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sexta-feira, julho 11, 2025

O 'mistério' dos muitos ricos e dos amigos deles

 

Já aqui falei disso algumas vezes: conheço um homem muito rico, diria que verdadeiramente muito rico. E também conheço dois amigos desse homem deveras ultra rico. Esses dois amigos dele não são muito ricos -- diria que, à luz dos nossos níveis, talvez média alta.

Ao longo de anos assisti às mordomias que o muito rico proporcionava àqueles seus amigos. E, quando falo em mordomias, falo apenas no que é visível a olho nu. Vão de férias para locais longínquos e muito caros, passam férias na vasta herdade do muito rico, fazem vida de ricos. E, quando falo dos amigos do homem muito rico, falo também das respectivas mulheres (e, até dado ponto, isto é, enquanto eram adolescentes e viviam com os pais, presumo que também os filhos). Ouvi falar em empréstimos e em empregos para filhos e noras mas disso não sei de nada em concreto, apenas sei pelo que se falava. 

Não o escondiam. Pelo contrário, quando estávamos juntos, era normal que viessem à baila situações em que se percebia que tinham ido e estado juntos aqui e ali e acolá. Não era explicitado que o muito rico pagava tudo, viagens, estadias, almoços e jantares, mas não era difícil adivinhar pois não era possível ser de outra maneira. 

Nunca vi nos amigos que aceitavam esses mimos qualquer pudor ou reserva. Nem nunca vi o muito rico fazer qualquer referência a nada disso. 

Quando eu me questionava junto de amigos comuns como era possível que os outros andassem sempre à pendura e vivessem à babugem do amigo outro, diziam-me: 'Não pense segundo os parâmetros comuns. Para eles é normal. São amigos. Para o X (chamemos assim ao muito rico) é a única maneira de viajar ou passar férias na companhia dos outros. Ele sabe que os outros não têm como serem eles a bancar aqueles luxos. E a ele não lhe faz qualquer diferença. Provavelmente muito disso vai a custos das empresas, está a ver, não está?, deve ser contabilizado nas empresas como deslocações em serviço, despesas de representação etc. E para os os outros também já passou a ser normal. As mulheres também são amigas umas das outras. Se o outro faz questão de que passeiem e passem férias juntos, para eles também é agradável. Também lhe são úteis pois, em muitas matérias, têm conhecimentos que o outro não tem.'

Um outro que também os conhecia bem, dizia-me: 'É uma relação fraternal. O X é muito mais rico que os outros. Para ele, mais uns milhares, menos uns milhares não fazem qualquer diferença. Já é um hábito. E não se esqueça: isto é o que a gente sabe, o que se vê...'

Um dos ditos beneficiados com a amizade generosa do X tem uma casa maravilhosa, numa zona que se não é protegida anda por lá perto. Um projecto de um conceituado arquitecto. Nunca lá estive mas vi muitas fotografias. Por vezes, comentava-se: 'Alguma vez ele tinha dinheiro para uma tal obra de arte?' Acha...?'. Isto, sobre essa tal casa, pois a casa habitual é uma moradia numa das mais privilegiadas e caras zonas da cidade. Com o que se conhece dos seus rendimentos de trabalho e não trabalhando a mulher, tudo aquilo é curioso. 

Mas não há festa social, de família ou de comemoração em que as três famílias não estejam juntas, divertidas: o homem muito rico e a mulher, e os dois amigos e respectivas mulheres. Uma amizade forte, um coeso inner circle.

Não faço ideia -- mas não faço mesmo -- se alguma vez o muito rico emprestou dinheiro aos amigos. Talvez tenha sido ele a pagar algumas obras ou projectos ou decorações (embora não possa afirmar se sim, se não) mas admito que talvez não tenha rolado. Admito. Mas não sei. Mas, se isso aconteceu, quase apostaria que teria rolado em dinheiro vivo não fosse, de outra forma, deixar rasto e ainda terem que pagar imposto de selo (é que doações sem que haja vínculo familiar directo obrigam a que se declare à AT e se pague imposto de selo, e se há coisa que são é 'poupadinhos'). Mas isto, que fique bem claro, são especulações minhas.

Poderia referir mais alguns pormenores desta relação fraternal em que, com toda a naturalidade, todos, incluindo as mulheres e os filhos, usufruíam da amizade do amigo ultra-rico mas não vale a pena pois são apenas isso, pormenores de uma relação que vista de fora pode parecer estranha, incompreensível mas que, para os próprios e para os próximos, parece ser completamente normal.

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quarta-feira, maio 21, 2025

Ainda as eleições
-- A palavra ao meu marido

 

O grande problema dos partidos tradicionais, nomeadamente, de esquerda é que não entenderam as mudanças do eleitorado. Para uma maioria significativa dos eleitores -- e o caso dos mais jovens é paradigmático --, a esquerda e a direita não significam nada e estão-se absolutamente nas tintas para os valores aceites pela comunidade nas últimas décadas. 

O que interessa é o que aparece nas redes sociais. Não interessa se a informação que lhes é apresentada corresponde à realidade ou é mentira. Apenas procuram notícias que correspondam às suas aspirações, que sejam muito sucintas, sensacionais e facilmente compreensíveis e sobretudo disponibilizadas pelos seus gurus nas redes sociais.  Notícias que digam mal do "inimigo" seja ele qual for,  geralmente aquele que dá mais jeito ao "guru" de estimação naquele momento: imigrantes, ciganos, políticos...

O que é preciso é que existam inimigos que permitam mobilizar a massa anónima para que os gurus possam atingir os seus fins. 

A esquerda não percebeu a mudança. Não conseguiu denunciar os embustes, utilizando a nova forma de comunicar, nem apresentar objetivos agregadores que correspondam às aspirações dos que têm mais dificuldades e que lhes permitam perspectivar a célebre mudança por que tanto anseiam, seja ela o que for no imaginário de cada um deles. 

Os dirigentes do PSD, a começar pelo Montenegro, que tem uma enorme tendência para se esquecer dos aspectos éticos e que, nalguns casos parece que estão em cima de uma linha muito ténue entre o que é ou não admissível em democracia adaptaram-se melhor e transmitiram uma mensagem mais fácil de perceber para os que não estão para se chatear com essa maçada de ter que perceber os factos e tirar conclusões. 

Mas, atenção, a subida do Chega também resulta de outros factores como aqui escrevi na noite das eleições. Como é possível que os vários canais noticiosos tenham estado horas e horas a falar do Ventura, nomeadamente, horas a filmarem as traseiras do carro da frente quando ele era transportado para o hospital. O Bernardo Ferrão veio justificar-se dizendo que era notícia. Que notícia? Estavam à espera que o Ventura se atirasse da ambulância em andamento para darem em direto? 

