música tem efeitos terapêuticos: pode reduzir a ansiedade e até mesmo regular o humor.

Transcrevo do site Ciência Hoje:




Uma investigação da Universidade de McGill (Canadá) sugere que ouvir música tem efeitos neuroquímicos e que pode mesmo reduzir os níveis de cortisol, a hormona associada ao stress, e elevar os níveis de oxitocina, relacionado com o bem-estar.

O estudo aponta que certas músicas podem elevar a produção de imunoglobulina A (um tipo de anticorpo) e de glóbulos brancos, responsáveis por atacar invasores como bactérias e germes, ou seja, algumas melodias têm a capacidade de melhorar o sistema imunológico, reduzir a ansiedade e até mesmo regular o humor.

Os cientistas Mona Lisa Chanda e Daniel Levitin descobriram que músicas mais lentas tendem a ser mais relaxantes do que as que têm mais ritmo.




A dupla de psicólogos canadianos analisou mais de 400 pesquisas associando a música a processos neuroquímicos específicos. Vários estudos indicam que a música pode até mesmo controlar a dor.

Os investigadores propõem que música como terapia e até consideram que possa ser usada como calmante antes da cirurgia. O estudo destaca que tratamentos baseados em sons não são invasivos e têm efeitos colaterais mínimos.

*

Se me permitem, pois, vejam estas imagens silenciosas, ouçam esta música e deixem-se estar, tranquilamente.





Quando já se esgotaram os caminhos
que a razão poderia aconselhar-nos
abrem-se os teus olhos: com eles tudo
volta a inundar-se da luz escura
que dá sentido ao mundo e à minha vida


***

A música inicial é Thank you, Stars de Katie Melua.

A primeira fotografia mostra uma cesta com flores numa parede de um restaurante no Ginjal.

As fotografias seguintes são parte do meu mundo in heaven e espero que, estando aqui, se sintam bem, recebidos com todo o meu carinho.

Ao contrário das fotografias, que são minhas, as duas imagens dentro do texto sobre o efeito da música na mente foram obtidas na net.

A última música é Zophiel de Uri Caine, uma música linda tocada por um homem lindo - e espero que as músicas que escolhi tenham um efeito benéfico em vós.

O poema é 'Os teus olhos', de Amalia Bautista numa tradução de Inês Dias.


***

Isto deveria ser ao contrário, primeiro deveria estar o texto revoltado e depois este que é mais calminho. Mas, de qualquer forma, recordo que, se quiserem saber o que penso deste despacho de indigência moral e política, devem descer até ao texto seguinte. Mas, nesse caso, se me permitem a sugestão, depois voltem aqui para ouvirem uma destas músicas e descansar a alma.

Convido-vos ainda a virem comigo até ao meu Ginjal e Lisboa, o meu espaço zen. Hoje, por lá, Pedro Tamen é, de novo, rei e senhor e as minhas palavras, de mansinho, juntam-se a ele para espreitar alguém que entra num espaço florido e perfumado.

A seguir, uma nova grande interpretação, ainda Uri Caine.


***

E, por hoje, nada mais para além de manifestar o meu desejo de que a vossa quarta feira possa ser um dia muito feliz. E, uma vez mais, recebam os meus sinceros agradecimentos.