Estes dias têm sido tão sobrecarregados para mim que mal tenho cabeça para pensamentos mais elaborados - o que não quer dizer que, quando tenho mais tempo, os consiga ter...
Seja como for, e antes de me desligar daqui para me ir entregar aos petiscos e aos festejos (porque gosto de receber o Ano Novo com popa e circunstância), faço questão de, aqui, no Um Jeito Manso, formular alguns desejos.
Hoje de tarde fui dar o meu passeio à beira rio. Chovia, estava frio. Pouca gente, quase ninguém. Quem por ali passava, passava quase correndo.
Mal conseguia fotografar mas, ainda assim, captei algumas imagens. Quis mostrar-vos pessoas que, nesta tarde de fim de ano, com frio e chuva, estavam nas paragens de autocarro.
São pessoas que se deslocam de transportes públicos, que esperam ao frio, para quem a vida não é fácil.
Três mulheres juntam-se para se protegerem do frio e da chuva - na tarde de 31 de Dezembro de 2012 |
Os transportes vão ficar mais caros. A electricidade vai ficar mais cara. A saúde vai ser mais cara. Tudo vai ficar mais caro e a vida vai ficar ainda mais difícil. Estas pessoas para quem a vida é tão difícil não foram responsáveis pela crise, pelos défices, pelo desequilíbrio da balança de pagamentos, pela dívida soberana. Talvez tenham menos informação e sejam mais facilmente manipuláveis e façam escolhas menos boas ao escolherem quem nos tem governado. Mas, até disso, não as poderemos acusar pois quantos de nós, com obrigação para sermos exigentes, não fazemos também más escolhas, não somos permissivos, crédulos para além do razoável?
No último dia de 2012, hoje de tarde, numa paragem de autocarro, junto ao cartaz de os Miseráveis |
É a pensar nestas pessoas que repito o que aqui escrevi na madrugada passada: desejo veementemente que este Governo caia. Não é possível termos um primeiro-ministro tão incompetente, tão impreparado, tão desagradável, tão pouco patriota, tão antipático, tão insensível, tão incapaz de alinhar duas frases de seguida, tão descortês. O que Passos Coelho está a fazer a Portugal é uma desgraça, o que está a fazer aos Portugueses é imperdoável.
Desejo, em seguida, que o próximo Governo seja um governo decente, constituído por gente de bem, bem formada, bem educada, preparada, competente, culta, patriota, leal, respeitadora das pessoas.
Desejo também que sintamos, todos, em conjunto, que estamos a construir um País evoluído, um País que acolha os nossos filhos e netos, onde nos sintamos respeitados, livres, cuidados, protegidos, um País que preze a Cultura, que a desenvolva, que aposte na Ciência. Um País feito para as pessoas, um País que respeite os velhos, os doentes, um País solidário para os que mais precisam. Um País feliz.
Há pouco o meu marido pendurou esta fadinha no tecto da minha sala. Quando eu abrir a janela, a aragem fá-la-á voar. Os meus meninos pequeninos que já gostam tanto de ver a bailarina que também lá está a rodopiar, vão gostar de a ver. Ao verem uma fadinha voadora sobre eles, vão sentir que tudo é possível, assim o queiramos muito.
Encho, na medida do que posso, a minha vida de magia e alegria. Tento estar bem disposta e que, os que estão comigo, o estejam também. Não gosto de falar de agruras, não sou de azedumes, não sou dada a queixumes, não gosto de conflitos. Gosto muito de me rir, de contar histórias, de inventar brincadeiras, de imaginar fins felizes. Provavelmente tenho um lado infantil muito forte.
Somos diferentes uns dos outros e, por isso, não fará muito sentido eu desejar a pessoas que são geneticamente sombrias, ou a pessoas que estão doentes ou sozinhas ou infelizes, que se divirtam. Não faz sentido. Mas posso desejar que tentem encontrar o caminho para que a sua vida melhore, que abram as janelas da sua vida para que a boa sorte possa entrar, posso desejar que tenham saúde, que sintam o aconchego do afecto.
É desejando muito uma coisa, que conseguiremos alcançá-la, é sentindo que há alguém torcendo por isso, que nos sentiremos incentivados a lutar.
Mulher com um gato ao colo e o rio por trás (sobre uma estante que está por baixo da minha janela) |
Eu, pela parte que me toca, e para além do que é mais pessoal e que é escusado ser exposto aqui, espero continuar a ter disponibilidade para continuar a vir aqui escrever, ler os vossos comentários, conversar convosco, e inventar histórias, e partilhar músicas e poemas, e espero continuar a ter a possibilidade e o gosto por fotografar os gatos do Ginjal, os veleiros que passam, brancos e limpos, as gaivotas que soltam gritos no ar enquanto abrem as suas longas asas brancas e voam livres e belas.
E fotografar pessoas. Porque se não gostamos de pessoas, então que pessoas somos nós, não é?
E fotografar pessoas. Porque se não gostamos de pessoas, então que pessoas somos nós, não é?
Para todos vós, os que me acompanham, me apoiam, me acarinham, e para os que simplesmente vêm, de vez enquanto, espreitar o que para aqui vou escrevendo, desejo um 2013 cheio de energia (positiva), com ânimo, com prazer, com saúde, com muita sorte, com afecto. Um ano de paz e mudança para melhor.
Gostaria de continuar a desejar-vos tudo de bom porque se há coisa de que gosto é de falar de coisas boas, de sonhos, de esperanças - mas, agora, tenho mesmo que me ir despachar.
No Ginjal também já formulei os meus Votos de um bom 2013. Se vos apetecer dar uma espreitadela, serão lá muito bem vindos.
Um feliz Ano Novo, meus Queridos Amigos!
E que para o ano, daqui por um Ano, aqui estejamos todos, felizes, cheios de esperança.
Para todos vós, um abraço feito de palavras!
E que para o ano, daqui por um Ano, aqui estejamos todos, felizes, cheios de esperança.
Para todos vós, um abraço feito de palavras!