Diversos analistas confirmam que, no período eleitoral, os media  ampliaram e deram grande relevo aos assuntos favoráveis ao Chega: segurança, imigrantes, corrupção, promovendo assim esta gentinha. Tenham um pouco de clarividência e reflictam no papel que tiveram na ascensão meteórica do Chega nos últimos anos. Se forem jornalistas sérios não ficarão certamente orgulhosos do papel que desempenharam. 

Também o Marcelo devia reflectir na forma como atuou e contribuiu para que a possibilidade de que, quando sair de Presidente, o líder de oposição possa vir a ser o Ventura já não seja uma abjecta ficção. Foi, como disse o Júdice, o pior presidente dos últimos cinquenta anos. 

Os dirigentes do PSD, que para salvarem o Montenegro e os seus lugares, não se importaram de provocar eleições e trazer os temas preferidos do Chega para o debate, sejam eles relevantes ou não, também deram para o mesmo peditório. 

A contínua intromissão do MP na política, fazendo passar a ideia de que os políticos  são, por natureza, corruptos, chegando ao extremo de fazer cair um governo com maioria absoluta, cozinharam um caldo pastoso que o Chega  aproveitou para fazer passar as ideias que mais lhe convinham. 

É verdade, o mundo mudou e o Ventura é um líder carismático que faz muito bem o seu trabalho, mas teve ajudas de monta para chegar onde está e, implícita ou explicitamente, a comunicação social, o Marcelo, o MP e o Montenegro ajudaram um bom bocado. A esquerda, por inépcia, também contribuiu.

Hoje li a notícia de que o Chega quer proibir a atuação do Nininho Vaz Maia na Azambuja e, apesar de envolver o comunicado num palavreado pretensamente tradicionalista, a verdade é que os motivos são absurdos e não é difícil perceber que, por trás, há uma motivação racista. É a tentativa de voltar à censura que acabou há cinquenta anos e é perigosamente parecido com o que se passou na década de trinta do século passado nos regimes fascistas. Parece-me tão grave que, antes que esta prática se expanda e o revanchismo e a arrogância anti-democrática comecem a fazer caminho, o Presidente devia ter uma palavra pública de repúdio. 

quinta-feira, abril 17, 2025

Sobre a mais recente ingerência do Ministério Público numa campanha eleitoral não me apetece cansar a minha beleza.
O que é que move aquela malta: é um ódio rebarbado ao PS ou estão a soldo de alguma força que quer destruir a democracia? Ou é, simplesmente, gente perturbada?
Não sei e gostava que alguém bem informado nos explicasse esta grande pancada.
Entretanto, para não falar nisto, vou antes falar num outro maluco encartado.
Trump quer ficar mais uma carrada de anos mas, cá para mim, os americanos arranjarão maneira de se livrar dele mais dia menos dia

 

Ou os bilionários que lhe pagaram a campanha ou os tribunais que ainda funcionam ou os estudantes em peso ou a malta que deixe de conseguir pagar o básico ou os democratas que, vitaminados pelo jovem Bernie Sanders e pela carismática Alexandria Ocasio-Cortez, acordem para a vida e façam levantar a indignação ou todos juntos conseguirão afastar a besta que está à frente dos Estados Unidos.

Hoje, no ginásio, enquanto estava a fazer a passadeira, ia olhando para a televisão onde passava o estupor a dizer as maiores alarvidades -- e pensava que o mundo é mesmo um lugar deveras perigoso para que aconteça a irracionalidade de milhões de pessoas terem votado numa besta daquele calibre, apesar de tudo o que já se conhecia dele.

Mas, enfim, não consigo acreditar que a situação de caos que Trump criou se consiga manter por muito mais tempo. É que ainda por cima, irracional como um animal burro e desencabrestado, torna a ordem mundial completamente imprevisível. 

Entretanto, toda a gente que goze com ele é bem vinda, seja nos Estados Unidos seja no resto do mundo.

“Billionaires Are Actually Good” - Stephen Colbert feat. Alan Cumming

Stephen Colbert performs a special song for the richest people in the world, in the hopes of getting them out of our lives for good. Special thanks to Alan Cumming for hopping on the track!  

Fees, Fees, Fees, - A Randy Rainbow Song Parod


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Seja como for, recomendo a leitura de:

terça-feira, março 25, 2025

MP & Madeira, uma dupla porreira -- não desfazendo do Marcelo e do Luís
-- A palavra ao meu marido --

 

A esquerda perdeu as eleições na Madeira e todos os partidos desta área deveriam refletir sobre os resultados e tentar perceber se o respetivo discurso e prática politica coincide com os anseios e objetivos dos eleitores ou se estão apenas a "fazer politica" para eles próprios e para os seus incondicionais. 

Quando já se sabiam os resultados da Madeira, foi paradigmático ver ontem o Louçã no programa do Ricardo Araújo Pereira zurzir com dez vezes mais veemência o PS do que o PSD.

Mas existe um outro derrotado nestas eleições; chama-se Ministério Público. Os madeirenses e porto santenses que ontem votaram disseram que se estavam nas tintas para o MP e que não se incomodam por serem governados por um partido cujos militantes que estão no governo têm processos a decorrer na justiça. Depois de uma deslocação de um avião cheio  de policias à Madeira e de uma investigação que dura há mais de um ano sem qualquer avanço conhecido, o povinho confirmou que se marimba para este tipo de investigações teatrais e inconsequentes. Também o MP deveria refletir sobre os casos que mediatizou e que "pariram ratos" e, por uma vez, pôr a arrogância de lado e reconhecer os erros.

Ontem, o Marcelo, no final do futebol, também comentou o resultado das eleições na Madeira. É curioso que um assunto, julgo eu, importante para o País seja comentado ao mesmo nível do desempenho da Seleção. Até fiquei admirado que não tenha feito comparações entre os jogadores e os dirigentes políticos da ilha. Mas... uma "piquena" questão para o PR: não lhe causa nenhum desconforto que os eleitos passem este atestado de menoridade ao MP?

Por outro lado, o Montenegro, confirmando a postura ética a que nos habituou, parece não saber quais os limites da acção de um governo de gestão. Não só publicita decisões que ultrapassam a mera gestão corrente associada a esta fase pré eleitoral como anda a fazer campanha eleitoral como PM, anunciado não sei quantas auto estradas, estradas, variantes  e circulares. Para o Luís vale tudo, "até tirar olhos". No Luís nada me surpreende mas chateia-me ligeiramente aquele sorriso sacana com que diz estas coisas parecendo que está -- ou estando mesmo -- sempre a gozar com  a malta. 

A "ruralidade" (Marcelo dixit) está-lhe colada à pele e a falta de cultura democrática também.

terça-feira, julho 09, 2024

Não vi a entrevista da Lucília Gago pelo que a sua toxicidade talvez não me tenha atingido

 

Não vi porque a logística do dia não o permitiu e um dia destes logo explico porquê. Mas acho que ainda bem pois, agora que passa da meia noite e consegui instalar-me e ligar a televisão e vi uns excertos, fico até agoniada com a insensibilidade, a alienação, a indiferença, o alheamento que a criatura -- que se deve achar a rainha-sol  mas que a mim mais me parece a medusa-da-morte -- demonstra. Uma pessoa assim é um perigo para a democracia. Não reconhece erros, não reconhece a porcaria que o Ministério Público tem feito. Gaba-se, gaba-se. Não tem noção. 

Agora já não vale a pena pedir que corram com ela (e esperar que saia pelo seu próprio pé é uma miragem) mas só espero que, em Outubro, quando a criatura sair, desinfectem todos os sítios por onde passou. Desinfectem mas desinfectem bem. Caraças.

sexta-feira, julho 05, 2024

Rosário Teixeira, o Procurador-Adjunto que veio dar a cara pelo Ministério Público:
patético, ridículo, preocupante, assustador.

 

Ouvi com pasmo a entrevista do célebre Rosarinho a quem hoje, no Eixo do Mal, Luís Pedro Nunes chamou 'o viúvo do Carlos Alexandre'. 

Fez-me lembrar um daqueles burocratas que executam acefalamente as ordens mesmo que sejam ordens criminosas, irrelevantes ou estúpidas. Poderia ter sido um procurador dos tempos da Pide a ordenar a  execução de escutas ou de buscas domiciliárias sem querer saber de consequências ou sem ajuizar se, sequer, fazem sentido. Poderia ser. E, no fim, não se sentiria arrependido de nada porque esteve a executar o que (segundo ele) era devido dadas as circunstâncias.

Há muitos mega processos que se arrastam anos sem darem em nada e mantendo as pessoas envolvidas reféns da teia que o MP urdiu? Pois, é assim mesmo, azarinho, a realidade também é complexa.

Faz sentido manter uma pessoa sob escuta, sendo isso tão intrusivo? Pois, acontece, os negócios levam tempo, interrompem-se, é preciso andar muito tempo à espera que apareça alguma coisa.

Faz sentido processos que se arrastam durante anos e anos e anos, por vezes 10 ou 12 anos ou mais? Pois, é um problema, há muito trabalho, não se consegue dar atenção a tudo.

E aquilo do parágrafo que deitou abaixo um governo de maioria absoluta... e afinal nada...? Afinal Costa foi escolhido para Presidente do Conselho Europeu... Pois, mas ele não é suspeito de nada porque se fosse era arguido e ele não é arguido... 

[Dá vontade de lhe dar um berro a 1 cm da cara e perguntar: mas se não é suspeito de nada então porque é que a Procuradora escreveu aquele parágrafo assassino? Porquê, porra?]

Quanto ao próximo Procurador-Geral, segundo o sinistro Rosário Teixeira, obviamente deveria ser da casa.

Poderia ser ele? - pergunta-lhe o jornalista.

Aí, Rosarinho, retorceu-se a fazer de conta que nunca tinha pensado no assunto mas mostrando que não quer outra coisa. Aquele excerto merece ser emoldurado como um exemplo de hipocrisia, de bacoquice, se parvoíce. 

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Conclusão? Depois disto fica claro que algo de grave, muito grave, se passa no Ministério Público. Temas tão críticos para o funcionamento do País e para a saúde da democracia não podem estar na mão de pessoas tão alienadas, com uma mentalidade tão burocrata, com uma visão tão deformada do que é a vivência saudável de uma sociedade evoluída e democrática.

Tem que ser posta ordem na casa, sim. 

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Muito bem Rui Rio a seguir na SIC. Tenho gostado bastante das intervenções do Rui Rio. Um exemplo de exercício cívico.

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Uma palavra para a excelente entrevista feita pelo jornalista da SIC.  Fui agora pesquisar quem será, pois não tenho ideia de já antes o ter visto, e creio que será o Luís Garriapa. Gostei imenso. Quero ver mais. Ou melhor: quero vê-lo em mais entrevistas.

sábado, junho 29, 2024

Será que os artistas do Ministério Público continuam a escutar António Costa?

 

Depois de tudo o que têm feito, pergunto. 

Ou será que, como não conseguiram o que queriam, desistem...?

Mas não sei... Anos, meses a escutarem conversas sigilosas, críticas, íntimas, tudo, anos e meses a guardarem escutas para depois as irem deixando sair quando acham conveniente e sabe-se lá a fazer mais o quê (já aqui o disse mas eu se fosse do SIS punha alguns desses meninos debaixo de olho...), gostava de saber se, mesmo depois de ele ser Presidente do Conselho Europeu, vão continuar o seu exercício psicopático de voyeurismo e coscuvilhice. Só por curiosidade, gostava de saber.

Quer-me cá a mim parecer que ainda se haverá de fazer algumas descobertas escabrosas acerca desses artistas.

domingo, junho 23, 2024

Quem é que enfia o chapéu, quem é...?

 

Sei que há temas relevantes que deveriam ser abordados 

(por exemplo: 

a pose majestática de Madame Gago montada nos seus sumptuosos casacos que mostra à saciedade que se está a caguar para dar explicações à malta sobre o regabofe que por lá grassa, 

ou a trupe de investigadores que entram aos cinquenta de cada vez para vasculharem facturas em Oeiras, como se não houvesse auditoria às contas, e como se o custo deles não superasse em muito o custo dos almoços, 

ou as calhandreiras do Ministério Público que andam anos e anos e anos a bisbilhotar a vida das pessoas como se o dinheiro dos nossos impostos não tivesse destino mais decente, 

ou os justiceiros de trazer por casa, gente a fazer-se passar por inspectores da Pide, que gostam de humilhar e atormentar a cabeça aos pobres coitados que se veem atirados para as luzes da ribalta, inquiridos em frente às câmaras para saciar a insaciável fome de espectáculo dos populistas e dos cobardes que, sob pretexto de serem deputados, ali estão a gastar inutilmente o dinheiro dos nossos impostos, etc, etc). 

Assuntos não faltam.

Só que eu ando mais numa de apanhar orégãos, de os dispor à sombra a ver se secam, limpinhos, cheirosinhos, continuo numa de varrer e deixar os caminhos em volta da casa arranjadinhos, voltei a pôr água na banheira que era das crianças quando eram bebés para que os esquilinhos tenham o que beber, depois a ver futebol em família (com o sector masculino a não querer que eu fale ou puxe pela equipa ou bata palmas ou sofra em voz alta pois dizem que os desestabilizo), a conversar ou a rir com eles. 

Por isso, neste registo peace and love, não consigo posicionar-me para falar de coisas que me desagradam. Toda eu estou longe de MPs, PGRs, Venturas e Comissões tóxicas ou outros deputados que, não sendo populistas ou sabujos não são capazes de bater o pé e não aceitar que a sua presença quase normalize as poucas vergonhas que ali se passam, populismos, ignorâncias, invejosices, ingerências indevidas, ou leviandades, conversas incongruentes e tontas (como as do Sarmento, por exemplo). Longe, longe. 

Por isso, agora ao fim do dia, ao passar os olhos pelas notícias, não me apeteceu falar sobre nada do que para ali vi. 

Apeteceu-me foi pôr-me a ver chapéus. Adoro chapéus. Tomara que um dia ainda possa ir a um sítio onde um chapéu lindão como estes do Royal Ascot 2024 não fique descabido. 










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Desejo-vos um belo dia de domingo

quinta-feira, junho 20, 2024

De leitura obrigatória

 

A merecer reflexão. Séria reflexão. 

De facto dá que pensar. Sendo como são, verdadeiras calhandreiras como o Der Terrorist muito bem define, que confiança podemos ter na sua discrição, no sentido de Estado, na reserva, no uso cauteloso, prudente, reservadíssimo, de toda o imenso manancial de informação a que têm acesso?

"Aguardente? Ouvi perfeitamente!"  -- a não perder e à atenção do Ministério da Justiça, do SIS, do Presidente da República. Não falo da PGR pois não vale a pena (ela mesmo o diz, não sabe de nada, não é responsável por nada, não há nada que lhe assista).

quarta-feira, junho 19, 2024

O Ministério Publico continua com o bullying
-- A palavra ao meu marido --

 

Desde há muito que digo -- e já várias vezes aqui o escrevi -- que quem causa mais problemas ao País, que gera uma enorme instabilidade e potencia o crescimento da extrema direita são o PR, o Ministério Público e os órgãos de comunicação social. Felizmente já ouço alguns comentadores a partilharem total ou parcialmente esta tese. 

Nos últimos tempos, mais uma vez, estamos perante uma situação absolutamente nojenta que resulta da disponibilização cirúrgica de informação sobre os processos aos órgãos de comunicação social que, sem qualquer pudor, noticiam o que interesses obscuros pretendem que se noticie nesta altura. 

Naturalmente que me refiro às buscas que foram efetuadas dois dias antes das eleições (azar não conseguiram os objetivos que pretendiam) e às notícias, que nada tendo a ver com António Costa, aparecem sempre anunciadas como se tivessem, envolvendo o seu nome, e isto quando se discutem os lugares da Europa. 

E que não venham alguns pretensos jornalistas e vários comentadores televisivos dizer que são apenas coincidências. Só quem não quer ver, e o pior cego é o que não quer ver, ou não tem dois dedos de testa é que pode acreditar que isto são acasos e coincidências. Não são. Acasos e coincidências são situações que ocorrem ocasionalmente e estas situações são uma prática corrente. 

A reportagem da TVI, que mostra a estante, a secretária, os envelopes ou o dinheiro encontrado na busca ao gabinete de Escária mete nojo e não acrescenta absolutamente nada. No dia a seguir vêm a CNN e o Expresso com mais "coincidências". Isto cheira pior que uma lixeira. Já basta de tanta impunidade. 

Já não é só a agenda política, muito evidente, e os exacerbados ódios de estimação do Ministério Público, nem o desavergonhado conluio com parte significativa da comunicação social: é também o atropelo dos mais elementares direitos dos cidadãos, é o desrespeito pelo mais elementar comportamento cívico, é um atentado ao direito de qualquer cidadão ao respeito e ao seu bom nome, é o abuso reiterado do poder para achincalhar as vítimas na praça pública.

Como é possível que estes tipos continuem, em total impunidade, a fazer o que querem sem terem que prestar contas ou justificar-se? Não são escrutinados? Não são chamados à razão? Não são punidos quando violam a lei?

Já basta! 

O Prof. Marcelo que, provavelmente assolado pelo complexo de culpa e para tentar ver-se livre do António Costa, tanto tem, aparentemente, pugnado para que ele tenha um lugar na Europa, não acha "maquiavélico" o que está a acontecer? 

E mais uma vez não diz nada sobre o que de facto é importante? 

Depois de tantas asneiras, Sr. Presidente, faça alguma coisa de que se possa orgulhar e que os portugueses aplaudam. Acabe com este regabofe. 

sexta-feira, maio 03, 2024

Quais as semelhanças entre o Governo e o MP? Respondo: não têm ética nem competência
-- A palavra ao meu marido --

 

O Ministro das Finanças (industriado pelo PM? ou em roda livre?), com o objetivo de não cumprirem o que a AD prometeu na campanha eleitoral sobre os aumentos das condições de vários sectores da administração pública e, provavelmente também, por ainda não ter percebido quais são as diferenças entre tesouraria e orçamento veio, com as habituais rudeza, arrogância e má fé que têm sido apanágio da AD, dizer cobras e lagartos do anterior equipa da finanças omitindo os factos e utilizando mais um dos subterfúgios que têm sido típicos nas chico-espertices desta malta que está no poder. 

O Fernando Medina respondeu-lhe de forma clara e concisa. De facto, só podemos estar perante uma mentira, má fé ou uma manifesta impreparação técnica da equipa das finanças da AD. 

Dia sim, dia sim o Governo e quem o suporta dão mostras de uma impreparação e de uma má fé a que os portugueses deveriam ser poupados. 

Ainda estávamos perplexos com a forma absolutamente deselegante como foi feito o saneamento político da Provedora da Santa Casa e vem o Sarmento arranjar mais lenha para se queimarem. 

Vamos ver como corre a ida da Provedora da Sta Casa ao Parlamento mas será que o descarrilamento da Misericórdia de Lisboa não começou no tempo do Santana Lopes? Veremos.

Mas qual a semelhança entre o Governo e o MP? Na minha opinião têm o mesmo padrão de comportamento. Falta de ética. Não olham  a meios para atingirem os fins e, em tudo, são incompetentes. 

Pasmo ao ver que, ao fim de todos estes anos, o Moita Flores foi ilibado e o próprio MP confirme que não tem provas de que tenha havido um saco azul no caso Luís Filipe Vieira. Mas como, neste último caso, o MP tem a "convicção" que existia um saco azul, pugna para que o caso seja julgado. 

Fiquei perplexo. Então, afinal, para julgarmos e eventualmente condenarmos pessoas, não são precisas provas? Bastam as convicções de um Procurador do MP? 

Pensava que já tínhamos batido no fundo, mas receio, para mal da Justiça em Portugal, que tal ainda não tenha acontecido. 

O que mais iremos saber? Veremos se, no final do caso Sócrates, não confirmaremos que  as motivações do MP são outras que não as de se fazer Justiça.

De facto, a AD não está preparada nem sabe ser Governo. De facto, o único bom serviço que  a PGR faria ao País seria demitir-se. Estão bem uns para os outros.

sexta-feira, abril 19, 2024

Sra. PGR pf demita-se

-- A palavra ao meu marido --

 

A resposta da Relação ao recurso da defesa do caso Influencer foi demolidor para o MP. 

Como já se antevia, segundo a Relação, a investigação do MP foi suportada numa visão distorcida da realidade, o que parece ser apanágio dos Procuradores. 

Os Juízes Desembargadores não tiveram dúvidas em afirmar que o que aconteceu foi apenas o resultado da atividade normal dos intervenientes (os supostos suspeitos), fizeram o que era suposto que fizessem no âmbito das suas funções, que não vislumbram nenhum crime nem nenhuma intervenção do António Costa que resulte de algum pedido dos intervenientes no processo. Mais: dizem ou dão a entender que tudo o que ali está é uma ficção, uma incompetência, um disparate do MP. 

Relativamente ao João Galamba -- que foi mais do que destratado na comunicação social e pelo PR -- também referem que a sua atuação se insere no âmbito das funções que exercia. 

Depois destas conclusões, o que faz a PGR? Refere que vai continuar a investigar, que vai continuar a gastar o dinheiro dos contribuintes. 

Isto é demais, Se esta senhora não se demite, alguém devia demiti-la. E já. 

É incompreensível como é que  a PGR não dá quaisquer explicações, mais do que devidas, e o PR -- sempre tão prolixo -- não exige publicamente que ela esclareça os Portugueses.

É que esta senhora deitou um governo abaixo, com  ajuda do PR, o que fez com que tivéssemos um governo em gestão durante seis meses, gastássemos milhões em eleições que não se justificavam e, ainda por cima, o resultado dessas eleições tenha deixado o País mais ou menos ingovernável.

É urgente que a PGR explique porque acrescentou o parágrafo no comunicado (foi "inspirado" por alguém?) e a seguir se demita. 

E o PR tem que fazer o seu "mea culpa" pois, não nos esqueçamos, aproveitou a oportunidade para correr com o PS e, no intervalo, trucidou o João Galamba. 

A honestidade implicaria que o PR assumisse os seus erros. 

Vir agora, com ar de quem não quer a coisa, assobiar para o lado, e, em vez de demitir a PGR por indecente e má figura, pôr-se com bocas ligeiras e despropositadas como se o que aconteceu até fosse bom para o Costa, é muito mau, é muito grave, é inaceitável.

Quanto à Comunicação Social, talvez valha a pena que meditem neste caso e deixem de fazer julgamentos, com culpados pré definidos. Já basta a bandalheira criada e alimentada pelo MP, não é preciso que a Comunicação Social ainda a propale ou empole. 

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

E o MP continua a chafurdar na lama...
[Uma vez mais, a palavra ao meu marido]

 

Fiquei ontem surpreendido, como deve ter ficado a maioria dos portugueses que acompanham os acontecimentos  através da comunicação social e não apenas através das redes sociais. Estes últimos devem ter ficado estupefatos, com a libertação pelo juiz de instrução criminal dos arguidos no caso da Madeira com a medida menos gravosa quando já os tinham dado por condenados. 

Neste caso, como no caso Influencer, o Juiz terá sensatamente analisado as provas que o MP recolheu  e concluiu que não valiam nada. Veremos o que decide a Relação mas parece que, felizmente, longe vão os tempos em que o Carlos Alexandre fazia tudo o que o MP queria  e ia tudo de preventiva. Quem se insurgia contra esta forma do Carlos Alexandre "fazer" de Juíz de Instrução era zurzido pelos partidos, pelos comentadores  e pelos órgãos de comunicação social do costume.

Dirão que é a Justiça a funcionar. Será com certeza, e bem, no que diz respeito aos direitos dos arguidos. 

Mas não revelarão estes casos um total "disfuncionamento" do sistema de Justiça?

Então o MP faz investigações e escutas durante anos, mobiliza imensos meios que custam muito dinheiro (a intervenção na Madeira foi "espetacular"), escreve milhares e milhares de páginas de processo, manda deter os arguidos por muito mais tempo do que a lei permite, transmite para  a comunicação social, especialmente no caso da Madeira, "factos" muito comprometedores para os arguidos... e tudo se esfuma na leitura do primeiro Juiz que analisa o processo? 

É óbvio que qualquer coisa não funciona  na Justiça. É óbvio que mais uma vez estamos perante um péssimo serviço prestado pelo MP ao País e à democracia. É óbvio que mais uma vez o populismo tem motivos para estar satisfeito. 

Mas também é óbvio que quem gere o MP e quem participa nestes processos tem que mudar de vida porque ou não tem capacidade para executar as suas funções ou tem uma agenda e objetivos que não são compatíveis com as funções que exerce. 

Também é igualmente óbvio, que o atualmente silencioso Prof. Marcelo, se tivesse reais preocupações sobre o funcionamento da Justiça, já tinha mandado embora  a PGR. Vamos ver o que nos reserva o futuro sobre este caso. Mas temos uma certeza: o MP conseguiu em poucos meses "demitir" dois governos democraticamente eleitos. 

É "obra"!

Hoje também foi conhecida a absolvição do Miguel Alve,s ex- Secretário de Estado Adjunto do PM, que teve que se demitir porque foi acusado de prevaricação. É mais um caso de uma pessoa que foi destratada na comunicação social com base em acusações sem fundamento do MP e pagou antecipadamente por aquilo que nunca fez. Uma coisa é investigar outra é promover a condenação na praça pública dos investigados. É um procedimento inqualificável e indigno de quem deve respeitar o Estado de Direito.

O Rui Rio voltou  a criticar o funcionamento da Justiça e a falta de discussão séria deste assunto na campanha eleitoral. Teve razão. Já aqui escrevi que o António Costa devia ter dialogado com o Rui Rio de forma  a efetuarem uma reforma da Justiça. Foi um erro não o ter feito.

segunda-feira, janeiro 08, 2024

Votos de boa sorte e de felicidade a Pedro Nuno Santos e António Costa no primeiro dia do resto das suas vidas

 

Sim, ouvi o discurso de Pedro Nuno Santos. Tem entusiasmo, carisma, garra. Tem uma visão e a visão dele é boa: quer fazer crescer o País, não quer deixar ninguém para trás, quer elevar o nível das valências nacionais. E está certo. Penso que tudo isto é indiscutível. Contudo, penso que ainda não engoliu sapos suficientes para perceber que é preferível, em determinadas circunstâncias, alguma prudência para não correr riscos desnecessários, nomeadamente o de ter que engolir mais uns quantos. 

Pode ser que tenha feito as contas todas e saiba onde vai buscar o dinheiro para tudo o que anunciou e pode ser que já se tenha concertado com as partes envolvidas em todas as medidas para as quais já publicamente apontou objectivos. Se o fez e tem a certeza que pisa terreno seguro, então nada tenho a dizer. Mas, se o não fez, talvez esteja a dar passos maiores que as pernas. Até porque, para gerir uma casa, é preciso ter boa cabeça e um sentido de harmonia, para gerir uma empresa é preciso boa cabeça, bom senso, paciência, boa visão ao longe e ao perto e muito mais que isso, mas, para gerir um País, é preciso tudo isso mas, antes, tem que se subir para o patamar a partir do qual se ouvem e concertam todos os intervenientes mesmo os que defendem interesses contrários.

Mas, daqui até 10 de Março, Pedro Nuno Santos há-de ser aconselhado, assessorado, apoiado. O próprio coro de reacções adversas provenientes da oposição e dos media ajudá-lo-ão a calibrar medidas, ajustar opiniões, corrigir a trajectória ou a velocidade.

Seja como for, volto a dizer, apesar de lhe reconhecer uma impetuosidade que, aqui e ali, pode vir a ser-lhe um pouco atrapalhativa (digamos assim), não tenho dúvidas de que Pedro Nuno Santos está a anos luz dos líderes dos outros partidos. 

  • Direi que penso que é menino para cilindrar ainda mais, quiçá de vez, o pateta do Montenegro (que, para além de não ter ideias nem jeito, tem uma falta de bom senso e de decoro que causa desconforto, que maça; por exemplo, hoje falava deste período de mortalidade elevada com um incomodativo e despropositado sorriso sarcástico na cara, fazendo-me sentir vergonha alheia). 
  • Mas Pedro Nuno Santos torna também irrelevantes a azeda Mortágua e o nulo Raimundo. 
  • E torna ridículos quer o pateta da IL (de que não consigo fixar o nome) quer o vendedor de banha da cobra do Ventura, torna muito claro que estes dois não passam de maus actores a fazerem papel de tontos num filme de tontos para um público de tontos. 

Para finalizar, só espero que Pedro Nuno Santos seja humilde e saiba rodear-se de pessoas experientes e francas e que peça muitas vezes a opinião de António Costa, uma pessoa com uma excelente visão a 360º e um pragmatismo ímpar  -- e quem diz o Costa diz outros veteranos da política socialista com quem terá sempre a aprender. E que daqui até 10 de Março saiba reservar todos os dias um bocado para trabalhar com especialistas das diferentes áreas, para se documentar, para reflectir, para colher experiências -- ou seja para se preparar o melhor possível para o que tem pela frente.

Uma palavra ainda para me referir a um tema que acho que deveria ter abordado no seu discurso, nem que fosse ao de leve: o da Justiça. Claro que houve vários outros que não aflorou e que são eixos fundamentais, alicerces, pilares e vigas de uma estrutura sólida. Num discurso destes não há lugar para tudo, bem sei. Mas a Justiça, por ser um pilar fundamental e por ter já dado provas mais do que suficientes de que está podre, ou parcialmente podre, merece uma atenção prioritária. Como cidadã, sinto que a actuação do Ministério Público se traduz em riscos graves para a nossa democracia. O que o MP, perante a inoperância e o olhar cego e quase tonto de uma PGR desfasada da realidade, e sob o beneplácito de um PR diminuído, tem feito é de susto. E ninguém pode sentir-se em segurança numa situação destas. Pode Pedro Nuno Santos achar que não é um tema popular ou que é terreno minado. Mas se tem passada larga e parece gostar de dar o peito às balas, é luta à qual não deveria furtar-se. Melhor: não deverá furtar-se. É isso que espero de um homem de bem, ainda mais sendo um democrata, um humanista, um socialista.

Acabo este texto com uma palavra de agradecimento a António Costa. Só não sou mais exuberante pois parece que ainda não consigo admitir que esta barracada do MP tenha acontecido, ainda espero que, a curto prazo, os magistrados que fizeram isto, mais a Gago que aparou a porcaria feita, se retratem, peçam desculpa e se enfiem num buraco bem escuro, escondidos, com vergonha da porcaria que andam a fazer. E só espero que António Costa continue a ser um político de referência para Portugal e, se for o caso, para a Europa. António Costa é um político brilhante, um governante de excelência, um cidadão exemplar. A ele muito devemos. Mas porque ainda tem muito, muito, muito para nos dar, fico à espera de vê-lo em novas funções para poder continuar a agradecer-lhe.

PS: Uma nota de rodapé dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa. Nas legislativas tenho votado no PS. E nas próximas continuarei a votar no PS. Repare no que estou a dizer: nas últimas não votei no António Costa. Votei no Partido Socialista. Nas próximas não vou votar no Pedro Nuno Santos. Vou votar no Partido Socialista. E, como eu, certamente todas as pessoas que votaram antes no Partido Socialista (e, cá para mim, muitas que não votaram antes mas vão votar agora). Percebeu, Sr. Presidente? Mas percebeu mesmo? 

sábado, janeiro 06, 2024

O Ministério Público, o Tribunal de Contas, Montenegro, etc. [A porcaria continua]
A palavra ao meu marido

(a escolha da palavra 'porcaria' é de minha responsabilidade pois a que ele usou foi outra)
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O MP continua numa senda autofágica. Tanta porcaria faz que acabará por implodir. O que aconteceu hoje relativamente à divulgação feita pelo MP sobre o inquérito ao António Costa repugna qualquer pessoa de bom senso. É absolutamente inqualificável. Que tipo de pessoas são estes magistrados? Que interesses defendem? Ninguém os põe na ordem? Ninguém poderá a partir de hoje dizer que o MP não tem uma agenda politica  e que não quer interferir na politica. Vai ser um fartar vilanagem até às eleições. Curiosamente, ou não, também o PR promulgou hoje o decreto lei que o MP refere estar na base do inquérito. Existem sempre umas "coincidências" curiosas entre a atuação do MP/PGR e a do PR. Claro que o Prof. Marcelo, que ia estar calado mas dá hoje uma entrevista, aos costumes disse nada. Até hoje nunca foi capaz de criticar esta 'bandalheira', sendo ele o responsável pela nomeação da PGR.

Também foi transmitido pelos diversos canais de TV o texto do recurso (lá se foi outra vez o segredo de justiça) enviado para a Relação pelo MP. É confrangedor. Afirmam que o mentor da "coisa" foi o Galamba. 

Pasme-se, parece que se preparava para apresentar no Conselho de Ministros documentos sobre o assunto. É "obviamente" um caso de polícia. Então agora os ministros apresentam documentos no Conselho sobre os assuntos que tutelam? Opinam sobre os assuntos que devem decidir? Dão instruções sobre os assuntos que estão na sua esfera de atuação? Onde é que já se viu isto? 

Abre-se um inquérito, escuta-se o tipo durante 4 anos, enxovalha-se o tipo e a família nos jornais e se possível mete-se o tipo na choldra, em preventiva, mesmo que ao fim de dezenas de milhares de escutas apenas meia dúzia possam, mesmo para a mente perigosamente persecutória dos MPs serem investigadas. É tão trágico que nem sequer dá para rir. 

Já agora, se o Galamba era o cérebro da coisa porque é que meteram todos na prisão durante uma semana para interrogatórios e ele não foi na leva? E se o Galamba se propôs esclarecer o MP, qual a razão para ainda não ter sido ouvido? Ainda por cima quando o MP estava a preparar o recurso ao despacho do juiz de instrução? A falta de respeito do MP pelos cidadãos revela-se nestes procedimentos. Quem os autoriza? Quem os sanciona?

Já agora hoje ouvi mais uma peça sobre o processo Vortex na TVI. O principal suspeito menciona o Montenegro vários vezes em conversas telefónicas. Então a PGR não abre um inquérito ao Montenegro e não faz um comunicado a dizer que abriu o processo como fez ao António Costa? Qual é a diferença nas duas situações? Parecem exatamente iguais. O MP atua de formas diferentes em situações semelhantes?

Devo referir que também não concordo com a violação do segredo de justiça no caso Vortex e que não sei se é caso ou não para abrir um processo ao Montenegro. Quero é frisar que a justiça só é justiça se for independente e proceder de forma semelhante em situações iguais. De facto, a reforma da Justiça a começar pelo MP é prioritária. Para além da reorganização do MP, da redefinição dos poderes dos magistrados e da definição de procedimentos e de  mecanismos de controlo também a seleção dos magistrados deve obedecer  a critérios rigorosos. Os recursos humanos são fundamentais em qualquer organização e os muitos magistrados do MP, pelas provas dadas, é óbvio que não prestam.

Outro assunto: hoje foi noticiado que o Tribunal de Contas desancou a privatização da ANA feita em 2012. O que dirá a direita que louva o Passos Coelho desta "corrida em osso"? Mas como conseguirão os Senhores Magistrados do Tribunal de Contas explicar que levaram onze anos para analisar a privatização? É de loucos!

Também hoje o Montenegro disse uma piada de ir "às lágrimas". Referiu que o José Luís Arnaut não se pronunciará sobre a localização do novo Aeroporto nem influenciará a decisão do Montenegro & Companhia. Boa piada, "só contaram p`ra você".

sexta-feira, janeiro 05, 2024

Os grandes agentes da bandalheira

 

Hoje queria que o meu marido escrevesse qualquer coisa sobre a palhaçada do recurso do MP a propósito da palhaçada do chamado caso Influencer, tudo uma palhaçada em que não se acredita, um desconhecimento total do que é o mundo real, uma subversão total do que é o papel do Ministério Público, um disparate sem tamanho. O que dizem ali só me dá vontade de perguntar se não há maneira de os mandar prender pois são perigosos para a sociedade tal a deformação que vai naquelas cabeças e tal o real poder que detêm. 

António Costa, na entrevista a Nuno Santos, disse que continua a achar que este modelo de funcionamento da máquina da Justiça é o correcto e acrescentou que pressupõe um funcionamento hierárquico.

Pois, aí está a questão: o modelo poderia ser bom num mundo perfeito, por exemplo se a Procuradora-Geral percebesse qual a sua função, tivesse alguma visão ou prática hierárquica. Mas não, é uma nulidade absoluta. Acontece que se poderia dizer que não seria grave pois a malta do MP é tudo gente escorreita, atinada. Errado. Não apenas andam em roda livre como acham que podem justicializar a política e lançar lama sobre quem lhes apetece, apeando politicamente quem lhes apetece.

Portanto, estamos entregues a um bando de incompetentes, lunáticos, doidos varridos, vingativos que andam por aí fazendo o que querem e, certamente, divertindo-se à tripa forra com os abalos que causam na democracia.

E Marcelo Rebelo de Sousa caladinho, assistindo passivamente ao que esta gente anda fazer, nomeadamente a minar a credibilidade do nosso regime. Marcelo, Marcelo, que mal lhe fica este silêncio...

Mas o meu marido anda engripado, cheio de tosse, não teve paciência para escrever.

E o pior é que, logo depois de ter ouvido excertos do recurso, ouvi um histérico e descompensado Montenegro não apenas a querer que a gente se esqueça do tema da sua casa, como que a gente se esqueça da porcaria a granel feita pelo governo de Passos Coelho que ele tanto defendeu (e que fez porcaria e da grossa e em toda a linha, nomeadamente com as privatizações, incluindo a malfadada privatização dos CTT), como ainda a querer que a maltosa que vota sempre nos populistas mais populistas, os que são contra tudo e todos, nos que tanto votam no PCP, no BE como no Chega, agora votem nele, o grande líder da bandalheira.

Pedi ao meu marido que, então, falasse nisto. Tosse, tosse e tosse e diz que não está com saúde para falar de gente desqualificada. Caraças para esta gripe que não desgruda da gente. Bem, ele não usou aquelas palavras para se referir aos desqualificados mas, como este blog é um blog de família, estou a traduzir usando palavras bem comportadas.

Ora eu, que ando com a cabeça feita em água, a caminhar sobre um chão minado de brasas, em que todos os dias acordo bem cedo com um nó no estômago, tentando (por vezes debalde) depois adormecer por mais um pouco, também não estou com cabeça para zurzir a valer como a tropa do MP e o Luís Montenegro merece ser zurzida.

Fico-me, pois, por aqui. 

Mas a Penélope está em grande forma. Não fala do totó da cara alegre, porque o tema é o da Justiça, mas não poupa os outros. Ide até lá, é o que tenho a dizer: Ao Ministério Público: há limites para a não admissão de um erro grave. A Procuradora-Geral continua alheada


quarta-feira, dezembro 13, 2023

A volta à vida de João Galamba em 82.000 escutas
-- A palavra ao meu marido --

 

Foi noticiado que o MP fez  82 mil escutas a João Galamba,  das quais conseguiu aproveitar dez escutas ou talvez menos para lhe instaurar um processo. 

Sabendo-se que o período abrangido foi de cerca de 4 anos, teremos tido que em média ele falou ao telefone cerca de 57 vezes por dia. Provavelmente o processo de ouvir, transcrever e reportar tanta escuta, todos os dias às dezenas, terá ocupado, no mínimo uns dois agentes em exclusivo ao longo deste período. 

É um fartar vilanagem. 

Se isto não é chocante e atentatório da liberdade e da privacidade de um cidadão português então o que será atentatório dos direitos individuais? Como é possível que façam mais de 80 mil escutas a uma pessoa seja ela quem for? Como é possível que tenha havido um ou vários magistrados que autorizaram estas escutas? Que argumentos terá apresentado o MP para conseguir a  autorização do(s) magistrado(s) para, ao longo de 4 anos, escutar as conversas com a mulher, com as filhas, com a mãe, com os amigos, ... do Galamba?

E quais são os gastos associados a tamanho despautério? Face à duração e aos recursos envolvidos, quanto custaram estas escutas? Gastam dinheiro à tripa forra, desbaratam recursos e depois ainda se queixam que têm falta de meios. Ninguém controla o dinheiro dos contribuintes que o MP torra? É inadmissível! 

Quando ouço estas notícias lembro-me dos métodos da PIDE que violava os mais elementares direitos individuais para perseguir e prender os opositores ao regime. 

E depois ainda vem  a PGR, com ar de quem não vive neste mundo, dizer que querem destruir o MP. Como de costume não está ou não quer ver o problema. Quem está destruir o MP é ela que é um absoluto erro de casting para a função que desempenha. Quem está destruir o MP são os agentes de justiça que têm uma agenda própria, que divulgam as informações em segredo de justiça, que não sabem investigar,  que consideram que qualquer conversa telefónica de quem está a ser vigiado é, por definição, um crime grave e que andam em perfeita roda livre fazendo o que querem. São eles que destroem o MP e descredibilizam a justiça portuguesa.

Eu aposto que se fizerem 82 mil escutas ao Prof. Marcelo ou ao Lobo Xavier ou ao Marques Mendes encontrarão seguramente muitíssimo mais do que  10 conversas, provavelmente centenas e centenas, que, se estiverem para aí virados, poderão interpretar como tráfico de influências, prevaricação  e outras coisas que lhes venham à cabeça. Aposto!

Tem vindo nos órgãos de comunicação social, e ontem o Nuno Santos pôs  a questão ao António Costa, se por "acaso" o parágrafo acrescentado no comunicado da PGR não teria alguma "conexão" com a abertura do inquérito sobre o caso das gémeas que, como referiu o Luís Paixão Martins talvez devesse, por analogia, ser designado pelo caso de Belém. O parágrafo terá sido acrescentado posteriormente no comunicado e na fita do tempo estará relacionado com o encontro da PGR com o PR no dia em que o comunicado, que originou  a demissão do António Costa, foi divulgado. Também a comunicação social questiona se  a PGR terá, nesse dia, ido a Belém informar o PR sobre o caso das gémeas. Espero que os jornalistas investiguem até à exaustão estas ligações. Não sendo adepto de teorias da conspiração, neste caso em particular não ficarei especialmente admirado se a conclusão for que o "enxerto" no comunicado não foi inocente e teve razões que a razão não desconhece.

Ouvi ontem  a entrevista do António Costa e os comentários que foram feitos pelos dirigentes dos outros partidos. Para além da desonestidade intelectual e da mesquinhez da maioria dos comentários é visível que existe uma enorme diferença qualitativa entre o PM atual e os seus adversários políticos. Só não vê quem não quer ver!

quinta-feira, novembro 30, 2023

"MP iliba Siza Vieira, Medina e Duarte Cordeiro no caso dos ajustes diretos" --

E eu pergunto a todos os jornalistas, comentadores e tropa fandanga dos partidos que perseguiram aquelas pessoas a perguntar-lhes, de forma massacrante, se tinham condições para continuarem no Governo e que andaram a perorar contra a fraca qualidade dos ministros que Costa escolheu, o que vão agora fazer?
Nada?
Vão assobiar para o lado e fazer de conta que não se portaram miseravelmente?
E onde o destaque dado a isto? Não deveria ser dado igual destaque ao que, na altura, deram ao lançar lama sobre pessoas contra as quais, afinal, não há quaisquer indícios de práticas ilícitas?
E à tropa fandanga do Ministério Público que tem andado a queimar a reputação de gente séria e digna, lançando difamação sobre difamação, sobre políticos honestos, uma vez mais não vai acontecer nada?
E o Presidente da República que tanto fez para queimar a maioria absoluta, a que, desrespeitosamente, chamou 'requentada', como assiste a isto?
Agora que por duas vezes dissolveu a Assembleia da República, desrespeitando o voto dos Portugueses, e que permitiu e alimentou o reforço do populismo e da justicialização da política, fica calado?
Depois de ter feito o que fez, agora é que acha que deve ficar calado...?
O que Marcelo fez tem tradução directa no aumento das intenções de voto no Chega, na degradação do nível e da qualidade democrática na política portuguesa. E fica calado? Não nos pede desculpa?
Quanto a Lucília Gago, já sabemos: nada disto lhe assiste, segundo ela não é responsável por coisa alguma.
Uma tristeza.

 

Lucília Gago, a senhora que já fez saber, alto e bom som, que, haja o que houver,
ela não é responsável por coisa alguma. Portanto, se alguém tem que responder pela continuada pouca-vergonha, esse alguém não é ela


Uma vergonha, tudo isto.

Nem me apetece dizer mais nada.

Tomo antes a liberdade de passar a palavra a quem sabe bem do que fala, esperando que não leve mal o abuso:

Ai, Portugal (13): A "justiça" à moda do Ministério Público
Vital Moreira 

Ao fim de 7-anos-7, o Ministério Público veio ilibar das suspeitas que tinham sido levantadas contra nada menos de 4-Ministros-4 do então Governo PS, por supostos crimes na adjudicação de contratos públicos, investigação que na altura foi obviamente explorada politicamente pelos media que servem de megafone às operações de legal warfare do Mº Pº contra o mundo político.

Sete anos para concluir pela inocência de políticos cujo bom-nome e reputação - direito constitucionalmente protegidos - foram manchados pela leviandade ou má-fé do Ministério Público? Haverá quem se não revolte contra esta irresponsável prepotência ?

Adenda

Também um ex-secretário de Estado do Desporto e atual deputado soube agora estar sob investigação por factos ocorridos há quatro anos, cujas suspeitas penais o visado considera «delirantes». Independentemente do que se vier a apurar, será tolerável que o Mº Pº demore outros tantos anos a concluir a investigação?!

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Para quem queira ler o artigo do DN:

 MP iliba Siza Vieira, Medina e Duarte Cordeiro no caso dos ajustes diretos

Fernando Medina, Duarte Cordeiro, Pedro Siza Vieira e Graça Fonseca, que fazem ou fizeram parte dos Governos de António Costa, foram ilibados pelo Ministério Público (MP) no caso dos alegados ajustes diretos irregulares e eventual violação das regras da contratação pública, avança o ECO.

Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República disse ao portal especializado em economia e confirmou à Lusa que "este inquérito conheceu o despacho final de arquivamento relativamente a todos os investigados", uma vez que o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa considerou não haver "qualquer indício criminal na matéria em apreço" e considerou que esta investigação, iniciada em 2016, foi dada como terminada porque seria uma perda de recursos e tempo se continuasse.

(...)